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CURSO NOVO PREGÃO ELETRÔNICO

FORNECEDORES

INTRODUÇÃO

O Brasil vem experimentando um significativo avanço no que tange às


políticas públicas destinadas a conferir segurança e transparência às compras
governamentais. Com esse objetivo foi editado o Decreto nº 10.024, de 20 de
setembro de 2019, visando regulamentar a licitação, na modalidade pregão, na
forma eletrônica, instituído pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, para aquisição
de bens e a contratação de serviços comuns, incluídos os serviços comuns de
engenharia. As inovações foram significativas, fazendo-se necessário atualizar os
conhecimentos relativos aos procedimentos destinados à essa modalidade de
licitação.
A complexidade da matéria, especialmente quanto à participação das micro
e pequenas empresas, face as regras que instituíram benefícios, preferências e
prioridades a esse segmento empresarial, instituídos pela Lei Complementar nº 123,
de 14 de dezembro de 2006, é um grande desafio para capacitação de empresários
desejosos de participar desse gigantesco mercado de compras públicas, que
movimentou até 2019, cerca de R$ 72 bilhões de reais, dos quais R$ 21 bilhões
foram homologados em favor das Micro e Pequenas Empresas.
Em face disso, foi desenvolvido o presente Curso, pensado para alcançar
esse grande segmento de micro e pequenos empresários, oferecendo a
oportunidade de capacitá-los, com uma metodologia simples que possa alcançar
todos os interessados em aprimorar seus conhecimentos da matéria.
O propósito do curso é propiciar conhecimento, habilidade e atitude, para que
os fornecedores desenvolvam competências nas dimensões, de natureza cognitiva,
atitudinal e operacional, desejável para sua participação neste competitivo mercado.

DIMENSÃO COGNITIVA

Compreender que as compras públicas, pelo seu volume, podem alavancar


a economia local, regional e o desenvolvimento sustentável.
Compreender a legislação e os procedimentos para participar de pregões
eletrônicos e as etapas do processo de habilitação jurídica.

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Conhecer os benefícios exclusivos, as prioridades e preferências destinadas
às micro e pequenas empresas.

DIMENSÃO ATITUDINAL

Avaliar os riscos envolvidos na participação de uma licitação no que tange


aos compradores públicos.
Predispor-se a conhecer a legislação referente às licitações, especialmente
quanto ao novo pregão eletrônico.
Comprometer-se a analisar com profundidade os Editais de Licitações
visando identificar as melhores oportunidades de participação em certames

DIMENSÃO OPERACIONAL

Incorporar boas práticas no que concerne ao conhecimento da


documentação para habilitação jurídica.
Aplicar conhecimentos e técnicas como diferencial na fase competitiva do
pregão.

ESTRUTURA E CARGA HORÁRIA DO CURSO

O curso será ministrado em ... horas, divididos em 2 (dois) módulos, com


apresentações abrangendo temas específicos.
Ao final do curso, em data a ser definida mensalmente pelo Sebrae, haverá
um webinar, com carga horária de uma hora, para revisão de conteúdo e resposta
de questões sobre a matéria apresentada, como requisito para expedição de
certificado.

MODULO I - Introdução

Tema I - Apresentação do curso


Tema II - Bases Legais
Tema III – Metodologia do Curso
Tema IV – Abordagem inicial
Tema V – Objeto e âmbito de aplicação

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Tema VI – Princípios
Tema VII – Interpretação e âmbito de aplicação
Tema VIII – Definições e vedações

MODULO II - Fornecedores

Tema I – Procedimentos do pregão eletrônico


Tema II – Sessão pública
Tema III – Inexigibilidade de licitação
Tema IV – Algumas inovações
Tema V – Prática – Cadastro ao sistema SICAF
Tema VI – Prática – Acessando o comprasNet
Tema VII – Prática – Acessando os editais e a fase competitiva
Tema VIII – Considerações finais

PÚBLICO – ALVO

Fornecedores, representantes de micro e pequenas empresas,


empreendedores, representantes comerciais, contadores, representantes de
entidades de classe, associados e pessoas que possuam interesse em fornecer
produtos e serviços para a administração pública, federal, estadual, distrital e
municipal.

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DECRETO Nº 10.024, DE 20 DE SETEMBRO DE 2019

Regulamenta a licitação, na modalidade


pregão, na forma eletrônica, para a
aquisição de bens e a contratação de
Vigência serviços comuns, incluídos os serviços
comuns de engenharia, e dispõe sobre
o uso da dispensa eletrônica, no âmbito
da administração pública federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.


84, caput, incisos II, IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto
no art. 2º, § 1º, da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e na Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

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Objeto e âmbito de aplicação

Art. 1º Este Decreto regulamenta a licitação, na modalidade de pregão, na


forma eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns,
incluídos os serviços comuns de engenharia, e dispõe sobre o uso da dispensa
eletrônica, no âmbito da administração pública federal.

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§ 1º A utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, pelos órgãos
da administração pública federal direta, pelas autarquias, pelas fundações e pelos
fundos especiais é obrigatória.

§ 2º As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas


subsidiárias, nos termos do regulamento interno de que trata o art. 40 da Lei nº
13.303, de 30 de junho de 2016, poderão adotar, no que couber, as disposições
deste Decreto, inclusive o disposto no Capítulo XVII, observados os limites de que
trata o art. 29 da referida Lei.

§ 3º Para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns pelos entes


federativos, com a utilização de recursos da União decorrentes de transferências
voluntárias, tais como convênios e contratos de repasse, a utilização da modalidade
de pregão, na forma eletrônica, ou da dispensa eletrônica será obrigatória, exceto
nos casos em que a lei ou a regulamentação específica que dispuser sobre a
modalidade de transferência discipline de forma diversa as contratações com os
recursos do repasse.

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§ 4º Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da
autoridade competente, a utilização da forma de pregão presencial nas licitações de
que trata o caput ou a não adoção do sistema de dispensa eletrônica, desde que
fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a administração na
realização da forma eletrônica.

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Princípios

Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, é condicionado aos princípios da


legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
eficiência, da probidade administrativa, do desenvolvimento sustentável, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, da razoabilidade,
da competitividade, da proporcionalidade e aos que lhes são correlatos.

§ 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será observado nas etapas


do processo de contratação, em suas dimensões econômica, social, ambiental e
cultural, no mínimo, com base nos planos de gestão de logística sustentável dos
órgãos e das entidades.

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§ 2º As normas disciplinadoras da licitação serão interpretadas em favor da
ampliação da disputa entre os interessados, resguardados o interesse da
administração, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da contratação.

