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DESVIO DE PODER
O desvio de poder é vício de intenção, que deriva dos propósitos subalternos que animam o
agente ou das circunstâncias de não realização da finalidade preordenada pela lei.
PODER NORMATIVO
O decreto regulamentar não cria, altera ou constitui direitos, apenas viabiliza na perspectiva
operacional a adequada interpretação e aplicação da lei, ao passo que o decreto autônomo é
espécie normativa primária, preexistente à lei - inauguram a ordem jurídica. Eles não se
sujeitam à lei, pois a ela se equivalem, retirando sua validade da CF e não da lei (por isso é
preexistente, não precisa de uma lei anterior para o validar) sendo possível, inclusive, controle
abstrato de constitucionalidade.
TIPOS DE ATOS
Deliberações são atos emanados, em regra, de órgãos colegiados e caracterizam-se como atos
simples coletivos, ao passo que as resoluções são atos normativos individuais, provenientes de
autoridades do alto escalão administrativo e têm natureza derivada, OU SEJA, editados por
Ministros de Estado ou outras autoridades de elevada hierarquia, com a finalidade de
complementar as disposições contidas em decretos regulamentares e regimentos (ex.:
resolução editada pelo Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, na forma do art. 12 da Lei
9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro).
A homologação, por sua vez, é o ato administrativo que controla a legalidade e o mérito de
ato anterior. Ex.: homologação da licitação (art. 43, VI, da Lei 8.666/1993). Prevalece na
doutrina a tese de que a homologação é ato vinculado.
Na estabilização dos efeitos não há convalidação do ato administrativo, ele não passa a ser
válido, não perde seus vícios. Ao contrário, ele continua com os vícios que levariam à sua
invalidação, mas, por outras questões (como Princípio da Segurança Jurídica) ele permanece
aplicável no ordenamento jurídico e seus efeitos estabilizam-se. Em outras palavras: é a
renúncia da administração pública em anular um ato ilegal. Deve-se respeitar os seguintes
requisitos: (i) ausência de prejuízos a terceiros de boa-fé; (ii) ausência de prejuízo ao tesouro;
(iii) proporcionalidade em sentido estrito (benefícios maiores do que os prejuízos). É hipótese
excepcional, que só poderá incidir com vistas à concretização de outros princípios
constitucionais, como o da segurança jurídica. Ex.: Loteamento aprovado de modo irregular.
Vários lotes comercializados e, inclusive, com casas e prédios construídos. Presentes os
requisitos, é preferível a manutenção da licença irregular.
O efeito da convalidação é EX-TUNC. De acordo com as lições de Maria Sylvia Zanella de Pietro,
a convalidação ou saneamento “é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em
um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado” ( EX-TUNC).
São passíveis de convalidação os atos que contêm os seguintes vícios (doutrina de Weida
Zancar.):
a) quanto à competência;
b) quanto à formalidade, entendida como a forma própria prevista em lei para a validade do
ato;
c) quanto ao procedimento, desde que a convalidação não acarrete o desvio de finalidade, em
razão da qual o procedimento foi inicialmente instaurado.
A convalidação pode ser feita pela própria administração ou pelo administrado. Segundo Di
Pietro, ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser feita pelo
ADMINISTRADO, quando a edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a
exigência não foi observada. Este pode emiti-la posteriormente, convalidando o ato. Outra
limitação imposta é a de que a Administração não poderá mais convalidar seus atos
administrativos se estes já tiverem sido impugnados pelo particular, exceto se tratar de
irrelevante formalidade, pois neste caso os atos são sempre convalidáveis. Essa restrição visa
garantir a observância ao princípio da segurança jurídica.
Espécies de convalidação:
Ratificação: feita pela própria autoridade (requerimento ou ex officio);
Confirmação: feita por outra autoridade, diversa daquela que praticou o ato;
Saneamento: feita pelo particular interessado, quando competir a ele a providência.
LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
O poder público será notificado pelo particular, sendo-lhe concedido o prazo de trinta dias
para definir se possui, ou não, interesse na aquisição do bem, nos termos da proposta
formulada pelo particular. À notificação mencionada será anexada proposta de compra
assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual constarão preço, condições
de pagamento e prazo de validade.
