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Desta forma o poder está dividido por três funções: função político-legislativa; função
jurisdicional e função administrativa.
PCP: Estado
Ministro da Cultura – Direção-Geral/Diretor-Geral do património cultural – Diretor do
Palácio de Mafra – Bibliotecária – Adjunta
2. Suponha que a Adjunta, não concordando com a decisão da Bibliotecária, uma vez que está mais
habituada a trabalhar com o núcleo de partituras musicais de João José Baldi, pretende recusar-se a
exercer tal competência. Poderá fazê-lo?
As competências são poderes funcionais para a realização dos fins (conjunto de interesses
públicos postos por lei) das pessoas coletivas públicas. Estas têm sempre duas caraterísticas: a
funcionalidade dado que é a lei que define a competência atribuída ao órgão administrativo para
que se prossiga o interesse público e a legalidade, isto é, a competência é de ordem pública pelo
que a lei confere, delimita ou retira. Esta caraterística da legalidade mostra que a competência
não é prossumida, está sempre presente na lei; é imodificável, ninguém altera o conteúdo ou a
repartição presente na lei; e é inalienável e irrenunciável, ou seja, os órgãos administrativos não
podem renunciar aos seus poderes, nem transferi-los, salvo se a lei o permitir, por exemplo,
através da delegação de poderes.
A adjunta ao recusar a competência que lhe foi delegada equipara-se uma renúncia da
competência que lhe foi atribuída pela delegação de competências. Portanto, nos termos do
art.36.º/2 do CPA, esse ato é nulo, pois as competências são irrenunciáveis.
2. Em situação diversa da anterior, suponha que o Reitor avoca a competência e, não obstante a
ter transmitido, pretende ser ele mesmo a aprovar a constituição do júri para o referido concurso.
Poderia fazê-lo?
Por outro lado, a preocupação C está relaciona com uma questão de hierarquia já que está
em causa uma ordem dada pelo Direitor de Serviços ao Chefe de Divisão.
Suponha que o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde emitiu um despacho dirigido ao Conselho
de Administração da Administração Central do Sistema de Saúde, (ACSS), I.P., com o seguinte conteúdo:
a. Tendo em conta o Plano de Vacinação COVID-19 apresentado, o Conselho de Administração da
ACSS, I.P., deve fazer um levantamento geográfico, de modo a identificar as zonas prioritárias para a
contratação de novos profissionais de saúde;
b. Para o cumprimento do disposto anterior, recomenda-se que acione os mecanismos de
articulação e coordenação necessários, designadamente com as Administrações Regionais de Saúde, I.P.;
c. Deve emitir uma circular informativa de modo a dissipar as dúvidas que têm surgido em relação
ao exercício das funções de enfermeiro-especialista.
1. Aprecie a validade do despacho.
Aos vinte e nove dias do mês de setembro de dois mil e dezanove, pelas dez horas, reuniu
ordinariamente, em Alfândega da Fé, o Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados. Da ordem do
dia constava o seguinte assunto: “Análise do Ofício da Delegação da Ordem dos Advogados de Braga
reportado ao site www.balcaounicobraga.com”.
Tendo em conta que, efetuadas buscas no sentido de se apurar quem é a responsável do site,
apurouse que o endereço e contactos de telefone e fax são do escritório da Senhora Dra. Kelly, e
considerando que:
1. Do conteúdo do site consta: “O Balcão Único conta com a experiência e aconselhamento da
Ordem dos Advogados, proporcionando assim parcerias com entidades públicas para lhe prestar um
melhor serviço”; “Para mais informações: Ordem dos Advogados”; “Pode contar com a nossa experiência e
um variado leque de parcerias públicas”; “Pode efetuar constituição, transformação, fusão e cisão de
sociedades, com máximo rigor e máxima segurança”.
2. A Ordem dos Advogados jamais deu, ou se predispôs a dar qualquer aconselhamento no âmbito
dos serviços do Balcão, e muito menos proporciona ou potencia qualquer parceria com entidades públicas
no âmbito da atividade do referido Balcão.
