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CASO 1

De forma a enfrentar a crise financeira, o Governo adopta em Conselho de Ministros um conjunto de medidas
legislativas com impacto económico:

a) Um decreto-lei com um novo regime jurídico de apoio às exportações;


b) Um decreto-lei aprovando um novo imposto especial sobre o consumo de produtos com elevado teor de
açúcar, de forma a obter receitas adicionais;
c) Um decreto-lei com um novo regime de finanças regionais, com vista a reforçar o controlo sobre a despesa
pública.

Procurando fazer face aos novos desafios, a Assembleia da República decide também legislar sobre os desafios da
crise e aprova um novo regime de apoio à criação de emprego. Entre as medidas constantes da nova lei encontra-se
a criação de uma Direcção-Geral de Apoio ao Emprego, que é colocada na dependência directa do Ministro da
Economia, e da obrigatoriedade de reunião mensal de um Conselho de Ministros especializado, dedicado ao
emprego.

CASO 2

A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores apresenta na Assembleia da República uma proposta de lei
de autorização legislativa com vista a ser autorizada a legislar no sentido de poder criar um novo crime de caça ilegal
aos cetáceos, com uma moldura penal de 10 anos de pena de prisão máxima. Nos termos daquela proposta, o
Governo regional disporia de 5 anos para aprovar um decreto legislativo regional com aquele teor.

CASO 3

Depois de ter tentado sem sucesso aprovar a mesma alteração em outubro de 2011, o Grupo Parlamentar do Partido
Liberal apresenta em 10 de janeiro de 2012 uma proposta de lei com vista a revogar a permissão de realização de
touradas de morte em Barrancos. Para além de revogar o regime excepcional que ali vigorava, a iniciativa determina
ainda que deve haver a criação imediata de uma linha de crédito de apoio aos criadores e aos agentes promotores
do espectáculos tauromáquicos naquela zona, de forma a não os prejudicar pela abolição do regime. A proposta é
chumbada na votação na generalidade por 100 votos contra, 70 a favor e 60 abstenções.

CASO 4

Um grupo de Deputados à Assembleia Legislativa Regional dos Açores decide apresentar um projecto de lei que
reduz em dois pontos percentuais a taxa de IVA aplicável nas Regiões Autónomas. O projecto é discutido na
generalidade e na especialidade no plenário da Assembleia da República e é aprovado por 30 votos a favor, 25 votos
contra e 70 abstenções em votação final global.
Remetido para promulgação a 1 de janeiro, é vetado pelo Presidente da República a 23 de Fevereiro, invocando o
Presidente o carácter incomportável da medida face à crise financeira que o País atravessa. Reapreciado pela
Assembleia da República, o diploma é alterado passando a apenas diminuir a taxa do IVA em 1 ponto percentual. O
diploma é aprovado por 200 votos a favor e 30 contra. Recebido na Presidência da República para promulgação, o
Presidente comunica ao País que apenas o promulga porque se encontra constitucionalmente vinculado a fazê-lo.

CASO 5

Em Janeiro de 2013, o Grupo Parlamentar do Partido Liberal Democrático apresenta uma proposta de lei de
autorização legislativa ao Governo, contendo um único artigo, com o seguinte teor:

“1 - Fica o Governo autorizado a aprovar um novo regime de inelegibilidades, incompatibilidades e impedimentos


para os Deputados à Assembleia da República, no sentido de reforçar a sua vinculação aos critérios fundamentais da
ética republicana.

2 – A presente autorização legislativa caduca no final do ano de 2018”

A proposta é aprovada na generalidade, na especialidade e na votação final global por 150 votos a favor, 50
abstenções e 30 votos contra e é remetido para promulgação pelo Presidente da República no dia 1 de fevereiro. O
Presidente promulga o diploma no dia 10 de fevereiro e o diploma entra em vigor a 1 de março. Desejoso de ver
repercutido na composição da Assembleia o resultado do diploma que o Governo viria aprovar, o Presidente
convoca o Conselho de Estado e dissolve a Assembleia da República a 5 de março.

No dia seguinte, o Governo aprova em reunião do Conselho de Ministros o decreto-lei autorizado, determinando a
inelegibilidade de todos os Deputados que exerçam funções como advogados ou solicitadores.

Asdrúbal Barca, Deputado do Partido Republicano Social, advogado, pretende candidatar-se à eleição marcada na
sequência da dissolução.

CASO 6

Face a um aumento de tensão no seio da Marinha, o Ministro da Defesa decide apresentar uma proposta de lei de
revisão do Estatuto dos Militares das Forças Armadas, determinando uma inibição do exercício da actividade
associativa e a necessidade de prévia autorização das chefias antes de participarem em qualquer reunião sobre
matéria das respectivas carreiras.

A iniciativa é discutida na generalidade em Plenário, e na especialidade na Comissão de Defesa Nacional, sendo


objecto de votação final global onde se verifica o seguinte resultado: 110 votos a favor, 30 contra e 5 abstenções.

Remetido para promulgação, o PR decide vetar o diploma uma vez que tem sérias reservas sobre o seu conteúdo.
Devolvido o decreto à Assembleia da República, esta confirma a iniciativa por 130 votos a favor, 70 contra e 10
abstenções. Confrontado com a confirmação, o Presidente pondera submeter o decreto a fiscalização preventiva da
constitucionalidade.
CASO 7

Na sequência de uma grande pressão no sentido de ser reduzida a imigração para o País, um conjunto de 15
Deputados apresenta uma proposta de lei de alteração da Lei da Nacionalidade, consagrando como critério único de
aquisição da cidadania portuguesa a ascendência portuguesa de ambos os progenitores. Apesar da grande polémica
provocada, a proposta é aprovada por 100 votos a favor, 90 contra e 40 abstenções.

