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ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE AQUIDAUANA


Procuradoria Geral do Município

PARECER JURÍDICO N° 299/2019


PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 025/2019
SOLICITANTE: Núcleo de Convênios
ASSUNTO: Dispensa/Inexigibilidade de Chamamento Público

Ementa: Lei Federal n. 13.019/2014. Parceria.


Termo de Fomento. Chamamento Público.
Dispensa. Requisitos. Recomendações.
Atendimento. Possibilidade.

I - RELATÓRIO

01. Enviou-se, em 08.08.2019, a esta Procuradoria-


Geral do Município o Processo Administrativo em epígrafe, em que fora solicitado
emissão de manifestação jurídica da possibilidade de ser dispensável/inexigível ou não a
chamamento público cujo objeto da parceria é “Recursos financeiros provenientes do
FUNDEB para ações e manutenção e desenvolvimento do ensino na modalidade
educação especial” (fl. 03).

02. Instrui o processo 01 (um) volume, com total de


144 (cento e quarenta e quatro) folhas, podendo-se destacar, entre outros, os seguintes
documentos pertinentes à análise: Documentos referente ao plano de trabalho: Descrição
do projeto (fl. 03), cronograma de execução (fl. 04), Plano de aplicação (fl. 05/06),
Aquisição de equipamentos e materiais permanentes (fl. 07), aquisição de material de
consumo (fl. 08), detalhamento de ação (fl. 09); Documentos da Associação Pestalozzi
de Aquidauana: declarações (fls. 10/19, 21 e 114), certidões (fls. 20, 22/33); Análise
preliminar pelo Núcleo de Convênios (fls. 54/57 e 62/65); Nota de bloqueio n° 01/2019
(fl. 59); Retificações ao plano de trabalho: descrição do projeto (fl. 67), cronograma de
execução (fl. 68), plano de aplicação (fls. 69/70), proposta de aquisição de equipamentos
e materiais permanentes (fls. 71), proposta de aquisição de material de consumo (fl.
72/74), Reforma Geral das instalações elétricas da Escola (fl. 75), pesquisa de preço
referente ao painel fotovoltaico (fls. 76/90); Relação de dirigentes da Associação
Pestalozzi de Aquidauana (fls. 93/95); Análise de solicitação pela SEMED (fls. 100/102),
Análise de solicitação pelo Conselho Municipal do FUNDEB (fls. 103/106); Autorização
da autoridade competente para celebração da parceria (fl. 110); Justificativa do órgão
solicitante (fl. 111/113); Minuta do Termo de Fomento (fls. 115/127); Ofício da
Associação Pestalozzi de Aquidauana para reconsideração da análise do Conselho
Municipal do FUNDEB (fls. 132/136); Resposta do Conselho Municipal do FUNDEB
(fls. 138/141); Ofício da SEMED (fls. 142/143).

03. E o sucinto relatório.

04. Em cumprimento ao disposto no inciso IX do


art. 15 da Lei Complementar Municipal n° 11, de 09 de janeiro de 2009, e no inciso VI
do art. 35 da Lei Federal n.° 13.019, de 31 de julho de 2014, passa-se a opinar.

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II - FUNDAMENTAÇÃO

05. Inicialmente, é de se informar que o referido


processo foi entregue para análise, na mesma data de seu recebimento na Procuradoria, à
servidora, Thiele Gonçalves Cruz Magalhães de Oliveira, Assessora Jurídica Especial,
OAB/MS 18.987. no entanto, decorrido 01 (um) mês e mais de 10 (dez) dias, não houve
manifestação da mesma. Assim, este parecerista que ora subscreve, a pedido do Chefe do
Núcleo de Convênio, Sr. Emandes Peixoto de Miranda, avocou os autos. Prestado este
esclarecimento, passa-se as demais considerações inicias.

06. De proêmio, deve-se salientar que a presente


manifestação toma por base, exclusivamente, os elementos constantes dos autos até a
presente data, e que, incumbe a esta Procuradoria prestar consultoria sob o prisma
estritamente jurídico, não lhe competindo adentrar na análise da conveniência e
oportunidade dos atos no âmbito das colendas Secretarias Municipais, nem analisar
aspectos de natureza eminentemente técnica, econômica, financeira e/ou administrativa.

07. Em relação aos aspectos de natureza técnica


alheios à seara jurídica, parte-se da premissa de que os órgãos e servidores competentes
para a sua apreciação detêm os conhecimentos específicos necessários e os analisaram
adequadamente, verificando a exatidão das informações constantes dos autos e atuando
em conformidade com suas atribuições.

08. Ressalte-se, por fim, que as manifestações desta


Procuradoria possuem natureza opinativa e, portanto, não vinculante para o gestor
público, o qual pode, de forma justificada, adotar orientação contrária àquela emanada no
presente pronunciamento. Ou seja, a presente manifestação tem natureza obrigatória,
porém não vinculante.

09. Apresentadas essas considerações preliminares,


passa-se ao exame da questão.

Dos aspectos formais do processo administrativo

10. O art. 22 da Lei Federal n° 9.784/1998 dispõe


que “os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir”.

11. Com efeito, no que tange especificamente à


licitação, bem como contratos/convênios e outros ajustes, conforme as normas regentes,
o processo administrativo deverá observar as normas que lhes são aplicáveis, iniciando-
se com a devida autuação, com a correspondente protocolização e numeração, juntando-
se, em sequência cronológica, os documentos pertinentes, cujas folhas devem ser
numeradas e rubricadas, sendo que cada volume deverá conter os respectivos termos de

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abertura e encerramento, compreendendo, na medida do possível, o máximo, 200 folhas,


havendo, inclusive, orientação normativa da Advocacia-Geral da União, veja-se:

ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU N° 2, DE 1o DE ABRIL DE 2009


“Os instrumentos dos contratos, convênios e demais ajustes, bem como os
respectivos aditivos, devem integrar um único processo administrativo, devidamente
autuado em sequência cronológica, numerado, rubricado, contendo cada volume os
respectivos termos de abertura e encerramento. ”

12. Sobre o alcance da Lei Federal n° 9.784/1998,


há entendimento sumular do Superior Tribunal de Justiça, veja-se:

Súmula 633-STJ: A Lei 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo


o decadencial para revisão de atos administrativos no âmbito da administração
pública federal, pode ser aplicada de forma subsidiária aos Estados e municípios se
inexistente norma local e específica regulando a matéria.

13. Compulsando-se os autos do presente processo,


é possível extrair que fora regularmente iniciado, autuado, protocolado e registrado, na
forma exigida pelo artigo 38, caput, c/c artigo 4o, todos da Lei n° 8.666, de 1993 e suas
folhas foram sequencialmente numeradas e rubricadas, tal como exige o artigo 22, § 4o,
da Lei Federal n° 9.784, de 1999.