3. O referido conteúdo, para além de configurar ato ilícito de publicidade ao abrigo do disposto no
artigo 94.º n.º 4 do Estatuto da Ordem dos Advogados, viola o princípio da verdade da publicidade
enunciado no artigo 6.º e concretizado nos artigos 10.º e 11.º, todos do Código da Publicidade.
Foi deliberado o seguinte:
1. Dar conhecimento do Ofício da Delegação da Ordem dos Advogados Braga e da presente
deliberação ao Conselho de Deontologia para efeitos de instauração de procedimento disciplinar.
2. Ao abrigo do disposto no artigo 37.º do Código da Publicidade, denunciar o facto à Direção Geral
do Consumidor para efeitos de instauração de processo de contraordenação.
Pronuncie-se a respeito da validade das deliberações tomadas tendo em conta que:
a. Não houve convocação de todos os membros do Conselho, mas no dia da reunião todos
compareceram e nenhum se opôs à realização da reunião;
b. A Dra. Kelly manteve um relacionamento extraconjugal com o presidente do Conselho que não
terminou nada bem, encontrando-se de relações cortadas.
c. Em primeira votação, as deliberações foram tomadas por maioria simples.
d. As deliberações não constam da ata elaborada.
O Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados é um órgão colegial que tem o seu
regime jurídico no art. 20.º e ss do CPA. Um órgão colegial é um órgão composto por mais do que
um titular, em regra, em número ímpar (3 ou mais), sendo que a lei determina regras próprias
relativas à sua composição e funcionamento, à convocação de reuniões, ao quorum, à deliberação
e votação e à acta.
Neste caso, as primeiras vootações foram a “maioria simples”, maioria relativa, que não é
maioria absoluta. Contudo, o art. 32.º/2, afirma que, por regra, a primeira votação tem de ter
maioria absoluta, se não tiver há uma segunda votação que também deve ter maioria absulta. Se
esta também não for possível existe uma terceira votação a ser feita numa outra reunião, num
outro dia onde só se exige maioria relativa. Nada diz sobre a segunda convocatória pelo que não
ser aplica o art. 29-º/3, não ocorreu uma segunda reunião.
Neste sentido, aqui há violação das regras da maioria exigível para as deliberações, elas são
nulas pelo art. 161.º/2/h.
Por fim, em relação à alínea d) está em causa a ata, art. 34.º CPA, que é um documento
que contém um resumo de tudo o que ocorreu e que seja relevante para o conhecimento e a
apreciação da legalidade faz deliberações tomadas para que estas produzam efeitos jurídicos, isto
é, eficazes. Assim, estas têm de ser aprovadas, art. 34.º/6.
O Conselho da Escola de Ciências Jurídicas da Universidade Clássica Portuense, órgão colegial ativo
composto por cinco membros, reuniu inesperadamente na passada semana para deliberar sobre assuntos
urgentes. Imagine que um dos seus membros, seriamente preocupado com o teor de deliberações que
foram aprovadas naquela reunião, solicita-lhe parecer sobre a eventual invalidade daquelas deliberações,
tendo-o informado do seguinte:
a. “Não houve convocação nem convocatória e a ordem do dia incluía muitos assuntos. A reunião
foi inesperada, mas todos compareceram à hora prevista.”
b. “Os professores estavam todos muito exaltados e o professor Joaquim, presidente do órgão, teve
de acalmar os ânimos!”.
c. “Foi deliberada a adjudicação do fornecimento de 10 computadores à empresa da mulher do
professor Joaquim. Eu queria abster-me, mas…. (…) Acho que ficou mal o professor Joaquim ser o primeiro
a votar a favor”.
d. “Foi votada a não renovação do contrato do colega Alfredino, que anda muito perturbado. Foi
comentado pelos membros do Conselho que ele não é um bom pedagogo, para além de ser fanático
político assumido. Todos votaram pela não renovação… eu vi! (…). Mas ele vai impugnar a deliberação,
tenho a certeza, ainda por cima, não foi fundamentada”.
3. Suponha que o Governo pretende transformar o Teatro Nacional D. Maria II, em 2022, em
Instituto Público, I.P. Quais os limites a que está obrigado?