Remetido para promulgação no dia 1 de Fevereiro de 2012, o PR decide dar por concluído o processo com rapidez e
promulga o diploma no dia 3 de Fevereiro, remetendo-o directamente para publicação, o que vem a ocorrer no dia
seguinte, 4 de Fevereiro.

CASO 8

A Assembleia da República aprova uma lei sobre apoio à difusão de programas culturais na rádio, em que determina
a obrigatoriedade de emissão diária de, pelo menos, 30 minutos de programação musical local. Contudo, a lei
determina que, avaliada a evolução do sector, o Governo pode, através de portaria do Secretário de Estado da
Cultura, proceder ao aumento ou diminuição daquele período, caso se venha a justificar.

CASO 9

Determinados a reforçar as várias dimensões do princípio republicano no sistema político português, os grupos
parlamentares dos Partidos Radical e do Partido Democrático apresentam dois projectos de lei com o seguinte
conteúdo:

a) Projecto de Lei n.º 1/2012: Introdução de um limite de dois mandatos consecutivos para os Presidentes e
vereadores das Câmaras Municipais e para os Presidentes e membros das Juntas de Freguesia;
b) Projecto de Lei n.º 2/2012: Introdução de regras reforçadas de transparência das contas e dos processos
eleitorais dos partidos políticos;

Ambos os projectos de lei são votados na generalidade, na especialidade e na votação final global, contando com
116 votos a favor, 14 abstenções e nenhum voto contra e são remetidos para promulgação no dia 1 de Março. O
Presidente da República promulga de imediato o decreto relativo ao Projecto de Lei n.º 1/2012, mas opta por vetar o
decreto relativo ao Projecto de Lei n.º 2/2012. O que pode a Assembleia da República fazer agora?

Resposta:

Segundo projeto lei:

164º/h) – exclusiva competência da assembleia

Lei orgânica – 168º/4 tem de ser votado em plenário


Como não há nenhuma exigência específica pode ser maioria simples. Só precisa de maioria absoluta na votação
final global (lei orgânica)

Votação = está aprovado porque só é necessário maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções

O PR opta por vetar – quando o PR recebe uma lei orgânica para promulgação também é enviada a deputados,
primeiro-ministro (aquelas entidades). No entanto, o PR só fica inibido de promulgar. Por isso é que neste caso podia
vetar no dia seguinte

136º/3 por ser uma lei orgânica

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Votação na generalidade: vale sempre a regra da maioria simples, artigo 116º/3

Votação na especialidade:

i) a regra é maioria simples, artigo 116º/3

ii) exceções:

a) 168º/5 segunda parte – exigência de maioria absoluta

b) 168º/6 – b); d); g); f) – 2/3 dos deputados presentes desde que superior à maioria absoluta dos
deputados em efetividade de funções

Votação final global: 116º/3 maioria simples

168º/5 – maioria absoluta; 293º/1

168º/6 a); c); - 2/3 dos deputados presentes desde que superior à maioria absoluta

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CASO 10

Em 1 de Janeiro de 2012, um grupo de 15 mil cidadãos eleitores apresenta um projecto de lei que visa reduzir o
imposto sobre os combustíveis fósseis. Aprovado nas votações na generalidade, especialidade e votação final global
por 110 votos a favor, 90 contra e 30 abstenções, o diploma é remetido para promulgação pelo Presidente no dia 1
de Março.

No dia 15 de Março, o PR submete o diploma à fiscalização preventiva da constitucionalidade, pronunciando-se o


Tribunal pela inconstitucionalidade do diploma no dia 1 de Julho. Na sequência da decisão, o PR veta o diploma e
devolve-o à Assembleia. Inconformados, os Deputados confirmam do diploma por 200 votos a favor e 30 contra e
remetem-no de novo ao Presidente. Apesar de contrariado, este entende estar obrigado a promulgar o diploma.

Correção:

6º/1 – lei iniciativa legislativa cidadão – 17/2033

167º/2 CRP – norma travão


Mas podiam apresentar iniciativa se não fosse a norma travão? Não – artigo 3º alínea e) – lei iniciativa legislativa dos
cidadãos

Dar nota que é matéria relativa de competência da AR – 165º/1 i)

Ao nível da votação: 168º/1 e /2 – e havia quórum

Segundo parágrafo: o PR não podia fiscalizar a fiscalização preventiva porque ultrapassou o prazo – o que acontece?
A CRP não o diz expressamente mas o tribunal recusa o pedido porque incumpriu o prazo.

O tribunal decide a 1 de julho . 278º/8 tem prazo de 20 dias – excedeu largamente o seu prazo

136º - o que interessa não é a data da decisão e data da publicação do acórdão no diário da república

Confirmação – temos um veto jurídico ou por inconstitucionalidade- 279º/2 (confirmação resulta daqui) do veto por
inconstitucionalidade. Aqui o PR não está obrigado a promulgar o diploma, pode fazê-lo se o entender mas não tem
de fazê-lo (primazia ao juízo de inconstitucionalidade

Aula extra quinta

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