DAS PARCERTAS PELA LEI FEDERAL n° 13.019/2014

14. Quanto ao fundamento do procedimento da


contratação, frisa-se que a regra c a de que todo e qualquer contrato firmado pela
Administração seja precedido de licitação, na forma do art. 37, inc. XXI, da CF/88. Em
outros termos, a contratação direta é exceção a essa regra, razão pela qual precisam ser
interpretadas com cautela e visar sempre o atendimento de uma situação de manifesto
interesse público.

15. As parcerias firmadas entre a Administração


Pública e as Organizações da Sociedade Civil são regidas pela Lei Federal n° 13.019, de
31 de julho de 2014, alterada pela Lei Federal n° 13.204, de 14 de dezembro de 2015, o
novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil - MROSC, o qual fora
regulamentado, em âmbito federal, pelo Decreto Federal n° 8.726, de 27 de abril de 2016.

16. A seguir, passa-se ao cotejo entre estas


exigências legais e a instrução dos autos, no intuito de verificar a regularidade jurídica do
caso em exame, ou, se for o caso, apontar as providências que ainda devem ser adotadas
pela Administração.

Dos tipos de parcerias

17. Nos termos da referida lei, a parceria é


considerada um conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações advindas de umai

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relação jurídica formalmente constituída entre a administração pública e a organização da


sociedade civil. O inciso III do art. 2o prevê que o objetivo desta relação jurídica é a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco, conforme previsto do
instrumento celebrado.

18. Assim, verifica-se que a natureza jurídica desta


parceria é contratual, uma relação sinalagmática. Ainda que sob a égide de interesses
públicos, o que indica um interesse comum entre ambos, a parceria envolve ainda
finalidades recíprocas.

19. A parceria firmada entre organizações da


sociedade civil e a administração pública, sob a égide da Lei Federal n° 13.019 de 2014,
pode ocorrer por meio de três instrumentos: termo de colaboração, termo de fomento e
acordo de cooperação, os quais estão previstos no art. Io do diploma legal e têm seus
conceitos expressamente indicados nos incisos VII, VIII e VIII-A do art. 2o.

20. O Termo de Fomento será adotado para a


consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações
da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros (Lei Federal n°
13.019/2014, art. 2o, inciso VIII). Ou seja, visa apoiar e reconhecer iniciativas das
próprias organizações, buscando atrair para as políticas públicas tecnologias sociais
inovadoras e fomentar projetos e eventos nas mais diversas áreas e ampliar o alcance das
ações desenvolvidas por parte das organizações (art. 2o, §1°, Decreto Federal n°
8.726/2016).

21. Já o Termo de Colaboração será adotado para


a consecução de planos de trabalho cuia concepção seja do Poder Público, com o objetivo
de executar projetos ou atividades parametrizadas pela Administração Pública (art. 2o,
§2°, Decreto Federal n° 8.726/2016).

22. Por fim, o Acordo de Cooperação que consiste


no instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros (art. 2o, inc. VIII-A, da Lei Federal n° 13.019/2014).

23. Veja-se, portanto, que a diferenciação jurídica


entre o Termo de Fomento e o Termo de Colaboração está lastreada essencialmente na
autoria do projeto. Assim, os projetos desenvolvidos ou criados pela própria Organização
da Sociedade Civil - OSC poderão ensejar a celebração de Termos de Fomento. Já os
projetos parametrizados pela Administração Pública Federal e executados pela
Organização da Sociedade Civil em estrita conformidade àqueles parâmetros constituirão
termo de colaboração.

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24. Considerado os documentos acostados aos


autos, a esta Procuradoria, s.m.j, o instrumento jurídico mais adequado à formalização da
avença é o Termo de Fomento, nos termos do art. 2°, VIIL da Lei Federal n° 13.019 de
2014.

25. Alerta-se, por oportuno, que o uso de


instrumento diverso do mais adequado, dentre aqueles criados pela Lei Federal n° 13.019
de 2014, não pode ser considerado mero erro de forma, uma vez que os regramentos de
um e outro são diversos. Para a autoridade que empregou o meio diverso para formalizar
o ajuste, pode exsurgir responsabilidade nos termos da Lei n. 8.429, de 2 de junho de
1992, arts. 10, inc. II, ou 11, inc. I.

26. Nota-se ainda que o regime jurídico instituído a


partir da Lei Federal n° 13.019/2014 estabelece um procedimento a ser seguido.

Do procedimento para celebração das parcerias

27. Em regra, a Lei Federal n° 13.019/2014 exige a


realização de chamamento público prévio, a fim de selecionar as organizações da
sociedade civil com quem serão celebrados os termos de fomento e colaboração (art. 24),
que, segundo a ordem do art. 35, seria o primeiro passo a ser vencido no processo de
formalização de um termo de parceria ou de colaboração, no entanto, antes de aprofundar
o estudo quanto aos seus requisitos, deve-se esclarecer o papel do Procedimento de
Manifestação de Interesse Social, prevista nos arts. 18 e seguintes.

28. A manifestação de interesse social contida na


Lei Federal n° 13.019/2014 alinha-se às disposições da Lei Federal n° 8.987 (conhecida
como Lei Geral de Concessões), da Lei Federal n° 1 1.079 (que dispõe sobre as normas
gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da
administração pública) e de seu Decreto Regulamentador n° 5.997/2006, os quais
prescrevem os procedimentos pelos quais particulares orientam à Administração Pública
projetos, estudos e soluções. Com a manifestação de interesse social, não somente as
organizações da sociedade civil, mas também movimentos sociais e cidadãos poderão
orientar ao Poder Público propostas que podem culminar na concretização de um
chamamento público para a celebração de parceria. Contudo, cumpre ressaltar que a
realização de procedimento de manifestação de interesse social não implica
necessariamente na execução de chamamento público, pois este ocorre em conformidade
com a oportunidade e a conveniência analisadas pela Administração.

29. O chamamento público, ao contrário da


manifestação de interesse social, é, via de regra, imprescindível para celebração dos
termos dc colaboração e de parceria, porém, traz a Lei Federal n° 13.019/2014 as
hipóteses em que se dispensa ou não se exige a consecução da referida etapa.

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30. A dispensa do chamamento reside em uma


prerrogativa que detém a Administração Pública, se verificadas as circunstâncias
dispostas nos incisos do art. 30, do marco legal, que entabula, in verbis:

Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento


público:
I - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de
atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;
(Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
II - nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública
ou ameaça à paz social; (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
III - quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas
ou em situação que possa comprometer a sua segurança;
IV - (VETADO).
V - (VETADO); (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
VI - no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e
assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil
previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política. (Incluído pela
Lei n° 13.204, de 2015)

31. Vislumbra-se, como pano de fundo comum


entre os seis incisos do art. 30, o intento de proteção dos interesses públicos, sobretudo
em função da repercussão em direitos fundamentais e sociais.