2007: E.P.E.
2022: IP
Tranformação
Não haveria alteração no que diz respeito à organização administrativa, continuando a
fazer parte da administração estadual indireta. Contudo, haveria alterações no que diz respeito ao
regime jurídico que passaria a ser regulado pela Lei Quadro dos Institutos Públicos (LQIP).
Um IP é diferente de EPE, sendo a principal diferença é que o escupo comercial da EPE e o
escupo institucional (serviços e fundos e serviço de outra pcp) do IP, art. 3.º/1 RJEP e art. 48.º
LQIP. Neste caso aplica-se a LQIP não é uma exeção consagrada no artigo 48.º.
Um dos limites para o TNDMII é a designação (art. 51.º), assim, a designação Teatro, IP não
teria qualquer problema. Para além de este ter de obedecer a 2 requesitos: finalidade de interesse
social e dotado de um património cujos rendimentos constituem parte considerável das suas
receitas.
Pelo artigo 4.º LQIP, um IP é uma pessoa coletiva de direito público, dotadas de órgãos
(conselho diretivo, fiscal único e consultivo – art. 17.º) e património próprio, tendo autonomia
administrativa e financeira (art. 35.º e ss), sendo que pode apenas ter autonomia administrativa.
2. A sua resposta à questão anterior seria a mesma se em causa estivesse a captura de canídeo?
A captura de canídeos não é da competência da JF, nem da AF nem do PJF, uma vez que
esta é da competência do Município, pessoa coletiva pública distinta da freguesia, que prossegue
os fins da população residente na área concelhia em articulação com a freguesia. Este é
constituída por 3 órgãos: 2 órgãos celegiais, AM e CM com competências de apreciação e
fiscalização, e um órgão singular, PCM.
Neste caso, a autarquia local do município de Braga com competência originária é a
Câmara Municipal pelo artigo 33.º/1/ii RJAL.
3. Suponha que a Junta de Freguesia de Gualtar veio a aprovar um novo Regulamento e Tabelas de
Taxas/licenças, onde consta precisamente a alteração da taxa de registo de canídeos e gatídeos.
3.1. Pronuncie-se sobre a validade desta atuação.
Tal como referido em supra, a JF é um órgão colegial executivo da freguesia com
competências próprias.
Pelo art. 16.º/1/h cabe a esta elaborar uma proposta de regulamento externo como é o
caso da alteração das taxas (art. 9.º/1/d/f RJAL), contudo terá de ser aprovado pela AF.
Portanto, é da competência originária e exclusiva da AF, cabendo à JF penas formular uma
proposta de regulamento externo, não há lei de habilitação que permita a delegação. Assim,
estamos perante uma incompetência relativa, sancionada com a anulabilidade (art. 163.º CPA).
3.2. Imagine que, tendo tido conhecimento do sucedido, a Ministra da Tutela pretende revogar
aquele Regulamento. Poderia fazê-lo?
Como tanto os municípios como as freguesias incorporam a administração autónoma de
base territorial, isto é, as autarquias locais (com poder regulamentar próprio e Autonomia
Normativa), o exercício de tutela do Estado exerce sobre a forma de tutela de legalidade inspetiva,
podendo elaborar: inspeções, inquirições e fiscalização, art. 242.º CRP e art. 2.º e 3.º da Lei da
Tutela Administrativa, Lei nº27/96.
Assim, quer a CRP, quer a Lei, a Tutela do Estado sobre AL é apenas de legalidade e sob a
forma inspetiva e não de forma revogatória pelo que não era possivel a Ministra da Tutela revogar
regulamento.
Caso contrário, a Ministra da Tutela estaria a extravasar os poderes de tutela que podem
ser observados.
2. Tendo Bernardo, comerciante, que assistiu à reunião da alínea b), recorrido para a Ministra da
Modernização do Estado e Administração Pública, esta encontra-se a ponderar determinar a perda de
mandato do Presidente da Câmara do Porto. Poderá fazê-lo?
Antes de mais é necessário perceber se B podia ter assistido a Reuniao da CM, pelo art.
