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Capítulo I: Introdução

1. Introdução

O presente trabalho e desenvolvido no âmbito da cadeira de História de Direito. O mesmo


aborda a matéria inerente aos "Direitos europeus medievais e modernos" deste modo, e
abordado em sede deste trabalho o direito canônico, definindo o mesmo, evidenciando as suas
características e enunciando as suas fontes. Numa segunda linha de abordagem retratamos os
direitos Germânicos (consuetudinários), deixando ficar as suas generalidades e por final
falamos dos Renascimento dos direitos romanistas bem como o Common Law (Direito comum
Inglês).

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral

 Compreender e abordar a matéria inerente aos Direitos Europeus medievais e


modernos.

1.2.2. Objectivos específicos

 Abordar o Direito Canónico (generalidades, relação entre a Igreja e o Estado);


 Desenvolver conteúdos inerentes aos Direitos Germânicos (direitos consuetudinários);
 Abordar os Direitos Romanistas; e
 Falar do Common Law (generalidades e difusão no mundo)

1.3. Metodologia de Pesquisa

Capítulo II: Revisão de Literatura

I - Direitos Europeus Medievais e Modernos


1. Contextualização

No fim do século IV, fim da antiguidade, o império romano dividiu-se em dois impérios: o
império Romano do Ocidente (Roma) e o Império do Oriente. Sob pressão dos povos oriundos
da Ásia, os povos do império do oriente viram se forçados a migrar para o ocidente. Jonh Glisse
(1995) relata que os povos germânicos começaram desde o século III a penetrar o império
Romano do Ocidente, no século IV provocaram a queda deste e ao estabelecimento dos povos
germânicos naquela região (1).

O império romano cristianizou-se, e um direito novo e original se desenvolveu naquela região, o


chamado direito canônico à margem do Direito Romano, no entanto sem absorvê-lo, assim
surgiu um sistema dualista, o direito laico e o direito religioso, que se manteve até o século XX.
Deste modo, nas palavras de John Glissen (1995), na aurora da idade média existiram na Europa
os seguintes seistemas jurídicos:

 Direito Romano;
 Os Direitos Canónicos;
 Os Direitos Germânicos;
 Os Direitos Eslavos; e
 O Direito Celta.

2. O Direito Romano na Alta idade Média (século VI a Século XII)

Segundo Glissen (1995), após a queda do império romano, nos territórios do império romano
do ocidente, formaram-se reinos de origem germânica, nesta época o Direito Romano
continuou a ser aplicado para os povos de origem romana, enquanto que os povos invasores
continuaram vivendo segundo os direitos de sua origem germânica.

Outros direitos germânicos, mantiveram-se distantes da influência romana, são esses os


direitos ânglos e os direitos sexões. O mesmo aconteceu com os direitos e os Eslavos e celtas.

3. O Direito Canônico

Segundo Glissen (1995), o Direito Canónico e o direito religioso da comunidade dos Cristãos,
mais especialmente, o direito da igreja católica. O termo "Canon", vem do grego que era usado
para designar decisões ou concílios. Autores dizem que a igreja por intermédio do direito
canónico foi de grande importância na época medieval, assim para compreendermos a
importância do direito canônico configuram-se os seguintes fatores:

a) O carácter ecuménico da igreja: desde os primórdios, o cristianismo coloca-se como a


