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Geografia A – 11º ano

Professora Elisabete Rodrigues

Módulo 3- Os Espaços Organizados pela População

AS ÁREAS URBANAS
DINÂMICAS INTERNAS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Objetivos
Rodrigues

• Refletir sobre a dificuldade em definir cidade e centro urbano;


• Relacionar a diferenciação do espaço urbano com os transportes urbanos;
• Caracterizar as áreas funcionais do espaço urbano;
• Relacionar a localização das diferentes funções urbanas com o valor do solo;
• Explicar o papel das atividades terciárias na organização do espaço urbano;
• Explicar a interdependência locativa das diferentes funções;
• Explicar a diferenciação social das áreas residenciais;
• Relacionar as principais funções das diferentes áreas urbanas com as características da população;
• Relacionar o crescimento das áreas suburbanas e periurbanas com o dinamismo demográfico e funcional dos
centros urbanos;
• Problematizar os impactos territoriais resultantes da progressiva substituição do solo agrícola por usos urbanos e
industriais;
• Referir as heterogeneidades funcionais e sociais das áreas urbanas periféricas;
• Explicar o processo de formação das áreas metropolitanas;
• Identificar os principais efeitos polarizadores das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, a nível nacional e
regional;
• Explicar o papel da indústria no desenvolvimento das áreas onde se implanta;
• Equacionar os principais problemas urbanos;
• Discutir medidas de recuperação da qualidade de vida urbana propostas e/ou adotadas pelos órgãos de decisão.
NÚMERO DE CIDADES DE PORTUGAL
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 Lista das cidades de Portugal


- Código postal
https://codigopostal.ciberforma.pt/cidades/
no-mapa-de-portugal/

Lista das cidades de Portugal -


Wikipédia
https://www.pordata.pt/Municipios/Cid
ades-51
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_cidad
Dados de acordo com a versão 2013
es_em_Portugal
da Nomenclatura das Unidades
Territoriais para Fins Estatísticos
(NUTS). Para obter dados de NUTS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_cidades_em_
III, versão 2002, atualizados até Abril Portugal_por_data_de_cria%C3%A7%C3%A3o
2015.
CIDADES DE PORTUGAL
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Localização e data de
elevação cidade , 2005
DISTINÇÃO ENTRE ESPAÇO RURAL E ESPAÇO URBANO
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 Outrora a cidade distinguia-se perfeitamente do campo, não só pelas funções que


englobava mas, essencialmente, porque se aglutinava, a maior parte das vezes, atrás de
muralhas, que funcionavam como “couraças protetoras” e como barreira de separação das
áreas rurais envolventes.

 O crescimento urbano, com a expansão dos subúrbios, onde o modo de vida urbano e rural se
justapõem, é responsável pela dificuldade que por vezes existe na delimitação dos dois espaços
(rural e urbano), especialmente nestas áreas de penetração cidade/campo.

 Nas áreas de maior desenvolvimento, a oposição espaço rural/espaço urbano é cada vez
menos significativa, pelo menos a julgar pelos padrões culturais e pelo acesso aos meios de
consumo mais uniformizados, graças à ação dos meios de comunicação social
(importantíssimos meios difusores da “cultura urbana” da sociedade moderna).
URBANIZAÇAO
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Evolução da população residente, segundo a dimensão do lugar


Fonte: Pordata/INE 2013
DISTINGUIR O ESPAÇO URBANO

A ocupação do território confere à paisagem características que permitem fazer


diferenciações espaciais. Uma distinção comum opõe o espaço urbano ao
espaço rural, devido às diferentes características que permitem distingui-los na
paisagem.

Fig. Monsaraz, Alentejo.


Fig. Coimbra.
DEFINIR CIDADE

CARACTERÍSTICAS

 Densa ocupação humana e


elevado índice de construção.
 Intensa afluência de trânsito.
 Concentração de atividades
económicas.
 Elevado número de
equipamentos sociais, Fig. Museu da Eletricidade, Lisboa.
Fig. Rua na cidade de Albufeira.
Fig. Marquês de Pombal, Lisboa.
desportivos e culturais.
Fig. Rua na cidade de Lisboa.
DISTINÇÃO ENTRE ESPAÇO RURAL E ESPAÇO URBANO
Geografia A – 11º ano OS ESPAÇOS RURAIS E URBANOS DISTINGUEM-SE PRINCIPALMENTE:
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 pela ocupação do espaço – notamos que o espaço rural é ainda normalmente conotado com uma ocupação
agrícola, pecuária ou florestal;
 pelos meios de produção – verificamos que no espaço rural estes residem fundamentalmente na terra ,
enquanto no espaço urbano excluem a terra e são espacialmente concentrados, ocupando áreas mais
reduzidas;
 pela concentração da população – constatamos que esta é muito maior a nível urbano que rural, onde
predominam as construções baixas, normalmente unifamiliares e relacionadas com a atividade agrícola;
 pela dinâmica populacional – observamos que esta é muito menor nas áreas rurais, onde predomina uma
população envelhecida, com menor formação académica e profissional, o que conduz a uma menor
capacidade de inovação e de competição;
 pelas atividades económicas predominantes – encontramos, nas áreas rurais, uma atrofia dos sectores II e
III, reduzindo-se este último ao comércio vulgar, e ainda uma considerável concentração de mão de obra no
sector I embora, naturalmente, em estreita dependência em relação ao grau de desenvolvimento de cada área;
 pelas deslocações diárias – observamos nas áreas urbanas uma particular intensidade nas migrações
pendulares entre os locais de residência e trabalho, o que é mais raro nas áreas rurais;
 pela acessibilidade – a rede de transportes e de comunicações é normalmente muito menos densa nas áreas
rurais que nas áreas urbanas. Estas são frequentemente áreas de cruzamento de importantes vias de
comunicação, o que lhes confere um grau de acessibilidade considerável.
A ORGANIZAÇÃO DAS ÁREAS URBANAS
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A CIDADE – CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO

