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NOÇÕES
DE DIREITO
ADMINISTRATIVO
Pregão Eletrônico – Decreto n. 10.024/2019
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Pregão Eletrônico – Decreto n. 10.024/2019
Diogo Surdi
Sumário
Pregão Eletrônico. ...........................................................................................................3
1. Disposições Preliminares.............................................................................................3
1.1. Objeto e Campo de Aplicação....................................................................................3
1.2. Princípios..................................................................................................................8
1.3. Definições............................................................................................................... 10
1.4. Vedações................................................................................................................ 12
2. Procedimentos.......................................................................................................... 13
PREGÃO ELETRÔNICO
Olá, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos o Pregão Eletrônico. Para isso, faremos uso das disposições
do Decreto n. 10.024/2019, norma que trouxe importantes inovações relacionadas com o pro-
cedimento a ser observado quando da utilização de tal modalidade licitatória.
Considerando que a norma em estudo foi editada no ano de 2019, praticamente não con-
tamos com questões anteriores relacionadas com o assunto. Ainda assim, as questões exis-
tentes, bem como aquelas em que foi possível a adaptação em relação à norma anterior, foram
comentadas, possibilitando com isso a sedimentação do conteúdo estudado.
Grande abraço e boa aula!
Diogo.
1. Disposições Preliminares
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Para resolver tal morosidade, o pregão tratou de colocar como uma de suas principais
características a inversão das fases da licitação, de forma que apenas será conferida a docu-
mentação do licitante que efetivamente vencer a licitação.
Caso o licitante vencedor não apresente a documentação legal exigível (ou caso possua
a mesma em situação irregular), o pregoeiro analisará a documentação do licitante detentor
da segunda melhor proposta, e assim sucessivamente até encontrar um licitante com a docu-
mentação regular. Tal procedimento foi um grande avanço e deixou as licitações muito mais
céleres e dinâmicas.
Exemplo: em uma licitação com base nas modalidades da Lei n. 8.666, apenas será verificada
a proposta dos licitantes que estiverem com todas as habilitações em dia. Assim, em um pro-
cedimento licitatório com 100 empresas, deverá ser conferida a documentação de todas elas
antes da abertura dos envelopes.
No pregão, caso estas mesmas 100 empresas estejam participando, elas primeiro participam
da fase das propostas, oportunidade em que uma delas será considerada vencedora. Poste-
riormente é feita a conferência da documentação, que, ao contrário do método tradicional,
apenas recairá no licitante detentor da melhor proposta.
Caso ele não esteja com a documentação regular, passa-se, só então, à análise da documenta-
ção do segundo colocado, e assim por diante.
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Durante muito tempo, o pregão era realizado de forma tradicional, ou seja, com a presença
obrigatória dos interessados em participar da licitação. No entanto, o texto da Lei n. 10.520,
que é a norma geral acerca do pregão, estabelece, em seu artigo 2º, §1º, a possibilidade de
utilização desta modalidade licitatória por meio eletrônico.
Art. 2º, § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da infor-
mação, nos termos de regulamentação específica.
Com o avanço da tecnologia, nada mais natural do que a substituição sistemática das for-
mas tradicionais de realização de licitação por meios mais ágeis e que não exijam a presença
das partes interessadas. Neste contexto, o pregão eletrônico, que antes tratava-se apenas de
uma faculdade, tornou-se a regra no âmbito das licitações públicas.
Em sintonia com este entendimento é o teor do artigo 1º do Decreto n. 10.024, que
estabelece o campo de aplicação do pregão eletrônico e o objeto a ser alcançado com a
realização do procedimento.
Art. 1º Este Decreto regulamenta a licitação, na modalidade de pregão, na forma eletrônica, para a
aquisição de bens e a contratação de serviços comuns, incluídos os serviços comuns de engenha-
ria, e dispõe sobre o uso da dispensa eletrônica, no âmbito da administração pública federal.
§ 1º A utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, pelos órgãos da administração
pública federal direta, pelas autarquias, pelas fundações e pelos fundos especiais é obrigatória.
§ 2º As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, nos termos do
regulamento interno de que trata o art. 40 da Lei n. 13.303, de 30 de junho de 2016, poderão adotar,
no que couber, as disposições deste Decreto, inclusive o disposto no Capítulo XVII, observados os
limites de que trata o art. 29 da referida Lei.
§ 3º Para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns pelos entes federativos, com a
utilização de recursos da União decorrentes de transferências voluntárias, tais como convênios e
contratos de repasse, a utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou da dispensa
eletrônica será obrigatória, exceto nos casos em que a lei ou a regulamentação específica que
dispuser sobre a modalidade de transferência discipline de forma diversa as contratações com os
recursos do repasse.
§ 4º Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da autoridade competente, a uti-
lização da forma de pregão presencial nas licitações de que trata o caput ou a não adoção do siste-
ma de dispensa eletrônica, desde que fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem
para a administração na realização da forma eletrônica.
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No que se refere ao objeto, devemos memorizar que o pregão eletrônico, de forma seme-
lhante ao que ocorria com o pregão presencial, destina-se à aquisição de bens e serviços co-
muns. A grande novidade em relação ao decreto em estudo é que o objeto do pregão eletrônico
poderá ser, também, os serviços comuns de engenharia.
Obs.: bens e serviços comuns são os bens cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações reconhe-
cidas e usuais do mercado.
Mas e quem será que está obrigado a adotar o pregão eletrônico nas aquisições de bens
e serviços comuns? Seriam todos os entes federativos obrigados a adotar este procedi-
mento?
