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br/documento/11607611
ADVOCACIAGERAL DA UNIÃO
PROCURADORIAGERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL JUNTO AO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DO RIO GRANDE DO SUL
PROCURADORCHEFE
RUA GENERAL OSÓRIO, Nº 348, CENTRO, BENTO GONÇALVES/RS
PARECER REFERENCIAL n. 00001/2016/PF/IFRS/PFIFRIO GRANDE DO SUL/PGF/AGU
NUP: 23360.000613/201629
INTERESSADOS: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO
GRANDE DO SUL [CAMPUS BENTO GONÇALVES]
ASSUNTOS: CONVÊNIOS PARA ESTÁGIOS
EMENTA: I. Convênio. II. Empresa privada. III. Ajuste visando a proporcionar, aos discentes
regularmente matriculados nos cursos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Sul (IFRS), a oportunidade de realização de estágio na parte concedente. IV. Não
envolvimento de repasse de recurso. V. Fundamentação: Lei 11.788/2008 e Orientação
Normativa nº 02/2016 – SEGEP/MPOG. VI. Aplicação, no que couber, dos arts. 38 e 116 da Lei
nº 8.666/1993. VII. Pela possibilidade, desde que observadas as recomendações constantes neste
opinativo. VIII. Manifestação jurídica referencial.
1. O Magnífico Reitor Substituto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Sul (IFRS) encaminha a esta Procuradoria Federal os autos do processo administrativo em epígrafe, cujo objeto
consiste na intenção da autarquia, enquanto instituição de ensino, em firmar convênio com sociedade empresária privada
(parte concedente), com a finalidade de oferecimento de campo de estágio aos alunos matriculados em cursos regulares
do IFRS.
2. Nos termos da Orientação Normativa AGU nº 55/2014, apresentamse elementos referenciais que
devem ser observados pela área técnica nos processos semelhantes, tendo por escopo pretensão de firmar convênio
necessário ao oferecimento de campos de estágios obrigatórios ou não obrigatórios no âmbito deste Instituto.
3. A minuta do convênio elenca disposições referentes ao seu objeto; ao estágio em si; às obrigações da
concedente do estágio e da instituição de ensino; à contraprestação pela admissão do estagiário, enfatizando que não há
caracterização de vínculo empregatício entre o estagiário e a entidade concedente; à vigência, que será de 05 (cinco)
anos; às alterações; e à solução dos litígios; dentre outros.
4. A PróReitoria de Extensão manifestouse favorável à celebração do convênio, sugerindo, no entanto,
a inclusão de cláusula prevendo a possibilidade de denúncia ou rescisão, com indicação das responsabilidades e
obrigações decorrentes do convênio, conforme previsto na Instrução Normativa IFRS nº 08/2015.
5. Os autos estão instruídos, além de outros, com os seguintes documentos:
Minuta de convênio (fls. 02/03);
Ficha de confirmação de estágio (fl. 04);
Manifestação favorável, com ressalvas, da PróReitoria de Extensão (fl. 07); e
Memorando de encaminhamento à Procuradoria Federal junto ao IFRS (fl. 08).
6. Ressaltase que há duas folhas numeradas com o nº 02, o que deverá ser sanado pela Administração.
7. Antes de esclarecer vertentes atinentes à matéria, cabe esclarecer que a celebração de convênios
para concessão de estágio é faculdade conferida pelo art. 8º, da Lei nº 11.788/2008, que dispõe sobre o estágio de
estudantes, conforme a seguir transcrito:
Art. 8o É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de
concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades
programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6º a 14 desta Lei.
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Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino
e a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II
do caput do art. 3º desta Lei.
8. Assim, no âmbito do IFRS, observase que houve a opção pela celebração de convênios para firmar
parcerias efetuadas entre esta IFES e outros entes públicos e privados, a fim de que seja proporcionada a concessão de
estágio para estudantes de graduação.
9. Em que pese a lei ter apenas facultado a celebração de convênios para concessão de estágios,
entendendo a Administração acerca da essencialidade da celebração dos mencionados convênios, obrigatório se faz a
remessa a esta Procuradoria Federal, na forma do art. 38 da Lei nº 8.666/93, para minuciosa análise dos aspectos
jurídicos que permeiam a matéria, e emissão de parecer vinculante à aprovação do ato administrativo. Tal obrigação
está reforçada na referida IN IFRS nº 08/2015:
Art. 22. Caberá à Procuradoria Federal:
I analisar a minuta de convênio e emitir parecer sobre a possibilidade de execução do objeto
que consta na minuta do convênio; e
II encaminhar o processo à Coordenadoria de Normas e Convênios.
10. À vista disso, é notória a necessidade de análise por parte desta Procuradoria de demandas
juridicamente idênticas.
11. Considerando a situação regular atualmente vivenciada pelos encaminhamentos de processos
idênticos e por compreender que a análise individualizada dos processos de celebração de convênio para concessão de
estágio para estudantes demandaria a dedicação de tempo e recursos escassos – optou esta Procuradoria Federal pela
elaboração de MANIFESTAÇÃO JURÍDICA REFERENCIAL, que, devidamente observada pela Administração,
dispensará, nos termos doravante alinhavados, a análise individualizada dos processos que versem sobre iguais temas.
DA FIGURA DA MANIFESTAÇÃO JURÍDICA REFERENCIAL
12. Por óbvio que o encaminhamento dos processos a esta Procuradoria Federal referentes às
celebrações de convênios de estágios visa a conferir higidez jurídica no que envolve a matéria.
13. No entanto, o elevado número de consultas repetitivas versando sobre assuntos semelhantes tem,
inevitavelmente, o efeito reflexo de tumultuar a atuação do órgão de assessoramento jurídico da Administração,
embaraçando o desempenho de sua atribuição institucional. Em razão de situações como a narrada, a AdvocaciaGeral
da União (AGU) publicou, no dia 23 de maio de 2014, a Orientação Normativa nº 55, possibilitando a figura
da Manifestação Jurídica Referencial:
ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 55, DE 23 DE MAIO DE 2014
O ADVOGADOGERAL DA UNIÃO, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I, X,
XI e XIII, do art. 4º da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, considerando o que
consta do Processo nº 56377.000011/200912, resolve expedir a presente orientação normativa a
todos os órgãos jurídicos enumerados nos arts. 2º e 17 da Lei Complementar nº 73, de 1993:
I Os processos que sejam objeto de manifestação jurídica referencial, isto é, aquela que analisa
todas as questões jurídicas que envolvam matérias idênticas e recorrentes, estão dispensados
de análise individualizada pelos órgãos consultivos, desde que a área técnica ateste, de forma
expressa, que o caso concreto se amolda aos termos da citada manifestação.