DEMOGRÁFICOS FUNCIONAL

• População • Densidade • Tem por base


absoluta populacional as atividades
desenvolvidas
pela população
ativa.
CRITÉRIO DEMOGRÁFICO
Geografia A – 11º ano Define um limiar mínimo, a partir do qual as aglomerações populacionais são consideradas cidades .
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POPULAÇÃO DENSIDADE
ABSOLUTA POPULACIONAL

•A definição com base na população absoluta é • A definição com base no nº de hab./km2 é


das mais utilizadas. das mais utilizadas
• Possui algumas vantagens tem a •Também nos deparamos com algumas
vantagem de ser fácil de aplicar, uma vez dificuldades.
que exige poucos dados estatísticos mas
coloca também algumas dificuldades:
• Cidades localizadas em PD que,
• conduz a enormes disparidades resultantes possuindo vastos espaços verdes e
da impossibilidade de estabelecer um número edifícios unifamiliares, apresentam
mínimo universal; densidades demográficas inferiores
• suscetível de apresentar variações muito à de aldeias mais ou menos
significativas de país para país. compactas em PED.
CRITÉRIO DEMOGRÁFICO
Geografia A – 11º ano Define um limiar mínimo, a partir do qual as aglomerações populacionais são consideradas cidades .
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O número de habitantes para um aglomerado ser cidade varia muito de


país para país: 250 na Dinamarca; 300 na Islândia; 2 000 em França; 10
000 em Espanha. As diferentes organizações, bem como as empresas,
também utilizam diferentes critérios para definir «cidade». Por
exemplo, a ONU apenas considera uma cidade a área urbana com mais
de 20 mil habitantes.

• conduz a enormes disparidades resultantes da impossibilidade de estabelecer um número mínimo


universal;
• suscetível de apresentar variações muito significativas de país para país.
CRITÉRIO FUNCIONAL
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• Tem por base as atividades desenvolvidas pela população ativa de um determinado


aglomerado urbano.
• Um determinado aglomerado será considerado cidade se a maioria dos seus residentes se
ocupar nos setores secundário e, fundamentalmente, terciário.

Limitações:
• inexistência de valores universais sobre a percentagem mínima de população residente empregue naqueles
setores para que uma dada aglomeração tenha a categoria de cidade;
• existência de situações em que a população residente de um determinado aglomerado, embora trabalhando
predominantemente naqueles setores de atividade, o faz fora da sua área de residência, isto é, noutro
aglomerado.
• Acresce a estas situações a profunda disparidade existente entre PD e PED.
PD: aceitável considerar como cidade um núcleo em que a população ativa empregada no setor
primário seja inferior a 25%.
PED: perfeitamente razoável considerar-se um nível percentual na casa dos 80%.
CRITÉRIO DEMOGRÁFICO CRITÉRIO FUNCIONAL

CRITÉRIO MISTO
Combinação dos dois critérios

A correlação dos dois critérios permite ultrapassar as


limitações de cada um dos critérios.
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CRITÉRIO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO

Aplica-se às cidades definidas por decisão legislativa.

São exemplos as capitais de distrito e as cidades criadas por vontade


régia, como forma de incentivar o povoamento, de recompensar
serviços prestados ou de garantir a defesa de regiões de fronteira.
Como se define cidade em Portugal?
EM PORTUGAL Conjugam-se os critérios demográfico, funcional e jurídico-administrativo, admitindo-se
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uma ponderação diferente em casos que, por razões de natureza histórica, cultural e arquitetónica,
Rodrigues possam justificar a elevação