Definições

Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

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I - aviso do edital - documento que contém:

a) a definição precisa, suficiente e clara do objeto;

b) a indicação dos locais, das datas e dos horários em que poderá ser lido ou
obtido o edital; e

c) o endereço eletrônico no qual ocorrerá a sessão pública com a data e o


horário de sua realização;

II - bens e serviços comuns - bens cujos padrões de desempenho e qualidade


possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
reconhecidas e usuais do mercado;

III - bens e serviços especiais - bens que, por sua alta heterogeneidade ou
complexidade técnica, não podem ser considerados bens e serviços comuns, nos
termos do inciso II;

IV - estudo técnico preliminar - documento constitutivo da primeira etapa do


planejamento de uma contratação, que caracteriza o interesse público envolvido e
a melhor solução ao problema a ser resolvido e que, na hipótese de conclusão pela
viabilidade da contratação, fundamenta o termo de referência;

V - lances intermediários - lances iguais ou superiores ao menor já ofertado,


porém inferiores ao último lance dado pelo próprio licitante;

VI - obra - construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bem


imóvel, realizada por execução direta ou indireta;

VII - serviço - atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter


determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse da administração pública;

VIII - serviço comum de engenharia - atividade ou conjunto de atividades que


necessitam da participação e do acompanhamento de profissional engenheiro
habilitado, nos termos do disposto na Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pela
administração pública, mediante especificações usuais de mercado;

IX - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - Sicaf - ferramenta


informatizada, integrante da plataforma do Sistema Integrado de Administração de
Serviços Gerais - Siasg, disponibilizada pelo Ministério da Economia, para
cadastramento dos órgãos e das entidades da administração pública, das empresas
públicas e dos participantes de procedimentos de licitação, dispensa ou
inexigibilidade promovidos pelos órgãos e pelas entidades integrantes do Sistema
de Serviços Gerais - Sisg;

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X - sistema de dispensa eletrônica - ferramenta informatizada, integrante da
plataforma do Siasg, disponibilizada pelo Ministério da Economia, para a realização
dos processos de contratação direta de bens e serviços comuns, incluídos os
serviços comuns de engenharia; e

XI - termo de referência - documento elaborado com base nos estudos técnicos


preliminares, que deverá conter:

a) os elementos que embasam a avaliação do custo pela administração pública,


a partir dos padrões de desempenho e qualidade estabelecidos e das condições de
entrega do objeto, com as seguintes informações:

1. a definição do objeto contratual e dos métodos para a sua execução,


vedadas especificações excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, que limitem ou
frustrem a competição ou a realização do certame;

2. o valor estimado do objeto da licitação demonstrado em planilhas, de acordo


com o preço de mercado; e

3. o cronograma físico-financeiro, se necessário;

b) o critério de aceitação do objeto;

c) os deveres do contratado e do contratante;

d) a relação dos documentos essenciais à verificação da qualificação técnica e


econômico-financeira, se necessária;

e) os procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato ou da ata de


registro de preços;

f) o prazo para execução do contrato; e

g) as sanções previstas de forma objetiva, suficiente e clara.

§ 1º A classificação de bens e serviços como comuns depende de exame


predominantemente fático e de natureza técnica.

§ 2º Os bens e serviços que envolverem o desenvolvimento de soluções


específicas de natureza intelectual, científica e técnica, caso possam ser definidos
nos termos do disposto no inciso II do caput, serão licitados por pregão, na forma
eletrônica.

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Vedações

Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a:

I - contratações de obras;

II - locações imobiliárias e alienações; e

III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia


enquadrados no disposto no inciso III do caput do art. 3º.

CAPÍTULO II

DOS PROCEDIMENTOS

Forma de realização

Art. 5º O pregão, na forma eletrônica, será realizado quando a disputa pelo


fornecimento de bens ou pela contratação de serviços comuns ocorrer à distância
e em sessão pública, por meio do Sistema de Compras do Governo federal,
disponível no endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.gov.br.

§ 1º O sistema de que trata o caput será dotado de recursos de criptografia e


de autenticação que garantam as condições de segurança nas etapas do certame.

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§ 2º Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, além do disposto no caput,
poderão ser utilizados sistemas próprios ou outros sistemas disponíveis no mercado,
desde que estejam integrados à plataforma de operacionalização das modalidades
de transferências voluntárias.

Etapas

Art. 6º A realização do pregão, na forma eletrônica, observará as seguintes


etapas sucessivas:

I - planejamento da contratação;

II - publicação do aviso de edital;

III - apresentação de propostas e de documentos de habilitação;

IV – abertura da sessão pública e envio de lances, ou fase competitiva;

V - julgamento;

VI - habilitação;

VII - recursal;

VIII - adjudicação; e

IX - homologação.

Critérios de julgamento das propostas

Art. 7º Os critérios de julgamento empregados na seleção da proposta mais


vantajosa para a administração serão os de menor preço ou maior desconto,
conforme dispuser o edital.

Parágrafo único. Serão fixados critérios objetivos para definição do melhor


preço, considerados os prazos para a execução do contrato e do fornecimento, as
especificações técnicas, os parâmetros mínimos de desempenho e de qualidade, as
diretrizes do plano de gestão de logística sustentável e as demais condições
estabelecidas no edital.

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Documentação

Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma eletrônica, será instruído com


os seguintes documentos, no mínimo:

I - estudo técnico preliminar, quando necessário;

II - termo de referência;

III - planilha estimativa de despesa;

IV - previsão dos recursos orçamentários necessários, com a indicação das


rubricas, exceto na hipótese de pregão para registro de preços;

V - autorização de abertura da licitação;

VI - designação do pregoeiro e da equipe de apoio;

VII - edital e respectivos anexos;

VIII - minuta do termo do contrato, ou instrumento equivalente, ou minuta da


ata de registro de preços, conforme o caso;

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IX - parecer jurídico;

X - documentação exigida e apresentada para a habilitação;

XI- proposta de preços do licitante;

XII - ata da sessão pública, que conterá os seguintes registros, entre outros:

a) os licitantes participantes;

b) as propostas apresentadas;

c) os avisos, os esclarecimentos e as impugnações;

d) os lances ofertados, na ordem de classificação;

e) a suspensão e o reinício da sessão, se for o caso;

f) a aceitabilidade da proposta de preço;

g) a habilitação;

h) a decisão sobre o saneamento de erros ou falhas na proposta ou na


documentação;

i) os recursos interpostos, as respectivas análises e as decisões; e

j) o resultado da licitação;

XIII - comprovantes das publicações:

a) do aviso do edital;

b) do extrato do contrato; e

c) dos demais atos cuja publicidade seja exigida; e

XIV - ato de homologação.

§ 1º A instrução do processo licitatório poderá ser realizada por meio de


sistema eletrônico, de modo que os atos e os documentos de que trata este artigo,
constantes dos arquivos e registros digitais, serão válidos para todos os efeitos
legais, inclusive para comprovação e prestação de contas.

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§ 2º A ata da sessão pública será disponibilizada na internet imediatamente
após o seu encerramento, para acesso livre.

CAPÍTULO III

DO ACESSO AO SISTEMA ELETRÔNICO

Credenciamento

Art. 9º A autoridade competente do órgão ou da entidade promotora da


licitação, o pregoeiro, os membros da equipe de apoio e os licitantes que
participarem do pregão, na forma eletrônica, serão previamente credenciados,
perante o provedor do sistema eletrônico.

§ 1º O credenciamento para acesso ao sistema ocorrerá pela atribuição de


chave de identificação e de senha pessoal e intransferível.

§ 2º Caberá à autoridade competente do órgão ou da entidade promotora da


licitação solicitar, junto ao provedor do sistema, o seu credenciamento, o do
pregoeiro e o dos membros da equipe de apoio.

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Licitante

Art. 10. Na hipótese de pregão promovido por órgão ou entidade integrante


do Sisg, o credenciamento do licitante e sua manutenção dependerão de registro
prévio e atualizado no Sicaf.

Art. 11. O credenciamento no Sicaf permite a participação dos interessados


em qualquer pregão, na forma eletrônica, exceto quando o seu cadastro no Sicaf
tenha sido inativado ou excluído por solicitação do credenciado ou por determinação
legal.

CAPÍTULO IV

DA CONDUÇÃO DO PROCESSO

Órgão ou entidade promotora da licitação

Art. 12. O pregão, na forma eletrônica, será conduzido pelo órgão ou pela
entidade promotora da licitação, com apoio técnico e operacional do órgão central
do Sisg, que atuará como provedor do Sistema de Compras do Governo federal
para os órgãos e entidades integrantes do Sisg.