II Para a elaboração de manifestação jurídica referencial devem ser observados os seguintes
requisitos: a) o volume de processos em matérias idênticas e recorrentes impactar,
justificadamente, a atuação do órgão consultivo ou a celeridade dos serviços administrativos; e b)
a atividade jurídica exercida se restringir à verificação do atendimento das exigências legais a
partir da simples conferência de documentos.
Referência: Parecer nº 004/ASMG/CGU/AGU/2014
LUÍS INÁCIO LUCENA ADAMS
RETIFICAÇÃO: Na Orientação Normativa nº 47, de 23 de maio de 2014, publicada no Diário
Oficial da União nº 98, de 26 de maio de 2014, Seção 1, pág. 29, onde se lê: "Orientação
Normativa nº 47, de 23 de maio de 2014...", leiase: "Orientação Normativa nº 55, de 23 de maio
de 2014...".
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14. Da leitura da ON em apreço, depreendese a expressa autorização, no âmbito da AGU, para
elaboração de manifestação jurídica referencial, definida como sendo aquela que analisa todas as questões jurídicas
que envolvam matérias idênticas e recorrentes.
15. Dessa forma, com a manifestação jurídica referencial, os processos administrativos que veicularem
consultas idênticas à enfrentada na manifestação referencial estarão dispensados de análise individualizada pelo
órgão jurídico junto à autarquia, bastando, para tanto, que as instâncias técnicas da Administração atestem,
expressamente, que o caso concreto se amolda aos termos da manifestação referencial adotada pela Procuradoria
Federal. Para isso, anexase ao presente parecer modelo de “atestado de conformidade do processo com manifestação
jurídica referencial” a ser utilizado pela Administração dessa Instituição, para que se dispense a análise individualizada
das demandas tratadas no presente parecer.
16. A grosso modo, a manifestação jurídica referencial consiste em parecer jurídico genérico,
vocacionado a balizar todos os casos concretos, cujos contornos se amoldem ao formato do caso abstratamente
analisado pela PF/IFRS.
17. Tratase, portanto, de ato enunciativo perfeitamente afinado com o princípio da eficiência, que,
seguramente, viabilizará o adequado enfrentamento de questões que, embora dotadas de baixa densidade jurídica,
terminavam por tumultuar a agenda desta Procuradoria Federal, dificultando a dedicação de tempo às
verdadeiras quaestio juris.
18. Tal medida já havia sido expressamente recomendada pelo Manual de Boas Práticas Consultivas
da AGU, consoante se infere da leitura do excerto abaixo transcrito:
Embora a atividade consultiva não se confunda com as atividades da Entidade/Órgão
Assessorado, o Órgão Consultivo possui importante papel no sentido de estimular a
padronização e orientação geral a respeito de assuntos que despertaram ou possam despertar
dúvidas jurídicas. Deste modo, é recomendável a elaboração de minutaspadrão de documentos
administrativos, treinamentos com os gestores e pareceres com orientações “in abstrato”, a fim
de subsidiar a prática de atos relacionados a projetos ou políticas públicas que envolvam
manifestações repetitivas ou de baixa complexidade jurídica. (Enunciado nº 34 do Manual de
Boas Práticas da AdvocaciaGeral da União).
19. Mais recentemente, tal iniciativa foi analisada e aprovada pelo Tribunal de Contas da União
(TCU), conforme notícia divulgada no Informativo TCU nº 218/2014:
Informativo TCU nº 218/2014
3. É possível a utilização, pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, de um
mesmo parecer jurídico em procedimentos licitatórios diversos, desde que envolva matéria
comprovadamente idêntica e seja completo, amplo e abranja todas as questões jurídicas
pertinentes.
Embargos de Declaração opostos pela AdvocaciaGeral da União (AGU), em face de
determinação expedida pelo TCU à Comissão Municipal de Licitação de Manaus e à Secretaria
Municipal de Educação de Manaus, alegara obscuridade na parte dispositiva da decisão e dúvida
razoável quanto à interpretação a ser dada à determinação expedida. Em preliminar, após
reconhecer a legitimidade da AGU para atuar nos autos, anotou o relator que o dispositivo
questionado “envolve a necessidade de observância do entendimento jurisprudencial do TCU
acerca da emissão de pareceres jurídicos para aprovação de editais licitatórios, aspecto que
teria gerado dúvidas no âmbito da advocacia pública federal”. Segundo o relator, o cerne da
questão “diz respeito à adequabilidade e à legalidade do conteúdo veiculado na Orientação
Normativa AGU nº 55, de 2014, que autoriza a emissão de ‘manifestação jurídica referencial’, a
qual, diante do comando (...) poderia não ser admitida”. Nesse campo, relembrou o relator que a
orientação do TCU “tem sido no sentido da impossibilidade de os referidos pareceres serem
incompletos, com conteúdos genéricos, sem evidenciação da análise integral dos aspectos
legais pertinentes”, posição evidenciada na Proposta de Deliberação que fundamentou a decisão
recorrida. Nada obstante, e “a despeito de não pairar obscuridade sobre o acórdão ora
embargado”, sugeriu o relator fosse a AGU esclarecida de que esse entendimento do Tribunal
não impede que o mesmo parecer jurídico seja utilizado em procedimentos licitatórios diversos,
desde que trate da mesma matéria e aborde todas as questões jurídicas pertinentes. Nesses termos,
acolheu o Plenário a proposta do relator, negando provimento aos embargos e informando à AGU
que “o entendimento do TCU quanto à emissão de pareceres jurídicos sobre as minutas de
editais licitatórios e de outros documentos, nos termos do art. 38, parágrafo único, da Lei
nº 8.666, de 1993, referenciado nos Acórdãos 748/2011 e 1.944/2014, ambos prolatados pelo
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Plenário, não impede a utilização, pelos órgãos e entidades da administração pública federal,
de um mesmo parecer jurídico em procedimentos licitatórios diversos, desde que envolva
matéria comprovadamente idêntica e que seja completo, amplo e abranja todas as questões
jurídicas pertinentes, cumprindo as exigências indicadas na Orientação Normativa AGU nº 55,
de 2014, esclarecendoa, ainda, de que a presente informação é prestada diante da estrita
análise do caso concreto apreciado nestes autos, não se constituindo na efetiva apreciação da
regularidade da aludida orientação normativa, em si mesma”. Acórdão 2674/2014Plenário,
TC 004.757/20149, relator MinistroSubstituto André Luís de Carvalho, 8/10/2014.
