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LUCÉLEN POPOASKI
VICTOR AUGUSTO DINIZ MOREIRA
Porto
2014
DIEGO MARTINS A CRUZ
LUCÉLEN POPOASKI
VICTOR AUGUSTO DINIZ MOREIRA
Porto
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO _____________________________________________________________________ 4
2. OBJETIVO GERAL_______________________________________________________________ 10
4. METODOLOGIA ________________________________________________________________ 11
5. RESULTADOS __________________________________________________________________ 12
Associado ao contexto de Fânzeres iremos analisar o seu atual PU, desde sua formulação as
recentes alterações, e relacionaremos o regulamento e as plantas de zonamento e condicionantes
com as acções promovidas ao desenvolvimento organizado dessa freguesia. Esse estudo servirá de
base para estimarmos uma adequação do PU frente às novas tendências de urbanização estratégica,
ressaltando que o mesmo já possui dez anos desde sua implantação. Como objetivo final iremos
propor novos ajustes ao PU de modo a coordenar o desenvolvimento de Fânzeres adequado à sua
realidade, tendo em vista a contração das zonas residenciais.
1. REVISÃO DA LITERATURA
1 Constituem atualmente a Área Metropolitana do Porto 17 Municípios: Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de
Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila
do Conde e Vila Nova de Gaia.
e migração de retorno das ex-colónias que, conjugando-se com o crescimento natural da população,
ajudaram à "desertificação" do interior e ao aumento das assimetrias.
Esta profunda modificação de base económica e cultural e da organização social do país foi
acompanhada por uma acentuada concentração no litoral, tanto em população quanto das principais
atividades industriais e de serviços. Esse movimento de ocupação da faixa litorânea a que
correspondeu um esvaziamento das áreas interiores foi expressivo salvo um pequeno reforço das
principais cidades médias afastadas da costa (DGOTDU, 2011).
Parte expressiva dos países, ditos industrializados, passado o período de grande urbanização,
está vivenciando um processo de contramão. Em países da América do Norte e da Europa um
fenómeno distinto, caracterizado pelo encolhimento das cidades, não somente quanto a população,
mas também serviços e infraestrutura, está se tornado cada vez mais comuns às pequenas e grandes
cidades (GEGNER, 2006). Trata-se de um fenómeno urbano, porém, relativo à descompressão, em
que a densidade populacional nos centros urbanos, antigamente elevada, sofre considerável
redução, consoante a isto decorre um fenómeno de consequente suburbanização extensiva, efeito
denominado de “sprawl2, ou expansão urbana de baixa densidade (...) marcado morfologicamente
pela extensão e pelo carácter difuso que o espaço urbanizado assume para lá do núcleo mais
consolidado” (FERNANDES, 2007).
Muitos podem ser os motivos desse novo fenómeno, GEGNER (2006) atribui o encolhimento
das cidades ao processo de desindustrialização do setor produtivo através de criação e expansão das
multinacionais que buscam implantação de suas indústrias em outras partes do mundo, geralmente
países em desenvolvimento. Já FERNANDES (2007) aponta outro fator de contribuição para o
fenómeno, pautado na diminuição da dimensão das famílias, o qual acarreta num maior número de
alojamentos, portanto, de área construída para um mesmo número de pessoas. Juntamente a isso
áreas menos densas propiciam menores valores pelos lotes e por consequência aumento no
tamanho das residências, principalmente para as parcelas com renda elevada que passam a deter
vastas áreas.
Também possui efeitos ao fenómeno de encolhimento das cidades a mobilidade por veículo
próprio, incentivado pela valorização do sistema viário que torna possível o tempo de deslocamento
se manter o mesmo apesar de aumentar consideravelmente a distância percorrida. Sendo associado
as facilidades de construção diante da ausência de planos de ordenamento ou por incapacidade
2 Embora não haja consenso sobre o conceito de sprawl, uma recolha de definições oriundas de diversos autores permite esboçar algumas
características comumente aceites. O conceito de sprawl está, assim, associado a um crescimento de áreas edificadas sem um equivalente
crescimento demográfico. O crescimento é feito pela disseminação não planeada de manchas edificadas de baixa densidade, sobretudo para
áreas periurbanas e/ou rurais, de forma fragmentada, descontinua ou linear. As áreas de sprawl são geralmente caracterizadas por débeis
redes de equipamentos e de transportes coletivos, favorecendo o uso de transporte individual.
operativa dos instrumentos de planeamento, com um extenso espaço urbanizável sem suporte para
urbanização no período de vigência do plano (FERNANDES, 2007).