única religião verdadeira para a universalidade dos homens; a igreja pretende impor a
sua concepção ao mundo inteiro. Está pretensão universalista, concedeu a direito da
igreja um carácter unitário. (Alfredo, 2013 p.340)
b) Certos regimes do direito privado foram exclusivamente regidos pelo direito canónico,
durante vários séculos, mesmo para os laicos: nestes domínios, quaisquer conflitos eram
resolvidos pelos tribunais eclesiásticos com exclusão dos tribunais laicos. Assim,
qualquer litígio relativo ao casamento ou ao divórcio era resolvido segundo o direito
canônico a partir do século VIII.
c) O Direito Romano foi, durante maior parte da idade média alta, o único direito escrito,
enquanto que o direito laico permaneceu essencialmente consuetudinário durante toda
a idade média. A partir do século XII, foi conhecida uma redação do direito canônico que
se aproxima à codificação que se perpetua até aos nossos dias.
d) O direito canônico constituiu o objeto de trabalho de estudiosos, muito antes dos
direitos laicos, constituiu-se assim, uma ciência do direito canónico. O direito canónico,
sendo pois um Direito escrito e erudito, muito antes dos direitos lagos, na Europa
ocidental, exerceu uma profunda influência na formulação e desenvolvimento destes
direitos laicos.

3.1. Características do Direito Canónico

O direito canónico é um direito religioso, assim como o direito muçulmano, o direito hindu e o
direito chinês. Assim como esses três sistemas jurídicos, o direito canônico retira as suas regras
dos preceitos divinos, do antigo e do novo testamento. Ele é o direito de todos os que adoptam
a religião cristã. Eu preciso dizer que, o direito canônico salvaguarda duas diferenças com os
outros direitos religiosos nomeadamente, o direito muçulmano e o direito hindu: A primeira
diferença, é que na doutrina cristã a noção de direito é conhecido e reconhecido, enquanto que
no direito muçulmano e no direito hindu, O direito e confundido com um conjunto de regras do
comportamento religioso, ritual e moral; a segunda diferença, é que a igreja quase sempre
admitiu a dualidade de sistemas jurídicos por um lado o direito canônico e por outro lado o
direito laico, sendo que os direitos muçulmanos e hindu não admitem tal coisa.

3.2. Relações entre a Igreja e o Estado

A igreja deixou subsistir o poder dos soberanos laicos, o que não impediu que ela requeresse,
servir-se dos seus órgãos para o seu próprio desenvolvimento. Os Estados cristãos, sobretudo
de tendência imperialista, procuraram servir-se da igreja, como se diz serviços públicos se
tratasse, assim o conflito entre os dois poderes, o temporal e o espiritual, levando assim a que
se chegasse as soluções variadas, desde a teocracia até a separação entre a Igreja e o Estado.

3.2.1. O império Romano e Bizantino


No ano 313, o imperador de Roma Constantino venceu sobre o Maxêncio e publicou um édito
sobre a tolerância religiosa, proclamando a liberdade dos cultos e a restituição aos cristãos de
todos os bens que lhe havia sido confiscado no âmbito da perseguição religiosa, neste período,
a religião cristã passou a ser admitida em Roma novamente e ficaram proibidas todas as outras
religiões tornando-se assim, a religião do Estado.

A igreja passou a ser instituição do Estado a sua organização é a mesma que a organização do
Estado e ao bispo eram concedidos certos poderes. O império bizantino tornou-se uma
teocracia, no sentido de que o Imperador continha os poderes temporal e espiritual.

3.2.2. O ocidente medieval

Na sequência do desmoronamento do império romano do ocidente no século V, a Igreja os


poderes da Igreja se haviam enfraquecidos. A igreja já não estava submetida ao estado, mas
continuando sendo a única, constitui autoridade dos fiéis de diferentes Estados. Nos séculos XI
e XII foram verificados conflitos entre a igreja e o santo império relativo já competência de
conceder títulos eclesiásticos.

3.2.3. As Concordatas

Durante os últimos séculos da idade média, bem como na idade moderna e contemporânea, as
relações entre a igreja e o Estado eram regidas por concordatas, estas eram convenções
estabelecidas entre os dois poderes, nomeadamente no sentido de organizar a intervenção do
Estado na nomeação de altos funcionários. Em Portugal por exemplo foram assinadas várias
concordatas pelo papa Nicolau IV, a partir de 1289, em França a concordata de 1516 entre o
papa Francisco I e o papa Leão X, permitiu ao rei fazer propostas relativas a nomeação dos
bispos e dos abades. A concordata de 1801, entre Bonaparte, primeiro cônsul e o papa Pio VII,
deu ao chefe do Estado o direito de nomear bispos, reservando a investidura canônica para o
papa. A concordata de 1827 entre o reino dos países baixos e o papa, manteve as grandes
linhas do sistema.