Lei nº 11/82 de 2 de junho Lei nº 11/82 de 2 de junho


Artigo 12º Artigo 13º
Uma povoação só poderá ser elevada à categoria de vila quando Uma vila só poderá ser elevada à categoria de cidade quando conte com
conte com um número de eleitores, em aglomerado populacional um número de eleitores, em aglomerado populacional contínuo, superior
contínuo, superior a 3 000 e possua, pelo menos, metade dos a 8 000 e possua, pelo menos, metade dos seguintes equipamentos
seguintes equipamentos coletivos: coletivos:
• Posto de assistência médica;
• Farmácia; • Instalações hospitalares com serviço de permanência;
• Farmácias;
• Casa do Povo, dos Pescadores, de espetáculos, centro cultural
• Corporação de bombeiros;
ou outras coletividades; • Casa de espetáculos e centro cultural;
• Transportes públicos coletivos; • Museu e biblioteca;
• Estação dos CTT; • Instalações de hotelaria;
• Estabelecimentos comerciais e de hotelaria; • Estabelecimentos de ensino preparatório e secundário;
• Estabelecimento que ministre escolaridade obrigatória; • Estabelecimento de ensino pré-primário e infantários;
• Transportes públicos, urbanos e suburbanos;
• Agência bancária.
• Parques ou jardins públicos.

Artigo 14º
Importantes razões de natureza histórica, cultural e arquitetónica poderão justificar uma ponderação diferente
dos requisitos enumerados nos artigos 12º e 13º.
A “CIDADE ESTATÍSTICA”,
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Elisabete cidades estatísticas
As cidades assumem-se cada vez mais como motores do crescimento económico, da
competitividade e do emprego. A Lei nº 11/1982, de 2 de junho, estabelece as condições
que permitem a uma vila ser elevada à categoria de cidade. No entanto, a legislação é
omissa em relação aos limites geográficos das cidades. Neste contexto, em 2002 e tendo
por base a legislação que cria as cidades, o INE estabeleceu a “cidade estatística”, na
medida em que definiu critérios estatísticos que lhe permitiram definir territorialmente
os limites das cidades.

A cidade estatística é a unidade territorial que corresponde ao


ajustamento do perímetro urbano, consagrado nos instrumentos jurídicos
de ocupação de solos para a povoação com categoria de cidade, ao
perímetro das subsecções estatísticas utilizadas pelo INE na Base
Geográfica de Referenciação da Informação (BGRI) e que a integram. Esta
delimitação foi feita em parceria e com o aval das Câmaras Municipais.

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_cont_inst&INST=6251013&xlang=pt
CLASSIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS ( INE)
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ESPAÇO URBANO ESPAÇO SEMIURBANO ESPAÇO DE OCUPAÇÃO


PREDOMINANTEMENTE RURAL
Subsecção estatística que contempla Subsecção estatística tipificada como "solo não
um dos seguintes requisitos: urbano", de acordo com os critérios de Subsecção estatística tipificada como
1) tipificada como "solo urbano", de planeamento dos Planos Municipais de "solo não urbano", de acordo com os
acordo com os critérios de Ordenamento do Território, que não foi incluída critérios de planeamento assumidos nos
planeamento dos Planos Municipais previamente na categoria de espaço urbano, e Planos Municipais de Ordenamento do
de Ordenamento do Território; contempla, pelo menos um dos seguintes Território, que contempla o conjunto dos
2) integra uma secção com requisitos: seguintes requisitos:
densidade populacional superior a 1) integra uma secção com densidade 1) não foi incluída previamente na
500 habitantes por Km2; populacional superior a 100 habitantes por categoria de espaço urbano ou
3) integra um lugar com população Km2 e inferior ou igual a 500 habitantes por semiurbano;
residente igual ou superior a 5.000 Km2; 2) tem densidade populacional igual
habitantes. 2) 2) integra um lugar com população residente ou inferior a 100 habitantes por
igual ou superior a 2.000 habitantes e Km2;
inferior a 5.000 habitantes. 3) não integra um lugar com
população residente igual ou
superior a 2.000 habitante

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_cont_inst&INST=6251013
&xlang=pt
CLASSIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS ( INE)
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PORTUGAL MAIS URBANO
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Professora Elisabete Em Portugal, tem-se assistido à concentração da
Rodrigues

população e das atividades nas áreas urbanas,


habitualmente consideradas como motores de
crescimento económico, de competitividade e de
emprego.

O ritmo de crescimento urbano foi


particularmente intenso, o que se refletiu
no comportamento da Taxa de
Urbanização (TU).

POPULAÇÃO URBANA
TU= X 100
Fig. Evolução da taxa de urbanização em Portugal
POPULAÇÃO TOTAL
Portugal é, entre os países da União Europeia, um dos que tem menor taxa de
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Elisabete urbanização.

Fig. Taxa de urbanização nos países-membros da União Europeia (2012).