32. # Por outro lado, no caso das hipóteses de


inexigibilidade do chamamento público, constata-se que o legislador procurou garantir a
eficiência e a utilidade ao processo de escolha inerente ao chamamento público, uma vez
que, seja em virtude da natureza singular do objeto do plano de trabalho, ou pela
viabilidade de concretização das metas por apenas uma entidade específica, a competição
entre organizações da sociedade civil torne-se inviável.

33. Institui o art. 31, da Lei Federal n° 13.019/2014


que:

Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de


inviabilidade de competição entre as organizações da sociedade civil, em razão
da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente puderem
ser atingidas por uma entidade específica, especialmente quando: (Redação
dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
I - o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou
compromisso internacional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os
recursos; (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
II - a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que
esteja autorizada em lei na qual seja identificada expressamente a entidade
beneficiária, inclusive quando se tratar da subvenção prevista no inciso I do § 3o do
art. 12 da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964, observado o disposto no art. 26 da
Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000. (Incluído pela Lei n° 13.204, de
2015)

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34. O objeto da controvérsia jurídica específica
destes autos, considerando os documentos juntados aos autos, encontra-se fundamento
legal tanto nas denominadas hipóteses de dispensa, prevista no art. 30, inc. VI, quanto de
inexigibilidade de chamamento público, na forma do art. 31, inc. I, ambos da Lei Federal
n° 13.019/2014, isso porque as atividades voltadas ou vinculadas propostas no plano de
trabalho relacionam com os serviços de assistência social e serão executadas por
organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva
política, assim como há declaração da área técnica no sentido de que inviabilidade de
competição em razão da natureza singular do objeto da parceria.

35. Tanto para os casos de dispensa quanto para as


hipóteses de inexigibilidade, deverá o administrador público apresentar sua justificativa
para a ausência do chamamento público, nos termos do art. 32 do referido diploma.

Da justificativa da autoridade competente

36. A doutrina moderna ensina que todo ato


administrativo precisa ser motivado. No terreno dos contratos administrativos não é
diferente. Além de cumprir regramento legal, como, por exemplo, o contido nos arts 2o e
50 da Lei Federal n° 9.784/99, a decisão por contratar esse ou aquele objeto precisa ter
uma conformação com o interesse público, situação que só é demonstrável a partir da
motivação ou justificativa do ato de contratação.

37. O que se põe aqui é que se houver no futuro


algum questionamento sobre o porquê da contratação ou de dispensa ou inexigibilidade
de determinado procedimento, o fato de ter sido bem justificado, com a indicação precisa
das necessidades administrativas no momento histórico, colocará o gestor numa situação
de tranquilidade frente às auditorias realizadas pelos órgãos de controle, ou frente aos
questionamentos feitos pela sociedade. Significa demonstrar previamente, de maneira
metódica e didática, as razões pelas quais a Administração está a contratar esse ou aquele
objeto, inclusive quanto ao aspecto quantitativo. A contrário, a justificativa genérica, que
não demonstra claramente a ligação entre o objeto a ser contratado e a sua aplicação
prática no dia-a-dia da Administração, nem o porquê fora escolhido esse ou aquele
caminho, não é recomendável.

38. Sobre a justificativa da necessidade da


contratação, extrai-se também, da legislação de regência, tratar-se de ato atribuído à
autoridade competente (ou, por delegação de competência, ao ordenador de despesa ou,
ainda, ao agente encarregado da contratação no âmbito da Administração), a quem cabe
indicar os elementos técnicos fundamentais que o apoiam.

39. Consta nos autos (fls. 111/113) a justificativa da


inexigibilidade/dispensa de chamamento público. Registra-se que tal justificativa é de
inteira responsabilidade do órgão interessado na contratação em comento.

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40. Diante dessas informações, pode se asseverar
que o fundamento jurídico utilizado se mostra formalmente adequado, ao menos no que
tange aos seus aspectos jurídico-formais.

41. Quanto aos aspectos técnicos, vale acentuar que


é de responsabilidade da Administração a veracidade dos motivos alegados, bem como a
decisão acerca da necessidade de licitar e, consequentemente, prosseguir na contratação.
Relembre-se que não está na seara da Procuradoria avaliá-las ou emitir juízo de valor
sobre a necessidade de contratação, pois essa tarefa envolve aspectos de caráter
eminentemente técnicos, além de ponderação de conveniência e oportunidade. São, por
isso, de competência exclusiva da Administração.

42. Cumpre, porém, alertar que a “teoria dos


motivos determinantes” preconiza que os atos administrativos, quando motivados, ficam
vinculados aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídicos. Até mesmo sua validade
dependerá da efetiva existência dos motivos apresentados. Recomenda-se. por isso,
especial cautela quanto aos seus termos, que devem ser claros, precisos e corresponder à
real demanda do órgão/ente interessado, sendo inadmissíveis especificações que não
agreguem valor ao resultado da contratação, ou superiores às necessidades do Município,
ou, ainda, que estejam defasadas tecnológica e/ou metodologicamente.

Da qualificação dos pactuantes

43. Quanto à qualificação das partes pactuantes,


cumpre perscrutar se enquadra ou não como organização da sociedade civil, dispondo o
art. 2o, inc. I, da Lei Federal n. 13.019/2014, a respeito da conceituação necessária, in
verbis:

Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se:


I - organização da sociedade civil: (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios
ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros
eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos,
dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu
patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os
aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma
imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de
reserva; (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de
1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal
ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração
de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de
trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão
rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse
público e de cunho social. (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de
interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente
religiosos; (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
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44. Neste ínterim, deve-se interpretá-lo em


conjunto com o teor do art. 33, da mesma Lei:

Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizações da


sociedade civil deverão ser regidas por normas de organização interna que
prevejam, expressamente: (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
I - objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância
pública e social;
II - (Revogado pela Lei n° 13.204, de 2015)
III - que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido
seja transferido a outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os
requisitos desta Lei e cujo objeto social seja, preferencialmente, o mesmo da
entidade extinta; (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
IV - escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com
as Normas Brasileiras de Contabilidade; (Redação dada pela Lei n° 13.204, de
2015)
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
V - possuir: (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo, comprovados
por meio de documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil,
com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, conforme,
respectivamente, a parceria seja celebrada no âmbito dos Municípios, do Distrito
Federal ou dos Estados e da União, admitida a redução desses prazos por ato
específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los; (Incluído
pela Lei n° 13.204, de 2015)
b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou de
natureza semelhante; (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
c) instalações, condições materiais e capacidade técnica e operacional para o
desenvolvimento das atividades ou projetos previstos na parceria e o cumprimento
das metas estabelecidas. (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)

45. Assim sendo, considerando o estatuto social da


Associação Pestalozzi de Aquidauana (fls. 38/50 - cópia), principalmente quanto às
finalidades institucionais, previsão da destinação do patrimônio em caso de dissolução e
de se tratar o referido proponente de entidade privada sem fins lucrativos (arts. Io, §§ Io
e 3o do Estatuto Social) atendem as exigências do art. 33, da Lei n° 13.019/2004. Por
cautela, recomenda-se a área técnica certificar-se quanto à veracidade dos referidos
documentos.