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Autoridade competente

Art. 13. Caberá à autoridade competente, de acordo com as atribuições


previstas no regimento ou no estatuto do órgão ou da entidade promotora da
licitação:

I - designar o pregoeiro e os membros da equipe de apoio;

II - indicar o provedor do sistema;

III - determinar a abertura do processo licitatório;

IV - decidir os recursos contra os atos do pregoeiro, quando este mantiver sua


decisão;

V - adjudicar o objeto da licitação, quando houver recurso;

VI - homologar o resultado da licitação; e

VII - celebrar o contrato ou assinar a ata de registro de preços.

CAPÍTULO V

DO PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO

Orientações gerais

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Art. 14. No planejamento do pregão, na forma eletrônica, será observado o
seguinte:

I - elaboração do estudo técnico preliminar e do termo de referência;

II - aprovação do estudo técnico preliminar e do termo de referência pela


autoridade competente ou por quem esta delegar;

III - elaboração do edital, que estabelecerá os critérios de julgamento e a


aceitação das propostas, o modo de disputa e, quando necessário, o intervalo
mínimo de diferença de valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá tanto
em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que cobrir a
melhor oferta;

IV - definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, dos prazos


e das condições que, pelas suas particularidades, sejam consideradas relevantes
para a celebração e a execução do contrato e o atendimento das necessidades da
administração pública; e

V - designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.

Valor estimado ou valor máximo aceitável

Art. 15. O valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação, se


não constar expressamente do edital, possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado
exclusiva e permanentemente aos órgãos de controle externo e interno.

§ 1º O caráter sigiloso do valor estimado ou do valor máximo aceitável para a


contratação será fundamentado no § 3º do art. 7º da Lei nº 12.527, de 18 de
novembro de 2011, e no art. 20 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012.

§ 2º Para fins do disposto no caput, o valor estimado ou o valor máximo


aceitável para a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o
encerramento do envio de lances, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos
quantitativos e das demais informações necessárias à elaboração das propostas.

§ 3º Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento pelo maior


desconto, o valor estimado, o valor máximo aceitável ou o valor de referência para
aplicação do desconto constará obrigatoriamente do instrumento convocatório.

Designações do pregoeiro e da equipe de apoio

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Art. 16. Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem
possuir a competência, designar agentes públicos para o desempenho das funções
deste Decreto, observados os seguintes requisitos:

I - o pregoeiro e os membros da equipe de apoio serão servidores do órgão ou


da entidade promotora da licitação; e

II - os membros da equipe de apoio serão, em sua maioria, servidores


ocupantes de cargo efetivo, preferencialmente pertencentes aos quadros
permanentes do órgão ou da entidade promotora da licitação.

§ 1º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro


da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.

§ 2º A critério da autoridade competente, o pregoeiro e os membros da equipe


de apoio poderão ser designados para uma licitação específica, para um período
determinado, admitidas reconduções, ou por período indeterminado, permitida a
revogação da designação a qualquer tempo.

§ 3º Os órgãos e as entidades de que trata o § 1º do art. 1º estabelecerão


planos de capacitação que contenham iniciativas de treinamento para a formação e
a atualização técnica de pregoeiros, membros da equipe de apoio e demais agentes
encarregados da instrução do processo licitatório, a serem implementadas com
base em gestão por competências.

Do pregoeiro

Art. 17. Caberá ao pregoeiro, em especial:

I - conduzir a sessão pública;

II - receber, examinar e decidir as impugnações e os pedidos de


esclarecimentos ao edital e aos anexos, além de poder requisitar subsídios formais
aos responsáveis pela elaboração desses documentos;

III - verificar a conformidade da proposta em relação aos requisitos


estabelecidos no edital;

IV - coordenar a sessão pública e o envio de lances;

V - verificar e julgar as condições de habilitação;

VI - sanear erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos
documentos de habilitação e sua validade jurídica;

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VII - receber, examinar e decidir os recursos e encaminhá-los à autoridade
competente quando mantiver sua decisão;

VIII - indicar o vencedor do certame;

IX - adjudicar o objeto, quando não houver recurso;

X - conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e

XI - encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade competente e


propor a sua homologação.

Parágrafo único. O pregoeiro poderá solicitar manifestação técnica da


assessoria jurídica ou de outros setores do órgão ou da entidade, a fim de subsidiar
sua decisão.

Da equipe de apoio

Art. 18. Caberá à equipe de apoio auxiliar o pregoeiro nas etapas do processo
licitatório.

Do licitante

Art. 19. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma


eletrônica:

I - credenciar-se previamente no Sicaf ou, na hipótese de que trata o §2º do


art. 5º, no sistema eletrônico utilizado no certame;

II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente via sistema, os documentos


de habilitação e a proposta e, quando necessário, os documentos complementares;

III - responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu nome,


assumir como firmes e verdadeiras suas propostas e seus lances, inclusive os atos
praticados diretamente ou por seu representante, excluída a responsabilidade do
provedor do sistema ou do órgão ou entidade promotora da licitação por eventuais
danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros;

IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o processo


licitatório e responsabilizar-se pelo ônus decorrente da perda de negócios diante da
inobservância de mensagens emitidas pelo sistema ou de sua desconexão;

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V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer acontecimento
que possa comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da senha, para imediato
bloqueio de acesso;

VI - utilizar a chave de identificação e a senha de acesso para participar do


pregão na forma eletrônica; e

VII - solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da senha de acesso


por interesse próprio.

Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no Sicaf terá sua chave de


identificação e senha suspensas automaticamente.

CAPÍTULO VI

DA PUBLICAÇÃO DO AVISO DO EDITAL

Publicação

Art. 20. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com a
convocação dos interessados por meio da publicação do aviso do edital no Diário
Oficial da União e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade promotora da
licitação.

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Parágrafo único. Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, a publicação
ocorrerá na imprensa oficial do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do
Município e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade promotora da licitação.

Edital

Art. 21. Os órgãos ou as entidades integrantes do Sisg e aqueles que aderirem


ao Sistema Compras do Governo federal disponibilizarão a íntegra do edital no
endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.gov.br e no sítio eletrônico do
órgão ou da entidade promotora do pregão.

Parágrafo único. Na hipótese do § 2º do art. 5º, o edital será disponibilizado


na íntegra no sítio eletrônico do órgão ou da entidade promotora do pregão e no
portal do sistema utilizado para a realização do pregão.

Modificação do edital

Art. 22. Modificações no edital serão divulgadas pelo mesmo instrumento de


publicação utilizado para divulgação do texto original e o prazo inicialmente
estabelecido será reaberto, exceto se, inquestionavelmente, a alteração não afetar
a formulação das propostas, resguardado o tratamento isonômico aos licitantes.

Esclarecimentos

Art. 23. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório


serão enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para
abertura da sessão pública, por meio eletrônico, na forma do edital.

§ 1º O pregoeiro responderá aos pedidos de esclarecimentos no prazo de dois


dias úteis, contado da data de recebimento do pedido, e poderá requisitar subsídios
formais aos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos.

§ 2º As respostas aos pedidos de esclarecimentos serão divulgadas pelo


sistema e vincularão os participantes e a administração.

Impugnação

Art. 24. Qualquer pessoa poderá impugnar os termos do edital do pregão, por
meio eletrônico, na forma prevista no edital, até três dias úteis anteriores à data
fixada para abertura da sessão pública.

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§ 1º A impugnação não possui efeito suspensivo e caberá ao pregoeiro,
auxiliado pelos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos, decidir sobre
a impugnação no prazo de dois dias úteis, contado do data de recebimento da
impugnação.