Após este prazo, caso o poder público não manifeste interesse na aquisição do bem, o
particular poderá vendê-lo, nos mesmos termos da proposta apresentada ao Estado, a
qualquer pessoa interessada. Caso queira alterar a proposta, primeiramente, deverá fazer uma
nova proposta ao Poder Público, sob pena de violar o direito de preempção. Concretizada a
venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a apresentar ao Município, no prazo de trinta
dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel.
Dentro do seu prazo de vigência, caso o direito de preempção não seja respeitado, a alienação
feita indevidamente ao particular será nula e o Poder Público, nos termos da lei, poderá
adquirir o bem pelo valor da transação ou pelo valor venal do bem, o que for mais baixo".
A doação de bens móveis públicos é admissível exclusivamente para fins de interesse social e
dependerá de AVALIAÇÃO PRÉVIA e de LICITAÇÃO, dispensada esta nos seguintes
casos: doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de
sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de
alienação.
A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, DEPENDERÁ
de prévia aprovação do Congresso Nacional, exceto quando a alienação ou concessão de
terras públicas tiver por finalidade reforma agrária.
CLÁUSULAS EXORBITANTES
*Lei 8.666
A publicação do contrato administrativo em órgão oficial de imprensa da entidade pública
contratante é formalidade INDISPENSÁVEL.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa
ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas
contratuais. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será
providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,
para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem
ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
A revisão do contrato tem lugar quando a administração procede à alteração unilateral de
suas cláusulas de execução, afetando a equação econômica original, ou quando algum evento,
mesmo que externo ao contrato, modifica extraordinariamente os custos de sua execução.
Nessas hipóteses, o contratado tem direito à chamada revisão do contrato, para
restabelecimento de seu equilíbrio econômico-financeiro. O mero reajuste é algo que ocorre
periodicamente, estando relacionado à inflação ordinária ou à perda ordinária de poder
aquisitivo da moeda, seguindo índices determinados, tudo conforme previamente
estabelecido no próprio contrato.
Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração, agindo nessa qualidade, firma com o
particular ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse
público, nas condições estabelecidas pela própria Administração.
Consensual: acordo de vontades, e não um ato unilateral e impositivo da Administração;
Formal: expressado por escrito e com requisitos especiais;
Oneroso: remunerado na forma convencionada;
Comutativo: porque estabelece compensações recíprocas;
Intuitu Personae: Deve ser executado pelo próprio contratado, vedadas, em princípio, a sua
substituição por outrem ou a transferência de ajuste.
TESE nº 6 do STJ: "O afastamento cautelar do agente público de seu cargo, previsto no
parágrafo único, do art. 20, da Lei n. 8.429/92, é medida excepcional que pode perdurar por
até 180 dias".
TESE nº 4 do STJ: "A aplicação da pena de demissão por improbidade administrativa não é
exclusividade do Judiciário, sendo passível a sua incidência no âmbito do processo
administrativo disciplinar".
TESE nº 8 do STJ: "A indisponibilidade de bens prevista na LIA pode alcançar tantos bens
quantos necessários a garantir as consequências financeiras da prática de improbidade,
excluídos os bens impenhoráveis assim definidos por lei”. Quis se referir a indisponibilidade de
bens quanto a “valores referentes a proventos, quantias decorrentes da venda de produtos
destinados ao sustento próprio e da família" e não ao bem de família.
TESE nº 9 do STJ: "Os bens de família podem ser objeto de medida de indisponibilidade
prevista na Lei de Improbidade Administrativa, uma vez que há apenas a limitação de eventual
alienação do bem".
No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber,
o disposto na Lei de Ação Popular (art. 17, § 3º), que afirma que a pessoa jurídica de direito
público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de
contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao
interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. ASSIM, não há
obrigatoriedade ou nulidade se a pessoa jurídica de direito público cujo ato seja objeto de
impugnação não integrar a lide.
Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no CPP (art. 17, § 12), cujo art. 221, permite que os Prefeitos sejam inquiridos em
local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.