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Caso 4

Em julho de 2023, 50 deputados apresentam uma proposta de lei que altera profundamente o
Código do Trabalho, produzindo efeitos em relação aos contratos de trabalho já celebrados. Por
outro lado, a proposta de lei cria um subsídio mensal para os alunos com condições
socioeconómicas precárias, fixando-o em 200 euros e produzindo efeitos desde 1 de janeiro de
2023. Prevê-se ainda a possibilidade de o Governo, por meio de portaria, reduzir o valor do
subsídio. O decreto é aprovado após audição das Regiões Autónomas.

Por considerar que se tratava de matéria urgente, o Presidente da Assembleia da República


dispensou o debate e a votação na generalidade. Os resultados das votações na especialidade e
na votação final-global foram os seguintes: 120 votos a favor e 60 votos contra, não se tendo
registado qualquer abstenção.

Duas semanas após a receção do decreto, o Presidente da República opta por requerer a
fiscalização da constitucionalidade. Apesar da declaração de inconstitucionalidade pelo Tribunal
Constitucional, o Presidente da República promulga o decreto.

Caso 5

Face à crítica social em relação às medidas adotadas durante o período pandémico, o Governo
decide propor ao Presidente da República a realização de um referendo sobre os regimes do
estado de sítio e do estado de emergência. O Presidente da República acede ao pedido do
Governo, submetendo a questão a referendo.

O referendo contou com a participação de mais de 80% da população recenseada. A Assembleia


da República apressa-se a aprovar a Lei A, na qual repercute o resultado do referendo. Contudo,
de forma surpreendente, o Presidente da República decide vetar o decreto da Assembleia.

a) Pronuncie-se sobre a conformidade constitucional do referendo.

b) A sua resposta mantinha-se caso, partindo a proposta da Assembleia da República,


a mesma fosse dissolvida pelo Presidente da República?

c) O que aconteceria se a Assembleia da República aprovasse uma lei em sentido


contrário ao do referendo?
d) Suponha que é aprovada a Lei B, como resultado do referendo vinculativo.
Passados dois anos, poderá a Assembleia da República legislar sobre o tema em
termos contraditórios com os que resultaram do referendo?

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