§ 2º A concessão de efeito suspensivo à impugnação é medida excepcional e


deverá ser motivada pelo pregoeiro, nos autos do processo de licitação.

§ 3º Acolhida a impugnação contra o edital, será definida e publicada nova


data para realização do certame.

CAPÍTULO VII

DA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA E DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO

Prazo

Art. 25. O prazo fixado para a apresentação das propostas e dos documentos
de habilitação não será inferior a oito dias úteis, contado da data de publicação do
aviso do edital.

Apresentação da proposta e dos documentos de habilitação pelo licitante

Art. 26. Após a divulgação do edital no sítio eletrônico, os licitantes


encaminharão, exclusivamente por meio do sistema, concomitantemente com os
documentos de habilitação exigidos no edital, proposta com a descrição do objeto
ofertado e o preço, até a data e o horário estabelecidos para abertura da sessão
pública.

§ 1º A etapa de que trata o caput será encerrada com a abertura da sessão


pública.

§ 2º Os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação


que constem do Sicaf e de sistemas semelhantes mantidos pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, quando a licitação for realizada por esses entes

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federativos, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados
constantes dos sistemas.

§ 3º O envio da proposta, acompanhada dos documentos de habilitação


exigidos no edital, nos termos do disposto no caput, ocorrerá por meio de chave de
acesso e senha.

§ 4º O licitante declarará, em campo próprio do sistema, o cumprimento dos


requisitos para a habilitação e a conformidade de sua proposta com as exigências
do edital.

§ 5º A falsidade da declaração de que trata o § 4º sujeitará o licitante às


sanções previstas neste Decreto.

§ 6º Os licitantes poderão retirar ou substituir a proposta e os documentos de


habilitação anteriormente inseridos no sistema, até a abertura da sessão pública.

§ 7º Na etapa de apresentação da proposta e dos documentos de habilitação


pelo licitante, observado o disposto no caput, não haverá ordem de classificação
das propostas, o que ocorrerá somente após os procedimentos de que trata o
Capítulo IX.

§ 8º Os documentos que compõem a proposta e a habilitação do licitante


melhor classificado somente serão disponibilizados para avaliação do pregoeiro e
para acesso público após o encerramento do envio de lances.

§ 9º Os documentos complementares à proposta e à habilitação, quando


necessários à confirmação daqueles exigidos no edital e já apresentados, serão
encaminhados pelo licitante melhor classificado após o encerramento do envio de
lances, observado o prazo de que trata o § 2º do art. 38.

CAPÍTULO VIII

DA ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA E DO ENVIO DE LANCES

Horário de abertura

Art. 27. A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet será
aberta pelo pregoeiro com a utilização de sua chave de acesso e senha.

§ 1º Os licitantes poderão participar da sessão pública na internet, mediante


a utilização de sua chave de acesso e senha.

§ 2º O sistema disponibilizará campo próprio para troca de mensagens entre


o pregoeiro e os licitantes.

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Conformidade das propostas

Art. 28. O pregoeiro verificará as propostas apresentadas e desclassificará


aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos no
edital.

Parágrafo único. A desclassificação da proposta será fundamentada e


registrada no sistema, acompanhado em tempo real por todos os participantes.

Ordenação e classificação das propostas

Art. 29. O sistema ordenará automaticamente as propostas classificadas pelo


pregoeiro.

Parágrafo único. Somente as propostas classificadas pelo pregoeiro


participarão da etapa de envio de lances.

Início da fase competitiva

Art. 30. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva,


oportunidade em que os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por
meio do sistema eletrônico.

§ 1º O licitante será imediatamente informado do recebimento do lance e do


valor consignado no registro.

§ 2º Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, observados o horário


fixado para abertura da sessão pública e as regras estabelecidas no edital.

§ 3º O licitante somente poderá oferecer valor inferior ou maior percentual de


desconto ao último lance por ele ofertado e registrado pelo sistema, observado,
quando houver, o intervalo mínimo de diferença de valores ou de percentuais entre
os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação
ao lance que cobrir a melhor oferta.

§ 4º Não serão aceitos dois ou mais lances iguais e prevalecerá aquele que
for recebido e registrado primeiro.

§ 5º Durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo real,


do valor do menor lance registrado, vedada a identificação do licitante.

28
Modos de disputa

Art. 31. Serão adotados para o envio de lances no pregão eletrônico os


seguintes modos de disputa:

I - aberto - os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com


prorrogações, conforme o critério de julgamento adotado no edital; ou

II - aberto e fechado - os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos,


com lance final e fechado, conforme o critério de julgamento adotado no edital.

Parágrafo único. No modo de disputa aberto, o edital preverá intervalo mínimo


de diferença de valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá tanto em
relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que cobrir a melhor
oferta.

Modo de disputa aberto

Art. 32. No modo de disputa aberto, de que trata o inciso I do caput do art. 31,
a etapa de envio de lances na sessão pública durará dez minutos e, após isso, será
prorrogada automaticamente pelo sistema quando houver lance ofertado nos
últimos dois minutos do período de duração da sessão pública.

§ 1º A prorrogação automática da etapa de envio de lances, de que trata


o caput, será de dois minutos e ocorrerá sucessivamente sempre que houver lances

29
enviados nesse período de prorrogação, inclusive quando se tratar de lances
intermediários.

§ 2º Na hipótese de não haver novos lances na forma estabelecida no caput e


no § 1º, a sessão pública será encerrada automaticamente.

§ 3º Encerrada a sessão pública sem prorrogação automática pelo sistema,


nos termos do disposto no § 1º, o pregoeiro poderá, assessorado pela equipe de
apoio, admitir o reinício da etapa de envio de lances, em prol da consecução do
melhor preço disposto no parágrafo único do art. 7º, mediante justificativa.

Modo de disputa aberto e fechado

Art. 33. No modo de disputa aberto e fechado, de que trata o inciso II


do caput do art. 31, a etapa de envio de lances da sessão pública terá duração de
quinze minutos.

§ 1º Encerrado o prazo previsto no caput, o sistema encaminhará o aviso de


fechamento iminente dos lances e, transcorrido o período de até dez minutos,
aleatoriamente determinado, a recepção de lances será automaticamente
encerrada.

§ 2º Encerrado o prazo de que trata o § 1º, o sistema abrirá a oportunidade


para que o autor da oferta de valor mais baixo e os autores das ofertas com valores
até dez por cento superiores àquela possam ofertar um lance final e fechado em até
cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento deste prazo.

§ 3º Na ausência de, no mínimo, três ofertas nas condições de que trata o §


2º, os autores dos melhores lances subsequentes, na ordem de classificação, até o
máximo de três, poderão oferecer um lance final e fechado em até cinco minutos,
que será sigiloso até o encerramento do prazo.

§ 4º Encerrados os prazos estabelecidos nos § 2º e § 3º, o sistema ordenará


os lances em ordem crescente de vantajosidade.

§ 5º Na ausência de lance final e fechado classificado nos termos dos § 2º e §


3º, haverá o reinício da etapa fechada para que os demais licitantes, até o máximo
de três, na ordem de classificação, possam ofertar um lance final e fechado em até
cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento deste prazo, observado, após
esta etapa, o disposto no § 4º.

§ 6º Na hipótese de não haver licitante classificado na etapa de lance fechado


que atenda às exigências para habilitação, o pregoeiro poderá, auxiliado pela equipe

30
de apoio, mediante justificativa, admitir o reinício da etapa fechada, nos termos do
disposto no § 5º.

Desconexão do sistema na etapa de lances

Art. 34. Na hipótese de o sistema eletrônico desconectar para o pregoeiro no


decorrer da etapa de envio de lances da sessão pública e permanecer acessível aos
licitantes, os lances continuarão sendo recebidos, sem prejuízo dos atos realizados.