Esse processo é também fomentador de um duplo vazio, observável nas maiores cidades
portuguesas, em que juntamente a expansão extensiva do tecido urbano é somado o
despovoamento da “cidade histórica”. Em cidades como Porto, é observável o abandono de muitos
edifícios em áreas centrais caracterizando uma repulsão da “cidade histórica”, designadamente
resultado do elevado custo de manutenção do edificado. Tais vazios trás como resultado a existência
de fragmentos que coloca em causa a eficiência do conjunto, evidenciado quando este processo
ocorre tendo por suporte a prévia dispersão do povoamento, como no caso do Noroeste de Portugal
(FERNANDES, 2007).
Por um lado, a atração exercida por esta área urbana-industrial sobre a população dos
concelhos rurais do Norte e, por outro lado, a ausência de qualquer planeamento urbano que
conseguisse controlar e orientar o crescimento residencial originou uma expansão urbana em
mancha difusa, que foi penetrando as áreas rurais e provocando alterações profundas no padrão
territorial dessas áreas periféricas (MATOS, 2001).
Assim, a expansão demográfica na AMP não foi caracterizada pela conurbação de manchas
urbanas, porém, pelo tradicional crescimento residencial periférico, no qual processa-se através da
expansão dos aglomerados populacionais rurais antigos4 (MATOS, 2001). Tais fenómenos têm
preocupado especialistas, pois podem acarretar efeitos negativos para um ordenamento e
3 Confirma-se, assim, a descentralização residencial, a qual se alarga às freguesias dos concelhos periféricos, destacando-se, particularmente,
um conjunto de freguesias situadas na faixa litoral, quer a Norte, quer a Sul do Douro com as variações mais altas (superiores a 50%). Para
além deste conjunto, encontram-se outras com taxas elevadas, situadas mais no interior, como é o caso de Ermesinde e Alfena (concelho de
Valongo), Vermoím, Maia e Gueifães (concelho da Maia), Rio Tinto, Fânzeres e S. Cosme (concelho de Gondomar)-(MATOS, 2001).
4 Quanto à cidade do Porto, verifica-se um abrandamento progressivo do seu ritmo de crescimento demográfico, sem, no entanto haver uma
aceleração contínua do ritmo de crescimento dos espaços periféricos. (...) Durante este período temporal mantém-se a tendência de
descentralização do crescimento populacional, patente no facto de os valores de todos os concelhos periféricos serem sempre superiores ao
da cidade. Quanto à explicação do incremento populacional registado no Grande Porto, ele deve-se, essencialmente, à imigração. (MATOS,
2001)
planeamento territorial que pretende-se equitativo, eficiente e que atenda as necessidades da
população local.
Conforme DGOTDU (2011) a expansão desordenada das áreas metropolitanas das principais
cidades portuguesas agrava a ocupação dispersa de extensas áreas periurbanas e intersticiais,
fragmentando as redes de infraestrutura urbanas e afetando o potencial ecológico, paisagístico e
produtivo do território. Salienta também o insuficiente desenvolvimento de sistemas que articulem
os espaços urbanos e rurais envolventes, gerando uma forte dispersão geográfica dos equipamentos
terciários mais qualificantes assim como um desajustamento da distribuição territorial das
infraestruturas coletivas e dos serviços de interesse geral face à alteração estrutural das procuras
sociais.
FERNANDES (2007) ressalta que esse processo acompanha uma reurbanização seletiva,
valorizadora da cultura urbana ocasionando um processo de gentrificação social em que a
segregação socioespacial vai se tornando cada vez mais nítida5. Defendendo a necessidade de se
articular a intervenção local com o planeamento à escala regional salienta os valores da política dos
três “Rs”: Reduzir, reciclar e reutilizar. “Reduzir o espaço urbanizável (e até o urbanizado, em casos
extremos) reciclar a cidade que temos, tendo em vista a afirmação da modernidade na pré-existência
e reutilizar o que herdamos, conservando quanto se entenda necessário e possível” (FERNANDES,
2007, p.164).
O panorama proposto pelo PNPOT aponta algo semelhante ao defender uma polinucleação e
integração territorial numa estrutura hierárquica de centros urbanos municipais; concentração do
edificado em aglomerados urbanos, contrariando as “formas de povoamento disperso ou linear e a
expansão difusa e extensiva dos aglomerados urbanos, privilegiando a reconversão, reestruturação
ou requalificação dos espaços edificados existentes já servidos por infraestruturas e equipamentos,
face a proposta de novas áreas de expansão” (DGOTDU, 2011, p.136).