46. Por outro lado, a Administração Pública


compreende a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas respectivas autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedade de economia mista prestadoras de serviço
público, além de suas subsidiárias, alcançadas pelo disposto no parágrafo 9o do art. 37 da
Constituição Federal.

47. Desta feita, as parcerias celebradas entre


organização da sociedade civil e administração pública que atendam as especificidades
acima apontadas, ensejarão a aplicação da Lei Federal n° 13.019 de 2014, salvo nas
hipóteses previstas no art. 3o da Lei.

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48. O art. 3o excetua a aplicabilidade da Lei Federal


n° 13.019 de 2014 nos seguintes casos:

Art. 3o Não se aplicam as exigências desta Lei:


I - às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou
autorizadas pelo Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos
tratados, acordos e convenções internacionais conflitarem com esta Lei; (Redação
dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
III - aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que
cumpridos os requisitos previstos na Lei n° 9.637, de 15 de maio de 1998; (Redação
dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
IV - aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos nos termos do § 1o do art. 199 da Constituição Federal; (Incluído pela Lei
n° 13.204, de 2015)
V - aos termos de compromisso cultural referidos no § 1o do art. 9o da Lei no 13.018,
de 22 de julho de 2014; (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
VI - aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de
interesse público, desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei no 9.790, de
23 de março de 1999; (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
VII - às transferências referidas no art. 2o da Lei no 10.845, de 5 de março de 2004,
e nos arts. 5o e 22 da Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009; (Incluído pela Lei n°
13.204, de 2015)
VIII - (VETADO); (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
IX - aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas
associativas em favor de organismos internacionais ou entidades que sejam
obrigatoriamente constituídas por: (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
a) membros de Poder ou do Ministério Público; (Incluída pela Lei n° 13.204, de 2015)
b) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública; (Incluída pela Lei
n° 13.204, de 2015)
c) pessoas jurídicas de direito público interno; (Incluída pela Lei n° 13.204, de 2015)
d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública; (Incluída pela Lei n°
13.204, de 2015)
X - às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.
(Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)

49. Além das hipóteses de afastamento da aplicação


da Lei Federal n° 13.019, de 2014, constantes do art. 3o, o art. 41 do mesmo diploma legal
ressalva também a aplicabilidade na hipótese do parágrafo único do art. 84.

50. O art. 84 prevê que as regras dispostas no art.


116 da Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, não se aplicam às parcerias regidas
pela Lei Federal n° 13.019 de 2014.

51. Dessa forma, o marco legal que regulamenta as


parcerias firmadas entre organizações da sociedade civil e a administração pública afasta
expressamente o regramento da Lei Federal n° 8.666 de 1993.

52. No caso concreto, verifica-se que as partes


pactuantes se enquadram nas previsões do Marco Regulatório das Organizações da

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Sociedade Civil, não estando presente qualquer hipótese que exclua a incidência da lei
em apreço.

Da análise preliminar

53. Quanto à análise preliminar, o Tribunal de


Contas da União (TCU) vem reiteradamente alertando os gestores públicos para a
importância da fase de planejamento, pois dela depende a efetividade das fases
subsequentes. Veja-se:

3.2.28 A adequada análise técnica das proposições, certificando-se da consistência


dos planos de trabalho, da adequabilidade de seus custos e das condições das
entidades convenentes para executá-los, constitui a validação do planejamento da
ação a ser executada e é a fase de controle mais efetiva e menos onerosa neste
tipo de processo: a antecedente. A efetividade das demais fases, a concomitante
(acompanhamento e fiscalização da execução) e a subseqüente (avaliação de
resultados e prestações de contas) dependem fundamentalmente dos parâmetros
estabelecidos na primeira fase. Os fatos descritos neste relatório denotam uma
correlação do tipo causa e efeito entre a negligência na primeira fase e as
irregularidades praticadas nas demais.
(TCU, Acórdão 390/2009 - Plenário)

Do plano de trabalho

54. Quanto ao plano de trabalho, este constitui


importante documento para acompanhamento na formalização e execução da parceria,
devendo apresentar informações suficientes para tanto. Deve apresentar de forma clara e
objetiva as atividades, as metas, os objetivos, os recursos envolvidos na execução do
objeto, bem como as demais informações necessárias à prestação de contas e
monitoramento pela Administração Pública

55. O art. 22 da Lei Federal n. 13.019/2014 e o art.


25 do Decreto Federal n. 8.726/2016 estabelecem os elementos necessários que nele
deverão constar.

56. Nesse contexto, faz-se uma advertência ao


Gestor Público, quanto ao entendimento do TCU, no seguinte sentido:
A emissão de parecer favorável a celebração de convênio pelo gestor financeiro,
sem que o plano de trabalho contenha detalhamento dos iter.s de despesa da
contrapartida e dos custos das atividades a serem executadas justificam a aplicação
de multa ao responsável.
(TCU. Acórdão 585/2012 - Plenário, Data da sessão 14/03/2012, Relator ANA
ARRAES)

A assinatura de convênios com detalhamento insuficiente do plano de trabalho, a


omissão quanto à intempestividade do convenente na apresentação de documentos
e prestações de contas, assim como a análise pouco aprofundada dessas, violam

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os princípios da legalidade, da economicidade e da transparência, que devem ser
observados pela Administração Pública.
(TCU. Acórdão 775/2017-Plenário, Relator: JOSÉ MUCIO MONTEIRO, Data da
sessão 19/04/2017)

57. Vale lembrar que o plano de trabalho é parte


integrante e indissociável do termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de
cooperação, nos termos do parágrafo único do art. 42 da Lei Federal n° 13.019, de 2014.

58. O plano de trabalho poderá ainda ser revisto


para alteração de valores ou metas através de termo aditivo ou apostilamento do plano de
trabalho original. Todavia, entende-se que tal alteração não pode culminar na modificação
do objeto da parceria, o que deve ser analisado pela Área Técnica em sua manifestação.