20. Do acima exposto, podese concluir que:
A manifestação jurídica referencial uniformiza a atuação do órgão jurídico relativamente às consultas
repetitivas;
A adoção de manifestação jurídica referencial torna desnecessária a análise individualizada de
processos que versem sobre matéria que já tenha sido objeto de análise em abstrato, sendo certo que
as orientações jurídicas veiculadas através do parecer referencial aplicarseão a todo e qualquer
processo com idêntica matéria.
A elaboração de manifestação jurídica referencial depende da confluência de dois requisitos
objetivos, a saber: i) a ocorrência de embaraço à atividade consultiva em razão da tramitação de
elevado número de processos administrativos versando sobre matéria repetitiva e ii) a singeleza da
atividade desempenhada pelo órgão jurídico, que se restringe a verificar o atendimento das exigências
legais a partir da simples conferência de documentos; e
a dispensa do envio de processos ao órgão jurídico para exame individualizado fica condicionada ao
pronunciamento expresso, pela área técnica interessada, no sentido de que o caso concreto se
amolda aos termos da manifestação jurídica referencial já elaborada sobre a questão
21. É o que se passará, agora, a fazer.
DO CABIMENTO DE MANIFESTAÇÃO JURÍDICA REFERENCIAL NO CASO DOS AUTOS
22. Como já mencionado, a elaboração de manifestação jurídica referencial depende da comprovação,
sob pena de invalidade, de dois requisitos: i) do volume de processos em matérias idênticas e recorrentes, que, de
acordo com a ON nº 55, deve impactar, justificadamente, a atuação do órgão consultivo ou a celeridade dos serviços
administrativos; e, ii) da singeleza da atuação da assessoria jurídica nos casos analisados, que se deve restringir à
verificação do atendimento das exigências legais, a partir da simples conferência de documentos.
23. Relativamente ao primeiro requisito, é notório o volume de processos administrativos voltados à
celebração de convênio de estágio justifica a emissão do presente parecer referencial. Para tanto, basta verificar que o
IFRS possui Campus nas cidades de Alvorada, Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Erechim, Farroupilha, Feliz,
Ibirubá, Osório, Porto Alegre (incluindo o Campus Restinga), Rio Grande, Rolante, Sertão, Vacaria, Veranópolis e
Viamão.
24. Com a obrigatoriedade de se analisar todos os processos administrativos e minutas de convênios de
estágios, há, consequentemente, impacto negativo na atuação da Procuradoria Federal, responsável pela consultoria e
assessoramento jurídico do IFRS, além de servir de elo entre a autarquia e as unidades de contencioso da Procuradoria
Geral Federal, prestando ou encaminhando os subsídios necessários para a defesa do IFRS em juízo.
25. Quanto ao segundo requisito imposto pela ON nº 55, observase que o exame jurídico da
Procuradoria Federal em semelhantes casos limitase, conforme adiante se verá, à mera conferência de documentos,
não havendo que se falar de peculiaridades que determinem a análise jurídica individualizada dos referidos processos de
celebração de convênio de estágio, excetuandose a exigência legal contida no art. 38 da Lei nº 8.666/93.
26. De todo modo, para que a análise individualizada dos processos reste dispensada, fazse necessário
que a área técnica interessada ateste, de forma expressa, que o caso concreto veiculado por cada processo
administrativo se amolda aos termos da presente manifestação jurídica referencial.
DA FINALIDADE E ABRANGÊNCIA DO PARECER JURÍDICO
26. Cumpre registrar que esta manifestação tomará por base, exclusivamente, os elementos constantes
dos autos, visto que, em face do que dispõe o art. 131 da Constituição Federal, o art. 10 da Lei nº 10.480/2002, o art. 11
da Lei Complementar nº 73/1993 e as Portarias PGF nº 526/2013 e 127/2016, incumbe a este órgão de execução da
AGU prestar consultoria sob o prisma estritamente jurídico, não lhe competindo adentrar na análise da conveniência e
oportunidade dos atos praticados no âmbito da Administração nem analisar aspectos de natureza eminentemente técnico
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administrativa, assim como os aspectos técnicos, econômicos, financeiros e orçamentários. A Boa Prática Consultiva –
BPC nº 07, editada pela AGU, corrobora tal entendimento:
O Órgão Consultivo não deve emitir manifestações conclusivas sobre temas não jurídicos, tais
como os técnicos, administrativos ou de conveniência ou oportunidade.
27. Importa frisar, pois, que não compete a esta Procuradoria Federal apreciar as questões de interesse e
oportunidade do ato que se pretende praticar, visto que são da esfera discricionária do Administrador, tampouco dos atos
técnicos e das especificações e fundamentações de ordem técnica explicitadas para justificar a celebração do ajuste.
28. Cabe esclarecer que, via de regra, não é papel do órgão de assessoramento jurídico exercer a
auditoria quanto à competência de cada agente público para a prática de atos administrativos. Incumbe, isso sim, a
cada um desses observar se os seus atos estão dentro do seu espectro de competências.
29. Desse modo, o ideal, para a melhor e completa instrução processual, é que sejam juntadas ou citadas
as publicações dos atos de nomeação ou designação da autoridade e demais agentes administrativos, os Atos
Normativos que estabelecem as respectivas competências, com o fim de que, em caso de futura auditoria, possa ser
facilmente comprovado que quem praticou determinado ato tinha competência para tanto.