Inicialmente, precisamos saber que as regras do pregão eletrônico são de utilização obri-
gatória pelos órgãos da administração pública federal direta, pelas autarquias, pelas funda-
ções e pelos fundos especiais.
Em sentido diverso, a utilização não é obrigatória para as empresas públicas, para as so-
ciedades de economia mista e para as respectivas subsidiárias. Para tais entidades, que são
regidas por norma específica, a utilização do pregão eletrônico trata-se de uma faculdade,
e não de uma obrigação.
Tudo o que mencionamos até aqui refere-se à esfera federal, ou seja, à Administração
Pública Direta e Indireta da União. Em relação aos demais entes federativos, como os Esta-
dos e Municípios, a regra geral é a de que a utilização do pregão eletrônico trata-se de uma
faculdade.
Contudo, caso estejamos diante da transferência de recursos da União de forma voluntá-
ria (como os convênios e contratos de repasse), a contratação de bens e serviços comuns,
por parte dos demais entes, deverá ser realizada por meio do pregão eletrônico. A exceção
fica por conta dos casos em que houver lei ou regulamentação específica disciplinando de
forma diversa a forma como deverão ocorrer as contratações com os recursos do repasse.
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Exemplo: a União celebra convênio com um Estado com o objetivo de auxiliar na constru-
ção de uma unidade hospitalar. Nesta situação, considerando que estamos diante de uma
transferência voluntária de recursos federais, as contratações de bens e serviços, ainda que
realizadas pelo Estado, devem ser feitas por meio do pregão eletrônico.
A utilização de outra sistemática de contratação (como o pregão presencial) apenas será
possível caso haja uma norma específica determinando a adoção desta modalidade nos
casos de repasse de valores.
Deve ser destacado que será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da
autoridade competente, a utilização da forma de pregão presencial nas licitações destinadas à
aquisição de bens e serviços comuns da União. A medida será possível quando ficar compro-
vada a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a administração na realização da forma
eletrônica.
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1.2. Princípios
Assim como ocorre com as demais modalidades licitatórias, o pregão eletrônico é pautado
em princípios, cuja previsão consta no artigo 2º da norma em estudo:
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§ 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será observado nas etapas do processo de contra-
tação, em suas dimensões econômica, social, ambiental e cultural, no mínimo, com base nos planos
de gestão de logística sustentável dos órgãos e das entidades.
§ 2º As normas disciplinadoras da licitação serão interpretadas em favor da ampliação da disputa
entre os interessados, resguardados o interesse da administração, o princípio da isonomia, a finali-
dade e a segurança da contratação.
A lista de princípios elencada não trata-se de uma relação taxativa, mas sim meramente
exemplificativa. Em outros termos, os princípios estabelecidos não limitam a utilização do ad-
ministrador, que pode fazer uso de outros princípios correlatos que eventualmente se fizerem
necessário.
Para fins de prova, é importante conhecermos a relação dos princípios estabelecidos, bem
como a respectiva definição de cada um deles, da seguinte forma:
• Legalidade: a Administração Pública apenas pode fazer aquilo que estiver previsto ou
autorizado em lei.
• Impessoalidade: as licitações devem ser impessoais, sendo que o licitante que apresen-
tar a melhor proposta deve ser considerado o vencedor, sem margem para julgamentos
pessoais.
• Moralidade: todas as etapas do pregão devem priorizar pela moralidade, sob pena de
restar configurado ato de improbidade administrativa.
• Igualdade: trata-se do princípio norteador da licitação. Por meio do procedimento, obje-
tiva-se conferir igualdade de condições para todos os participantes.
• Publicidade: com exceção dos atos essenciais para o procedimento, a licitação deve ser
pública a todos os interessados.
• Eficiência: o pregão eletrônico é a forma mais eficiente de contratação da Administra-
ção Pública. Nesta modalidade, até mesmo as pessoas que não estejam na localidade
da aquisição dos bens e serviços comuns podem se sagrar vencedoras. Logo, temos
uma otimização dos recursos públicos.
• Probidade administrativa: a probidade é uma derivação dos princípios da moralidade.
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1.3. Definições
O Decreto n. 10.024/2019 elenca uma série de definições legais, conceitos estes que são
utilizados, posteriormente, quando estivermos no curso do procedimento licitatório. Neste
ponto da matéria, as questões de prova tendem a se limitar ao conhecimento das respectivas
definições, motivo pelo qual faremos uso da literalidade do artigo 3º:
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IV – estudo técnico preliminar – documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma
contratação, que caracteriza o interesse público envolvido e a melhor solução ao problema a ser resolvi-
do e que, na hipótese de conclusão pela viabilidade da contratação, fundamenta o termo de referência;
V – lances intermediários – lances iguais ou superiores ao menor já ofertado, porém inferiores ao
último lance dado pelo próprio licitante;
VI – obra – construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bem imóvel, realizada por
execução direta ou indireta;
VII – serviço – atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelec-
tual ou material, de interesse da administração pública;
VIII – serviço comum de engenharia – atividade ou conjunto de atividades que necessitam da par-
ticipação e do acompanhamento de profissional engenheiro habilitado, nos termos do disposto na
Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pela administração pública, mediante especificações usuais de mercado;
IX – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf – ferramenta informatizada, inte-
grante da plataforma do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – Siasg, disponibili-
zada pelo Ministério da Economia, para cadastramento dos órgãos e das entidades da administração
pública, das empresas públicas e dos participantes de procedimentos de licitação, dispensa ou inexigi-
bilidade promovidos pelos órgãos e pelas entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais – Sisg;
X – sistema de dispensa eletrônica – ferramenta informatizada, integrante da plataforma do Siasg,
disponibilizada pelo Ministério da Economia, para a realização dos processos de contratação direta
de bens e serviços comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia; e
XI – termo de referência – documento elaborado com base nos estudos técnicos preliminares, que
deverá conter:
a) os elementos que embasam a avaliação do custo pela administração pública, a partir dos padrões
de desempenho e qualidade estabelecidos e das condições de entrega do objeto, com as seguintes
informações:
1. a definição do objeto contratual e dos métodos para a sua execução, vedadas especificações
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, que limitem ou frustrem a competição ou a realização
do certame;
2. o valor estimado do objeto da licitação demonstrado em planilhas, de acordo com o preço de
mercado; e
3. o cronograma físico-financeiro, se necessário;
b) o critério de aceitação do objeto;
c) os deveres do contratado e do contratante;
d) a relação dos documentos essenciais à verificação da qualificação técnica e econômico-financei-
ra, se necessária;
e) os procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato ou da ata de registro de preços;
f) o prazo para execução do contrato; e
g) as sanções previstas de forma objetiva, suficiente e clara.
