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O Corpus Iuris Civilis é um conjunto de obras realizadas sob ordem do Imperador Justiniano do
Império Romano do Oriente entre 527 e 565 d.C.
Digesto (D. 50.17.80; 33): “não é toda a lei antiga que deixa de prevalecer, mas somente aquilo
que se mostra incompatível com a lei nova.”
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657/42) - Art. 2o Não se
destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
[...] § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.
Digesto, 27, 10, 5: só deverão ser vendidos os bens do executado que se mostrarem suficientes
para a satisfação dos seus débitos.
CPC - Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do
principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. (Princípio da
satisfatividade)
RELAÇÃO DO IUS CIVILE COM O DIREITO BRASILEIRO
Digesto: “ninguém pode ser citado dentro de sua própria casa, porque esta é o mais seguro
refúgio e asilo de cada um: e aquele que nela penetra, para citar, estará violando-a” (D. 2, 4, 18,
ad. leg. XII, Tab.).
Artigo 5º, XI da Constituição Federal: a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
O instituto da boa-fé já era previsto no direito romano, como assim já asseverava Gaio em
enunciado incluído no Digesto[12] e repetido no Codex. Assim, aquele que violava este preceito,
era punido com severidade caso exigisse quantia superior à devida, perdendo o credor de má-fé
tanto o excesso exigido como todo o crédito (C. 3, 10, 3).
CC: Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
ESCOLA DE BOLONHA
Durante os séculos XI ao XV d.C., deu-se início ao seu estudo, tornando a escola de juristas de
Bolonha um laboratório da sabedoria.
Surgiram dois movimentos jurídicos: os glosadores e os comentadores.
Séculos XII d.C. – Escola dos Glosadores: buscavam conhecer e esclarecer o sentido original
dos textos de direito romano, das instituições jurídicas.
Atividade dos glosadores: glosar, fazer anotações nos textos do Corpus Iuris buscando facilitar
ou esclarecer o conteúdo
Séculos XIII –Escola dos Comentadores: aplicação, adequação do Direito Romano às
necessidades sociais medievais, considerando a filosofia cristã (São Tomás, século XIII d.C.
“cristianiza” Aristóteles e o Direito Romano ao “demonstrar” que estes, mesmo sendo pagãos
expressam a vontade divina).
Direito
Durante o período medieval o direito é colocado no centro da sociedade e do social. A falta
de um Estado unitário e de um príncipe que se ocupe em legislar em âmbito privado dá à
sociedade a liberdade de criação das próprias normas e evidencia o papel dos costumes,
principalmente em âmbito das relações privadas.
Racionalismo
A partir do século XII o voluntarismo vai sendo contraposto pelo racionalismo. Para o
racionalismo, o direito é acessível através da razão. Nesta linha, no século XIII, São Tomás de
Aquino propõe uma nova compreensão da teologia, muito mais livre legitimando o uso da
razão pelo homem. A partir da concepção de São Tomás de Aquino qualquer pessoa pode
fazer teologia, estudar sobre Deus, mesmo sem ter a inspiração divina.
DIREITO CANÔNICO
Conceito: Conjunto de regras e de organizações jurídicas que a confissão religiosa cristã adotou no
desenrolar de sua formação para acompanhar a sua dimensão teológica e mística.
Nesse sentido a Igreja é uma comunidade perfeita e autônoma, que possui um ordenamento jurídico e
como tal possui um direito, próprio e originário, de produzir normas.
As normas da igreja adquirem a sua juridicidade não através de um poder civil, mas diretamente do
Cristo como divino legislador que busca a salvação das almas.
O Direito canônico é instrumento do salus aeterna animarum, salvação eterna das almas.
Constata-se assim a subordinação da dimensão jurídica àquela religiosa.
O nome Direito canônico é fruto do substantivo cânone (do grego kànon/.a... regra), enquanto regra
adotada no seio da comunidade de fiéis, em contraposição a nomos, enquanto regra da comunidade
civil.
FONTES DO DIREITO CANÔNICO:
aequitas canonica: elasticidade e versatilidade da regra canônica diante do caso concreto, consideração
racional da peculiaridade de cada caso (evita a aplicação rigorosa da norma e impõe a desigualdade formal).
A Equidade Canônica transforma-se no “princípio” que contrapõe-se ao formalismo e restabelece uma ordem
substancial.
A Equidade Canônica defende, portanto, o respeito à palavra dada, reivindicando a responsabilidade moral e
posteriormente jurídica do empenho assumido, em nome da boa-fé.
Parte-se da concepção de tratar desigualmente os desiguais, não no sentido de marginalizar o pobre e
enaltecer o rico, mas no sentido de considerar a complexidade do caso concreto e os efeitos da aplicação da
norma.
Os modernos vão pleitear (e conseguir) a substituição do princípio e instituto da equidade canônica pela
aplicação do princípio de isonomia (igualdade de todos perante a lei), tratando igualmente os desiguais.