5 (...) Nesta cidade, alargada e mais complexa, alguns dos habitantes, com maior poder de compra, maior mobilidade, menos necessidade de
cumprir os horários fixos de um trabalho rotineiro, exercem um zapping que lhes permite a compra em lugares e momentos diferentes, a
refeição de todos os tipos a qualquer hora nos mais diversos locais, outros, (...) com um salário fixo reduzido (ou com o apoio social do
Estado) e com acesso limitado à cidade expandida, ficam amarrados às relações de proximidade física. (Fernandes, 2007.p-167)
Na tentativa de formular critérios de ação preventiva e corretiva para os fenómenos
identificados, DGOTDU (2011) traçaram metodologias estratégicas com atenção às zonas rurais,
sugerindo uma legislação mais rigorosa e criteriosa para estas áreas. Atrelada a problemática central
do controle da dispersão demográfica verifica-se outros fatores adjacentes como exemplo da
especulação imobiliária que também vem sendo fomentada por este processo:
Tais fenómenos têm gerado uma crescente procura dos solos rurais para a construção de
habitação unifamiliar, em alternativa ao solo urbano. Essa procura é intensificada dada ao aumento
da facilidade de deslocações e acessibilidades, sendo que o espaço rústico passa a estar totalmente
disponível para a ocorrência de fenómenos de edificação dispersa descontrolada, aos quais os planos
não respondem de forma adequada.
Após a Revolução de 25 de Abril, RODRIGUES (2006) salienta como surgiram várias políticas
de OT que tiveram vital importância no desenvolvendo do caráter que se consolida hoje, articulado,
coeso e equitativo. Podemos ressaltar algumas políticas como: Lei das Autarquias Locais - DL 79/77,
Plano Diretor Municipal (PDM) - DL 208/82, Lei de Bases do Ambiente - Lei 11/87, Plano Regional de
Ordenamento do Território (PROT) - DL 176A/88, Planos Municipais de Ordenamento do Território
(PMOT) - DL 69/90, Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT) - DL 151/95, a Lei de Bases
do Ordenamento do Território e do Urbanismo (LBOTU) - Lei 48/98, marco no que diz respeito ao OT,
e finalmente a Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos de Ordenamento de Território e de
Urbanismo nº 31/14, de 31 de Maio de 2014.
Quanto ao PU de Fânzeres, este foi aprovado pela Câmara Municipal de Gondomar em Abril
de 2004. Desde sua implantação em 2005 sofreu alterações em Setembro de 2005 e em Janeiro de
2008, sendo esta última aprovada com o índice de 34 votos a favor e 5 votos contra (CMG, 2009). A
aprovação do PU de Fânzeres alterou o Plano Diretor Municipal (PDM) de Gondomar, ratificado pela
Resolução do Conselho de Ministros nº 48/95, de 18 de Maio, nomeadamente no que respeita à
delimitação da própria área de intervenção, à redefinição da rede rodoviária proposta na planta de
ordenamento, à criação de um espaço-canal para implantação do metro de superfície e à
reclassificação do uso do solo de espaços não urbanizáveis para urbanizáveis com repercussões na
edificabilidade permitida e, por último, na desafetação de parcelas da Reserva Agrícola Nacional
(CMG, 2009).
O plano de urbanização conta com três documentos diferentes, sendo o regulamento, que tal
como o nome indica agrupa as condições legais que devem ser cumpridas na ocupação do solo
municipal, a planta de zonamento que representa a estrutura territorial e o regime de uso do solo e a
planta de condicionantes que identifica as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que
possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento
(DGOTDU, 2009). Estes três documentos são integrados de forma a sintetizar a proposta de
ordenamento.
2. OBJETIVO GERAL
3. ÁREA DE ESTUDO
4. METODOLOGIA
O trabalho foi divido em três grandes fases. Na primeira fase iniciamos com a revisão literária
utilizando textos de teóricos ligados à análise do espaço urbano e instituições ligadas ao
6 Lei n.º 11-A/2013 Diário da República, 1.ª série - N.º 19 - 28 de janeiro de 2013, Lei nº 63/89; Diário da República I série N 194 - 24-8-
1989. População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)
(em português) Instituto Nacional de Estatística. Visitado em 12 de Março de 2014. Cópia arquivada em 4 de Dezembro de 2013.
ordenamento do território de regiões que incluem Fânzeres, objeto de estudo do trabalho. Nessa
fase determinamos os objetivos específicos que serviram de base para atingir o objetivo geral.