AUMENTO DA TAXA DE URBANIZAÇÃO
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A taxa de urbanização aumentou bastante nos últimos anos devido:

 ao aumento do nº de população que se concentra nas cidades

 ao aumento do nº de cidades

 à alteração do método de cálculo da população urbana*

* Até há alguns anos, apenas era contabilizada como população urbana a que residia
em cidades ou em aglomerados com dez mil habitantes. Atualmente a população
urbana é a residente nas Áreas Predominantemente Urbanas.

https://www.jn.pt/nacional/infografias/interior/norte-mais-urbano-e-muito-mais-velho-5401512.html
MORFOLOGIA URBANA
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O estudo da morfologia urbana faz-se pela análise da planta das cidades, as quais, tendo conhecido uma
evolução ao longo do tempo, apresentam plantas mistas. O estudo das várias plantas que possam existir numa
mesma cidade, permite observar a evolução desse centro urbano ao longo dos anos. A maior parte das cidades
não apresenta um plano original homogéneo, mas sim a sobreposição de dois ou mais tipos de plantas, cada
um deles, correspondente a épocas distintas.
PLANTA IRREGULAR
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Este tipo de planta (ou malha urbana) é característica das


cidades muçulmanas e medievais. As edificações
mostram que a cidade com este tipo de planta, cresceu
de forma desordenada: os edifícios estão construídos
em cima uns dos outros, as ruas são muito estreitas,
tortuosas e muitas vezes acabam em becos sem
saída, muitas dessas ruas mais parecem uns
labirintos, por vezes com escadinhas e calçadas
impedindo ou dificultando a circulação de veículos.

Esta planta de crescimento anárquico e desordenado,


surge em muitos centros urbanos, principalmente nas
áreas centrais e mais antigas. São exemplos em Portugal
deste tipo de plantas, algumas áreas das cidades de
Lisboa (Alfama e Mouraria) e algumas áreas históricas do
Porto, Silves e Moura.
PLANTA RADIOCONCÊNTRICA
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Este tipo de malha é comum na maioria das cidades


europeias e, geralmente, tem a ver com uma função
defensiva que remonta à Idade Média.

São típicas de cidade que possuíam uma muralha


defensiva e, à medida que a cidade ia crescendo, as
muralhas iam sendo destruídas e substituídas por outras
com um raio maior. No lugar das antigas muralhas, iam
sendo construídas ruas, que eram "cortadas" por outras
com acesso ao centro da cidade.

Também podem ter surgido como uma adaptação ao


lugar, ou seja, como adaptação ao relevo: em locais em
que o sítio da cidade era numa colina, um traçado radial
e em círculos concêntricos seria o mais apropriado às
condições naturais dos terrenos.
Radioconcêntrica irregular
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Planta RADIOCONCÊNTRICA IRREGULAR
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FARO
PLANTA RADIOCONCÊNTRICA REGULAR
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Palma Nuova: cidade ideal do Renascimento


Dos vários planos desenvolvidos com base no conceito de cidade ideal,
no Renascimento, somente Palma Nuova (1593) chegou, de facto, a ser
executada.

A sua função original era a de ser uma das fortificações avançadas do


cinturão de defesa de Veneza. Tendo o seu plano sido atribuído a Vicenzo
Scamozi, Palma Nova apresenta como formato um polígono de nove
lados, com traçado regular, com as suas principais ruas partindo de uma
grande praça central, hexagonal em direção a pontos determinados junto
às muralhas, sendo três delas a continuação das vias de acesso.

Essa configuração resulta num modelo harmonioso graças a uma


complexa disposição de ruas radiais, três anéis concêntricos, doze ruas
radiais adicionais e de seis pequenas praças secundárias situadas no
interior das quadras. Palma Nuova conseguiu chegar até os dias atuais
conservando o seu traçado original, o seu contorno fortificado e os seus
principais edifícios, sem que tais elementos tenham sido
descaraterizados por desenvolvimentos posteriores
http://casaabalcoada.blogspot.pt/2009/05/palma-nova-cidade-ideal-do-
renascimento.html
PLANTA ORTOGONAL
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As cidades com este tipo de planta apresentam um traçado


geométrico muito regular, com ruas direitas e perpendiculares,
formando entre elas ângulos retos (de 900).
Este formato urbano está adaptado a áreas planas e sem
limitações espaciais ao seu crescimento. Por isso foi muito usada
na construção das cidades do "Novo Mundo". Mas este tipo de
plantas remonta ao tempo dos gregos e dos romanos (que
usavam sempre este "esquema" nos acampamentos das suas
legiões). O desenvolvimento dos transportes e o uso do
automóvel particular, fizeram que esta fosse o tipo de planta mais
generalizado em todo o mundo. Porém também apresenta alguns
inconvenientes.
Muitas cidades, ao longo do seu desenvolvimento e crescimento,
adotaram diversos tipos de plantas. Assim, é também comum ver
cidades portuguesas com este traçado, como é o caso de
Espinho, Vila Real de Sto António, a baixa lisboeta, etc...
PLANTA ORTOGONAL
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O Centro de Chaves que é antiquíssimo


apresenta no entanto uma planta regular, em
quadrícula e assim o é, porque a cidade começou
por ser um acampamento romano e os
acampamentos dos legionários, que deram
depois origem a cidades foram sempre sendo
estruturados da mesma forma: uma cerca
retângular, com ruas desenhadas em quadricula,
existindo duas artérias principais a Cardo
(Norte/Sul) e a Decumana (Este/Oeste), que se
cruzavam numa praça central, onde era depois
levantado o Fórum.
PLANTA ORTOGONAL
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Baixa de Lisboa antes e depois do terramoto de 1755