59. Cumpre destacar ainda que a não observância


do plano de trabalho poderá ensejar, garantido o contraditório e a ampla defesa, sanções
à organização da sociedade civil pela Administração Pública. São elas:

Art. 73. Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as
normas desta Lei e da legislação específica, a administração pública poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar à organização da sociedade civil as seguintes
sanções: (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
I - advertência;
II - suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento
de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da
administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos; (Redação
dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
III - declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar
parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo,
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que
será concedida sempre que a organização da sociedade civil ressarcir a
L »
administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da
sanção aplicada com base no inciso II. (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
§ 1o As sanções estabelecidas nos incisos II e III são de competência exclusiva de
Ministro de Estado ou de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, conforme o
caso, facultada a defesa do interessado nó respectivo processo, no prazo de dez
dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após dois anos de
aplicação da penalidade. (Redação dada pela Lei n° 13.204, de 2015)
§ 2o Prescreve em cinco anos, contados a partir da data da apresentação da
prestação de contas, a aplicação de penalidade decorrente de infração relacionada
à execução da parceria. (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)
§ 3o A prescrição será interrompida com a edição de ato administrativo voltado à
apuração da infração. (Incluído pela Lei n° 13.204, de 2015)

60. Observadas as exigências acima expostas, deve


a Área Técnica, após análise detida de todos os elementos do plano de trabalho aprovar
expressamente o plano de trabalho constante dos autos, não sendo suficiente a mera
menção da presença do documento em sua manifestação, uma vez que a aprovação do
plano de trabalho (documento de natureza técnica) é requisito para a formalização e
celebração dos termos de colaboração e fomento, conforme dispõe o art. 35, inciso IV,

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Lei Federal n. 13.019/2014. No entanto, não foi possível verificar se a Área Técnica
aprovou expressamente o plano de trabalho. Assim, recomenda-se o atendimento das
referidas exigências normativas, levando-se ainda em considerações os apontamentos de
lavra do Conselho Municipal do FUNDEB (fls. 103/106 e 138/141).

Do prazo estipulado para vigência

61. Quanto ao prazo estipulado para vigência da


proposta de Termo de Fomento, compete a Área Técnica verificar se é suficiente para
a realização do objeto. Assim, recomenda-se a referida verificação se é suficiente para a
realização do objeto. Ressalta-se que, em caso de instrumento com prazo expirado, não é
possível a prorrogação, o que prejudicaria a conclusão do objeto. Nesse sentido, destaca-
se o item 9.2 do Acórdão TC-011.682/2012-4, (Acórdão n° 2.813/2013 - 2a Câmara), do
TCU:

Determinação ao Ministério do Turismo para que se abstenha de celebrar convênio


ou outro instrumento congênere com prazo de execução muito exíguo e bem
próximo da formalização do ajuste, prejudicando com isso a efetiva e oportuna
fiscalização do órgão repassador sobre a aplicação dos valores federais
transferidos.

62. Por oportuno, urge alertar os gestores públicos


para a recente Acórdão 1441/2018 Segunda Câmara-TCU, cuja conclusão não deixa
dúvidas quanto ao risco da celebração de convênios às vésperas do evento pretendido (o
que certamente também se aplica aos termos de colaboração e fomento):

Responsabilidade. Convênio. Concedente. Evento. Transferência de recursos.


Intempestividade. Multa. A celebração de convênio, que tenha por objeto a
celebração de evento com data fixada, sem tempo hábil para a liberação dos
recursos necessários à operacionalizacão do ajuste é irregularidade passível de
multa ao gestor do órgão concedente. pois gera o repasse dos valores de forma
extemporânea, inviabilizando a execução da despesa em conformidade com as
normas que regem a matéria.
(ACÓRDÃO N° 1441/2018 - TCU - 2a Câmara. Processo n° TC 009.299/2015-7.
Relator Ministro MARCOS BEMQUERER. Sessão em 20/03/2018)

Da pesquisa de preços c estimativa do gasto

63. Sobre a análise de custos, a ampla e adequada


pesquisa de valores permite a correta estimativa do custo do objeto a ser adquirido em
planilhas de quantitativos e preços unitários, define os recursos orçamentários suficientes
para a cobertura das despesas contratuais e serve de balizamento para a análise das
propostas, havendo previsão nos arts. Io a 4o da Lei Municipal n° 2.525/2017.

64. No que tange à obtenção do resultado da


pesquisa, os normativos mencionados e outros regentes preveem a média ou o menor dos
preços obtidos em cada fonte, devendo a Administração se valer de três preços ou

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fornecedores, desconsiderados os preços inexequíveis ou os excessivamente elevados. Se


não for possível, deve consignar a justificativa nos autos.

65. Note-se que tais diretrizes consolidam, em certa


medida, a praxe administrativa e a orientação do TCU e TCE/MS no tocante à utilização
do número mínimo de três preços ou orçamentos de fornecedores distintos para realizar
a estimativa de preços por ocasião da instauração de procedimento licitatório. Além disso,
há vedação expressa da utilização de preços inexequíveis ou os excessivamente elevados
como parâmetro de aferição do preço médio.

66. Nesse sentido, apesar de não tratar


especificamente de Termos de Colaboração e Fomento (que não existiam à época), o TCU
já recomendou que os gestores públicos atentassem à compatibilidade entre os valores
orçados pelos proponentes e os valores praticados no mercado, com base nos princípios
que regem a Administração Pública, em especial os princípios da economicidade e da
eficiência (aplicáveis ao caso em análise), in verbis:

(...) 9.5. determinar ao Ministério da Cultura que exerça controle sobre a fase de
análise técnica das proposições e de celebração dos instrumentos que disciplinam
a transferência dos recursos a título de convênios, acordos, ajustes e instrumentos
congêneres, atentando para a compatibilidade entre os valores orçados pelo
contratante e os valores praticados no mercado, consoante os arts. 43, inciso IV, e
116 da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, c/c o art. 20 da Portaria Interministerial
MP/MF/MCT n° 127, de 29 de maio de 2008;
(ACÓRDÃO N° 3716/2010 - TCU - 2a Câmara. Processo n° TC 006.331/2008-6.
Relator Ministro Substituto André Luís de Carvalho.)

67. Na situação dos autos, verifica-se que a


Administração não realizou tais diligência, dentro do padrão jurídico-formal exigido^
Assim, recomenda-se o atendimento das referidas exigências normativas ou preste os
devidos esclarecimentos, conforme art. 4° da Lei Municipal n° 2.525/2017.1

Da disponibilidade orçamentária para garantir a despesa

68. Quanto à disponibilidade orçamentária para


garantir a despesa, segundo os arts. 24, § Io, inc. I c/c 35, inc. II e 29 da Lei Federal n°
13.019/2014, é necessário a especificação de programação orçamentária que autoriza e
viabiliza a celebração da parceria.

69. Ademais, registre-se a necessidade da


existência de disponibilidade orçamentária suficiente para o custeio das despesas que
decorrerão da contratação pretendida, devendo, no ponto, a área técnica se certificar de
que os recursos previstos para a ação orçamentária são adequados à cobertura da
respectiva despesa, observado o disposto no art. 16, da Lei Complementar Federal n°
101/ 2000.

