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Revisão Constitucional

Caso prático n.º 1

Em 24 de Outubro de 2006, por 184 votos a favor, 26 contra e 20 abstenções, a Assembleia


da República, por iniciativa de dois grupos parlamentares resolveu assumir poderes de
Revisão Constitucional.
Alguns dias depois, os mesmos grupos parlamentares, apresentaram um projecto de
revisão constitucional aditando ao n.º 6, do artigo 38.º da Constituição da República
Portuguesa o seguinte: “salvo aquelas que defendem ideologias contrárias à democracia
ou à integração europeia”.
Esta alteração foi aprovada, em 07 de Dezembro de 2006, por 170 votos a favor, 30 votos
contra e 30 abstenções.
Em 09 de Dezembro de 2006, o decreto de revisão foi enviado para promulgação, tendo o
Presidente da República recusado a promulgação do mesmo.
Quid juris?

Caso prático n.º 2

A Assembleia Legislativa Regional da Madeira, invocando o disposto no n.º 1, do artigo


167.º da Constituição da República Portuguesa, apresentou um projecto de revisão
constitucional, em 07 de Outubro de 2010.
O projecto de revisão constitucional previa a transformação do Estado Português num
Estado federal, composto por todas as regiões do país já existentes ou a criar na sequência
da revisão constitucional.
Este projecto, foi aprovado, em 07 de Dezembro de 2010, por maioria de dois terços dos
deputados em efectividade de funções, após um debate acalorado que fez as delícias da
opinião pública.
Após a aprovação, foi enviado ao Presidente da República que promulgou o diploma,
embora discordando do mesmo.
Quid Juris?

Caso prático n.º 3

Em 3 de Abril de 2003, o Presidente da Câmara da Marinha Grande, na sequência de


manifestações ilegais que tinham terminado em acções de bloqueio das vias públicas,
apresentou um projecto de revisão constitucional na Assembleia da República.
O projecto visava alterar o artigo 45.º da Constituição da República Portuguesa,
subtraindo o n.º 2 desse mesmo artigo.
O projecto foi aprovado por 150 votos a favor, 50 votos contra e 30 abstenções.
O Presidente da República, considerando o diploma inconstitucional e não concordando
com o conteúdo do mesmo, decidiu não o promulgar.
Quid juris?
Caso Prático n.º 4

Em 15 de Outubro de 2010, um grupo de Deputados da Assembleia Legislativa Regional


dos Açores, apresentou um projecto de revisão constitucional à Assembleia da República,
embora sem precisar o que pretendia que fosse modificado na Constituição.
Em 5 de Novembro de 2010, foi apresentado um outro projecto por outros Deputados da
Assembleia Legislativa Regional dos Açores, por força do qual era aditado ao n.º 2 do
artigo 47.º, da Constituição da República Portuguesa “salvo aqueles que forem contra a
autonomia política das regiões autónomas e perfilhem ideias monárquicas”.
Em 3 de Dezembro de 2010, o projecto é aprovado por 160 votos a favor, 30 votos contra e
40 abstenções.
O Presidente da República, embora considerasse o diploma inconstitucional, resolveu
promulgar o mesmo.
Quid juris?

Caso prático n.º 5

Em 3 de Fevereiro de 2007, a Assembleia da República assume competências de Revisão


Constitucional, sob proposta de um grupo de Deputados do partido Y, e com 154 votos a
favor, 50 votos contra e 30 abstenções.
Um Deputado do partido X, que aguardava a oportunidade de apresentar o seu projecto de
revisão constitucional apresentou-o a 20 de Março de 2007. Este projecto visava suprimir
as referências do sector cooperativo e social de propriedade da Constituição, eliminado a
alínea b), do artigo 80.º e os n.º 2 e 4 do artigo 82.º da Lei Fundamental. Com efeito, este
Deputado considerava que o sector cooperativo e social de propriedade só serviria para
agravar a crise económica que Portugal começava a atravessar.
Em 4 de Abril de 2007, o projecto é aprovado na especialidade por 160 votos a favor, 40
votos contra e 30 abstenções. Contudo, dado o posterior descontentamento de alguns
Deputados do partido Z com umas declarações proferidas por aquele Deputado do partido
X, retiram os seus votos de aprovação quando o diploma é sujeito a votação final global.
Assim, o diploma apenas recebeu 140 votos a favor, 60 votos contra e 30 abstenções em
votação final global.
O projecto é enviado para ser promulgado pelo Presidente da República, que desde
sempre se posicionou a favor da necessidade de um sector cooperativo e social de
propriedade e que resolve vetar o mesmo.
Quid Juris?

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