Na segunda fase foram tratados os dados obtidos na pesquisa utilizando os softwares Arc Gis
e Excel, no qual fizemos cruzamento de dados de forma a formularmos mapas, tabelas e gráficos
para compreensão e contextualização de Fânzeres e as suas dinâmicas de urbanização. Na terceira e
última fase utilizamos os resultados obtidos nos cruzamentos de dados para discussão sobre as
possíveis atualizações no PU de Fânzeres de acordo com seus principais aspectos de urbanização.
Identificamos as diferentes dinâmicas das zonas residências e seguindo às novas tendências de
urbanização estratégica sugerimos atualizações que atendem um desenvolvimento ordenado
adequado à realidade socioeconómica local.
5. RESULTADOS
Fonte: INE.
Quanto aos valores de Gondomar, ainda relativos a Tabela 1, percebemos que representava
o terceiro maior concelho em população e ao final do período pesquisado manteve seu posto,
obtendo taxa de crescimento de 99%, quase dobrando sua população. Porém, essa taxa final foi
inferior a de outros concelhos como Maia e Valongo, respectivamente 153,4% e 184%, indicando que
possivelmente poderá ser rebaixado à quinta posição no tocante a porcentagem populacional da
AMP.
Fonte: INE.
Quanto aos imigrantes estrangeiros podemos destacar que a significativa mobilidade,
registrada entre 1960 e 1981, foi proporcionada por migração de retorno das ex-colónias, na qual se
atingiu a expressiva marca de 5.509 pessoas no censo de 1981, contrastante dos últimos registros
inferiores a 1.000 pessoas. Quanto aos imigrantes de outros concelhos do país, faz-se importante
mencionar que no censo de 1981 foram registradas 7.340 pessoas provenientes de outros conselhos
da AMP, mostrando uma forte atração dentro da própria AMP.
Podemos observar nos cartogramas que o concelho de Valongo, dado a sua distância de
Porto possiu considerável relação com os concelhos vizinhos, Gondomar e Maia. Essa relação entre
concelhos vizinhos também é identificado em outros. Essa observação mostra uma possível
polinucleação dentro da AMP, no qual pelo espraiamento extensivo o concelho central perde
atração, surgindo subpolos. Analisando o movimento pendular de Gondomar, percebemos conforme
dados do INE diariamente entrava em 2001 o proporcional a 5,1% da população desde concelho,
enquanto saía o proporcional a 30,09%. Já em 2011 esses dados alteram-se pouco registrando saída
no proporcional a 29,49% de sua população e a entrada no proporcional a 5,79%. Esses dados
evidenciam uma maior capacidade de atração de Gondomar, sendo capaz de reter mais serviços em
seu concelho, diminuindo a saída e aumentando a entrada, mesmo que pouco.
Fonte: INE.
Quanto à freguesia de Rio Tinto, mais populosa e urbanizada, é importante ressaltar que a
partir de 1995 foi oficialmente dividida, sendo que uma parte considerável de sua população passou
a ser referida a uma nova freguesia, denominada Baguim do Monte. Devido a divisão da freguesia
Rio Tinto a taxa de crescimento entre 1991 e 2001 foi negativa, porém, ainda assim teve grande
crescimento, considerando que seu saldo absoluto foi de menos 2.835 pessoas, sendo que ao ser
desmembrado Rito Tinto perdeu de uma só vez 13.915 pessoas.
Referente a densidade das freguesias de Gondomar, podemos observar conforme Tabela 5
que apenas Rio Tinto apresenta uma densidade superior a 5 mil hab./km 2, semelhante ao Porto,
sendo que Fânzeres representa a terceira freguesia com maior densidade do concelho, atingindo
2859,8 hab./km2.
As demais freguesias tinham valores acima de 100 hab./km2 e 2 mil habitantes residentes, a
exceção de Covelo, sendo caracterizadas semiurbanas. Covelo que possuía menos de 2 mil habitantes
residentes era a única predominantemente rural. Nessa altura, Gondomar possuía praticamente
metade das freguesias urbanas e metade não urbanas, sendo constatado como moderadamente
urbanizada. Podemos identificar também como Gondomar possui uma clara divisão entre a porção
urbanizada no norte, mais próxima do Porto, e a porção sul semiurbana.
30
Fânzeres
20
Gondomar
10 AMP
0
1981 1991 2001 2011
Fonte: INE.
Quanto à esses primeiros resultados podemos perceber que realmente está ocorrendo os
fenómenos de encolhimento de cidade, principalmente no Porto, e o efeito sprawl, no qual apesar
das taxas de crescimento dos concelhos da AMP não ocorre similar adensamento populacional.