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70. No caso ora em análise, consta nos autos: Nota


de bloqueio n° 01/2019 (fl. 59). Cumpre ainda ao Ordenador de Despesas elaborar,
quando a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental acarretar
aumento da despesa, a declaração exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRFL em
seu art. 16, na qual o Ordenador de Despesas ressalta o impacto orçamentário-fmanceiro
com a Lei Orçamentária Anual (LOA), o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).

71. Observe-se, por fim, que não compete a este


parecerista apreciar a exatidão do compromisso orçamentário do Ordenador de Despesas
ou da autoridade que assinou o documento condizente, em razão da falta de conhecimento
técnico adequado para esse mister, considerando-se ainda que, nos termos do art. 71, II,
da CF/88, compete privativamente ao TCU julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da Administração direta e indireta,
quando envolve verbas federais e ao TCEMS no que diz respeito ao alcance municipal,
conforme art. 75, da Carta Magna.

Da ausência de decreto local regulamentador

72. Ante a ausência de Decreto regulamentador em


âmbito local, deve-se aplicar, no que couber, o disposto no Decreto Federal n. 8.726, de
27 de abril de 2016. Registra-se aqui o apelo para elaboração de um normativo local a
respeito.

Da autorização para a abertura da licitação

73. Superadas as etapas relativas ao planejamento


da contratação, como a definição do objeto e a indicação do recurso próprio para a
despesa, toma-se possível ao gestor avaliar a oportunidade e a conveniência de se realizar
a contratação.

74. No presente caso, consta a autorização da


autoridade competente para a contratação pretendida (fl. 110).

Da minuta do instrumento cabível

75. Quanto à minuta do instrumento cabível, os


requisitos básicos dos contratos administrativos estão no art. 42 da Lei 13.019/2014.

76. Feito essas considerações preliminares, da


análise formal, a Minuta de Edital anexa aos autos (fls. 115/127), pondera-se:

CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS OBSERVAÇÃO


1. a d e s c r iç ã o d o o b je to p a c tu a d o . A te n d id o
C lá u s u la p rim e ir a
2 . a s o b r ig a ç õ e s d a s p a rte s . A te n d id o

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C lá u s u la te r c e ir a
3 . o v a lo r to ta l e o c ro n o g r a m a d e A te n d id o
d e s e m b o ls o . C L Á U S U L A q u a rta
4 . a c o n tr a p a r tid a q u a n d o fo r o c a s o , N ã o h á p r e v is ã o d e c o n tr a p a rtid a .
o b s e r v a d o o d is p o s to n o §1° d o a rt. 35 d a L e i
n° 1 3 .0 1 9 d e 2 0 1 4 . A e x ig ê n c ia d e c o n tr a p a rtid a
d e v e s e r ju s tific a d a e é f a c u lta d a
Art. 35. A ce le b ra çã o e a n o s c a s o s e m q u e o v a lo r g lo b a l
fo rm a liza çã o do te rm o de da p a rc e r ia for s u p e r io r a
co la b ora çã o e do te rm o de R $ 6 0 0 .0 0 0 ,0 0 ( s e is c e n t o s mil
fo m e n to depe n d e rã o da ad o çã o re a is ).
d as segu inte s p ro v id ê n c ia s p e la
a d m in istra çã o p ú b lica :
§ 1o N ão será exigida
contra p a rtid a financeira com o
re q u isito p a ra ce le b ra çã o de
parceria, facultada a exig ê ncia de
con tra p a rtid a em be n s e se rviço s
cuja expre ssã o m on e tá ria será
o b rig a to ria m e n te id e n tificad a n o
te rm o de co la b ora çã o o u de
fo m e n to

D e cre to F e d e ra l n ° 8 .726 de 2 0 1 6
A rt. 12. É facu lta d a a exig ê ncia
ju s tific a d a de co n tra p a rtid a em
b e n s e serviços, cuja e xp re ssã o
m o n e tá ria será id e n tificad a n o
term o de fom e n to ou de
colaboração, n ã o p o d e n d o s e r
exig id o o d e p ó sito do v a lo r
correspondente.
P a rá g ra fo único. N ão será
exigida co n tra p a rtid a q u a n d o o
v a lo r g lo b a l da p a rce ria fo r ig u a l
ou in fe rio r a R $ 6 0 0 .0 0 0 ,0 0
(seisce n to s m il reais).

5. a v ig ê n c ia e a s h ip ó te s e s d e p r o r r o g a ç ã o A te n d id o
C L Á U S U L A o ita v a

O p ra z o d e v ig ê n c ia d e v e s e r
fix a d o d e fo rm a r a z o á v e l a fim d e
p o ss ib ilita r a c o n c r e tiz a ç ã o d a s
m e ta s e s t a b e le c i d a s . Por
c o n s e g u in te , n ã o p o d e s e r m a io r
n e m m e n o r q u e o e s tr ita m e n te
n e c e s s á r i o e su fic ie n te .
6 . a o b rig a ç ã o d e p r e s ta r c o n ta s c o m A te n d id o
d e fin iç ã o d e fo rm a , m e to d o lo g ia e p ra z o s . C L Á U S U L A d é c im a
7 . a fo r m a d e m o n ito r a m e n to e a v a lia ç ã o , A te n d id o
c o m a in d ic a ç ã o d o s re c u r s o s h u m a n o s e C L Á U S U L A d é c im a
te c n o ló g ic o s q u e s e r ã o e m p r e g a d o s n a Ite m 1 0 .3 -1 0 .1 0
a tiv id a d e o u , se fo r o c a s o , a in d ic a ç ã o d a
p a r tic ip a ç ã o d e a p o io té c n ic o n o s te r m o s d o
p r e v is to n o §1° d o a rt. 58 d a L ei n° 1 3 .0 1 9 d e
2014.