Duas definições merecem ser destacadas, sendo elas as de bens e serviços comuns e a
de bens e serviços especiais.
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Os bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem
ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações reconhecidas e usuais do
mercado. Neste sentido, a classificação de bens e serviços como comuns depende de exame
predominantemente fático e de natureza técnica.
Já os bens e serviços especiais são os que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade
técnica, não podem ser considerados bens e serviços comuns. Contudo, caso os bens e servi-
ços, ainda que envolvam o desenvolvimento de soluções específicas de natureza intelectual,
científica e técnica, possam ser definidos como comuns, a licitação será realizada por meio do
pregão eletrônico.
1.4. Vedações
Ainda que a regra geral seja a de que o pregão eletrônico possa ser utilizado em todas as
situações, estabelece o decreto em estudo vedações à sua utilização.
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Esta informação é essencial para fins de provas de concurso público. Sendo assim, deve-
mos memorizar que o pregão eletrônico não poderá ser realizado, por expressa vedação legal,
nas seguintes situações:
• nas contratações de obras;
• nas locações imobiliárias;
• nas alienações.
• em relação aos bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia enqua-
drados nesta classificação.
2. Procedimentos
Ao contrário do que ocorre com o pregão tradicional, em que a presença das partes é ne-
cessária para a efetivação do procedimento, o pregão eletrônico é realizado à distância, por
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meio dos sistemas de compras do governo federal. Ainda que seja realizado à distância, a ses-
são do pregão eletrônica será pública, de forma que qualquer interessado poderá acompanhar
todas as etapas do seu desenvolvimento.
Especificamente quando estivermos diante de licitação em que houver a transferência voluntá-
ria de recursos da União para os demais entes federativos, poderão ser utilizados, no processo de
licitação, sistemas próprios ou outros sistemas disponíveis no mercado, desde que estes estejam
integrados à plataforma de operacionalização das modalidades de transferências voluntárias.
Art. 5º O pregão, na forma eletrônica, será realizado quando a disputa pelo fornecimento de bens ou
pela contratação de serviços comuns ocorrer à distância e em sessão pública, por meio do Sistema de
Compras do Governo federal, disponível no endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.gov.br.
§ 1º O sistema de que trata o caput será dotado de recursos de criptografia e de autenticação que
garantam as condições de segurança nas etapas do certame.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, além do disposto no caput, poderão ser utilizados
sistemas próprios ou outros sistemas disponíveis no mercado, desde que estejam integrados à pla-
taforma de operacionalização das modalidades de transferências voluntárias.
Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma eletrônica, será instruído com os seguintes docu-
mentos, no mínimo:
I – estudo técnico preliminar, quando necessário;
II – termo de referência;
III – planilha estimativa de despesa;
IV – previsão dos recursos orçamentários necessários, com a indicação das rubricas, exceto na
hipótese de pregão para registro de preços;
V – autorização de abertura da licitação;
VI – designação do pregoeiro e da equipe de apoio;
VII – edital e respectivos anexos;
VIII – minuta do termo do contrato, ou instrumento equivalente, ou minuta da ata de registro de
preços, conforme o caso;
IX – parecer jurídico;
X – documentação exigida e apresentada para a habilitação;
XI – proposta de preços do licitante;
XII – ata da sessão pública, que conterá os seguintes registros, entre outros:
a) os licitantes participantes;
b) as propostas apresentadas;
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Art. 10. Na hipótese de pregão promovido por órgão ou entidade integrante do Sisg, o credencia-
mento do licitante e sua manutenção dependerão de registro prévio e atualizado no Sicaf.
Art. 11. O credenciamento no Sicaf permite a participação dos interessados em qualquer pregão,
na forma eletrônica, exceto quando o seu cadastro no Sicaf tenha sido inativado ou excluído por
solicitação do credenciado ou por determinação legal.
Podemos compreender de uma melhor forma os mencionados sistemas por meio do grá-
fico a seguir:
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4. Condução do Processo
O pregão eletrônico será conduzido pelo órgão ou pela entidade promotora da licitação,
com apoio técnico e operacional do órgão central do SISG, que atuará como provedor do Sis-
tema de Compras do Governo federal para os respectivos órgãos e entidades integrantes do
sistema.