3.2.4. O Ensino e a Doutrina

O ensino do direito canónico estava inicialmente associado ao ensino da teologia. O


desenvolvimento do estudo do direito romano em Bolonha e a importância tomada pelo
decreto de Graciano levaram assim, nos finais do século XII, a que se criassem escolas, a par das
escolas do Direito Romano. Em Bolonha, Montpellier, Toulouse, Orlães, mais tarde nas
universidades ibéricas e Alemãs em Lovaina coexistiram os dois ensinos.

Os métodos de estudo do direito canônico evoluíram no mesmo nível que os direito romano,
método dos glosadores, seguido pelo método dos comendadores. Os canônicos são
classificados como decretistas e decretalistas, sem que essa distinção corresponda a que existe
entre glosadores e comentadores.

Os decretistas são os que tomaram o decreto de Graciano como base para os seus trabalhos.
Tal como os glasadores fazem sobretudo glosas (sobre os decretos). Entre os decretistas mais
célebres citam-se Paucapaleia, aluno aluno de Graciano, Rufino, professor de Paris. Os
decretalistas por sua vez, devem o seu nome ao facto de terem consagrado sobretudo, mas não
exclusivamente, o decreto de Gregório IX, o mais célebre destes foi Tancredo. A partir do século
XVI, os estudos sobre o direito canónico começaram a perder progressivamente o interesse
para os laicos, inicialmente na França, e mais tarde nos outros países. A Universidade de
Lovaina continuou até ao século XVIII (e mesmo no século XX) continuou a ser um dos principais
centros de estudo do direito canónico na Europa.

3.3. Fontes de Direito Canônico

As principais fontes das quais o direito canônico se baseia são:

 Corpus Juris Canonici: É a lei escrita do direito canônico. São normas que têm a Igreja
como sujeito passivo.
 Concordatas: São normas que regulam a relação entre a Igreja e os Estados.
 Personalizado: Comportamentos repetidos e seguidos pela comunidade de fiéis.
 Jurisprudência: emitida pelos Tribunais Pontifícios.
 Atos administrativos.

4. Os Direitos Germânicos

Antes do século V, os germânicos formavam um grupo de etnias mais ou menos nômados, o


seu sistema jurídico é similar ao dos povos da Europa, África e outros lugares. Desde os séculos
II e III a.C. os germânicos ocupavam um vasto território da Escandinávia, ao norte, até ao
Danúbio.

4.1. Direito consuetudinário

Os direitos das etnias germânicas era essencialmente consuetudinário. Conforme, explica


Glissen (1995), não existia de facto um direito germânico, mas uma variedade de costumes,
mais ou menos diferentes, vivendo cada povo sobre o seu próprio costume ou direito
tradicional; a situação era semelhante a de qualquer outro povo arcaico. Os germanos não
deixaram qualquer documento escrito, nem livros, nem inscrições. Os costumes germânicos
anteriores a época das invasões não foram reproduzidos à escrito, O que torna o seu estudo
muito difícil; Glissen (1995) refere-se a essa época como a verdadeira pré-historia do direito da
Europa Ocidental. Os historiadores do direito sobretudo os alemães tentaram reconstruir o
direito da época anterior as invasões, com ajuda de documentos inscritos posteriores a essas
invasões. Para tal, para tentar conhecer os direitos germânicos no período anterior as invasões,
foram utilizados quatro tipos de documentos históricos:

 As fontes literárias latinas;


 As fontes literárias germânicas;
 Os costumes germânicos regidos após invasões;
 Os costumes Escandinavos

5. Os Direitos Romanistas

Agrupam-se quase todos os sistemas jurídicos europeus nos direitos romanistas, por causa da
influência considerável dos direitos romanos sobre o seu desenvolvimento a partir do século
XIII. Mesmo as duas outras grandes famílias de direito, o common law inglês e o direito dos
países com tendência comunista, não escaparam inteiramente a essa influência.