Art. 35. Quando a desconexão do sistema eletrônico para o pregoeiro persistir


por tempo superior a dez minutos, a sessão pública será suspensa e reiniciada
somente decorridas vinte e quatro horas após a comunicação do fato aos
participantes, no sítio eletrônico utilizado para divulgação.

Critérios de desempate

Art. 36. Após a etapa de envio de lances, haverá a aplicação dos critérios de
desempate previstos nos art. 44 e art. 45 da Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006, seguido da aplicação do critério estabelecido no § 2º do art. 3º
da Lei nº 8.666, de 1993, se não houver licitante que atenda à primeira hipótese.

Art. 37. Os critérios de desempate serão aplicados nos termos do art. 36, caso
não haja envio de lances após o início da fase competitiva.

Parágrafo único. Na hipótese de persistir o empate, a proposta vencedora será


sorteada pelo sistema eletrônico dentre as propostas empatadas.

CAPÍTULO IX

DO JULGAMENTO

Negociação da proposta

Art. 38. Encerrada a etapa de envio de lances da sessão pública, o pregoeiro


deverá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha
apresentado o melhor preço, para que seja obtida melhor proposta, vedada a
negociação em condições diferentes das previstas no edital.

§ 1º A negociação será realizada por meio do sistema e poderá ser


acompanhada pelos demais licitantes.

§ 2º O instrumento convocatório deverá estabelecer prazo de, no mínimo,


duas horas, contado da solicitação do pregoeiro no sistema, para envio da proposta

31
e, se necessário, dos documentos complementares, adequada ao último lance
ofertado após a negociação de que trata o caput.

Julgamento da proposta

Art. 39. Encerrada a etapa de negociação de que trata o art. 38, o pregoeiro
examinará a proposta classificada em primeiro lugar quanto à adequação ao objeto
e à compatibilidade do preço em relação ao máximo estipulado para contratação no
edital, observado o disposto no parágrafo único do art. 7º e no § 9º do art. 26, e
verificará a habilitação do licitante conforme disposições do edital, observado o
disposto no Capítulo X.

CAPÍTULO X

DA HABILITAÇÃO

Documentação obrigatória

Art. 40. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a


documentação relativa:

I - à habilitação jurídica;

II - à qualificação técnica;

III - à qualificação econômico-financeira;

IV - à regularidade fiscal e trabalhista;

V - à regularidade fiscal perante as Fazendas Públicas estaduais, distrital e


municipais, quando necessário; e

VI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 7º da


Constituição e no inciso XVIII do caput do art. 78 da Lei nº 8.666, de 1993.

Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao disposto nos


incisos I, III, IV e V do caput poderá ser substituída pelo registro cadastral no Sicaf
e em sistemas semelhantes mantidos pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, quando a licitação for realizada por esses entes federativos.

Art. 41. Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na


licitação, as exigências de habilitação serão atendidas mediante documentos
equivalentes, inicialmente apresentados com tradução livre.

32
Parágrafo único. Na hipótese de o licitante vencedor ser estrangeiro, para fins
de assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, os documentos de que
trata o caput serão traduzidos por tradutor juramentado no País e apostilados nos
termos do dispostos no Decreto nº 8.660, de 29 de janeiro de 2016, ou de outro que
venha a substituí-lo, ou consularizados pelos respectivos consulados ou
embaixadas.

Art. 42. Quando permitida a participação de consórcio de empresas, serão


exigidas:

I - a comprovação da existência de compromisso público ou particular de


constituição de consórcio, com indicação da empresa líder, que atenderá às
condições de liderança estabelecidas no edital e representará as consorciadas
perante a União;

II - a apresentação da documentação de habilitação especificada no edital por


empresa consorciada;

III - a comprovação da capacidade técnica do consórcio pelo somatório dos


quantitativos de cada empresa consorciada, na forma estabelecida no edital;

IV - a demonstração, por cada empresa consorciada, do atendimento aos


índices contábeis definidos no edital, para fins de qualificação econômico-financeira;

V - a responsabilidade solidária das empresas consorciadas pelas obrigações


do consórcio, nas etapas da licitação e durante a vigência do contrato;

VI - a obrigatoriedade de liderança por empresa brasileira no consórcio


formado por empresas brasileiras e estrangeiras, observado o disposto no inciso I;
e

VII - a constituição e o registro do consórcio antes da celebração do contrato.

Parágrafo único. Fica vedada a participação de empresa consorciada, na


mesma licitação, por meio de mais de um consórcio ou isoladamente.

Procedimentos de verificação

Art. 43. A habilitação dos licitantes será verificada por meio do Sicaf, nos
documentos por ele abrangidos, quando os procedimentos licitatórios forem
realizados por órgãos ou entidades integrantes do Sisg ou por aqueles que aderirem
ao Sicaf.

33
§ 1º Os documentos exigidos para habilitação que não estejam contemplados
no Sicaf serão enviados nos termos do disposto no art. 26.

§ 2º Na hipótese de necessidade de envio de documentos complementares


após o julgamento da proposta, os documentos deverão ser apresentados em
formato digital, via sistema, no prazo definido no edital, após solicitação do pregoeiro
no sistema eletrônico, observado o prazo disposto no § 2º do art. 38.

§ 3º A verificação pelo órgão ou entidade promotora do certame nos sítios


eletrônicos oficiais de órgãos e entidades emissores de certidões constitui meio
legal de prova, para fins de habilitação.

§ 4º Na hipótese de a proposta vencedora não for aceitável ou o licitante não


atender às exigências para habilitação, o pregoeiro examinará a proposta
subsequente e assim sucessivamente, na ordem de classificação, até a apuração de
uma proposta que atenda ao edital.

§ 5º Na hipótese de contratação de serviços comuns em que a legislação ou


o edital exija apresentação de planilha de composição de preços, esta deverá ser
encaminhada exclusivamente via sistema, no prazo fixado no edital, com os
respectivos valores readequados ao lance vencedor.

§ 6º No pregão, na forma eletrônica, realizado para o sistema de registro de


preços, quando a proposta do licitante vencedor não atender ao quantitativo total
estimado para a contratação, poderá ser convocada a quantidade de licitantes
necessária para alcançar o total estimado, respeitada a ordem de classificação,
observado o preço da proposta vencedora, precedida de posterior habilitação, nos
termos do disposto no Capítulo X.

§ 7º A comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e


das empresas de pequeno porte será exigida nos termos do disposto no art. 4º do
Decreto nº 8.538, de 6 de outubro de 2015.

§ 8º Constatado o atendimento às exigências estabelecidas no edital, o


licitante será declarado vencedor.

CAPÍTULO XI

DO RECURSO

34
Intenção de recorrer e prazo para recurso

Art. 44. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante o prazo


concedido na sessão pública, de forma imediata, em campo próprio do sistema,
manifestar sua intenção de recorrer.

§ 1º As razões do recurso de que trata o caput deverão ser apresentadas no


prazo de três dias.

§ 2º Os demais licitantes ficarão intimados para, se desejarem, apresentar


suas contrarrazões, no prazo de três dias, contado da data final do prazo do
recorrente, assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos
seus interesses.

§ 3º A ausência de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à


intenção de recorrer, nos termos do disposto no caput, importará na decadência
desse direito, e o pregoeiro estará autorizado a adjudicar o objeto ao licitante
declarado vencedor.

§ 4º O acolhimento do recurso importará na invalidação apenas dos atos que


não podem ser aproveitados.