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COEXISTÊNCIA DE VÁRIOS TIPOS DE PLANTAS


RESULTANTES DA INFLUÊNCIA DE VÁRIOS FATORES AO
LONGO DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CIDADE
ÁREAS FUNCIONAIS
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Escola Virtual – Áreas funcionais – manual da porto editora pagina 93

http://www.escolavirtual.pt/e-manuais/html5-reader/cloud-reader/kitaboo-
reflowable.html#/main/http;%7C%7Cwww.escolavirtual.pt%7Cemanuais-cs%7C9789720851697-
TE-01%7Chtml5%7C9789720851697-TE-01-
lite%7C?bat=w2WrPSglRO0bncGYktQqXtImRXfk6kCAxU4hJfyjx6AYhSdb6OWZ0%2BFCY86xxJeR&
readerType=new&pageMode=double&page=92
ÁREAS FUNCIONAIS
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Na organização interna do espaço urbano distinguem-se três tipos de áreas funcionais:

• Áreas Terciárias- dominam as atividades ligadas ao comércio e aos serviços;

• Áreas residenciais – vocacionadas para a habitação;

• Áreas industriais – predominam atividades ligadas à industria

Rua Santa Catarina- Porto


Bairro do Aleixo - Porto
Parque industrial -Aljustrel
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FATORES que influenciam a A LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS FUNCIONAIS
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Embora o predomínio de uma função numa dada área da cidade possa ser
explicado pela evolução histórica da cidade ou até pelas caraterísticas
geográficas dessa área, o fator que mais influencia a localização de uma função
num lugar da cidade é o preço do solo urbano ou renda locativa, que não é igual
em todo o espaço intraurbano.

RENDA LOCATIVA - custo do solo urbano.


A renda locativa depende de um conjunto variado de fatores
FATORES DE QUE DEPENDE A LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS FUNCIONAIS
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Fatores que influenciam o valor da renda locativa: o valor da renda locativa é maior
no centro e vai diminuindo para a
 acessibilidade (vias de comunicação e redes periferia, embora não de forma
de transporte) regular
 existência ou não de equipamentos e
infraestruturas a variação do valor da renda
locativa leva à variação funcional
 proximidade ou afastamento do centro
 qualidade das habitações
há locais fora do centro com
 condições ambientais
valores de renda locativa elevada
 especulação fundiária e imobiliária
 existência ou não de planos de reabilitação
Nos centros da cidade assiste-se a
 disponibilidade ou não de terrenos
uma especulação fundiária –
 ... sobrevalorização dos solos
FATORES DE QUE DEPENDE A LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS FUNCIONAIS
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o valor da renda locativa é maior
no centro e vai diminuindo para a
periferia, embora não de forma
regular

a variação do valor da renda


locativa leva à variação funcional

há locais fora do centro com


valores de renda locativa elevada

Nos centros da cidade assiste-se a


uma especulação fundiária –
sobrevalorização dos solos
FATORES DE QUE DEPENDE A LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS FUNCIONAIS
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• Áreas centrais: procura de espaço superior à oferta,
pelo que os fenómenos de especulação fundiária
adquirem aí maior visibilidade.

• Existência de áreas de solo expectante em que espaços de


dimensão significativa no tecido urbano são mantidos durante longo
tempo sem qualquer tipo de ocupação, aguardando a possibilidade
de serem transacionados por valores bastante superiores ao seu valor
real.

SOLO EXPECTANTE

Corresponde a espaços abandonados da cidade,


esquecidos ou improdutivos, mas que podem ter um
potencial de utilização e transformação muito elevado.
FATORES DE QUE DEPENDE A LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS FUNCIONAIS
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há locais fora do centro com


valores de renda locativa elevada

SOLO EXPECTANTE

Corresponde a espaços
abandonados da cidade,
esquecidos ou improdutivos,
mas que podem ter um
potencial de utilização e
transformação muito elevado.
A DIFERENCIAÇÃO FUNCIONAL
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Fig. Câmara Municipal de Cascais

A área urbana oferece uma grande oferta de funções


(comércio, serviços de saúde, administrativos e culturais,
industrias e habitações) que, regra geral, se encontram
organizadas no espaço formando as áreas funcionais .
A DIFERENCIAÇÃO FUNCIONAL
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O espaço urbano oferece uma grande


diversidade de funções que,
geralmente, se encontram
organizadas no espaço, formando as
chamadas

ÁREAS FUNCIONAIS
áreas mais ou menos homogéneas
em termos das funções que
oferecem.
Fig. Estação de São Bento, Porto.
ÁREAS FUNCIONAIS – ÁREA TERCIÁRIA
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Rodrigues
Elisabete Nas cidades é possível identificar uma área central, habitualmente designada por
CBD. Individualiza-se das restantes áreas da cidade pela grande concentração
de atividades terciárias.