30. Ademais, quanto aos atos decisórios praticados com base em delegação de competência, convém
destacar o contido na Lei nº da Lei nº 9.784/99
Art. 14. [...]
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e
considerarseão editadas pelo delegado.
31. Portanto, estes deverão mencionar explicitamente a qualidade e considerarseão editadas pelo
delegado.
32. Vale ressaltar, ainda, que aos órgãos da AGU compete – fiel, técnica e exclusivamente – assessorar
os entes e órgãos assessorados na tomada de suas decisões, apontandolhes os embaraços jurídicos eventualmente
existentes, e, as opções palatáveis, segundo o ordenamento pátrio, para a consecução das políticas públicas a cargo do
organismo assessorado.
33. Portanto, a atribuição legal do órgão de assessoramento jurídico esgotase em orientar a autoridade
sob o exclusivo prisma da legalidade, exarando peça opinativa que lhe dá plena ciência das recomendações e
observações lançadas pela Procuradoria Federal.
34. Dessa maneira, a análise em comento tem a função de apontar possíveis riscos do ponto de vista
jurídico e recomendar providências para salvaguardar a autoridade assessorada, a quem compete avaliar a real
dimensão do risco e a necessidade de se adotar ou não a precaução recomendada.
35. As questões que envolvam a legalidade, de observância obrigatória pela Administração, serão
apontadas, ao longo deste parecer, como óbices a serem corrigidos ou superados. O prosseguimento do feito, sem a
correção de tais apontamentos, será de responsabilidade exclusiva do gestor, por sua conta e risco.
36. Sendo assim, repisase que qualquer posicionamento contrário por parte da Administração é
de sua total responsabilidade e deve ser justificado nos autos. A justificativa de posicionamento contrário ao da
Assessoria Jurídica da autarquia deve, lógica e necessariamente, refutar todos os impedimentos legais levantados
pela Procuradoria Federal.
DO CONVÊNIO PARA CONCESSÃO DE ESTÁGIO
37. Ultrapassadas as questões propedêuticas relacionadas ao conceito, à natureza e ao cabimento de
manifestação jurídica referencial sobre o casoparadigma destes autos, cumpre fornecer à Administração o balizamento
jurídico necessário ao enfrentamento dos casos concretos relacionados à celebração de convênios para concessão de
estágio para seus estudantes.
38. Em conformidade ao acima salientado, versam os autos sobre proposta de convênio a ser celebrado
entre o IFRS (enquanto Instituição de Ensino) e sociedade destinada à atividade empresária (enquanto parte
concedente), visando a proporcionar aos discentes regularmente matriculados nos cursos do IFRS, a oportunidade de
realização de estágio na parte concedente.
39. Segundo leciona Marçal Justen Filho (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
São Paulo, Dialética, 11ª Edição, 2005, p. 661):
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“Convênio é um acordo de vontades, em que pelo menos uma das partes integra a Administração
Pública, por meio da qual são conjugados esforços e (ou) recursos, visando disciplinar a atuação
harmônica e sem intuito lucrativo das partes, para o desempenho das competências
administrativas.”
40. Com efeito, o convênio se diferencia dos contratos administrativos, uma vez que é um ajuste
efetuado por pessoas administrativas entre si, ou entre elas e particulares, com vistas à consecução de interesse público
através da cooperação, sem que haja fim lucrativo ou qualquer vantagem econômica. Já os contratos administrativos
propósitos econômicos e lucrativos que se opõe. É preciso atentar, entretanto, que muitas vezes existe o uso
indiscriminado do termo “convênio”, quando na realidade o uso de outras denominações demonstrase mais adequado.
Convém citar a lição de Ronny Charles Lopes Torres (Lei de Licitações Públicas Comentadas. Salvador, Juspodivm,
2008, 1ª Edição, p. 313):
[...] Por outro lado, é importante observar que a utilização indiscriminada do vocábulo `convênio´
para designar várias relações entre órgãos, sem cunho sinalagmático e comutativo, tem ensejado
dúvidas e problemas burocráticos, tendo em vista que, mesmo caracterizada a existência de
interesse comum e falta de finalidade lucrativa, são possíveis diferentes tratamentos, separando
daqueles que envolvem transferência de recursos entre esferas diferentes, e por isso exigem um
maior controle, daqueles que apenas tratam de ações administrativas conjuntas, muitas vezes
dentro da mesma esfera federal, aptos a atender o interesse público comum, mas que não resultam
em repasse ou transferência de valores. A tais pactos, pela prática administrativa, costumase
chamar de acordo ou termo de cooperação, embora, por muitos, ainda sejam genericamente
denominados de convênio.
41. Assim, o “Convênio de Concessão de Estágio” é uma modalidade de ajuste, que se insere, por
analogia, nas outras modalidades de ajustes que vêm descritas no âmbito dos convênios.
42. Ainda sobre os convênios, a Lei nº 8.666/93 assim estabelece:
Art. 116. Aplicamse as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e
outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração
Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela
organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I identificação do objeto a ser executado;
II metas a serem atingidas;
III etapas ou fases de execução;
IV plano de aplicação dos recursos financeiros;
V cronograma de desembolso;
VI previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases
programadas;
VII se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos
próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembléia
Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação
aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das
impropriedades ocorrentes:
I quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente
recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização
local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo
órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública;
II quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no
cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais
de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio,
ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
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III quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe
repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em
cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou
superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado
aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificarse em
prazos menores que um mês.
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão obrigatoriamente
computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade,
devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os
saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações
financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo
improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade
titular dos recursos.
43. No caso em tela, pressupõese que não haverá repasse orçamentário. De todo o modo, sugerese
que tal situação conste expressamente do plano de trabalho e da minuta de convênio.
44. Inexistindo a transferência de recursos entre as duas instituições envolvidas, bem assim observado o
disposto no art. 8º da Lei nº 11.788/2008, o convênio, em seu sentido mais amplo, é instrumento adequado para a
formalização do ajuste, razão pela qual a minuta encaminhada para análise encontrase amparada pela legislação.