5.1 Renascimento do direito romano

O elemento comum dos direitos Romanistas é a influência exercida no seu desenvolvimento


pela ciência do direito que foi elaborada nas universidades a partir do século XII. Aí, o ensino do
direito e quase baseado exclusivamente no estudo do direito romano, mas especialmente da
codificação da época do Justiniano, que então foi batizado com o nome de "corpus ius civille".
Pela análise racional dos textos reproduzidos nesta complicação, os professores uma ciência do
direito independente dos numerosos sistemas jurídicos vigentes na época. Essa ciência do
direito não era idêntica à da época romana, porque os professores da baixa Idade Média, não
viviam, apesar de tudo, inteiramente fora do seu tempo; na sua interpretação do Direito
Romano eram de certa medida influenciados pela ideia da época, designadamente pela filosofia
cristã e também pelas instituições da baixa Idade Média. O sistema jurídico que assim
elaborava, era sobretudo um sistema teórico, um direito erudito, muito mais próximo ao direito
romano do que dos direitos positivos locais da sua época. Este direito erudito, apresenta
algumas vantagens sobre os outros direitos locais da sua época, a saber:

 Era um direito escrito, enquanto a maior parte dos direitos da Europa, eram ainda
consuetudinários, isto é, não eram ainda escritos, com todas as incertezas e
inseguranças vindas do costume;
 Era comum a todos os mestres (com resrva de algumas variantes interpretações);
aparecia assim, e foi finalmente reconhecido, como direito comum (ius commune) da
Europa Continental;
 Era muito mais completo que os direitos locais, comportando várias instituições que a
sociedade feudal não conhecia, ou que já não conhecia e que as necessidades do
desenvolvimento econômico as tornavam úteis; o direito erudito pode assim
desempenhar o papel de um direito supletivo para formatar as lacunas das leis e
costumes locais;
 Era mais evoluído, porque tinha sido elaborado através de textos jurídicos que
refletiram a vida de uma sociedade muito desenvolvida, na qual a maior parte dos
vestígios das sociedades arcaicas tinham desaparecido; aparecia assim como um direito
util ao progresso econômico e social.

Relativamente ao Renascimento do Direito Romano pense a dizer que à dada altura, não havia
vestígio Direito Romano na Europa ocidental mas foram desenvolvidos os estudos sobre o
direito romano que culminaram o renascimento deste.

5.2. Difusão dos Direitos Romanistas fora da Europa

A colonização de vastos teridores por países europeus desde o século XVI, favoreceu a
propagação do dos direitos romanistas fora da Europa. A Espanha e Portugal levaram o seu
direito para os países da América central e meridional; universalidades do direito europeu
foram então criadas a partir do século XVI, então, a partir do século XIX, quando os Estados
começaram a ficar independentes, estes conservaram o direito ou o sistema jurídico da antiga
pátria mãe. A França tinha colonizado vários países da América do norte no século XVII, no
entanto, perde o Canadá em 1763 para a Inglaterra e Napoleão vende a luzitana para os
Estados unidos da América em 1803, esses dois países passaram assim a pertencer a família de
direito common law. Porém dois territoriores ficaram de Fora pertencendo ainda a família de
direito romanista, são eles: Quebeque e estado da Lusiana.

As províncias unidas dos países baixos conquistaram pela sua companhia das índias orientais, a
Indonésia, Ceilão, África do sul, e levaram para aí o seu direito romano holandês. Este subsiste
na África do sul misturado com o common law inglês importado depois de 1806.