 Comércio.
 Serviços especializados.
 Animação lúdica e cultural
de qualidade.
 Hotéis e restauração.

Demograficamente, o CBD caracteriza-se por:


 uma numerosa população flutuante;
 um reduzido número de habitantes. Fig. Hotel no centro de Lisboa.
ÁREAS FUNCIONAIS – ÁREA TERCIÁRIA
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ÁREAS FUNCIONAIS – ÁREA TERCIÁRIA
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Elisabete DIFERENCIAÇÃO ESPACIAL…

A diferenciação espacial - distribuição de determinadas funções


urbanas em áreas mais ou menos homogéneas . Evidencia-se
também pela existência de áreas especializadas.

No CBD, existe a tendência para a diferenciação


espacial, quer em altura quer no que respeita à
distribuição das atividades pelas ruas.

Individualizam-se áreas com


predomínio:
 comércio grossista;
Fig. Comércio na Baixa de Lisboa.
 comércio retalhista.
ÁREAS FUNCIONAIS – ÁREA TERCIÁRIA
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Nas áreas centrais, a distribuição


das diferentes atividades
apresenta uma diferenciação
funcional caracterizada por:

 Zonamento no plano vertical;

 Zonamento no plano
horizontal.

Ocupação diferenciada pelas várias atividades – zonamento vertical (atividades


com menor nível de exigência de contacto direto com o público ocupam os pisos
superiores, cabendo ao comércio a ocupação do rés do chão).
ÁREAS FUNCIONAIS – ÁREA TERCIÁRIA
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Fig. Ocupação do espaço na Baixa de Lisboa (zonamento vertical)


ÁREAS FUNCIONAIS – ÁREA TERCIÁRIA
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• Zonamento horizontal,
principalmente nas cidades
de maior dimensão (caso de
Lisboa e do Porto);
• O CBD/Baixa, tem vindo a
acompanhar o crescimento
das mesmas, expandindo
os seus limites ao longo de
várias artérias até aí
destinadas à função
residencial.

Fig. Rua Augusta - Lisboa


AS ÁREAS TERCIÁRIAS A diferenciação espacial evidencia-se também pela existência de áreas

Geografia A – 11º ano especializadas.


Professora Elisabete
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Fig. Diferenciação espacial no centro do Porto, de acordo com T. B. Salgueiro (2005).


AS ÁREAS TERCIÁRIAS
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Elisabete ÁREAS ESPECIALIZADAS.

Marcas internacionais de topo na Avenida da Liberdade, em Lisboa.


ÁREAS ESPECIALIZADAS.
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AS ÁREAS TERCIÁRIAS
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Fig. Diferenciação espacial da cidade de Lisboa


AS ÁREAS TERCIÁRIAS - As novas centralidades
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• Fruto da criação de novas


acessibilidades e das recentes formas
de comércio (shoppings; hipermercados),
assiste-se não só a uma expansão
como a uma fragmentação do CBD,
através do aparecimento de várias
centralidades.

• Passou-se de um modelo
monocêntrico (existência de
um CBD/Baixa) para um
MODELO POLICÊNTRICO,
com a presença de mais do que
Fig. Via Catarina - Cidade do
Porto
uma centralidade no tecido
urbano.
AS ÁREAS TERCIÁRIAS - As novas centralidades
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Fig. Via Catarina - Cidade do Porto


Fig. Centros urbanos polivalentes
AS ÁREAS TERCIÁRIAS - As novas centralidades
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AS ÁREAS TERCIÁRIAS
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AS ÁREAS TERCIÁRIAS
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AS ÁREAS TERCIÁRIAS
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Polos de inovação -
apresentam um conjunto de
denominadores comuns:
• oferta de emprego altamente
qualificado;
• boas redes de
telecomunicações;
• projetos arquitetónicos
visualmente marcantes;
• qualidade ambiental;
• boas acessibilidades, quer
nacionais quer internacionais;
• formação especializada, etc.
AS ÁREAS TERCIÁRIAS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues
AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues
• As áreas residenciais predominam no espaço urbano.

• A diversidade de formas e aspetos acabam por refletir o nível socioeconómico dos seus
residentes. Ao analisarmos a sua distribuição, apercebemo-nos, dos profundos contrastes
existentes ao nível da construção e localização dos edifícios, da acessibilidade e da
qualidade e existência, ou não, dos equipamentos.

• Esta diversidade é, na sua essência, o reflexo do nível económico e social dos seus habitantes.
Podemos, assim, constatar a existência de uma profunda segregação espacial, onde se
evidencia uma organização em áreas com alguma homogeneidade interna (os bairros),
registando-se, contudo, profundas desigualdades de área para área.

• A variação do preço do solo urbano é o fator que mais contribui para esta segregação
espacial. As áreas residenciais dividem-se, assim, em:
 áreas residenciais para classes com rendimentos elevados;
 áreas residenciais para classes com rendimentos médios;
 áreas residenciais para classes com rendimentos baixos.
AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

Época pré-industrial e durante


os primeiros tempos da
industrialização:
• a área central das cidades
concentrava a maior parte das
atividades económicas e constituía
o local por excelência da função
residencial.
• o centro da cidade era, assim, o
mais procurado e também o mais
prestigiado para residir.