Podemos verificar também uma suburbanização extensiva em Gondomar, em que a densidade
demográfica se mostra inferior a da AMP apesar de registrar o terceiro maior crescimento nos
últimos 40 anos, e possuindo ainda localidades com significativa presença do rural.
Importante mencionar também como o número de pessoas que residem próximo ao local de
destino nas deslocações pendulares, representadas principalmente por usuários de bicicletas e
pessoas que vão a pé representa apenas 11%. Outro dado interessante diz respeito ao uso do Metro,
em que representa menos de 3%, com apenas 386 usuários pendulares. Porém, temos que ressaltar
que a linha F do Metro do Porto somente foi ampliada até Fânzeres em 2011, período de referência
do censo. Nesse caso fica evidenciada uma dúvida quanto ao aproveitamento do Metro do Porto
pela maior parte dos residentes de Fânzeres.
7 Conforme INE (2011) os Grandes Grupos de Profissões são: Grupo 1 (Representantes do poder legislativo e de órgãos executivos,
dirigentes, diretores e gestores executivos); Grupo 2 (Especialistas das atividades intelectuais e científicas); Grupo 3 (Técnicos e profissões
de nível intermédio); Grupo 4 (Pessoal administrativo); Grupo 5 (Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e
vendedores); Grupo 6 (Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da floresta); Grupo 7 (Trabalhadores qualificados
da indústria, construção e artífices); Grupo 8 (Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem); Grupo 9 (Trabalhadores
não qualificados); Grupo 0 (Profissões das Forças Armadas).
trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores, sendo seguido pelo
setor secundário com trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices e em terceiro
trabalhadores não qualificados, que atinge a marca de 1.279 pessoas, representando quase 15% do
total de empregados.
As zonas para indústria ou armazenagem são áreas que se caracterizam por uma ocupação
preferencial de construções de uso industrial, de armazenagem ou de serviços afetos a esta
atividade. Em Fânzeres, há três áreas demarcadas para esse fim, sendo duas na porção sudoeste as
próxima de tecido áreas com maior densidade e tecido urbano consolidado, diferente de outra área,
localizada a nordeste, que fica próximo de áreas de proteção como também das zonas de destinadas
à ocupações futuras.
Quanto à estruturação de vias, é visível baixa coesão em Fânzeres, apresentando uma rede
desfragmentada de vias locais. Duas vias apresentam estrutura de maior fluxo e de ligação, sendo a
Avenida Conduta e a Estrada Dom Miguel. A Avenida Conduta serve principalmente como ligação
entre as freguesias Rio Tinto e São Cosme, passando em uma pequena porção sudoeste da freguesia
de Fânzeres. Essa avenida possui muitas áreas verdes e corta principalmente a zona mista do plano
de zoneamento, via pela qual se pretende expandir o metro e estabelecer uma área de futuras
habitações e comércios. A Estrada Dom Miguel serve de ligação
entre Baguim do Monte a norte e as demais freguesias a sul de
Fânzeres. Esta via passa em sua porção leste, sendo em grande
parte divisora entre Fânzeres e São Pedro da Cova
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Urbanas?. SOCIUS - Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações, Instituto
Superior de Economia e Gestão, Universidade Técnica de Lisboa.
FERNANDES, José A. Rio, 2007. Urbanismo sustentável: redução, reciclagem e reutilização da cidade.
Revista da Faculdade de Letras – Geografia – Universidade do Porto, II Série, Volume I- pp. 163-178.
FERREIRA, Carmen do Céu Gonçalves, 2008. Degradação Do Solo No Concelho De Gondomar: Uma
Perspectiva Geográfica, Contribuição para a definição de estratégias de planeamento e ordenamento
do território. Porto. (Tese de Doutoramento).
GEGNER, Martin, 2006. Decadência da cidade européia: tendência social ou repetição de uma figura
retórica?. Sociedade e Estado, Brasília, pp. 753-770.
MATOS, Fátima Loureiro, 2001. A habitação no grande Porto: uma perspectiva geográfica da
evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio.
(Tese de Doutoramento).
Regulamentos do Plano de Urbanização de Fânzeres, 2004, Diário da Republica - I Série – B, N.º 102.
RODRIGUES, Ana Mafalda Flórido Trindade de Cristo, 2006 - Regulação urbanística e forma da nova
expansão urbana: o caso de Évora. Coimbra. (Tese de Mestrado).