A conquista e a seguir colonização da África negra, por parte de Portugal, Alemanha, França,
Bélgica, em parte desde o século XVII, mas sobretudo, depois de 1880, e da África muçulmana
no nordeste, pela França no século XIX, introduziram os sistemas jurídicos destes países aí, mas
não fazendo desaparecer inteiramente os direitos consuetudinários e muçulmanos daquelas
regiões. Verificam-se fora da Europa dois tipos de direitos Romanistas: os tipos puramente
romanistas e os tipos mistos, isto é, um dos países que sofreram sucessivamente a influência
dos direitos romanistas e o Common law: África do sul, Ceilão, luziana Quebec, Filipinas, Porto
Rico.

Outro modo de difusão dos direitos humanistas fora da Europa, foi através dos países não
colonizados mas que adoptaram o modelo dos códigos europeus exemplo desses países são
irão e a Etiópia.
6. O Common Law

Dá-se o nome de common law ao sistema de direito criado na Inglaterra a partir do século XII
pelas decisões reais jurisdicionais. Manteve-se e desenvolveu-se até os nossos dias. Além disso
impôs na maior parte dos países falantes da língua inglesa, designadamente Estados unidos
Canadá, Austrália.

A expressão common law, e usada desde o século XIII para designar o direito comum da
Inglaterra, por oposição aos costumes locais, próprios de cada região, o comandou é um direito
judiciário enquanto que o processo e sou um acessório nas concepções fundamentais dos
Direitos Romanistas. O Common law não foi romanizado enquanto que os direitos europeus
sofreram influência dos Direitos Romanistas. Os direitos humanistas são codificados enquanto
que, no cammon law a ideia de codificação é quase inexistente.

6.1. A formação do common law (séc XII - XV)

O common law foi desenvolvido em razão da unificação da Inglaterra como Estado-Nação antes
dos países da Europa continental. O seu direito se desenvolveu de forma autônoma e deslocada
do direito feudal que prevalecia no restante da Europa.

É importante esclarecer que a formação do Estado, da propriedade privada e do capitalismo


estão interligados. Durante o feudalismo havia bastantes conflitos armados pelas lutas de
posses de terras. O poder judiciário era privado e os juízes eram amadores. Então, o
reconhecimento da propriedade privada por meio do Estado só foi possível através do common
law e mediante o desenvolvimento do seu poder judiciário.

A Inglaterra já era um Estado formado e necessitava de um direito unificado, mas a Europa


ainda estava no estágio do feudalismo. Isso significa que os Estados não eram unificados e
também não tinham um direito unificado e desenvolvido. Assim, coube à Inglaterra criar o seu
próprio Direito, como ensina o historiador do direito Caenagem (2010, p. 81-82):

No caso, nenhum transplante jurídico poderia ter qualquer utilidade e, portanto, usar e
reformular o material existente até transformá-lo em algo novo e adequado era a única
resposta. Isto significava a judicialização dos mandados régios, especialmente os destinados a
proteção da propriedade da terra, de modo que as pessoas, pudessem contar com sua colheita
seguinte. Significava também que o uso sistemático do júri, ao qual se recorrer ocasionalmente
em uma variedade de circunstâncias. Finalmente, significava a criação de um corpo central de
juízes reais, fiados em um lugar determinado. Assim, um judiciário e um corpo de Direito
modernizados e, para a época, satisfatórios passaram a existir, livres da influência do Direito
romano.”
6.1.1. O direito na Inglaterra até ao século XII

A história do direito na Inglaterra desde os séculos XI - XIII, assemelha-se a dos países do


continente. A Inglaterra fez parte do império romano do século I ao século V, a romanização foi
aí quase tão pouco extensa, como por exemplo no norte da Gália mas não deixou muitos
vestígios no Direito e nas instituições dos períodos posteriores . Na sequência de invasões de
povos tais como Ânglos e Saxões, desenvolveram-se aí reinos germânicos a partir do século VI.