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O pregão eletrônico, assim como ocorre com as demais modalidades licitatórias, trata-se
de um procedimento. Logo, será ele composto de diversas fases ou etapas, que devem ser
observadas de forma sucessiva, nos termos do artigo 6º do Decreto n. 10.024/2019:
A partir de agora, iremos analisar os procedimentos a serem adotados em cada uma des-
tas etapas. Antes disso, contudo, é importante que você memorize a ordem correta de fases
que, em conjunto, formam o pregão eletrônico.
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Obs.: no âmbito das licitações realizadas pelo Ministério da Defesa, as funções de pregoei-
ro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.
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Caso não conste, terá o valor caráter sigiloso, oportunidade em que será disponibilizado
exclusiva e permanentemente aos órgãos de controle externo e interno. Nesta hipótese, o valor
será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento do envio de lances, sem
prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessá-
rias à elaboração das propostas.
Conforme iremos analisar oportunamente, dois são os critérios de julgamento que podem
ser utilizados no pregão eletrônico, sendo eles o menor preço e o maior desconto.
No entanto, quando estivermos diante do critério do maior desconto, o valor estimado,
o valor máximo aceitável ou o valor de referência para aplicação do desconto deverá constar
obrigatoriamente no instrumento convocatório.
Com base em tudo o que foi exposto, vejamos os respectivos dispositivos legais.
Art. 15. O valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação, se não constar expressa-
mente do edital, possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado exclusiva e permanentemente aos
órgãos de controle externo e interno.
§ 1º O caráter sigiloso do valor estimado ou do valor máximo aceitável para a contratação será fun-
damentado no § 3º do art. 7º da Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011, e no art. 20 do Decreto
n. 7.724, de 16 de maio de 2012.
§ 2º Para fins do disposto no caput, o valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contrata-
ção será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento do envio de lances, sem
prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias à
elaboração das propostas.
§ 3º Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento pelo maior desconto, o valor estima-
do, o valor máximo aceitável ou o valor de referência para aplicação do desconto constará obrigato-
riamente do instrumento convocatório.
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E que tal memorizarmos tudo isso por meio de um quadro sinótico? Vamos lá!
A publicação do aviso do edital é o momento em que tem início a fase externa do pregão
eletrônico. Com isso, passa a ser público o interesse da administração em contratar bens ou
serviços comuns.
E como forma de sistematizar o processo de publicidade, deve o aviso do edital ser publi-
cado tanto no Diário Oficial da União quanto no site oficial do órgão ou entidade que estiver
promovendo a licitação.
No caso de licitação decorrente de transferência voluntária de recursos da União para os
demais entes federativos, o requisito da publicidade será atendido com a publicação do aviso
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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do edital na imprensa oficial do respectivo ente, bem como no site oficial do órgão ou entidade
que estiver realizando a licitação.
Art. 20. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com a convocação dos interes-
sados por meio da publicação do aviso do edital no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico oficial
do órgão ou da entidade promotora da licitação.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, a publicação ocorrerá na imprensa oficial
do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da
entidade promotora da licitação.
Professor, e o que ocorre caso o edital, após a publicação na imprensa oficial, seja modi-
ficado?
Neste caso, em sintonia com o princípio da segurança jurídica, deverá ser realizada uma
nova publicação, bem como ser reaberto os eventuais prazos (como o estabelecido para fins
de impugnação do edital).
Contudo, quando as alterações realizadas no edital inquestionavelmente não afetarem a
formulação das propostas, a regra da necessidade de abertura de novo prazo poderá ser re-
lativizada. Ainda assim, deverá ser assegurado o tratamento isonômico a todos os licitantes.
Art. 22. Modificações no edital serão divulgadas pelo mesmo instrumento de publicação utilizado
para divulgação do texto original e o prazo inicialmente estabelecido será reaberto, exceto se, in-
questionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas, resguardado o tratamento
isonômico aos licitantes.
Após a publicação, o edital poderá ser objeto de impugnações. Além disso, poderão ser
solicitados esclarecimentos, em relação ao processo licitatório, ao pregoeiro.
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No caso dos esclarecimentos, estes deverão ser enviados ao pregoeiro no prazo de até 3
dias úteis anteriores à data fixada para a abertura da sessão pública. Tendo sido protocolados,
os esclarecimentos serão respondidos pelo pregoeiro no prazo de 2 dias úteis, contados do
recebimento do pedido.
Importante destacar que as respostas aos pedidos de esclarecimentos serão divulgadas
pelo sistema e vincularão os participantes e a administração.
Já com relação às impugnações, estas poderão ser feitas por qualquer pessoa, por meio
eletrônico, de acordo com as regras previstas no edital. O prazo para a apresentação de impug-
nações é de até 3 dias úteis antes da data de realização da sessão pública.
Como regra geral, a impugnação não possui efeito suspensivo, cabendo ao pregoeiro, com
o auxílio dos responsáveis pela confecção do edital, decidir a questão no prazo de até 2 dias
úteis, contados do recebimento da impugnação.
No entanto, poderá a impugnação, em caráter excepcional, ter efeito suspensivo. A adoção
da medida, que depende de motivação do pregoeiro, implica na suspensão dos demais atos
até que a questão objeto da impugnação seja solucionada.
Caso a impugnação seja considerada procedente (acolhida), será definida uma nova data
para a realização do processo licitatório.
Art. 24. Qualquer pessoa poderá impugnar os termos do edital do pregão, por meio eletrônico, na
forma prevista no edital, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública.