45. Depreendese, ainda, do art. 116, da Lei nº 8.666/93, que há necessidade da elaboração de um Plano
de Trabalho a ser apresentado pela Instituição de Ensino com os requisitos acima transcritos.
46. É no plano de trabalho, também, que deverão ser inseridos os requisitos exigidos na legislação
específica de estágio (Lei nº 11.788/2008), a saber:
Art. 7º São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:
I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal,
quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as
condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da
formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;
II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e
profissional do educando;
III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo
acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;
IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de
relatório das atividades;
V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local
em caso de descumprimento de suas normas;
VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus
educandos;
VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização
de avaliações escolares ou acadêmicas.
Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes a
que se refere o inciso II do caput do art. 3º desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso
por meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.
Art. 8º É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de
concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades
programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6º a 14 desta Lei.
47. Como visto, é no Plano de Trabalho a ser proposto ao concedente pela Instituição de Ensino em que
esta explicitará "o processo educativo compreendido nas atividades programadas", a fim de que o concedente possa
verificar a compatibilidade de suas vagas de estágio com o conteúdo programático (projeto pedagógico) do curso, além
de ser o documento que comprovará a obrigatoriedade do estágio, se for o caso, elemento essencial para que a
Administração possa se isentar do pagamento de bolsa e valetransporte, bem como da disponibilização do
seguro de acidentes pessoais. No caso em tela, cumpre à Administração acostar aos autos o plano de trabalho.
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48. Por outro lado, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional preconiza que:
Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização de estágio em sua
jurisdição, observada a lei federal sobre a matéria.
49. Desta forma, devese observar o disposto na Lei n° 11.788, de 25 de setembro de 2008, que, além
de definir o estágio como ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à
preparação para o trabalho produtivo do estudante, dispõe acerca das modalidades daquele, ou seja, do estágio
obrigatório e do estágio nãoobrigatório:
Art. 2º O estágio poderá ser obrigatório ou nãoobrigatório, conforme determinação das diretrizes
curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.
§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é
requisito para aprovação e obtenção de diploma.
§ 2º Estágio nãoobrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga
horária regular e obrigatória.
§ 3º As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior,
desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão
no projeto pedagógico do curso.
50. Como referido no item 7, deste Parecer, a Lei nº 11.788/2008 faculta às Instituições de Ensino a
celebração de convênio de estágio com os entes públicos e privados. Contudo, obriga a celebração do termo de
compromisso entre o discente, a unidade concedente do estágio e a Instituição de Ensino.
51. Sobre o tema, a recente Orientação Normativa nº 2/2016 – SEGEP/MPOG determina que:
Art. 4º A realização do estágio obrigatório ou não obrigatório, nos órgãos e entidades de que trata
o art. 1º desta Orientação Normativa observará, dentre outros, os seguintes requisitos:
I matrícula e frequência regular do estudante, atestados pela instituição de ensino, em curso de
educação superior, de educação profissional, de ensino médio, de educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos;
II celebração de Termo de Compromisso de Estágio TCE entre o estudante, a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino; e
III compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no TCE.
§ 1º O estágio, como ato educativo supervisionado, deverá ser acompanhado efetivamente pelo
professor orientador da instituição de ensino e por um supervisor da parte da concedente,
comprovado por vistos nos relatórios de que trata o inciso VIII do art. 9º desta Orientação
Normativa e por menção de aprovação final.
§ 2º Juntamente com os relatórios exigidos no parágrafo anterior, o órgão ou entidade de que trata
o art. 1º desta Orientação Normativa encaminhará à instituição de ensino o certificado de
estágio.
52. Na dicção do art. 16 da Lei nº 11.788/08, o termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário
ou com seu representante ou assistente legal e pelos representantes legais da unidade concedente e da Instituição de
Ensino, vedada a atuação dos agentes de integração a que se refere o art. 5º dessa lei como representante de
qualquer das partes.
53. Nos termos do art. 19 da Orientação Normativa nº 2/2016 – SEGEP/MPOG, são requisitos
indispensáveis ao termo de compromisso de estágio:
Art. 19. A realização do estágio não acarretará vínculo empregatício de qualquer natureza e dar
seá mediante Termo de Compromisso de Estágio celebrado entre o estudante ou com seu
representante ou assistente legal, quando for o caso, e o órgão ou entidade, com a interveniência
obrigatória da instituição de ensino, no qual deverá constar:
I identificação do estagiário, do curso e seu nível acadêmico;
II qualificação e assinatura dos contratantes ou convenentes;
III indicação expressa de que o Termo de Compromisso de Estágio decorre de contrato ou
convênio;
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IV menção de que o estágio não acarretará qualquer vínculo empregatício;
V valor da bolsaestágio, quando houver;
VI vedação expressa à possibilidade de qualquer espécie de cobrança ou desconto pelo agente
de integração na bolsa estágio;
VII a carga horária semanal compatível com o horário escolar;
VIII duração do estágio, obedecido o período mínimo de um semestre;
IX obrigação de apresentar relatórios semestrais e finais ao dirigente da unidade onde se realiza
o estágio, sobre o desenvolvimento das tarefas que lhes foram cometidas;
X assinatura do estagiário, do responsável pelo órgão ou entidade e da instituição de ensino;
XI assinatura do representante ou assistente legal do estagiário, quando houver;
XII condições de desligamento do estágio;
XIII menção do contrato a que se vincula o estudante, e do convênio ao qual se vincula a parte
concedente e a instituição de ensino;
XIV indicação nominal do professor orientador da área objeto de desenvolvimento, a quem
caberá avaliar o desempenho do estudante no estágio; e
XV indicação de que o estudante somente terá a carga horária do estágio reduzida pelo menos à
metade nos dias de verificações periódicas ou finais, condicionada à apresentação de declaração
emitida pela instituição de ensino.