49.º/1 e 2 RJAL, apesar do CPA dizer que as reuniões não são públicas, as reuniões dos órgãos
deliberativos são públicas.
No entanto, a CM é um órgão executivo, pelo que B só podia ter assistido à eunião da CM
se ainda não se tivesse realizado a reunião pública mensal, porém nunca poderia interfir na
mesma.
Sendo que a Ministra da Modernização do Estado é competente e exerce a tutela de
legalidade sob a forma inspetiva (art. 2.º e 3.º Lei da Tutela Administrativa) sobre as AL pelo art.
21.º/1 LOG.
Contudo, a perda de mandato significa uma tutela sancionatória, que é da competência
dos tribunais administrativos, pelo art. 7.º e 8.º da Lei da Tutela. Assim, neste caso, era o tribunal
administrativo do Porto que poderia perder o mandato.
2. Imagine que, face a intoleráveis afirmações proferidas nos meios de comunicação social,
afetando gravemente a dignidade e o prestígio profissional, a Ministra da Justiça decide aplicar a Vildemar
a sanção de expulsão da Ordem dos Advogados. Poderia fazê-lo?
Se as Associações profissionais têm órgãos próprios, art. 15.º, 15.º/2/c e art. 18.º
Um órgão próprio com competências disciplinares sobre os seus membros.
A ministra não poderia.
3.2. Em hipótese distinta, imagine que a Ordem dos Advogados pretende alterar os seus Estatutos,
nomeadamente no que concerne aos requisitos de acesso à profissão. A que principais condicionalismos
está sujeita tal alteração?
Art. 15.º/2/a: Assembleia só tem autorização para alterar projetos dos estatutos
Art. 8.º RJAL, art. 165.º/1/s CRP= a alteração é da competência da AR, domínio de reserva relativa
Aqui está em causa perceber se estamos perante uma situação de atribuição de poder
discricionário ou não à AP, neste conjunto de normas para aferir, depois qual o respetivo controlo
judicial.
Por um lado, os atos vinculativos são aqueles cujo conteúdo está fixado na lei, não cabendo
ao agente administrativo margem deconformação ou uma atitude conformadaora. Por outro lado,
um ato vinculativo é aquele cujo conteúdo não está fixo na lei, cabendo ao agente administrativo
uma margem deconformação, isto é, de fixar o grau de modificações pretendidas para criar direito
para o caso concreto, dado que o legislador faz uma permissão legislativa. No entanto, esta
permissão não é uma arbitrariedade, pois tem fundamento na lei e terá sempre de respeitar a a
lei, no mínimo em relação aos fins e à competência, sendo que nunca há atos totalmente
discricionários.
Existem várias teorias sobre a ataribuição do poder discricionário à AP pelo legislador,
destacando-se duas: a doutrina da Escola de Lisboa e a doutrina da Escola De Coimbra.
Na doutrina da Escola de Lisboa, utiizada pela jurisprudência, existe discricionariedade em
sentido próprio, isto é, a discricionariedade só é atribuída através da indeterminação estrutural ou
Aqui está em causa perceber se estamos perante uma situação de atribuição de poder
discricionário ou não à AP, neste conjunto de normas para aferir, depois qual o respetivo controlo
judicial.
Por um lado, os atos vinculativos são aqueles cujo conteúdo está fixado na lei, não cabendo
ao agente administrativo margem deconformação ou uma atitude conformadaora. Por outro lado,
um ato discricionario é aquele cujo conteúdo não está fixo na lei, cabendo ao agente
administrativo uma margem deconformação, isto é, de fixar o grau de modificações pretendidas
para criar direito para o caso concreto, dado que o legislador faz uma permissão legislativa. No
entanto, esta permissão não é uma arbitrariedade, pois tem fundamento na lei e terá sempre de
respeitar a a lei, no mínimo em relação aos fins e à competência, sendo que nunca há atos
totalmente discricionários.
Existem várias teorias sobre a ataribuição do poder discricionário à AP pelo legislador,
destacando-se duas: a doutrina da Escola de Lisboa e a doutrina da Escola De Coimbra.