§ 1º A impugnação não possui efeito suspensivo e caberá ao pregoeiro, auxiliado pelos responsá-
veis pela elaboração do edital e dos anexos, decidir sobre a impugnação no prazo de dois dias úteis,
contado da data de recebimento da impugnação.
§ 2º A concessão de efeito suspensivo à impugnação é medida excepcional e deverá ser motivada
pelo pregoeiro, nos autos do processo de licitação.
§ 3º Acolhida a impugnação contra o edital, será definida e publicada nova data para realização do
certame.
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Esta é, inclusive, uma das principais características do pregão, uma vez que as formas
tradicionais de licitar implicavam na prévia habilitação dos licitantes, para só depois da confe-
rência de todos os documentos ser verificado o valor da proposta.
Com a adoção do pregão, a administração passou a ganhar em eficiência, uma vez que
apenas são conferidos e verificados os documentos do licitante que vencer a licitação. Caso
estes não estejam de acordo com os critérios do edital, passa-se ao licitante que ofereceu a
segunda melhor proposta, e assim sucessivamente.
Especificamente em relação ao pregão eletrônico, os licitantes poderão deixar de apresen-
tar os documentos de habilitação que já constem do SICAF e em outros sistemas semelhan-
tes mantidos pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, quando a licitação for
realizada por esses entes federativos, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso
aos dados constantes dos sistemas.
O prazo fixado para a apresentação das propostas e dos documentos de habilitação não
será inferior a oito dias úteis, contado da data de publicação do aviso do edital.
É importante destacar que na etapa de apresentação da proposta e dos documentos de ha-
bilitação pelo licitante, não haverá, ainda, uma ordem de classificação das propostas, medida
esta que apenas ocorrerá após a fase de lances, da negociação e do julgamento da proposta.
É antes da fase de lances, inclusive, que os documentos que compõem a proposta e a
habilitação do licitante melhor classificado passam a ser de conhecimento do pregoeiro (para
avaliação) e de acesso público.
Art. 26, § 3º O envio da proposta, acompanhada dos documentos de habilitação exigidos no edi-
tal, nos termos do disposto no caput, ocorrerá por meio de chave de acesso e senha.
§ 4º O licitante declarará, em campo próprio do sistema, o cumprimento dos requisitos para a
habilitação e a conformidade de sua proposta com as exigências do edital.
§ 5º A falsidade da declaração de que trata o § 4º sujeitará o licitante às sanções previstas neste
Decreto.
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A sessão pública será realizada, por meio da internet, no dia e hora previamente designa-
dos no edital. A abertura da sessão é medida a ser feita pelo pregoeiro com a utilização de sua
chave de acesso e senha.
Após a abertura, os licitantes poderão participar da sessão pública fazendo uso, igualmen-
te, de suas respectivas chaves de acesso e senhas.
Uma das ideias com a adoção do pregão eletrônico é justamente a possibilidade de uma
maior interação entre a administração (por meio do pregoeiro) e os licitantes. Para isso, o sis-
tema utilizado no pregão disponibilizará campo próprio para troca de mensagens entre o pre-
goeiro e os licitantes.
Art. 27. A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet será aberta pelo prego-
eiro com a utilização de sua chave de acesso e senha.
§ 1º Os licitantes poderão participar da sessão pública na internet, mediante a utilização de sua
chave de acesso e senha.
§ 2º O sistema disponibilizará campo próprio para troca de mensagens entre o pregoeiro e os
licitantes.
Recebidas as propostas, o pregoeiro verificará se elas estão de acordo com as regras esta-
belecidas no edital, procedendo à desclassificação daquelas que não estejam em conformida-
de. A desclassificação da proposta será fundamentada e registrada no sistema, acompanhado
em tempo real por todos os participantes.
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No momento do envio dos lances, dois são os modos de disputa que poderão ser ado-
tados, sendo eles o aberto e o aberto e fechado.
Art. 31. Serão adotados para o envio de lances no pregão eletrônico os seguintes modos de
disputa:
I – aberto – os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com prorrogações, confor-
me o critério de julgamento adotado no edital; ou
II – aberto e fechado – os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com lance final
e fechado, conforme o critério de julgamento adotado no edital.
Parágrafo único. No modo de disputa aberto, o edital preverá intervalo mínimo de diferença de
valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários
quanto em relação ao lance que cobrir a melhor oferta.
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Quando a desconexão do sistema eletrônico para o pregoeiro persistir por tempo superior
a 10 minutos, a sessão pública será suspensa e reiniciada somente decorridas 24 horas após
a comunicação do fato aos participantes, no site eletrônico utilizado para divulgação.
Caso, após a oferta de lances (seja ela pelo modo de disputa aberto ou aberto e fechado),
ocorra empate, deverão ser utilizados uma série de critérios de desempate com o objetivo de
chegar à proposta vencedora.
Art. 36. Após a etapa de envio de lances, haverá a aplicação dos critérios de desempate previstos
nos art. 44 e art. 45 da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, seguido da aplicação
do critério estabelecido no § 2º do art. 3º da Lei n. 8.666, de 1993, se não houver licitante que atenda
à primeira hipótese.
Art. 37. Os critérios de desempate serão aplicados nos termos do art. 36, caso não haja envio de
lances após o início da fase competitiva.
Parágrafo único. Na hipótese de persistir o empate, a proposta vencedora será sorteada pelo siste-
ma eletrônico dentre as propostas empatadas.