54. O estagiário, na forma do art. 12 da referida Lei nº 11.788/08, poderá receber bolsa ou outra
forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio
transporte, na hipótese de estágio não obrigatório. Ressaltase, por oportuno, que, de acordo com o art. 3º da
mencionada Orientação Normativa nº 2/2016 – SEGEP/MPOG, o estágio obrigatório será realizado sem ônus para os
órgãos e entidades da Administração Pública Federal:
Art. 3º O estágio obrigatório será realizado sem ônus para os órgãos e entidades da
Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional.
55. No caso de estágio não obrigatório, deverá haver a concessão de contraprestação e de auxílio
transporte. Dessa forma, sugerese que tal dispositivo conste de forma clara na minuta de convênio.
56. Outra questão importante diz respeito à contratação de seguro contra acidentes pessoais. Sobre o
tema, a Lei nº 11.788/08 determina que:
Art. 9º As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta,
autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em
seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as
seguintes obrigações:
I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu
cumprimento;
II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural;
III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na
área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10
(dez) estagiários simultaneamente;
IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja
compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso;
V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com
indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;
VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio;
VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de
atividades, com vista obrigatória ao estagiário.
Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro
de que trata o inciso IV do caput deste artigo poderá, alternativamente, ser assumida pela
instituição de ensino.
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57. Portanto, apenas nos casos de estágio obrigatório poderá o IFRS assumir a responsabilidade
pela contratação de seguro para os estagiários, razão pela qual a minuta deve ser readequada.
58. Por outro lado, é assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior
a um ano, período de recesso de trinta dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares. Quanto
ao tema, a multicitada ON nº 02/2016 SEGEP/MPOG assim prevê
Art. 15. Na vigência dos contratos de estágio obrigatório e não obrigatório é assegurado ao
estagiário período de recesso proporcional ao semestre efetivamente estagiado, a ser usufruído
preferencialmente nas férias escolares, observada a seguinte proporção:
I um semestre, 15 dias consecutivos;
II dois semestres, 30 dias;
III três semestres, 45 dias; e
IV quatro semestres, 60 dias.
§ 1º Os períodos de recesso deverão ser usufruídos durante a vigência do TCE e aqueles de que
tratam os incisos II a IV do caput deste artigo poderão ser parcelados em até três etapas, a critério
do supervisor do estágio.
§ 2º Os períodos de recesso do estagiário que perceba bolsa estágio serão remunerados.
§ 3º Na hipótese dos desligamentos de que tratam os incisos I a VII do art. 16, o estagiário que
receber bolsaestágio e não houver usufruído do recesso remunerado, proporcional ou integral,
durante a vigência do contrato celebrado, fará jus ao seu recebimento em pecúnia.
59. Dessa forma, na hipótese de desligamento, o estagiário que receber bolsaestágio e não houver
usufruído do recesso remunerado, proporcional ou integral, durante a vigência do contrato celebrado, terá direito ao seu
recebimento em pecúnia.
60. Não se pode esquecer que, ao dispor sobre a carga horária do estagiário, a ON nº 2/2016 –
SEGEP/MPOG, em seu art. 12, permite a sua redução, pela metade, nos períodos de avaliação de aprendizagem, bem
como a compensação de falta justificada, limitada a 1 (uma) hora por jornada:
Art. 12. A carga horária do estágio será de quatro horas diárias e vinte semanais ou de seis horas
diárias e trinta semanais, observado o disposto no art. 10, I, da Lei nº 11.788, de 2008, bem como
o horário de funcionamento do órgão ou entidade, desde que compatível com o horário escolar,
devendo ser cumprida no local indicado pelo órgão ou entidade.
§ 1º A carga horária do estágio dos níveis médio e superior poderá ser inferior àquela estabelecida
no art. 10, II, da Lei nº 11.788, de 2008, com percepção proporcional do valor da bolsa estágio.
§ 2º O disposto no parágrafo anterior ocorrerá no interesse do órgão ou entidade e atenderá os
requisitos previstos no art. 4º desta Orientação Normativa.
§ 3º É vedada a realização de carga horária diária superior à prevista no caput deste artigo,
ressalvada a compensação de falta justificada, limitada a 1 (uma) hora por jornada.
§ 4º Na hipótese de falta justificada, o estagiário poderá compensar o horário não estagiado até o
mês subsequente ao da ocorrência da falta, quando autorizado pelo supervisor do estágio.
§ 5º Poderá o supervisor do estágio, com base na razoabilidade e no interesse público, definir
outras hipóteses em que a falta será considerada justificada, sem a necessidade de compensação
ou de descontos na bolsa estágio.
§ 6º Para fins dessa Orientação Normativa será considerada falta justificada, em que não se
exigirá compensação, aquelas decorrentes de tratamento da própria saúde, com apresentação de
atestado médico.
§ 7º A carga horária dos estudantes do ensino especial e dos últimos anos do ensino fundamental,
na modalidade profissional de jovens e adultos, não poderá ultrapassar 4 (quatro) horas diárias e
20 (vinte) semanais.
§ 8º Fica assegurada ao estagiário a carga horária reduzida pela metade, nos períodos de avaliação
de aprendizagem, conforme estipulado no TCE e mediante declaração da Instituição de Ensino.
61. No que tange às hipóteses de extinção do estágio, cumpre destacar que aquele possui duração
preestabelecida no Termo de Compromisso de Estágio, observando o limite da lei, de forma que finalizada a sua
vigência, extinguese a relação entre as partes, sem qualquer ônus financeiro, pois as limitações e os encargos da
legislação do trabalho não são aplicáveis na relação de estágio.