Em 1606 o rei Guilherme conquistou a Inglaterra e declarou querer manter o direito anlgo-
saxonico. No século XII o costume ainda era a única fonte de direito na Inglaterra: costumes
locais anglo-saxonicos, constumes de cidades nascentes, costumes dos mercadores.

6.1.2. Organização das jurisdições reais

Os reis da Inglaterra conseguem desde o século XII, ou seja, sensivelmente mais cedo que os
reis da França, impor a sua autoridade sobre o conjunto do território do seu reino. Conseguem
desenvolver a competência de suas próprias jurisdição com prejuízo das suas jurisdições
senhoriais e locais, perdem progressivamente nos séculos XII e XIII a maior parte das suas
atribuições.

A princípio, o rei julgava no seu tribunal, mas muito cedo foram descartadas por secções
especializadas para se ocupar em de certas matérias, o tribunal do Tesouro, para dirimir os
litígios fiscais, o Tribunal das queixas comuns, a partir de 1215 para os processos dos
particulares relativos a ocupação da Terra. A extensão da competência destes tribunais tornou-
se possível pelo processo técnico utilizado para requerer às jurisdições reais de Westminster.
Qualquer pessoa que pedisse justiça a alguém poderia endereçar de pessoalmente um pedido.

6.1.3. Fontes do Common Law

A principal fonte do direito inglês (common law) é a jurisprudência, seguida da lei.


Desempenhando papel secundário, estão o costume, a doutrina e a razão.

6.1.3.1. Jurisprudência

Os ingleses distinguem as jurisdições em dois tipos: a alta justiça, administrada pelos Tribunais
Superiores, e a baixa justiça, administrada por uma série de jurisdições inferiores ou por
organismos “quase judiciários”.

Os Tribunais Superiores não se limitam a resolver processos: suas decisões constituem


precedentes que devem ser seguidos no futuro. Originalmente, aquelas cortes existiam em
quantidade significativa, mas foram suprimidas e reunidas em um novo tribunal superior único,
o Supremo Tribunal de Justiça através dos Atos de Justiça de 1873-1875.
A organização posta em funcionamento por eles foi modificada várias vezes, sendo composta
atualmente por três organizações: o Alto Tribunal de Justiça, o Tribunal da Coroa e o Tribunal
de Apelo.

O primeiro é formado de três seções, Banco da Rainha, Chancelaria e Família por questão de
conveniência, pois cada uma das seções é competente para estatuir sobre qualquer causa que
seja da alçada do Alto Tribunal de Justiça, podendo, entretanto, existir juízes especializados em
certas regras especiais de processo para o exame de diferentes tipos de assunto.

6.3.1.2. Costume

O Common Law não é consuetudinário. Sempre foi uma ficção o costume geral imemorial do
reino, sobre o qual teoricamente está fundada a common law. Esta pôde retirar algumas das
suas regras dos vários costumes locais outrora em vigor, porém o seu processo de constituição
baseou-se na elaboração de um direito jurisprudencial, fundado sobre a razão, que substituísse
o direito da época anglo-saxônica, alicerçado no costume.

A common law teve por efeito fazer desaparecer o direito consuetudinário da Inglaterra,
existente nos costumes locais. Toda importância destes lhes é retirada por uma regra que exige
que sua existência seja anterior a1189, para ser obrigatório. Esse requerimento de antiguidade
não se aplica ao âmbito comercial.

Quando um costume é consagrado pela lei ou pela jurisprudência, ele perde seu caráter
consuetudinário, juntamente com a flexibilidade e as possibilidades de evolução, características
que antes lhe eram conferidas, para se tornar uma norma jurisprudencial submetida à regra do
precedente.