Para fins de prova, devemos memorizar que os seguintes critérios de desempate serão
utilizados:
• prioridade de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. No
caso do pregão, será considerado empate, para fins de utilização deste critério, a pro-
posta da ME ou EEP que seja superior em até 5% do valor;
• bens e serviços produzidos no País;
• bens e serviços produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
• bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País;
• bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento
de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação;
• sorteio.
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5.5. Julgamento
DICA!
O edital deverá estabelecer prazo de, no mínimo, 2 horas,
contado da solicitação do pregoeiro no sistema, para envio da
proposta e, se necessário, dos documentos complementares,
adequada ao último lance ofertado após a negociação.
Em relação ao julgamento, é importante ser destacado que dois são os critérios que podem
ser utilizados no pregão eletrônico, conforme previsão do artigo 7º:
Art. 7º Os critérios de julgamento empregados na seleção da proposta mais vantajosa para a admi-
nistração serão os de menor preço ou maior desconto, conforme dispuser o edital.
Parágrafo único. Serão fixados critérios objetivos para definição do melhor preço, considerados os
prazos para a execução do contrato e do fornecimento, as especificações técnicas, os parâmetros
mínimos de desempenho e de qualidade, as diretrizes do plano de gestão de logística sustentável e
as demais condições estabelecidas no edital.
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Fazendo uso de um destes critérios, conforme previsão do edital, o pregoeiro, após ter
encerrado a fase da negociação, examinará se a proposta classificada em primeiro lugar está
de acordo com os padrões estabelecidos (adequação ao objeto e à compatibilidade do preço
em relação ao máximo estipulado para contratação no edital), bem como se a habilitação do
licitante está de acordo com as disposições previstas no edital.
Art. 38. Encerrada a etapa de envio de lances da sessão pública, o pregoeiro deverá encaminhar,
pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha apresentado o melhor preço, para que
seja obtida melhor proposta, vedada a negociação em condições diferentes das previstas no edital.
§ 1º A negociação será realizada por meio do sistema e poderá ser acompanhada pelos demais
licitantes.
§ 2º O instrumento convocatório deverá estabelecer prazo de, no mínimo, duas horas, contado da
solicitação do pregoeiro no sistema, para envio da proposta e, se necessário, dos documentos com-
plementares, adequada ao último lance ofertado após a negociação de que trata o caput.
Art. 39. Encerrada a etapa de negociação de que trata o art. 38, o pregoeiro examinará a proposta
classificada em primeiro lugar quanto à adequação ao objeto e à compatibilidade do preço em re-
lação ao máximo estipulado para contratação no edital, observado o disposto no parágrafo único
do art. 7º e no § 9º do art. 26, e verificará a habilitação do licitante conforme disposições do edital,
observado o disposto no Capítulo X.
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5.6. Habilitação
O licitante que tiver sua proposta classificada em primeiro lugar deverá comprovar que
atende a todos os requisitos de habilitação, conforme previsão do artigo 40:
Art. 40. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a documentação relativa:
I – à habilitação jurídica;
II – à qualificação técnica;
III – à qualificação econômico-financeira;
IV – à regularidade fiscal e trabalhista;
V – à regularidade fiscal perante as Fazendas Públicas estaduais, distrital e municipais, quando
necessário; e
VI – ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 7º da Constituição e no inciso
XVIII do caput do art. 78 da Lei n. 8.666, de 1993.
Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao disposto nos incisos I, III, IV e V do
caput poderá ser substituída pelo registro cadastral no Sicaf e em sistemas semelhantes manti-
dos pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, quando a licitação for realizada por
esses entes federativos.
Caso estejamos diante de uma licitação em que seja permitida a participação de empresas
estrangeiras, as exigências de habilitação serão feitas de acordo com documentos equivalen-
tes, que deverão ser apresentados, inicialmente, com tradução livre.
Contudo, caso o licitante estrangeiro seja o vencedor, a assinatura do contrato administra-
tivo ou da ata de registro de preços está condicionada à tradução dos documentos entregues
a título de habilitação. Esta tradução será realizada por tradutor juramentado no país, após o
qual ocorrerá os documentos serão apostilados de acordo com a legislação específica.
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DICA!
Fica vedada a participação de empresa consorciada, na mes-
ma licitação, por meio de mais de um consórcio ou isolada-
mente.
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5.7. Recursos
Declarado o licitante como vencedor, qualquer um dos demais licitantes poderá, durante o
prazo concedido na sessão pública, e desde que de forma imediata, manifestar a intenção de
recorrer.
Caso não haja a manifestação imediata, teremos a decadência do direito de recorrer, estan-
do o pregoeiro, neste caso, autorizado a proceder com a adjudicação do objeto da licitação ao
respectivo licitante vencedor.
Um detalhe importante: não é o recurso que deve ser apresentado imediatamente, mas
sim apenas a manifestação do licitante de que tem o interesse em recorrer. Após a manifesta-
ção, as razões do recurso devem ser apresentadas no prazo de três dias.
Interposto o recurso, os demais licitantes serão intimados para apresentar contrarrazões
no prazo de três dias, contados da data final do prazo do recorrente.
Em caso de acolhimento do recurso, apenas os atos que não puderem ser aproveitados é
que serão invalidados, e não todo o procedimento licitatório.
Art. 44. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante o prazo concedido na sessão públi-
ca, de forma imediata, em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer.
§ 1º As razões do recurso de que trata o caput deverão ser apresentadas no prazo de três dias.
§ 2º Os demais licitantes ficarão intimados para, se desejarem, apresentar suas contrarrazões, no
prazo de três dias, contado da data final do prazo do recorrente, assegurada vista imediata dos ele-
mentos indispensáveis à defesa dos seus interesses.
