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A Ressurreição do Filho da Viúva de Naim (Lc 7.

11-17)

1. Comparação sinótica:

Este milagre só consta no evangelho de Lucas.

2. Circunstâncias históricas, culturais e estruturação do texto:

2.1 A cidade de Naim

Naim é mencionada somente aqui na Bíblia, está situada na região de Suném.


Ficando localizada próxima à margem sul da Galiléia, a cerca de dez quilômetros a
sudeste de Nazaré e a quarenta quilômetros de Cafarnaum. Essa localização coloca
Naim entre o Monte Tabor, ao norte, e o Monte Gilboa, a sudeste. Do lado esquerdo da
cidade, subindo o monte More, encontramos um cemitério (Árabe atualmente), e
uma série de cavernas, cavadas nas paredes da montanha, que serviam como locais
primitivos de enterro.
Atualmente, se sustenta que a localidade era a moderna Nein, uma pequena
cidade edificada sobre os escombros da aldeia que existiu.

Em dia subseqüente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada


Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa
multidão. Lucas 7:11

2.2 O cortejo fúnebre

Os cadáveres eram considerados impuros, quem quer que nesses tocasse não
tinha permissão de adorar nos lugares públicos durante determinado período de tempo.
Não era permitido haver cemitérios no interior das cidades e, por isso, os cemitérios
ficavam fora dos muros das cidades judaicas, o que tornava necessário que se fizesse
um cortejo levando o cadáver. O sepultamento era realizado no mesmo dia da morte.
Normalmente a mãe caminhava na frente do cortejo, enquanto homens jovens
carregavam o esquife com o corpo do morto. Logo atrás vinha uma multidão que incluía
pranteadores e flautistas. Até mesmo carpideiras profissionais eram contratadas para
prantear. Além disso, se um grupo de pessoas cruzasse com um funeral no caminho,
por respeito essas pessoas deveriam acompanhar o cortejo até o lugar do
sepultamento.

Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro


do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade ia com
ela. Lucas 7:12

2.3 A viúva de Naim

A mãe do jovem morto, via a tragédia da sua vida se agravar ainda mais; como
havia perdido o marido, caberia ao seu filho prover-lhe o sustento, já que as mulheres
naquela época não podiam ter emprego e salário. Além disso (da dificuldade e do
senso de solidão e tristeza), havia o conhecimento de que a linhagem da família se
acabara. A viúva de Naim estava exposta à solidão e à miséria.
Jesus foi profundamente comovido pela situação que a viúva estava
enfrentando, ele entendia sua dor e teve compaixão dela.

Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! 


Lucas 7:13

2.4 A reissureição do filho da viúva

Segundo a lei cerimonial judaica, se alguém tocasse num morto ficaria


imundo por 7 dias, devendo purificar-se após esse período; caso contrário, está
pessoa continuaria imunda (Nm 19.11- 22). O fato de Jesus se aproximar da
procissão e tocar o esquife era algo completamente fora do comum, de modo que os
que o levavam pararam.
Então Jesus falou diretamente ao corpo morto: “Levanta-te”. Jesus finalmente
demonstra o Seu eterno poder. Ele ordena e o morto se levanta!

Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam,


disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!
Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu
a sua mãe. Lucas 7:14-15
2.5 O efeito do milagre sobre a multidão

O povo justificava o milagre de duas maneiras: “Um grande profeta se levantou


entre nós”, e “Deus visitou o seu povo”. Como os profetas do Antigo Testamento, Jesus
proclamava corajosamente a mensagem de Deus e realizava grandes milagres (tanto
Elias quanto Eliseu ressuscitaram crianças – 1 Rs 17.17-24; 2 Rs 4.8-37). As duas
expressões, portanto, denotam que a multidão não reconhecia a Jesus como Deus,
mas como mais um dos profetas levantados por Deus.

Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo:


Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo. 
Esta notícia a respeito dele divulgou-se por toda a Judéia e por
toda a circunvizinhança. Lucas 7:16-17

Referências Bibliográficas
Bíblia de Estudo Esquematizada, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012. Texto

bíblico: Almeida Revista E Atualizada, 2ª ed., 1993.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado. Volume III, São Paulo:

Editora Candeia.

Comentário Bíblico Beacon, 1ª ed., Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias

de Deus, 2006.

Comentário do Novo Testamento, Vol. 1, 2ª ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das

Assembléias de Deus, 2010.

MORRIS, Leon L., O Evangelho de Lucas: Uma introdução e comentário, São Paulo:

Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.

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