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62. Assim, mesmo sendo silente a Lei nº 11.788/2008 quanto a esse tema, há hipóteses que autorizam o
término do estágio antes do prazo previsto, tais como: não cumprimento das obrigações pela parte concedente ou pela
instituição de ensino ou pelo estagiário; morte da parte concedente, pessoa física; extinção da parte concedente; morte
ou incapacidade do estagiário; vontade do estagiário; vontade da parte concedente; perda da condição de aluno do curso
que dava suporte ao estágio, entre outras. A própria Orientação Normativa nº 2/2016 – SEGEP/MPOG, em seu art. 16,
estabelece em quais hipóteses o estudante será desligado do estágio:
Art. 16. O estudante será desligado do estágio nas seguintes hipóteses:
I automaticamente, ao término do estágio;
II a pedido;
III decorrida a terça parte do tempo previsto para a duração do estágio, se comprovada a
insuficiência na avaliação de desempenho no órgão, na entidade ou na instituição de ensino;
IV a qualquer tempo, no interesse da Administração;
V em decorrência do descumprimento de qualquer obrigação assumida no Termo de
Compromisso de Estágio TCE;
VI pelo não comparecimento, sem motivo justificado, por mais de cinco dias consecutivos ou
não, no período de um mês, ou 30 (trinta) dias durante todo o período de estágio;
VII pela interrupção do curso na instituição de ensino a que pertença o estagiário; e
VIII por conduta incompatível com a exigida pela Administração.
63. Registrase que, conforme artigo 3º da Lei do Estágio e o art. 19 da Orientação Normativa nº 2/2016
– SEGEP/MPOG, o estágio não caracteriza vínculo de emprego, desde que sejam observados os requisitos legais para
a sua concessão e manutenção, não sendo devidos encargos sociais trabalhistas e previdenciários. Todos os benefícios
recebidos pelo estagiário relacionados a transporte, alimentação e saúde, não caracterizam vínculo de emprego.
Quanto a esse aspecto, constatase que há expressa previsão na minuta de convênio apresentada à análise desta
Procuradoria.
64. De todo o modo, é de suma importância que sejam respeitados todos os ditames legais, visto que a
parte concedente que reincidir na irregularidade de manutenção de estagiários em desconformidade com a lei, ficará
impedida de receber estagiários por dois anos, conforme previsto na Lei nº11.788/08:
Art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de
emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação
trabalhista e previdenciária.
§ 1º A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo
ficará impedida de receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão
definitiva do processo administrativo correspondente.
§ 2º A penalidade de que trata o § 1º deste artigo limitase à filial ou agência em que for
cometida a irregularidade.
65. Nesse sentido, convém mencionar os limites estabelecidos na Lei nº 11.788/08 para o oferecimento
de vagas pela concedente:
Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades
concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções:
I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário;
II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;
III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários;
IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários.
§ 1º. Para efeito desta Lei, considerase quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores
empregados existentes no estabelecimento do estágio.
§ 2º. Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os
quantitativos previstos nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles.
§ 3º. Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em
fração, poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente superior.
§ 4º. Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível
médio profissional.
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§ 5º. Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento)
das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio.
66. Sugerese, portanto, que conste na minuta de convênio, dispositivo expresso quanto ao
cumprimento desse dispositivo legal.
67. No que concerne às obrigações das unidades concedentes de estágio, estão previstas no art. 9º da
referida Lei nº 11.788/08, reforçando a responsabilidade das empresas, das escolas, dos agentes de integração e dos
estudantes, para que o estágio seja, efetivamente, um ato educativo, pois é inegável que a prática do estágio é
oportunidade para os estudantes vivenciarem no diaadia de uma organização os desafios do mercado de trabalho
e aplicarem os conhecimentos adquiridos em sala de aula, contribuindo para a formação profissional do jovem, de
modo que o estágio seja de fato a ferramenta capaz de contribuir para que o estudante possa complementar seu
aprendizado, decidir sobre sua atuação futura e conhecer a dinâmica das empresas, tornandose um profissional
competente.
68. Por outro lado, quanto ao estágio obrigatório, cujo conceito legal consta do item 49, acima, é aquele
definido no projeto pedagógico do curso, cuja carga horária constitui requisito para aprovação e obtenção do diploma,
enquanto que o estágio não obrigatório é o desenvolvido como atividade opcional do estudante, acrescida à carga horária
regular e obrigatória. Deve, por isso, constar do projeto pedagógico do curso. Nesse sentido, determina o art. 2º da
Orientação Normativa nº 2/2016 – SEGEP/MPOG:
Art. 2º O estágio poderá ser obrigatório ou não obrigatório, conforme determinação das
diretrizes curriculares da etapa, da modalidade, da área de ensino e do projeto pedagógico do
curso em que o aluno se encontre matriculado.
§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é
requisito para aprovação e obtenção de diploma.
§ 2º Estágio não obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga
horária regular e obrigatória do curso.
69. Nas hipóteses de estágio obrigatório, convém instruir o processo administrativo com a informação
indicado no art. 2º, § 1º, acima transcrito.
70. Quanto à cláusula do foro, mostrase acertada a disposição que elege o Foro da Justiça Federal,
Subseção Judiciária de Bento GonçalvesRS, para dirimir as questões oriundas do convênio, em atenção ao disposto no
art. 55, § 2º, c/c 116, ambos da Lei nº 8.666/1993, haja vista declarar competente o foro da sede da Administração para
dirimir qualquer questão decorrente do convênio.
71. Todavia, quando se tratar de ajuste envolvendo órgãos da Administração Pública Federal, deverá
ser adotada como instância para resolução de conflitos a Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração
Pública Federal (CCAAF), observandose o disposto no inciso III do art. 18 do Anexo I do Decreto nº 7.392/2010:
Art. 18. À Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal compete:
I avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no
âmbito da AdvocaciaGeral da União;
II requisitar aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal informações para subsidiar
sua atuação;
III dirimir, por meio de conciliação, as controvérsias entre órgãos e entidades da
Administração Pública Federal, bem como entre esses e a Administração Pública dos
Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios;
(...)
72. Outro aspecto relevante diz respeito à habilitação da concedente do estágio, merecendo
transcrição o seguinte entendimento da Equipe de Consultoria da Revista Zênite (PERGUNTAS E RESPOSTAS –
810/151/SET/2006):
[...] Ainda que se trate de convênio de cooperação técnica não envolvendo repasse de recursos
financeiros, quando a Administração Pública se conveniar com particular, fazse necessário
que ele demonstre idoneidade e capacidade para atuar em conjunto com o Poder Público e
executar o plano de trabalho. Os princípios da moralidade, da razoabilidade e da isonomia
determinam que a Administração assim proceda. Ademais, o art. 116 da Lei nº 8.666/93, ao
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dispor que se aplicam aos convênios as disposições desse diploma que forem compatíveis,
fornece amparo legal à solicitação de documentos habilitatórios dos convenentes.