§ 3º A ausência de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à intenção de recorrer, nos
termos do disposto no caput, importará na decadência desse direito, e o pregoeiro estará autorizado
a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor.
4º O acolhimento do recurso importará na invalidação apenas dos atos que não podem ser aprovei-
tados.
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Em sentido oposto, caso haja a interposição de recurso, a adjudicação não será realizada
pelo pregoeiro, mas sim pela autoridade competente de cada órgão ou entidade.
Também será a autoridade competente a responsável pela homologação do procedimento
licitatório realizado por meio do pregão eletrônico.
6. Contratação
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hipótese de recursa em assinar o contrato ou a ata, outro licitante poderá ser convocado. Nes-
te caso, deverá ser observada a ordem de classificação e as demais regras e procedimentos
relacionados com a habilitação, julgamento e negociação.
Art. 48. Após a homologação, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato ou a ata de
registro de preços no prazo estabelecido no edital.
§ 1º Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será exigida a comprovação das
condições de habilitação consignadas no edital, que deverão ser mantidas pelo licitante durante a
vigência do contrato ou da ata de registro de preços.
§ 2º Na hipótese de o vencedor da licitação não comprovar as condições de habilitação consigna-
das no edital ou se recusar a assinar o contrato ou a ata de registro de preços, outro licitante poderá
ser convocado, respeitada a ordem de classificação, para, após a comprovação dos requisitos para
habilitação, analisada a proposta e eventuais documentos complementares e, feita a negociação,
assinar o contrato ou a ata de registro de preços, sem prejuízo da aplicação das sanções de que
trata o art. 49.
Como regra geral, o prazo de validade das propostas apresentadas será de 60 dias. Poderá
o edital, no entanto, fixar outro prazo. Em caso de omissão do edital, o prazo de 60 dias é que
deverá ser observado.
7. Sanção
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8. Revogação e Anulação
Os institutos da revogação e da anulação não são exclusivos das licitações públicas, sendo
utilizados em diversos outros assuntos do direito administrativo.
Em relação às licitações, a revogação pode ser utilizada, apenas, por razões de interesse
público, por motivo superveniente devidamente comprovado. Já a anulação trata-se do desfa-
zimento da licitação em razão de ilegalidade, sendo que a medida pode ser iniciada de ofício
ou mediante provocação de qualquer pessoa, por ato escrito e fundamentado.
Em relação à anulação, temos que memorizar que esta forma de desfazimento, como regra
geral, não gera o direito à indenização para os licitantes. A exceção fica por conta do particular
contratado de boa-fé, que, em caso de anulação, terá direito ao ressarcimento dos encargos
que tiver suportado no cumprimento do contrato.
Art. 50. A autoridade competente para homologar o procedimento licitatório de que trata este De-
creto poderá revogá-lo somente em razão do interesse público, por motivo de fato superveniente de-
vidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar a revogação, e deverá anulá-lo por ile-
galidade, de ofício ou por provocação de qualquer pessoa, por meio de ato escrito e fundamentado.
Parágrafo único. Os licitantes não terão direito à indenização em decorrência da anulação do proce-
dimento licitatório, ressalvado o direito do contratado de boa-fé ao ressarcimento dos encargos que
tiver suportado no cumprimento do contrato.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (QUADRIX/CONT I/CRA-PR/2019) Acerca de noções relativas a tributos, jul-
gue o item.
O pedido de impugnação do ato convocatório de determinado pregão eletrônico pode ser
requerido por pessoas que não estejam participando do certame.
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horário para comparecimento às unidades competentes como também instrução prévia quan-
to aos documentos mínimos que devem portar na data agendada, tudo com o objetivo de oti-
mizar, tornar mais eficiente e abrangente os serviços prestados por referida Instituição. Para
tanto, a Defensoria
a) poderá realizar licitação, na modalidade pregão, do tipo eletrônico, considerando que se
cuida de serviço comum, cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente
definidos no edital, por meio de especificações usuais no mercado.
b) poderá contratar diretamente os serviços, independentemente da realização de licitação,
em razão da sua natureza e de serem prestados de forma integral e gratuita aos necessitados.
c) deverá realizar concorrência pública, em razão do valor elevado dos serviços, que serão
prestados de forma contínua e plurianual, por 5 anos, por meio de contrato de permissão de
serviços.
d) poderá realizar convênio com entidade privada e sem fins lucrativos, livremente escolhida
pela Administração, transferindo à entidade parceira os recursos públicos necessários para
custear as atividades.
e) poderá, após licitação na modalidade concorrência pública, conceder à iniciativa privada
referidos serviços, que serão remunerados pela cobrança de tarifa dos usuários.
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Diogo Surdi
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GABARITO
1. C
2. c
3. a
4. E
5. E
6. E
7. E
8. E
9. a
10. E
11. C
12. d
13. a
14. e
15. d
16. e
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (QUADRIX/CONT I/CRA-PR/2019) Acerca de noções relativas a tributos, julgue
o item.
O pedido de impugnação do ato convocatório de determinado pregão eletrônico pode ser re-
querido por pessoas que não estejam participando do certame.
Certo.
Assim como informa a questão, o pedido de impugnação do edital (ato convocatório) do pre-
gão eletrônico é medida que pode ser realizada por qualquer pessoa, até mesmo aquelas que
não estejam participando do procedimento.