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8. a o b rig a to rie d a d e d e r e s titu iç ã o d e r e c u r s o s N ã o a te n d id o
n o s c a s o s p re v is to s n a L e i n ° 1 3 .0 1 9 d e 2 0 1 4 . R e c o m e n d a - s e s u a in s e rç ã o
9. a d e fin iç ã o , se fo r o c a s o , d a titu la r id a d e A te n d id o
d o s b e n s e d ir e ito s re m a n e s c e n te s n a d a ta d a C L Á U S U L A d é c im a te r c e ir a
c o n c lu s ã o o u e x tin ç ã o d a p a r c e r ia e q u e , e m
r a z ã o d e s u a e x e c u ç ã o , te n h a m s id o
a d q u ir id o s , p ro d u z id o s o u tr a n s f o r m a d o s c o m
re c u r s o s re p a s s a d o s p e la a d m in is tra ç ã o
p ú b lic a .
10. a p r e r ro g a tiv a a tr ib u íd a à a d m in is tr a ç ã o N ã o a te n d id o
p ú b lic a p a r a a s s u m ir o u tr a n s f e r ir a R e c o m e n d a - s e s u a in s e rç ã o
r e s p o n s a b ilid a d e p e la e x e c u ç ã o d o o b je to , n o
c a s o d e p a ra lis a ç ã o , d e m o d o a e v ita r su a
d e s c o n tin u id a d e .
11. q u a n d o fo r o c a s o , a o b rig a ç ã o d e a A te n d id o
o rg a n iz a ç ã o d a s o c ie d a d e c iv il m a n t e r e C L Á U S U L A te r c e ir a e s e x ta
m o v im e n ta r o s re c u r s o s e m c o n ta b a n c á r ia
e s p e c ífic a , o b s e r v a d o o d is p o s to n o a rt. 51 d a
L e i n° 1 3 .0 1 9 d e 2 0 1 4 .
12. o liv re a c e s s o d o s a g e n te s d a A te n d id o
a d m in is tr a ç ã o p ú b lic a , d o c o n tr o le in te rn o e C L Á U S U L A te r c e ir a
d o T rib u n a l d e C o n ta s c o r r e s p o n d e n te a o s
p ro c e s s o s , a o s d o c u m e n to s e à s in f o r m a ç õ e s
re la c io n a d a s a te r m o s d e c o la b o r a ç ã o o u a
te r m o s d e fo m e n to , b e m c o m o a o s lo c a is d e
e x e c u ç ã o d o r e s p e c tiv o o b je to .
13. a f a c u ld a d e d o s p a r tíc ip e s re s c in d ir e m o A te n d id o
in s tru m e n to , a q u a lq u e r te m p o , c o m a s C L Á U S U L A d é c im a te r c e ir a e d é c im a q u a r ta
re s p e c tiv a s c o n d iç õ e s , s a n ç õ e s e d e lim ita ç õ e s
c la r a s d e re s p o n s a b ilid a d e s , a lé m d a em relação à titu la rid a d e aos
e s tip u la ç ã o d e p ra z o m ín im o d e a n te c e d ê n c ia bens adquirid o s pela
p a r a a p u b lic id a d e d e s s a in te n ç ã o , q u e n ã o o rg a n iza çã o da so cie d ad e civil
com recursos da parceria, devem
p o d e r á s e r in f e rio r a 6 0 ( s e s s e n ta ) d ia s .
s e r g ravados com cláusula de
in a lie n a b ilid a d e todos os
e q u ipa m e n to s e m ateriais
perm a n en te s, com fo rm a liza çã o
de p rom essa de tra n sfe rê n cia da
prop rie d a d e à a d m in istra çã o
pública, na hipótese de e xtinção
da parceria, nos te rm o s do §5°,
do art. 35, da Lei n° 13.019/2014
14. a in d ic a ç ã o d o fo ro p a r a d ir im ir as . A te n d id o
d ú v id a s d e c o rr e n te s d a e x e c u ç ã o d a p a rc e r ia , C L Á U S U L A d é c im a s é tim a
e s ta b e le c e n d o a o b r ig a to rie d a d e d a p r é v ia
te n ta tiv a d e s o lu ç ã o a d m in is tra tiv a , c o m a
p a rtic ip a ç ã o d e ó rg ã o e n c a rr e g a d o d e
a s s e s s o ra m e n to ju r íd i c o in te g ra n te d a
e s tru tu r a d a a d m in is tra ç ã o p ú b lic a .
15. a re s p o n s a b ilid a d e e x c lu s iv a d a A te n d id o
o rg a n iz a ç ã o d a s o c ie d a d e c iv il p e lo C L Á U S U L A te r c e ir a
g e r e n c ia m e n to a d m in is tra tiv o e f in a n c e ir o
d o s re c u r s o s r e c e b id o s , in c lu s iv e n o q u e d iz
r e s p e ito à s d e s p e s a s d e c u s te io , d e
in v e s tim e n to e d e p e s s o a l.

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16. a re s p o n s a b ilid a d e e x c lu s iv a d a A te n d id o
o rg a n iz a ç ã o d a s o c ie d a d e c iv il p e lo C L Á U S U L A te r c e ir a
p a g a m e n to d o s e n c a rg o s tr a b a lh is ta s ,
p re v id e n c iá r io s , fis c a is e c o m e r c ia is
re la c io n a d o s à e x e c u ç ã o d o o b je to p r e v is to n o
te r m o d e c o la b o r a ç ã o o u d e f o m e n to , n ã o
im p lic a n d o re s p o n s a b ilid a d e s o lid á r ia o u
s u b s id iá r ia d a a d m in is tr a ç ã o p ú b lic a a
in a d im p lê n c ia d a o r g a n iz a ç ã o d a s o c ie d a d e
c iv il e m r e la ç ã o a o re f e r id o p a g a m e n to , o s
ô n u s in c id e n te s s o b r e o o b je to d a p a r c e r ia o u
o s d a n o s d e c o rr e n te s d e re s tr iç ã o à s u a
e x e c u ç ã o ._______________________________________

77. Dessa forma, a minuta juntada encontra-se


dentro dos padrão jurídico-formal exigido, desde que atendida as observações constantes
na tabela acima ou prestados os esclarecimentos devidos.

DAS RECOMENDAÇÕES COMPLEMENTARES


QUANTO À CONTRATAÇÃO

78. Deve a Administração, por ocasião de cada


contratação, observar os itens que abaixo se seguem.

Da regularidade do pactuante

79. Sobre a regularidade da organização da


sociedade civil a ser contratada, para contratar, ainda que via de dispensa ou
inexigibilidade de chamamento público, é necessário que os entes contratados estejam
com sua regularidade fiscal, previdenciária, trabalhista e FGTS em dia, na forma do art.
34 c/c art. 29 da Lei Federal n° 13.019/2014.

80. No caso em tela, constam-se tais pesquisas (fls.


10/19, 21, 114, 20, 22/33), todavia, deve a Área Técnica competente verificar se referidas
certidões encontram -se dentro do prazo de validade, atestando também sua veracidade
quanto ao teor contido.

81. Quanto a sua veracidade, em que pese se


limitar o enunciado a situação de exclusividade, o TCU firmou entendimento pela
necessidade de averiguação pela própria Administração, in verbis:
SÚMULA TCU 255: Nas contratações em que o objeto só possa ser fornecido por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, é dever do agente público
responsável pela contratação a adoção das providências necessárias para
confirmar a veracidade da documentação comprobatória da condição de
exclusividade.

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82. Ressalta-se, por oportuno, que incumbe à Área


Técnica a adequada e COMPLETA instrução processual, sendo de sua competência
exclusiva a verificação dos requisitos de regularidade fiscal acima mencionados,
providenciando junto ao proponente a apresentação dos documentos/certidões faltantes e
atestando estarem preenchidos todos os requisitos legais necessários, após exame detido
da documentação e certidões coligidas aos autos, sobretudo no que concerne à
regularidade e validade.