Fig. Área residencial - Setúbal


AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

 Com o decorrer do tempo e o desenvolvimento


dos transportes verifica-se uma disputa crescente da
área central da cidade pelas atividades terciárias, o
que veio a favorecer a migração da função residencial
para outras áreas.

 O desenvolvimento dos transportes coletivos


urbanos e suburbanos e o uso crescente do
automóvel particular aceleraram o processo de
(re)localização das áreas habitacionais.

Fig. Estação de metro - Lisboa


AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano CLASSES DE MAIORES RECURSOS
Professora Elisabete
Rodrigues

Os melhores locais da cidade são ocupados pelas classes altas.

São, normalmente, áreas planeadas, com


boa acessibilidade, espaços verdes e,
muitas vezes, vista panorâmica, locais
aprazíveis e prestigiados.

As atividades económicas apresentam-


se pouco concentradas,
correspondendo, quase sempre, a
serviços de proximidade e comércio
sofisticado. Fig. Estoril, no concelho de Cascais.
AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

ÁREAS RESIDENCIAIS DA CLASSE ALTA

• Elevado valor das habitações, resultante:

• acessibilidade de • existência de • afastamento de


que estão dotadas; espaços verdes; áreas industriais;

• ambiente • reduzidos • fraca • qualidade


aprazível; níveis de intensidade construtiva;
poluição; de trânsito
• prestígio social.
AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
CLASSES DE MAIORES RECURSOS
Rodrigues

As classes altas ocupam também • Uma das tendências recentes é este


alguns lugares da periferia da cidade, tipo de áreas residenciais tomarem a
forma de condomínios fechados…
onde novas áreas ganharam prestígio.
AS ÁREAS RESIDENCIAIS CLASSES MÉDIAS

Os bairros das classes médias têm


menor qualidade arquitetónica e ocupam
grande parte do espaço urbano.

Nestas áreas, reside, de um modo geral, uma


população mais jovem, verificando-se uma
tendência generalizada para a aquisição de
casa própria, devido ao fraco dinamismo do
mercado de arrendamento, em Portugal.

Fig. Bairro residencial recente, no concelho do Montijo, na área suburbana de Lisboa.


AS ÁREAS RESIDENCIAIS ÁREAS RESIDENCIAIS DA CLASSE MÉDIA
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

• Em áreas mais periféricas, onde o


valor do solo é inferior;
• Conjuntos habitacionais de elevada
densidade assumem a forma de
habitação plurifamiliar (blocos de
apartamentos);
• Apesar do menor valor do solo, estas
áreas estão habitualmente bem
servidas em termos de acessibilidades;
• As elevadas densidades
populacionais justificam o
aparecimento de alguns espaços
comerciais de apoio.
Fig. Áreas suburbanas
AS ÁREAS RESIDENCIAIS
CLASSES DE MENORES RECURSOS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

A população de menores recursos reside nas


áreas antigas e degradadas da cidade, em bairros
de habitação precária e de habitação social.

Aparentam várias formas e encontram-se


disseminadas por toda a cidade;
Localização dominante nas áreas suburbanas, onde
o custo do solo atinge os seus valores mais baixos.

Fig. Ribeira, Porto.


AS ÁREAS RESIDENCIAIS
CLASSES DE MENORES RECURSOS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

Em Portugal, a habitação precária foi


praticamente erradicada, através do
realojamento em bairros de
habitação social, do Estado ou das
autarquias, onde os edifícios são
idênticos, com apartamentos
pequenos, para albergarem um
grande número de famílias.

Fig. Bairro social em Chelas, Lisboa.


AS ÁREAS RESIDENCIAIS
CLASSES DE MENORES RECURSOS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

Em Portugal, a habitação precária foi


praticamente erradicada, através do
realojamento em bairros de
habitação social, do Estado ou das
autarquias, onde os edifícios são
idênticos, com apartamentos
pequenos, para albergarem um
grande número de famílias.

Fig. Bairro social em Chelas, Lisboa.


AS ÁREAS RESIDENCIAIS
CLASSES DE MENORES RECURSOS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

bairros de habitação social

• Destinados à residência de população com


fracos recursos económicos;
• Observados em praticamente todas as
cidades do nosso país;
• Normalmente dispersos pelo tecido
urbano, ocupando predominantemente
áreas de reduzido valor do solo;
• Constituídos por blocos de habitação
plurifamiliar de fraca qualidade construtiva;
• (…)

Fig. Bairro da Bela Vista - Setúbal


AS ÁREAS RESIDENCIAIS
 Bairros clandestinos
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

• Alguns formados por barracas, também conhecidos por bairros de lata;


• Aparecem de forma mais evidente nos grandes centros urbanos, como no
caso de Lisboa e Porto.
• Localizados predominantemente em áreas periféricas;
• Resultantes por vezes de formas de apropriação voluntária do território;
• Desprovidos de infraestruturas (saneamento, eletricidade, …) e, como tal, não
possuem condições mínimas de salubridade.