CAPÍTULO XII

DA ADJUDICAÇÃO E DA HOMOLOGAÇÃO

Autoridade competente

Art. 45. Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos


praticados, a autoridade competente adjudicará o objeto e homologará o
procedimento licitatório, nos termos do disposto no inciso V do caput do art. 13.

Pregoeiro

Art. 46. Na ausência de recurso, caberá ao pregoeiro adjudicar o objeto e


encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior e propor a
homologação, nos termos do disposto no inciso IX do caput do art. 17.

CAPÍTULO XIII

DO SANEAMENTO DA PROPOSTA E DA HABILITAÇÃO

Erros ou falhas

35
Art. 47. O pregoeiro poderá, no julgamento da habilitação e das propostas,
sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos
e sua validade jurídica, mediante decisão fundamentada, registrada em ata e
acessível aos licitantes, e lhes atribuirá validade e eficácia para fins de habilitação e
classificação, observado o disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

Parágrafo único. Na hipótese de necessidade de suspensão da sessão pública


para a realização de diligências, com vistas ao saneamento de que trata o caput, a
sessão pública somente poderá ser reiniciada mediante aviso prévio no sistema
com, no mínimo, vinte e quatro horas de antecedência, e a ocorrência será
registrada em ata.

CAPÍTULO XIV

DA CONTRATAÇÃO

Assinatura do contrato ou da ata de registro de preços

Art. 48. Após a homologação, o adjudicatário será convocado para assinar o


contrato ou a ata de registro de preços no prazo estabelecido no edital.

§ 1º Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será exigida a


comprovação das condições de habilitação consignadas no edital, que deverão ser
mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou da ata de registro de
preços.

§ 2º Na hipótese de o vencedor da licitação não comprovar as condições de


habilitação consignadas no edital ou se recusar a assinar o contrato ou a ata de
registro de preços, outro licitante poderá ser convocado, respeitada a ordem de
classificação, para, após a comprovação dos requisitos para habilitação, analisada a
proposta e eventuais documentos complementares e, feita a negociação, assinar o
contrato ou a ata de registro de preços, sem prejuízo da aplicação das sanções de
que trata o art. 49.

§ 3º O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, permitida a


fixação de prazo diverso no edital.

CAPÍTULO XV

DA SANÇÃO

36
Impedimento de licitar e contratar

Art. 49. Ficará impedido de licitar e de contratar com a União e será


descredenciado no Sicaf, pelo prazo de até cinco anos, sem prejuízo das multas
previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais, garantido o direito
à ampla defesa, o licitante que, convocado dentro do prazo de validade de sua
proposta:

I - não assinar o contrato ou a ata de registro de preços;

II - não entregar a documentação exigida no edital;

III - apresentar documentação falsa;

IV - causar o atraso na execução do objeto;

V - não mantiver a proposta;

VI - falhar na execução do contrato;

VII - fraudar a execução do contrato;

VIII - comportar-se de modo inidôneo;

IX - declarar informações falsas; e

X - cometer fraude fiscal.

§ 1º As sanções descritas no caput também se aplicam aos integrantes do


cadastro de reserva, em pregão para registro de preços que, convocados, não
honrarem o compromisso assumido sem justificativa ou com justificativa recusada
pela administração pública.

§ 2º As sanções serão registradas e publicadas no Sicaf.

CAPÍTULO XVI

DA REVOGAÇÃO E DA ANULAÇÃO

37
Revogação e anulação

Art. 50. A autoridade competente para homologar o procedimento licitatório


de que trata este Decreto poderá revogá-lo somente em razão do interesse público,
por motivo de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente
para justificar a revogação, e deverá anulá-lo por ilegalidade, de ofício ou por
provocação de qualquer pessoa, por meio de ato escrito e fundamentado.

Parágrafo único. Os licitantes não terão direito à indenização em decorrência


da anulação do procedimento licitatório, ressalvado o direito do contratado de boa-
fé ao ressarcimento dos encargos que tiver suportado no cumprimento do contrato.

CAPÍTULO XVII

DO SISTEMA DE DISPENSA ELETRÔNICA

Aplicação

Art. 51. As unidades gestoras integrantes do Sisg adotarão o sistema de


dispensa eletrônica, nas seguintes hipóteses:

I - contratação de serviços comuns de engenharia, nos termos do disposto


no inciso I do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993;

II - aquisição de bens e contratação de serviços comuns, nos termos do


disposto no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993; e

III - aquisição de bens e contratação de serviços comuns, incluídos os serviços


comuns de engenharia, nos termos do disposto no inciso III e seguintes do caput do
art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, quando cabível.

§ 1º Ato do Secretário de Gestão da Secretaria Especial de


Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia
regulamentará o funcionamento do sistema de dispensa eletrônica.

§ 2º A obrigatoriedade da utilização do sistema de dispensa eletrônica


ocorrerá a partir da data de publicação do ato de que trata o § 1º.

§ 3º Fica vedada a utilização do sistema de dispensa eletrônica nas hipóteses


de que trata o art. 4º.

CAPÍTULO XVIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

38
Orientações gerais

Art. 52. Ato do Secretário de Gestão da Secretaria Especial de


Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia
estabelecerá os prazos para implementação das regras decorrentes do disposto
neste Decreto quando se tratar de licitações realizadas com a utilização de
transferências de recursos da União de que trata o § 3º do art. 1º.

Art. 53. Os horários estabelecidos no edital, no aviso e durante a sessão


pública observarão o horário de Brasília, Distrito Federal, inclusive para contagem
de tempo e registro no sistema eletrônico e na documentação relativa ao certame.

Art. 54. Os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma


eletrônica, têm direito público subjetivo à fiel observância do procedimento
estabelecido neste Decreto e qualquer interessado poderá acompanhar o seu
desenvolvimento em tempo real, por meio da internet.

Art. 55. Os entes federativos usuários dos sistemas de que trata o § 2º do art.
5º poderão utilizar o Sicaf para fins habilitatórios.

Art. 56. A Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização,


Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia poderá ceder o uso do seu
sistema eletrônico a órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, mediante celebração de termo de acesso.

Art. 57. As propostas que contenham a descrição do objeto, o valor e os


documentos complementares estarão disponíveis na internet, após a homologação.

Art. 58. Os arquivos e os registros digitais relativos ao processo licitatório


permanecerão à disposição dos órgãos de controle interno e externo.

Art. 59. A Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização,


Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia poderá editar normas
complementares ao disposto neste Decreto e disponibilizar informações adicionais,
em meio eletrônico.

Revogação

Art. 60. Ficam revogados:

I - o Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005; e

II - o Decreto nº 5.504, de 5 de agosto de 2005.

39
Vigência

Art. 61. Este Decreto entra em vigor em 28 de outubro de 2019.

§ 1º Os editais publicados após a data de entrada em vigor deste Decreto


serão ajustados aos termos deste Decreto.

§ 2º As licitações cujos editais tenham sido publicados até 28 de outubro de


2019 permanecem regidos pelo Decreto nº 5.450, de 2005.