A finalidade básica da habilitação é permitir à Administração aferir se a pessoa reúne as
condições mínimas exigidas para com ela firmar ajuste. Considerando que se trata de uma análise
que recai sobre a pessoa com vistas a constatar se tem condições jurídicas, fiscais, técnicas e
econômicofinanceiras indispensáveis à execução do ajuste (art. 27 da Lei nº 8.666/93), podese
concluir que terá cabimento também nos convênios celebrados pelo Poder Público.
Desse modo, mesmo nos convênios de cooperação técnica que não envolvam a transferência de
recursos será necessário avaliar a regularidade fiscal do pretenso parceiro. (grifos nossos)
73. De fato, conforme mencionado no item 42 deste Parecer, a Lei nº 8.666/93, em seu art. 116
estabelece que suas disposições aplicamse, no que couber, aos convênios. Nesse sentido, recomendase à autoridade
assessorada verificar o cumprimento do art. 27 da Lei Federal nº 8.666/1993, antes de proceder à pretendida celebração
do Convênio em comento:
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigirseá dos interessados, exclusivamente,
documentação relativa a:
I habilitação jurídica;
II qualificação técnica;
III qualificação econômicofinanceira;
IV regularidade fiscal.
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.
74. Com relação aos requisitos de qualificaçãotécnica e de qualificação econômicofinanceira
recomendase à Autoridade aplicar o que determina a Lei Federal nº 8.666/1993 no que couber e for compatível com a
natureza jurídica da entidade concedente. Caso deixe de exigir algum requisito imposto pela Lei, proceda à devida
motivação, como forma de se salvaguardar em caso de questionamento pelos órgãos de controle externo e interno. Por
se tratar de questão de ordem técnica, sobre a qual este órgão jurídico não detém nem conhecimento nem competência
para opinar, sendo de responsabilidade da autoridade.
75. Especificamente quanto à regularidade fiscal, nos termos do art. 55, inc. XIII, da Lei n. 8.666, de
1993, bem como em relação à regularidade trabalhista, exigida pela Lei n. 12.440, de 2011, além das demais consultas
análogas, em vista do disposto no art. 6º, III, da Lei nº 10.522, de 2002, e conforme recomendação do TCU constante do
acórdão nº 1.793/2011P, impõese a consulta prévia ao CADIN, SICAF, CEIS e ao cadastro nacional de condenações
cíveis por atos de improbidade administrativa mantido pelo Conselho Nacional de Justiça. Tais consultas, além do
amparo legal, tem como objetivo permitir que os alunos do IFRS façam estágios em sociedades empresárias ou
instituições que primam pela responsabilidade social, fiscal e trabalhista.
76. No caso em apreço não há qualquer documento nos autos, devendo ser providenciado o saneamento
pela Administração.
77. Por fim, recomendase, também em atenção ao contido no art. 116 da Lei nº 8.666/1993, a
publicação resumida do extrato do Convênio, no prazo indicado no art. 61, § único dessa mesma lei.
CONCLUSÃO
78. Ante o exposto, uma vez atendidas as recomendações apontadas neste Parecer Referencial, e
resguardados o juízo de conveniência e oportunidade do Administrador, nos limites da Lei, e as valorações de cunho
econômicofinanceiro, ressalvadas, ainda, as questões de ordem fática e técnica, ínsitas à esfera administrativa,
essenciais até mesmo para a devida atuação dos órgãos de controle, o procedimento estará apto para a produção de seus
regulares efeitos.
79. Os processos deverão ser devidamente autuados e instruídos com documentação que explicite a
análise do interesse da Administração na formalização da parceria para fins de concessão de estágio ao estudante do
IFRS. Recomendase que essa análise contemple não só os aspectos acadêmicos ante as características do estágio a ser
realizado, mas também a adequação do estágio com as características da entidade concedente do estágio, de modo a
efetivamente propiciar um melhor aprendizado ao estudante do IFRS.
80. Deve a abertura do processo, em cada caso, subordinarse ao atendimento das orientações
constantes deste parecer, sem prejuízo da necessidade de observância dos princípios e normas aplicáveis, além de todas
as cautelas de praxe.
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81. Sendo referencial o presente parecer, os processos que guardarem relação inequívoca e direta
com a abordagem aqui realizada poderão, doravante, dispensar análise individualizada, desde que o setor
competente ateste, de forma expressa, que a situação concreta se amolda aos termos desta
manifestação, conforme modelo anexo.
82. Não sendo o caso, a persistência de dúvida de cunho jurídico deverá resultar na remessa do processo
administrativo a esta PF/IFRS para exame individualizado, mediante formulação dos questionamentos jurídicos
específicos, nos moldes da Portaria PGF nº 526/2013.
83. Restituase ao Magnífico Reitor Substituto do IFRS.
Bento Gonçalves, 28 de setembro de 2016.
ALBERT CARAVACA
PROCURADOR FEDERAL
PROCURADORCHEFE DA PROCURADORIA FEDERAL JUNTO AO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL
Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o
fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 23360000613201629 e da chave de acesso 3577315b
ANEXO
ATESTADO DE CONFORMIDADE DO PROCESSO
COM MANIFESTAÇÃO JURÍDICA REFERENCIAL
Processo: ________________________________________________________________
Referência/objeto: ________________________________________________________
Atesto que o presente processo, referindose à celebração de convênio para concessão de estágio, nos
termos da Lei nº 11.788/2008, amoldase à manifestação jurídica referencial correspondente ao PARECER
REFERENCIAL Nº 001/2016/PF/IFRS/PFIFRIO GRANDE DO SUL/PGF/AGU, cujas recomendações restam
atendidas no caso concreto.
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Fica, assim, dispensada a remessa dos autos para exame individualizado pela Procuradoria Federal junto
ao IFRS, conforme autorizado pela Orientação Normativa nº 55, da AdvocaciaGeral da União.
__________________, _____ de _____________________ de 20___
_____________________________________________
Identificação e assinatura
https://sapiens.agu.gov.br/documento/11607611 15/15