Fig. Bairro de lata


AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

• Nos últimos anos, os núcleos de habitação


marginal têm vindo a diminuir significativamente:

• devido à implementação • fruto da própria


de programas específicos melhoria do nível de
– Programa Especial de vida das populações que
Realojamento (PER); os ocupam.

Fig. Habitações degradadas - Lisboa


AS ÁREAS RESIDENCIAIS : A GENTRIFICAÇÃO
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues
AS ÁREAS RESIDENCIAIS : A GENTRIFICAÇÂO
Geografia A – 11º ano GENTRIFICAÇÃO
Professora Elisabete
Rodrigues
Processo de recomposição e de substituição social que se tem verificado no espaço
urbano, muito ligado a ações de reabilitação urbana.
Fenómeno territorial e social – mudança socioespacial
https://www.youtube.com/watch?v=IfWzi2s7jcI

GENTRIFICAÇÃO Características síntese do Processo de gentrificação

1. Reorganização social da geografia da cidade –


Movimento de chegada de grupos de
substituição de um grupo social por outro de estatuto
estatuto social mais elevada a áreas mais elevado( centro da cidade).
centrais da cidade
2. transformação do ambiente construído e paisagem
Descreve o retorno ao centro da cidade de urbana – novos serviços e requalificação das áreas
pessoas da classe média-alta e alta, ocupando residenciais.
áreas tradicionalmente habitadas por
populações com baixos recursos, provocando 3. Mudança de ordem fundiária – eleva-se o valor do solo
alterações nas caraterísticas desses locais, urbano e aumento a quota de habitações em regime
de propriedade.
nem sempre desejadas pelos seus residentes
(casos dos bairros da Bica, Mouraria, Graça, 4. Reagrupamento espacial de um conjunto de indivíduos
Alfama, Bairro Alto…). que têm estios de vida e padrões culturais similares.
https://www.youtube.com/watch?v=81Ajap6FWRk
https://www.economias.pt/o-que-e-a-gentrificacao/
AS ÁREAS RESIDENCIAIS : A GENTRIFICAÇÃO
Geografia A – 11º ano
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Aspetos Positivos Vs Aspetos Negativos

https://www.youtube.com/watch?v=7-LdN7deU4s

https://www.youtube.com/watch?v=ZffCEo1Q7gs
AS ÁREAS RESIDENCIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
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AS ÁREAS INDUSTRIAIS Do centro para a periferia

A dinâmica funcional e a evolução do tecido urbano, levaram muitas indústrias a deixar a


cidade.

 Poluição e o ruído associados às


indústrias.
 Segmentação do processo
produtivo.
 Desenvolvimento das redes de
transporte. Fig. Metro, Porto.

Motivosda saída do centro:


Fig. Trânsito intenso
 Grande exigência de espaço.
numa rua de Lisboa.
 Elevado custo do solo e das
rendas.
 Congestionamentos de trânsito
e dificuldade de estacionamento.
Fig. Poluição industrial, fábrica de
AS ÁREAS INDUSTRIAIS
Geografia A – 11º ano
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Rodrigues

 A indústria, de uma forma geral, tem vindo a


perder peso em termos de localização no tecido
urbano. Esta tendência está diretamente relacionada:

• com a grande extensão dos • com a própria


processos de reestruturação desindustrialização da
industrial que o nosso país base económica.
sofreu;

Fig. Unidade industrial


AS ÁREAS INDUSTRIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

A criação de zonas industriais ou parques industriais e parques


empresariais veio ao encontro da necessidade de algumas empresas
para as quais a procura de terreno, a obtenção de licenças, de projetos e a
construção seriam desincentivadoras da mudança de instalações.
AS ÁREAS INDUSTRIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
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 Uma tendência recente na localização da indústria


em contexto urbano tem sido o aparecimento de pequenos
parques industriais…

• … localizados muitas vezes em antigos estabelecimentos


industriais abandonados, utilizados por várias empresas
ligadas a atividades de Investigação e Desenvolvimento.

• Concentra sobretudo PME, em setores inovadores


designados “de fronteira” – entre a indústria e a
prestação de serviços.
Fig. Armazéns industriais
AS ÁREAS INDUSTRIAIS
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues Ainda na cidade

Algumas indústrias de bens de consumo permanecem no interior ou


mesmo no centro da cidade, localizando-se sobretudo nas traseiras de
lojas ou em andares superiores dos edifícios

 Associadas a estabelecimentos comerciais, como a panificação.


 Trabalham por encomenda e requerem o contacto direto com o
cliente, como a confeção de alta-costura ou as artes gráficas.
 Produzem bens raros ou de elevado valor, como a joalharia.
Geografia A – 11º ano
Professora Elisabete
Rodrigues

Os novos processos de
organização das
cidades

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