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CURSO DE DIREITO
I - GRUPO
O Presidente da República
CURSO DE DIREITO
Cadeira:
Direito Constitucional
I - GRUPO
O Presidente da República
Discentes:
Admilton David
Cléusia Lino
Deotério Domingos
Francisco Cordar
Kingston Quembo
Leonel Missael
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
1. Introdução .................................................................................................................................... 1
2. Definição ..................................................................................................................................... 2
3. Conclusão .................................................................................................................................. 10
1. Introdução
1.2. Objectivos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
2. Definição
2.1.1. O Presidencialismo
De acordo com dados fornecidos pelo portal de Governo (2015), Moçambique é um país
democrático baseado num sistema político multipartidário. A Constituição da República consagra,
entre outros, o princípio da liberdade de associação e organização política dos cidadãos, o
princípio da separação dos poderes legislativo, executivo e judiciário, e a realização de eleições
1
Cit. Art. 145.º, n.º 1 da CRM.
2
Silva, A. de. M. (1813). in Dicionário de Língua Portuguêsa. Consultado em 23 de Março de 2024.
3
Cit. Art. 145.º, n.º 3 e 4 da CRM.
2
livres. O sistema de Governo adoptado por Moçambique é o sistema presidencialista. De acordo
com a constituição em vigor, o regime político em Moçambique é presidencialista. O chefe de
Estado é igualmente chefe do governo. No entanto, existe desde 1985 o cargo de Primeiro
Ministro, que tem o papel de coordenador e pode dirigir as sessões do Conselho de Ministros na
ausência do presidente.4
Para Gouveia (2015, p. 431), a Constituição da República de Moçambique optou por localizar o
tratamento jurídico-constitucional do Presidente da República no primeiro dos títulos dedicados
aos órgãos de soberania o Título IV, que se subdivide em três capítulos.5
4
Araújo, R. C. (2000). Os Sistemas de Governo de Transição Democrática nos P.A.L.O.P. Portugal, Coimbra:
Coimbra Editora. p. 167.
5
Gouveia, J. B. (2015). Direito Constitucional de Moçambique. Maputo: IDilP. p. 431.
3
Capítulo III – Da disposição final e transitória.
De acordo com Albano Macie (2012, p. 276) o texto constitucional expressamente se ocupa das
tarefas que atribui ao Presidente da República, numa visão plural que do mesmo tem,
competindo-lhe:
Para Gouveia (2015, p. 432), quer isto dizer que o Presidente da República em Moçambique
muito transcende uma conceção meramente simbólica ou até institucional de um Chefe de Estado
meramente representativo. E que dispõe de competências efectivas de intervenção pública,
exercendo ou partilhando várias funções jurídico-públicas:
6
Cit. Art. 145.º, n.º 1 CRM.
7
Cit. Art. 145.º, n.º 2 CRM.
8
Cit. Art. 145.º, n.º 3 CRM.
9
Cit. Art. 145.º, n.º 4 CRM.
4
Partilha a função constitucional, quando decreta o estado de excepção, em condomínio
com a Assembleia da República, tal se traduzindo sempre no dramático resultado da
suspensão de direitos fundamentais;
Exerce a função administrativa, na medida em que o Presidente da República é a cabeça
do Governo e o comanda efetivamente;
Partilha a função política, pelas relevantes decisões que lhe competem no domínio da
nomeação de cargos públicos e na representação externa do Estado;
Exerce a função militar e a função policial, por ser o Comandante-Chefe das Forças de
Defesa e de Segurança;
Partilha a função legislativa, ao intervir no procedimento legislativo através das
competências de promulgação e veto das leis, ou da competência de iniciativa das
mesmas;
Partilha a função jurisdicional, quando solicita ao Conselho Constitucional a sua
intervenção na fiscalização da constitucionalidade dos actos jurídico-públicos.
De acordo com Gouveia (2015, p. 434), a designação do Presidente da República funda-se numa
eleição directa e universal, autónoma da eleição da Assembleia da República, num círculo
eleitoral que corresponde ao território da República de Moçambique: “O Presidente da República
é eleito por sufrágio universal direto, igual, secreto, pessoal e periódico” 10. O sistema eleitoral é
maioritário, a duas voltas, em caso de nenhum dos candidatos obter a maioria absoluta há uma
segunda volta, na qual participam os dois candidatos mais votados. 11 A capacidade eleitoral
passiva é limitada e somente poodem ser candidatos a Presidente da República os cidadãos
moçambicanos que cumulativamente (art. 146.º, n.º 2 CRM):
10
Cit. Art. 146.º, n.º 1 da CRM.