Em matéria constitucional, há as convenções da Constituição, um costume ao qual a teoria não


reconhece caráter jurídico, mas que domina a vida política inglesa, sucedendo o mesmo no
âmbito penal, o júri é apenas uma instituição para a qual o juiz tem livre liberdade de recorrer
ou não para formar o seu juízo (o costume impõe, em diferentes casos, que se recorra a ele).

6.3.1.3 Doutrina e razão

Na Inglaterra, certas obras doutrinárias, escritas por juízes, receberam a qualificação de livros
de autoridade, alcançando tal prestígio que, nos tribunais, se consideraram repositórios
autorizados do direito da sua época, dotados de uma autoridade comparável à que a lei tem
nos países de tradição romano-germânica. Depois da supressão do formalismo, no século XIX, a
função da doutrina se ampliou.

Quanto à razão, esta serviu de base para a elaboração da common law. Enquanto regras mais
acuradas não forem estabelecidas, a razão continua a ser a fonte inesgotável, a qual os
tribunais recorrerão, tanto para preencher as lacunas do sistema de direito inglês como para
guiar a evolução deste sistema.

7. Difusão do Common Law no mundo

Convencidos da grandeza deste sistema jurídico, os ingleses impuseram em todos os países e


colônias em que dominaram. Nas ilhas britânicas, o Common law imposto no país do Gales e na
Irlanda mas não foi admitido na Escócia, que conservou o sistema de direito Romanista, embora
sofrendo mais, uma forte pressão do direito da Inglaterra no decurso do último século. Os
Estados unidos da América, são parte do Common Law estes conheceram uma evolução
diferente do seu sistema jurídico nos séculos XIX e XX, sobretudo devido a um grande respeito
às suas constituições escritas e as suas leis. Cada Estado tem a sua constituição escrita. O direito
americano rompeu com as formas obsoletas do Common Law e conheceu uma evolução mais
rápida que a Inglaterra para a liberdade e igualdade. Mas permanece relativamente mais
diversificado, possuindo cada Estado um direito próprio.

O Canadá conheceu uma história do direito semelhante ao dos Estados unidos da América,
apenas Quebec conservou um sistema de direito romanista, inspirado pelos costumes Paris dos
séculos XVI e XVII. As outras províncias são do Common Law. A Austrália, a Nova Zelândia, e
outros países da América central foram colonizados pela Inglaterra e conservam o sistema de
direito Common Law ainda estritamente ligado ao sistema inglês.

A África do sul conservou o direito romano Holandês, antes de 1800 mais um século e meio de
dependência da Inglaterra adicionou-lhe uma grande parte do Common Law. As colônias
britânicas da África central que tiveram a sua independência por volta de 1960 conservaram o
Common law como base do seu sistema jurídico, introduzindo-lhe modificações mais ou menos
substanciais conforme cada país (Nigéria, Quênia, Tanzânia, Uganda, Zâmbia), o mesmo
acontece com a Índia, a Birmânia a Malásia. O Israel adoptou o Common law como sistema
supletivo.
Capítulo III: Conclusão

1. Conclusão

Este trabalho abordou a matéria inerente aos direitos europeus medievais e modernos, ao fim
deste trabalho concluímos que o Direito Canónico é o direito religioso da comunidade dos
Cristãos, mais especialmente, o direito da igreja católica. O termo "Canon", vem do grego que
era usado para designar decisões ou concílios. Durante os últimos séculos da idade média, bem
como na idade moderna e contemporânea, as relações entre a igreja e o Estado eram regidas
por concordatas, estas eram convenções. Os direitos das etnias germânicas era essencialmente
consuetudinário.

Agrupam-se quase todos os sistemas jurídicos europeus nos direitos romanistas, por causa da
influência considerável dos direitos romanos sobre o seu desenvolvimento a partir do século
XIII. Dá-se o nome de common law ao sistema de direito criado na Inglaterra a partir do século
XII pelas decisões reais jurisdicionais.

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