Na doutrina da Escola de Lisboa, utiizada pela jurisprudência, existe discricionariedade em
sentido próprio, isto é, a discricionariedade só é atribuída através da indeterminação estrutural ou
através de uma permissão para agir evidenciada, por exemplo, pelo elemento de ligaçãoa entre a
hipótese e a estatuição “pode” ou pela presença de várias medidas alternativas na estatuição para
fazer face à hipóstese, cabendo ao agente administrativo escolher uma das medidas. No entanto,
pode existir discricionariedade em sentido impróprio, ou seja, apesar de não existir
indeterminação estrutura, existe justiça administrativa (a AP no exercício da função administrativa
julga) e discricionariedade técnica (decisões tomadas com base em estudos prévios técnicos,
extraídos de normas jurídicas). Assim, considera que a indeterminação conceitual é um problema
de interpretação.
2. A sua resposta à questão anterior seria a mesma se Carolina, em vez de madrinha de Bernardo,
tivesse com este uma forte inimizade desde os seus tempos de adolescente?
• Inimizade não está nas situações do 69º CPA = não é circunstância que
determine expressamente impedimento da pessoa
• MAS escusa ou suspeição = cláusula geral (CLÁUSULA DA
CIRCUNSTÂNCIA) → circunstancia pela qual com razoabilidade se pode
pôr em causa da imparcialidade
o Em que próprio (escusa) ou interessado (suspeição) duvidem com
razoabilidade da imparcialidade
o Portanto tem de haver um deferimento do caso concreto para saber
se há mesmo assim
o Casos na lei são exemplificativos
• Alínea d) = inimizade (grave) ou intimidade elevada → reconduz-se à
cláusula geral em que se permite desconfiar da imparcialidade
• Efeito prático é o afastamento da pessoa do procedimento, ato ou contrato,
mas o fundamento ou motivo é que é diferente da situação de impedimento
b) Portaria n.º 267/2018, de 20 de dezembro, emanada pela Secretária de Estado da Justiça, que
procede à alteração dos regimes de tramitação eletrónica dos processos nos tribunais judiciais e nos tribunais
administrativos e fiscais (Citius/SITAF).
Uma Portaria é um regulamento administrativo (art. 138,º/3/c). A portaria é da autoria de
1 ou mais ministros e não do Conselho. Não está sujeito a promulgação ou veto do PR ou
referenda ministerial. É um regulamento externo porque os efeitos jurídicos projetam se para
alem da esfera da entidade que o emanou, portanto é um regulamento para efeitos do CPA. Neste
caso o ministro.
4. Suponha que Manuel Feliz e Manuela Contente não foram ouvidos no procedimento
regulamentar. Seria possível reagir contra o regulamento aprovado? Com que fundamentos e efeitos?
No caso de MF E MC não serem ouvidos no procedimento regulamentar pode estar em
causa a inexistência da audiência dos interessados, nos termos do art. 100.º, estamos perante
uma violação da lei que a impõe, art. 143.º, portanto é uma invalidade do regulamento.
O regime da invalidade está no art. 144.º e carateriza-se por ser invocada a todo tempo
porq qualquer interessado e ser declarada pelos órgãos administrativos competentes, salvo se for
uma ilegalidade procedimental da qual não resulte inconstitucionalidade, tendo um prazo de 6
meses.
Em relação à preterição de audiência dos interessados existem duas teorias. Por um lado, a
possibilidade de se declarar a todo o tempo caso se refira apenas à audiência prévia apenas. Por
outro lado, há autores que defendem que a audiência prévia deve ser interpretada em sentido
amplo, englobando a consulta pública também.
A declaração de invalidade tem como efeitos principais a retroatividade da decisão, art.
144.º 3 e 4, e a repristinação das normas que eventualmente foram revogadas por força do
regulamento.