11
Cit. Art. 147.º, n.º 2 da CRM
5
c) Estejam no pleno gozo dos direitos civis e políticos;
d) Tenham sido propostos por um mínimo de dez mil eleitores.
As candidaturas presidenciais pode ser apresentadas por dois tipos de legitimidade, primeiro,
pelas formações partidárias, isoladamente ou em coligação; e segundo pelos grupos de cidadãos
eleitores, devendo corresponder a um mínimo de 10 000 cidadãos eleitores. (Gouveia, 2015, p.
435)
1. A morte;
2. A incapacidade física ou mental permanente;
3. A renúncia;
4. A destituição.
A verificação destas causas de vacatura do cargo de Presidente da República está repartida pelos
dois mais altos órgãos do poder jurisdicional: a declaração da “incapacidade permanente e da
morte” compete ao Conselho Constitucional; a decretação da “destituição e suspensão” é da
12
Cit. Art. 146.º, n.ºs 3 e 4 da CRM.
6
competência do Tribunal Supremo. É ao Presidente da Assembleia da República que compete
exercer, interinamente, as funções de Presidente da República em caso de vacatura do cargo, mas
enquanto exercer interinamente as funções de Presidente da República, o mandato de Deputado
do Presidente da Assembleia da República suspende-se automaticamente.
A responsabilidade criminal do Presidente da República é definida nos termos fixados pelo artigo
152.º da CRM. Para Gouveia (2015, p. 437) o regime da CRM é muito protector da figura
institucional do Presidente da República, havendo que distinguir entre os crimes praticados no
exercício das funções ou fora delas por crimes praticados no exercício das suas funções, o
Presidente da República responde perante o Tribunal Supremo ou pelos crimes praticados fora do
exercício das suas funções, o Presidente da República responde perante os tribunais comuns, no
termo do mandato.
O processo criminal contra o Presidente da República tem particularidades nas suas fases:
13
Cit. Art. 150.º da CRM.
14
Cit. Art. 156.º, n.º 1 da CRM.
15
Cit. Art. 152.º, n.º 3 da CRM.
7
Na decisão de pronúncia: a implicar a automática suspensão de funções do Presidente da
República16;
Na decisão judicial: que cabe ao Tribunal Supremo, em plenário, tendo sessenta dias
como prazo máximo para proferir o acórdão17.
As competências gerais; e
As competências específicas.
As competências específicas, por seu turno, devem subrepartir-se por três categorias: as
competências no domínio governativo; as competências no domínio da defesa e da ordem pública;
e as competências no domínio das relações internacionais. A sua apreciação conjunta revela a
presença do Chefe de Estado no exercício de atos de índoles muito variadas:
16
Cit. Art. 152.º, n.º 4 da CRM.
17
Cit. Art. 152.º, n.º 5 da CRM.
8
A comprovação desta diversidade de competências presidenciais certifica-se pela paralela
diversidade de formas de atos jurídico-públicos que o Presidente da República pode praticar: "Os
actos normativos do Presidente da República assumem a forma de decreto presidencial e as
demais decisões revestem a forma de despacho e são publicadas no Boletim da República”.
O feixe de competências gerais é extenso, assinalando-se esta longa lista de tarefas, compete ao
Chefe do Estado no exercício da sua função:
9
CAPÍTULO III: CONCLUSÃO
3. Conclusão
O presidente da República exerce um mandato de cinco anos, só podendo ser reeleito uma
vez. Segundo a CRM, pode o titular do cargo candidatar-se de novo, depois de uma série
ininterrupta de mandatos, apenas cinco anos após o último mandato. “É eleito por sufrágio
universal directo, igual, secreto, pessoal e periódico”. O sistema eleitoral é maioritário, a duas
voltas, em caso de nenhum dos candidatos obter a maioria absoluta há uma segunda volta, na
qual participam os dois candidatos mais votado.
10
3.2. Referências bibliográficas
Doutrina:
Legislação:
Lei n.º 32/2014, de 30 de Dezembro - Lei dos Direitos e Deveres do Presidente da República.
11