Brasília, 20 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO


Paulo Guedes

40
41
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40 de 22 de maio de 2020

42
O SECRETÁRIO DE GESTÃO DA SECRETARIA ESPECIAL DE
DESBUROCRATIZAÇÃO, GESTÃO E GOVERNO DIGITAL DO MINISTÉRIO DA
ECONOMIA, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 127 do Anexo I do
Decreto nº 9.745, de 8 de abril de 2019, e o Decreto nº 1.094, de 23 de março de
1994, resolve:
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares

Objeto e âmbito de aplicação

Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre a elaboração dos Estudos Técnicos
Preliminares - ETP - para a aquisição de bens e a contratação de serviços e obras,
no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, e sobre
o Sistema ETP digital.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Instrução Normativa, considera-se ETP o
documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação que
caracteriza determinada necessidade, descreve as análises realizadas em termos
de requisitos, alternativas, escolhas, resultados pretendidos e demais
características, dando base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto
básico, caso se conclua pela viabilidade da contratação.
Art. 2º O Sistema ETP digital constitui a ferramenta informatizada, disponibilizada
pela Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
Governo Digital do Ministério da Economia, no Portal de Compras do Governo
Federal, para elaboração dos ETP.
§ 1º Deverão ser observados os procedimentos estabelecidos no Manual do Sistema
ETP digital, disponível no Portal de Compras do Governo Federal, para acesso ao
sistema e elaboração dos ETP.
§ 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública não integrantes do Sistema de
Serviços Gerais - Sisg, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
interessados em utilizar o Sistema ETP digital de que trata esta Instrução Normativa,
poderão celebrar Termo de Acesso, conforme disposto na Portaria nº 355, de 9 de
agosto de 2019.
Art. 3º No caso da contratação de obras, os ETP serão elaborados de acordo com
esta Instrução Normativa, exceto quando lei ou regulamentação específica dispuser
de forma diversa.
Art. 4º Os ETP para as contratações de soluções de tecnologia da informação e
comunicação deverão observar as regras específicas do Órgão Central do Sistema
de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação - Sisp.

43
CAPÍTULO II
Elaboração

Diretrizes Gerais

Art. 5º Os ETP deverão evidenciar o problema a ser resolvido e a melhor solução


dentre as possíveis, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica,
socioeconômica e ambiental da contratação.
Art. 6º Os ETP serão elaborados conjuntamente por servidores da área técnica e
requisitante ou, quando houver, pela equipe de planejamento da contratação.

Conteúdo

Art. 7º Com base no documento de formalização da demanda, as seguintes


informações deverão ser produzidas e registradas no Sistema ETP digital:
I - descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a ser resolvido
sob a perspectiva do interesse público;
II - descrição dos requisitos necessários e suficientes à escolha da solução,
prevendo critérios e práticas de sustentabilidade;
III - levantamento de mercado, que consiste na prospecção e análise das alternativas
possíveis de soluções, podendo, entre outras opções:
a) ser consideradas contratações similares feitas por outros órgãos e entidades, com
objetivo de identificar a existência de novas metodologias, tecnologias ou inovações
que melhor atendam às necessidades da administração; e
b) ser realizada consulta, audiência pública ou diálogo transparente com potenciais
contratadas, para coleta de contribuições.
IV - descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à
manutenção e à assistência técnica, quando for o caso, acompanhada das
justificativas técnica e econômica da escolha do tipo de solução;
V - estimativa das quantidades a serem contratadas, acompanhada das memórias
de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, considerando a interdependência
com outras contratações, de modo a possibilitar economia de escala;
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários
referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, que
poderão constar de anexo classificado, se a administração optar por preservar o seu
sigilo até a conclusão da licitação;
VII - justificativas para o parcelamento ou não da solução, se aplicável;
VIII - contratações correlatas e/ou interdependentes;
IX - demonstração do alinhamento entre a contratação e o planejamento do órgão
ou entidade, identificando a previsão no Plano Anual de Contratações ou, se for o
caso, justificando a ausência de previsão;
X - resultados pretendidos, em termos de efetividade e de desenvolvimento nacional

44
sustentável;
XI - providências a serem adotadas pela administração previamente à celebração do
contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de empregados para
fiscalização e gestão contratual ou adequação do ambiente da organização;
XII - possíveis impactos ambientais e respectivas medidas de tratamento; e
XIII - posicionamento conclusivo sobre a viabilidade e razoabilidade da contratação.
§ 1º Caso, após o levantamento do mercado de que trata o inciso III, a quantidade
de fornecedores for considerada restrita, deve-se verificar se os requisitos que
limitam a participação são realmente indispensáveis, flexibilizando-os sempre que
possível.
§ 2º Os ETP devem obrigatoriamente conter os elementos dispostos nos incisos I,
IV, V, VI, VII, IX e XIII do caput deste artigo e, quando não contemplar os demais
elementos do caput, apresentar as devidas justificativas no próprio documento que
materializa os ETP.
§ 3º Nas contratações que utilizam especificações padronizadas estabelecidos nos
Cadernos de Logística divulgados pela Secretaria de Gestão, poderão ser
produzidos somente os elementos dispostos no caput que não forem estabelecidos
como padrão.
§ 4º Ao final da elaboração dos ETP, deve-se avaliar a necessidade de classificá-los
nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.

Exceções à elaboração dos ETP

Art. 8º A elaboração dos ETP:


I - é facultada nas hipóteses dos incisos I, II, III, IV e XI do art. 24 da Lei nº 8.666, e
21 de junho de 1993; e
II - é dispensada nos casos de prorrogações contratuais relativas a objetos de
prestação de natureza continuada.
CAPÍTULO III
Disposições Finais

Orientações Gerais

Art. 9º Os órgãos, entidades, seus dirigentes e servidores que utilizem o Sistema


ETP digital responderão administrativa, civil e penalmente por ato ou fato que
caracterize o uso indevido de senhas de acesso ou que transgrida as normas de
segurança instituídas.
§ 1º Os órgãos e entidades deverão assegurar o sigilo e a integridade dos dados e
informações da ferramenta informatizada de que trata esta Instrução Normativa,
protegendo-os contra danos e utilizações indevidas ou desautorizadas no âmbito de
sua atuação.
§ 2º As informações e os dados do Sistema ETP digital não poderão ser

45
comercializados, sob pena de cancelamento da autorização para o acesso, sem
prejuízo das demais cominações legais.
Art. 10. Os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Gestão da Secretaria
Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia,
que poderá expedir normas complementares para a execução desta norma, bem
como disponibilizar informações adicionais em meio eletrônico para fins de
operacionalização do sistema.

Vigência

Art. 11. Esta Instrução Normativa entra em vigor no dia 1º de julho de 2020.
CRISTIANO ROCHA HECKERT
Este conteúdo não substitui o publicado no Diário Oficial da União - DOU

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 73, DE 5 DE AGOSTO DE 2020

46
Dispõe sobre o procedimento administrativo para a realização de pesquisa de
preços para a aquisição de bens e contratação de serviços em geral, no âmbito da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
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Publicado em 05/08/2020 00h00 Atualizado em 21/08/2020 16h27
SECRETÁRIO DE GESTÃO DA SECRETARIA ESPECIAL DE
DESBUROCRATIZAÇÃO, GESTÃO E GOVERNO DIGITAL DO MINISTÉRIO DA
ECONOMIA, no uso das atribuições que lhe conferem o Decreto nº 9.745, de 8 de
abril de 2019, e o Decreto nº 1.094, de 23 de março de 1994, e tendo em vista o
disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na Lei nº 10.520, de 17 de julho
de 2002, e na Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, resolve:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Objeto e âmbito de aplicação

Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre o procedimento administrativo para


a realização de pesquisa de preços para aquisição de bens e contratação de
serviços em geral, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional.
§ 1º O disposto nesta Instrução Normativa não se aplica às contratações de obras
e serviços de engenharia de que trata o Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013.
§ 2º Os órgãos e entidades da administração pública estadual, distrital ou
municipal, direta ou indireta, quando executarem recursos da União decorrentes
de transferências voluntárias, deverão observar os procedimentos para realização
de pesquisa de preço de que trata esta Instrução Normativa.
§ 3º Para aferição da vantajosidade das adesões às atas de registro de preços,
deverá ser observado o disposto nesta Instrução Normativa.