3. Suponha que os interessados vêm exigir a declaração de invalidade deste regulamento que
excluía, das medidas sociais de apoio, cidadãos da Religião W. Poderão fazê-lo? Em caso de resposta
afirmativa, que tipo de invalidade se trata, quais os seus fundamentos e em que termos?
g) Despacho Reitoral homologatório das decisões dos vários júris dos procedimentos concursais
para o provimento de vagas na categoria de professor auxiliar para as diversas unidades orgânicas;
É um ato administrativo uma vez que tem conteúdo decisório, produção de efeitos
jurídicos externos e foi manado ao abrigo de poderes jurídico-administrativos. Assim é um ato
administrativo plural que constitui um feixe de atos, várias homologações, que estão incorporadas
num único ato formal.
j) Declaração de utilidade pública, pela Câmara Municipal de Braga, de um imóvel, para efeitos de
expropriação;
É um tao administrativo, pois possui conteúdo decisório para uma situação individual e
concreta, não reveste carater de abstração, e produz efeitos jurídicos externos. É um ato
administrativo desfavorável, ablatório por comprimir direitos.
2. Imagine que Joaquim não havia sido notificado da decisão que lhe aplica a sanção de
despedimento disciplinar. Qual a sua relevância jurídica?
Pelo art. 222.º LTFP, a notificação pode ser pessoal, publicada em DR ou através de carta,
mas sendo sempre obrigatória para que possa ter eficácia, aptidão de produção de efeitos
jurídicos. Por regra os atos são não recetícios, ou seja, há produção de efeitos desde o momento
em que práticos art. 155.º CPA, mas o ato não é oponível ao seu destinatário.
Assim, a não notificação não é causa de invalidade, implica apenas que efeitos do ato não
são oponíveis ao destinatário, neste caso a J.
2. Tendo conhecimento da prática daquele ato, a associação de defesa dos consumidores “Juntos
pelo Consumidor” requereu à ERSAR a anulação da autorização da “Águas Controladas, Lda.”, empresa que
em 2021 obteve tal autorização invocando o currículo de Zacarias, o qual, embora tenha experiência
profissional como biólogo, superior a 10 anos, nunca trabalhou no controlo bacteriológico da água. Diga se
pode a ERSAR anular, e em que termos, a autorização da “Águas Controladas, Lda.”.
Uma dada associação tendo conhecimento da retirada da licença vem pedir que seja
também retirada essa autorização a um outro laboratório através de uma anulação.
Tanto a anulação como a revogação são atos de 2º grau cujos efeitos incidem sobre atos
anteriores, mas o seu fundamento é diferente. Enquanto a revogação é a cessação de efeitos de
um ato anterior por razões de (des)mérito, (in)oportunidade, (in)conveniência e a anulação é a
cessação de efeitos por fundamento de invalidade do ato.
O que está em causa é destruição de efeitos do ato de autorização, com fundamento numa
invalidade porque foi atribuída uma licença quando nos termos legais não poderia ter sido.
Pelo art. 166.º CPA, os atos insuscetíveis de revogação ou anulação não podem ser objeto
de anulação porque nesses casos esses já deixaram de produzir efeitos jurídicos. Neste caso não
parece enquadrar-se em nenhuma alínea, portanto, o caso parece ser suscetível de anulação e
revogação.
A iniciativa e competência para anulação, art. 169.º, cabe à associação, por ser um
interessado, despoleta fazendo uso de reclamação ou recurso administrativo. Esta tem
legitimidade procedimental para salvaguardar interesses dos particulares, mas também difusos ou
coletivos.
Pelo nº3, a ERSAR é a entidade que praticou a autorização, então também tem
competência para praticar ato de 2º grau.
É possível que o ato seja anulável porque estamos a falar de atos constitutivos de direito
(porque ato de autorização constituir na esfera do laboratório direitos ex novo), art. 167.º/3 CPA
(só interessa para a definição destes atos, neste caso, porque artigo refere-se à revogação).
Ato de autorização atribui uma situação de vantagem ao laboratório, se assim é, para que
seja possível anular, há requesitos apertados, art. 168.º: prazo-regra 6 meses (se invalidade
3. Suponha que a ERSAR tomou conhecimento de um ato da Câmara Municipal de Vila Pouca de
Aguiar que, invadindo as competências daquela, aplicou sanções a um concessionário de abastecimento de
águas no concelho. Como pode reagir a ERSAR?