83. Quanto à existência de causa impeditiva para


celebração da parceria, esta deve ser objeto de análise pela Área Técnica, cabendo à
Organização da Sociedade Civil juntar nos autos toda documentação que comprove a não
incidência nas hipóteses de impedimento, de modo a viabilizar a análise para elaboração
do parecer técnico

84. Portanto, após checagem da Administração da


veracidade, ao menos em tese, é possível a contratação com base na Lei Federal n°
13.019/2014.

Da efetivação da contratação

85. Quando da efetivação da contratação, deve


consignar, nos autos, para o atendimento do art. 35, V, “g” e “h” Lei Federal n°
13.019/2014, comprovante de designação do gestor da parceria e da comissão de
monitoramento e avaliação da parceria, enquanto representante da Administração
responsável pelo acompanhamento e fiscalização da execução contratual.

Da publicação resumida do instrumento

86. Vale lembrar que é imprescindível que haja


respeito a publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, se for o caso, conforme art. 38 da Lei Federal n° 13.019/2014.

DOS DOCUMENTOS OBRIGATÓRIA PELO TCE/MS

87. Vale, por fim, acentuar a necessidade


atendimento as orientações normativas editadas pelo Tribunal de Contas do Estado do
Mato Grosso do Sul, em especial a Resolução n° 88, de 03 de outubro de 2018, quanto à
documentação necessárias em caso de celebração de parcerias e seu prazo para remessa
àquele órgão1, veja-se:
12. C E L E B R A Ç Ã O D E P A R C E R IA S V O L U N T Á R IA S C O M O R G A N IZ A Ç Õ E S D A
S O C I E D A D E C IV IL - T E R M O D E C O L A B O R A Ç Ã O E /O U T E R M O D E F O M E N T O

1 D is p o n ív e l e m : < h ttp ://w w w .tc e .m s .g o v .b r /p o r ta l-


s e r v ic e s / f i le s / a r q u iv o /n o m e /1 1 5 5 6 /f 6 5 5 a 7 a 3 e 4 9 e 3 7 4 d 8 0 a f 9 7 4 b a 6 6 d 5 a f 0 .p d £ > .

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Nota: Cabe ao órgão liberador dos recursos remeter os documentos
obrigatórios.

12.1 TERMO DE COLABORAÇÃO E/OU TERMO DE FOMENTO - CHAMAMENTO


PÚBLICO OU DISPENSA/INEXIGIBILIDADE
A) PRAZO:
até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a publicação do extrato do Termo de
Colaboração e/ou Termo de Fomento nos meios oficiais.
B) DOCUMENTOS:
1. Cópia do Edital do chamamento público ou da Justificativa da dispensa ou da
inexigibilidade do chamamento público;
2. Solicitação da Organização da Sociedade Civil para a formalização do Termo de
Fomento ou justificativa do gestor para a abertura de processo para celebração de
Termo de Colaboração;
3. Indicação expressa de prévia dotação orçamentária para execução da parceria;
4. Declaração de que os objetivos e finalidades institucionais e a capacidade técnica
e operacional da Organização da Sociedade Civil foram avaliados e são compatíveis
com o objeto da parceria;
5. Declaração da Administração Pública de que a Organização da Sociedade Civil
não incide nas vedações do art. 39 da Lei Federal n. ° 13.019/14;
6. Comprovação de que a Organização da Sociedade Civil possui mais de cinco
anos de inscrição no CNPJ, no caso de atuação em rede.
7. Cópia do parecer jurídico do órgão da procuradoria, assessoria ou consultoria
jurídica acerca da celebração da parceria, inclusive no caso de dispensa ou
inexigibilidade de chamamento público;
8. Documentação que comprove o atendimento dos requisitos pela Organização da
Sociedade Civil para celebração da parceria, nos termos dos artigos 33 e 34 da Lei
13.019/2014 e do respectivo Decreto Regulamentador;
9. Cópia do ato de designação do gestor da parceria e respectiva comprovação da
publicação oficial;
10. Cópia do ato de designação da Comissão de Seleção [Na Comissão de Seleção
deve ser assegurada a participação de pelos menos um servidor ocupante de cargo
efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da Administração Pública]
11. Cópia do ato de designação da Comissão de Monitoramento e Avaliação [Na
Comissão de Monitoramento e Avaliação deve ser assegurada a participação de
pelos menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do
quadro de pessoal da Administração Pública, e respectiva comprovação da
publicação oficial] e respectiva comprovação da publicação oficial;
12. Comprovação do endereço na internet evidenciando o cumprimento das
exigências dispostas nos arts. 10, 12, 50, 65 (observado o disposto no art. 81-A, II)
da Lei Federal n.° 13.019/14;
13. Comprovante da divulgação do Edital ou comprovação da publicação do extrato
da justificativa, no sítio oficial da administração pública na internet;
14. Cópia do ato de homologação do resultado do chamamento público, se for o
caso; 15. Cópia do Termo de Colaboração ou do Termo de Fomento e seus anexos;
16. Comprovante de Publicação do Termo de Colaboração ou de Fomento;
17. Nota de Empenho;
18. Decreto Regulamentador da Lei 13.019/2014;
19. Outros documentos que o órgão entender pertinentes.

88. Referido rol deverá ser atendido durante a


tramitação do presente processo a fim de resguardar os requisitos legais e normativos
exigidos em âmbito do TCE/MS, ainda que não se enquadre nas hipóteses de remessa
obrigatória, para maior higidez do procedimento e respeito aos princípios constitucionais
:o
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4 a u ib A Ü A > ^

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administrativos. Caso se trate integralmente de recursos e valores públicos de origem


federal, desconsidere os itens deste tópico.

III - CONCLUSÃO

89. Ante o exposto, manifesta-se esta Procuradoria


Jurídica, abstendo-se de se imiscuir nos aspectos de natureza técnica, administrativa e de
conveniência e oportunidade, pela inexistência de óbices jurídicos à pretensa
contratação direta, com supedâneo no VI do art. 30 da Lei Federal n° 13.019/2014, desde
que observadas as recomendações e orientações contidas no presente opinativo, em
especial os itens 45, 58, 60, 67, 72, 76-77 e 78-88. Isso sem prejuízo do disposto no art.
35, §2 da citada lei.

90. Notifique-se o Procurador-Geral do Município


a respeito da conduta da servidora, mencionada no item 05, para ciência e tomada das
providências que reputar cabíveis.

E, s.m.j, o parecer, em caráter opinativo, à consideração superior.

Aquidauana/MS, 19 de setembro de 2019.

ALEXANDRE DE PAULA TAMBANI


Advogado do Município
Homologação do Parecer n° 299/2019:

Homologo o presente parecer jurídico por seus próprios fundamentos.

tffuidauanà/MS, 19 de setembro de 2019.

HEBER SEBA QUEIROZ


Procurador-Geral do Município

21
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