Definições

Art. 2º Para fins do disposto nesta Instrução Normativa, considera-se:


I - preço estimado: valor obtido a partir de método matemático aplicado em série
de preços coletados, podendo desconsiderar, na sua formação, os valores
inexequíveis, inconsistentes e os excessivamente elevados;
II - preço máximo: valor de limite que a administração se dispõe a pagar por
determinado objeto, levando-se em consideração o preço estimado, os aspectos
mercadológicos próprios à negociação com o setor público e os recursos
orçamentários disponíveis; e
III - sobrepreço: preço contratado em valor expressivamente superior aos preços
referenciais de mercado.

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CAPÍTULO II
ELABORAÇÃO DA PESQUISA DE PREÇOS

Formalização

Art. 3º A pesquisa de preços será materializada em documento que conterá, no


mínimo:
I - identificação do agente responsável pela cotação;
II - caracterização das fontes consultadas;
III - série de preços coletados;
IV - método matemático aplicado para a definição do valor estimado; e
V - justificativas para a metodologia utilizada, em especial para a desconsideração
de valores inexequíveis, inconsistentes e excessivamente elevados, se aplicável.

Critérios

Art. 4º Na pesquisa de preços, sempre que possível, deverão ser observadas as


condições comerciais praticadas, incluindo prazos e locais de entrega, instalação e
montagem do bem ou execução do serviço, formas de pagamento, fretes,
garantias exigidas e marcas e modelos, quando for o caso.

Parâmetros

Art. 5º A pesquisa de preços para fins de determinação do preço estimado em


processo licitatório para a aquisição e contratação de serviços em geral será
realizada mediante a utilização dos seguintes parâmetros, empregados de forma
combinada ou não:
I - Painel de Preços, disponível no endereço eletrônico gov.br/paineldeprecos,
desde que as cotações refiram-se a aquisições ou contratações firmadas no
período de até 1 (um) ano anterior à data de divulgação do instrumento
convocatório;
II - aquisições e contratações similares de outros entes públicos, firmadas no
período de até 1 (um) ano anterior à data de divulgação do instrumento
convocatório;
III - dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, desde que atualizados no momento da
pesquisa e compreendidos no intervalo de até 6 (seis) meses de antecedência da
data de divulgação do instrumento convocatório, contendo a data e hora de
acesso; ou
IV - pesquisa direta com fornecedores, mediante solicitação formal de cotação,
desde que os orçamentos considerados estejam compreendidos no intervalo de
até 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do instrumento
convocatório.

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§1º Deverão ser priorizados os parâmetros estabelecidos nos incisos I e II.
§ 2º Quando a pesquisa de preços for realizada com os fornecedores, nos termos
do inciso IV, deverá ser observado:
I - prazo de resposta conferido ao fornecedor compatível com a complexidade do
objeto a ser licitado;
II - obtenção de propostas formais, contendo, no mínimo:
a) descrição do objeto, valor unitário e total;
b) número do Cadastro de Pessoa Física - CPF ou do Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica - CNPJ do proponente;
c) endereço e telefone de contato; e
d) data de emissão.
III - registro, nos autos da contratação correspondente, da relação de fornecedores
que foram consultados e não enviaram propostas como resposta à solicitação de
que trata o inciso IV do caput.

Metodologia

Art. 6º Serão utilizados, como métodos para obtenção do preço estimado, a média,
a mediana ou o menor dos valores obtidos na pesquisa de preços, desde que o
cálculo incida sobre um conjunto de três ou mais preços, oriundos de um ou mais
dos parâmetros de que trata o art. 5º, desconsiderados os valores inexequíveis,
inconsistentes e os excessivamente elevados.
§ 1º Poderão ser utilizados outros critérios ou métodos, desde que devidamente
justificados nos autos pelo gestor responsável e aprovados pela autoridade
competente.
§ 2º Para desconsideração dos valores inexequíveis, inconsistentes e os
excessivamente elevados, deverão ser adotados critérios fundamentados e
descritos no processo administrativo.
§ 3º Os preços coletados devem ser analisados de forma crítica, em especial,
quando houver grande variação entre os valores apresentados.
§ 4º Excepcionalmente, será admitida a determinação de preço estimado com
base em menos de três preços, desde que devidamente justificada nos autos pelo
gestor responsável e aprovado pela autoridade competente.
CAPÍTULO III
REGRAS ESPECÍFICAS

Inexigibilidade de licitação

Art. 7º Os processos de inexigibilidade de licitação deverão ser instruídos com a


devida justificativa de que o preço ofertado à administração é condizente com o
praticado pelo mercado, em especial por meio de:
I - documentos fiscais ou instrumentos contratuais de objetos idênticos,

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comercializados pela futura contratada, emitidos no período de até 1 (um) ano
anterior à data da autorização da inexigibilidade pela autoridade competente;
II - tabelas de preços vigentes divulgadas pela futura contratada em sítios
eletrônicos especializados ou de domínio amplo, contendo data e hora de acesso.
§1º Poderão ser utilizados outros critérios ou métodos, desde que devidamente
justificados nos autos pelo gestor responsável e aprovados pela autoridade
competente.
§2º Excepcionalmente, caso a futura contratada não tenha comercializado o objeto
anteriormente, a justificativa de preço de que trata o caput pode ser realizada com
objetos de mesma natureza.
§3º Caso a justificativa de preços aponte para a possibilidade de competição no
mercado, vedada está a inexigibilidade.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, às hipóteses de dispensa de
licitação, em especial as previstas nos incisos III, IV, XV, XVI e XVII do artigo 24 da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Contratações de itens de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC

Art. 8º As estimativas de preços de itens constantes nos Catálogos de Soluções de


TIC com Condições Padronizadas, publicados pela Secretaria de Governo Digital
da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, deverão
utilizar como parâmetro máximo o Preço Máximo de Compra de Item de TIC -
PMC-TIC, salvo se a pesquisa de preços realizada resultar em valor inferior ao
PMC-TIC.

Contratação de serviços com dedicação de mão de obra exclusiva

Art. 9º Na pesquisa de preço relativa às contratações de prestação de serviços


com dedicação de mão de obra exclusiva, aplica-se o disposto na Instrução
Normativa nº 5, de 26 de maio de 2017, observando, no que couber, o disposto
nesta Instrução Normativa.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS

Orientações gerais

Art. 10. O preço máximo a ser praticado na contratação poderá assumir valor
distinto do preço estimado na pesquisa de preços feita na forma desta Instrução
Normativa.
§ 1º É vedado qualquer critério estatístico ou matemático que incida a maior sobre
os preços máximos.
§ 2º O preço máximo poderá ser definido a partir do preço estimado na pesquisa
de preço, acrescido ou subtraído de determinado percentual, de forma justificada.

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§ 3º O percentual de que trata o § 2º deve ser definido de forma a aliar a
atratividade do mercado e a mitigação de risco de sobrepreço.

Revogação

Art. 11. Ficam revogadas:


I - Instrução Normativa nº 5, de 27 de junho de 2014;
II - Instrução Normativa nº 7, de 29 de agosto de 2014; e
III - Instrução Normativa nº 3, de 20 de abril de 2017.

Vigência

Art. 12. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Parágrafo único. Permanecem regidos pela Instrução Normativa nº 5, de 2014,
todos os procedimentos administrativos autuados ou registrados até a data de
entrada em vigor desta norma, incluindo contratações e eventuais renovações ou
prorrogações de vigências respectivas.
CRISTIANO ROCHA HECKERT
Este conteúdo não substitui o publicado no Diário Oficial da União - DOU

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