Quem tem competência para aplicar sanções é a entidade reguladora, mas quem as está a
aplicar é a CM, portanto há uma incompetência absoluta porque são PC’s distintas. Assim,
estamos perante um vício orgânico, enformado no seu elemento orgânico – o sujeito.
A consequência é a nulidade, art. 161.º/2/b pelo que não há a produção de efeitos
jurídicos; embora possa ter consequência práticas, a possam ser atribuídos efeitos putativos.
A ERSAR não pode anular ou revogar os atos porque o art. 166.º diz que atos nulos não
podem ser anulados ou revogados (porque não há efeitos para destruir). Pode declarar a nulidade
que é invocável a toda o tempo por qualquer interessado, conhecida por qualquer autoridade,
apenas declarada pelos tribunais adm e por certos órgãos administrativos competentes para a
anulação
Aplicando o regime da nulidade, a ERSAR como competente para praticar atos de sanções
pode declarar a nulidade desses atos, eliminando-os da ordem jurídica.
2. Localize na estrutura do ato administrativo os vícios que lhe são imputados e faça-lhes
corresponder as respetivas consequências jurídicas. E diga de que garantias administrativas pode lançar
mão e quais os efeitos que delas pode esperar.
Tal como referido em supra estamos perante um ato administrativo nos termos do art.
148º, isto é, ato com conteúdo decisório que no exercício de poderes jurídico-administrativos que
visem produzir efeitos jurídico externos, que extravasa a pessoa coletiva, para uma situação
individual e concreta.
Pretende-se atacar, identificar os vícios do 2º ato, ou seja, o ato de revogação. A este ato,
pelo princípio do paralelismo das formas e formalidades do art. 170.º, devem ser observadas as
mesmas formalidades essenciais.
O primeiro argumento pretende-se com a preterição da audiência interessados, sendo por
regra esta é obrigatoriedade quando decisão for desfavorável, art. 121.º, sendo que só dispensa
nas situação taxativas do art. 124.º. se não houver dispensa, como parece ser o caso, há um vicio
formal por preterição de formalidade sancionada com anulabilidade, art. 163.º.
O segundo argumento prede-se com a não menção de delegação de competências, apesar
de válida e eficaz, mas sem menção. Esta é uma mera irregularidade, art. 48.º/2. Contudo se não
houve delegação válida ou eficaz, existe um vício orgânico porque há uma incompetência relativa
(órgãos da mesma pcp), sancionada com a anulabilidade, art. 163.º.
O terceiro argumento remete para o princípio da igualdade, art. 13.º CRP e art. 6.º CPA,
pois parece que existe uma violação do mesmo. No entanto, esta terá de afetar o conteúdo
essencial de um direito fundamental. Neste caso, não afeta, portanto um vivio material
sancionado com a anulabilidade, art. 163.º.
3. Em hipótese autónoma, suponha que a ALGAR solicitou a emissão da licença a 10.01.2022, sem
que, ao dia de hoje, tenha recebido qualquer resposta por parte da APA. Quid iuris?
ALGAR soliticitou uma licença e até ao dia de hoje, ainda não recebeu qualquer resposta
por parte da APA. Assim podemos estar perante um caso de omissão.
Existe um dever legal de decisão e há situações em que o silêncio não equivale a omissão,
art. 13.º CPA e 129.º CPA
A questão central é será possível uma reclamação ou recurso não só para impugnar ações,
mas também para reagir contra omissão. O silêncio pode ser um deferimento tácito, art. 130.º
CPA.
Em regra, estes procedimentos de iniciativa particular como é a ALGAR devem ser
decididos no prazo de 60 dias, art. 128.º/1 CPA , sendo prorrogável até 90 dias.
Se deu entrada nos serviços a 10/01/2022, começa a contar os 60 dias, 128.º/3 CPA de
acordo com as regras do art. 87.º, pelo que não são contabilizados sábados, domingos e feriados,
sendo que o dia em que se recebe o requerimento NÃO CONTA , portanto, o prazo começa no dia
11/01/2022.
Neste caso estamos perante um INCUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL DE DECISÃO, ALGAR
podia interpor uma reclamação/recurso para impugnar uma omissão.