Art. 24. Qualquer pessoa poderá impugnar os termos do edital do pregão, por meio eletrônico, na
forma prevista no edital, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública.
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Letra c.
a) Errada. A alternativa elenca situações em que o pregão eletrônico não poderá ser utilizado.
b) Errada. No pregão eletrônico, o procedimento é realizado por meio da internet, sem a neces-
sidade da presença reunida de todos os envolvidos.
c) Certa. Trata-se da definição de bens e serviços comuns, conforme previsão do Decreto n.
10.024/2019:
e) Errada. Se houver recurso, a adjudicação deverá ser realizada pela autoridade competente
do órgão ou entidade responsável pela licitação.
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Letra a.
Para participar do pregão eletrônico, o particular licitante deve credenciar-se previamente pe-
rante o SICAF ou outro sistema eletrônico utilizado.
Errado.
No pregão eletrônico, dois são os critérios de julgamento que podem ser utilizados. Além do
menor preço, a administração pode fazer uso do maior desconto.
Art. 7º Os critérios de julgamento empregados na seleção da proposta mais vantajosa para a admi-
nistração serão os de menor preço ou maior desconto, conforme dispuser o edital.
Errado.
De acordo com o parágrafo único do artigo 42,
fica vedada a participação de empresa consorciada, na mesma licitação, por meio de mais de um
consórcio ou isoladamente.
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Assim, a empresa consorciada, diferente do que informado, não poderá participar, na mesma
licitação, de outros consórcios de empresas.
Errado.
O pregão apenas pode ser utilizado nas aquisições de bens e serviços comuns, definição esta
que contempla os bens cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser definidos obje-
tivamente no edital de convocação.
Errado.
Dois são os critérios de julgamento atualmente previstos, sendo eles o do menor preço e do
maior desconto.
Art. 7º Os critérios de julgamento empregados na seleção da proposta mais vantajosa para a admi-
nistração serão os de menor preço ou maior desconto, conforme dispuser o edital.
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O provedor do sistema eletrônico para a realização dos pregões deve ser também o órgão pro-
motor da licitação.
Errado.
Não há necessidade do provedor do sistema eletrônico ser também o órgão ou entidade pro-
motora da licitação.
A título de exemplo, as licitações destinadas aos órgãos e entidades integrantes do SISG terão
como provedor o respectivo órgão central.
Art. 12. O pregão, na forma eletrônica, será conduzido pelo órgão ou pela entidade promotora da
licitação, com apoio técnico e operacional do órgão central do Sisg, que atuará como provedor do
Sistema de Compras do Governo federal para os órgãos e entidades integrantes do Sisg.
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d) poderá realizar convênio com entidade privada e sem fins lucrativos, livremente escolhida
pela Administração, transferindo à entidade parceira os recursos públicos necessários para
custear as atividades.
e) poderá, após licitação na modalidade concorrência pública, conceder à iniciativa privada
referidos serviços, que serão remunerados pela cobrança de tarifa dos usuários.
Letra a.
No caso apresentado, estamos diante de um serviço comum, ou seja, um serviço cujos pa-
drões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações reconhecidas e usuais do mercado. Logo, a licitação poderá ser realizada por
meio do pregão eletrônico.
Ressalta-se que o órgão em questão não é federal, mas sim estadual. Caso pertencesse à
esfera da União, teríamos a obrigatoriedade de realização da licitação por meio do pregão
eletrônico.
Errado.
A convocação dos interessados para participar do pregão eletrônico ocorrerá por meio da pu-
blicação do aviso do edital no Diário Oficial da União e por meio do sítio eletrônico oficial do
órgão ou da entidade promotora da licitação.
Art. 20. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com a convocação dos interes-
sados por meio da publicação do aviso do edital no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico oficial
do órgão ou da entidade promotora da licitação.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, a publicação ocorrerá na imprensa oficial
do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da
entidade promotora da licitação.
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Certo.
Aqui, estamos diante de uma das situações ensejadoras da aplicação da sanção de impedi-
mento para licitar e contratar com a União pelo prazo estabelecido na legislação (que, no caso,
é de 5 anos).
Art. 49. Ficará impedido de licitar e de contratar com a União e será descredenciado no Sicaf, pelo
prazo de até cinco anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais
cominações legais, garantido o direito à ampla defesa, o licitante que, convocado dentro do prazo
de validade de sua proposta:
I – não assinar o contrato ou a ata de registro de preços;
Letra d.
Com o pregão eletrônico, é inegável que houve um aumento significativo do número de partici-
pantes nas licitações públicas. E isso ocorre pelo simples fato desta modalidade não exigir a
presença física dos licitantes no local de realização da licitação.
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Letra a.
Apenas a Letra A trata-se de uma fase que não está inserida na fase preparatória do pregão
eletrônico. A adjudicação, em sentido oposto, ocorre após a apresentação das propostas e o
respectivo julgamento.
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Letra e.
Atualmente, dois são os critérios que podem ser utilizados no pregão eletrônico, sendo eles o
menor preço e o maior desconto.
Art. 7º Os critérios de julgamento empregados na seleção da proposta mais vantajosa para a admi-
nistração serão os de menor preço ou maior desconto, conforme dispuser o edital.
Letra d.
De acordo com o § 3º do artigo 48, “o prazo de validade das propostas será de sessenta dias,
permitida a fixação de prazo diverso no edital”.
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Letra e.
Bens e serviços comuns, para os fins do pregão eletrônico, são aqueles cujos padrões de de-
sempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital por meio de especifica-
ções reconhecidas e usuais do mercado.
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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