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Tema Central:
Jesus e a Família no Pensamento de Joanna de Ângelis
Joanna de Ângelis
Data da
CENTROS PARTICIPANTES LOCAL
Realização
Centro Espírita Léon Denis Bento Ribeiro 11/novembro
Intercâmbio Social 9
Referências Bibliográficas 26
BIOGRAFIA: AS REENCARNAÇÕES DE JOANNA DE ÂNGELIS
Ela renasceu no ano de 1651, no México, na pequena San Miguel Nepantla com o
nome de Juana de Asbaje y Ramírez de Santillana, filha de pai basco e mãe indígena. Era
criança muito precoce, aos três anos de idade pede à professora de sua irmã que a
alfabetize e assim aprende as primeiras letras. Aos cinco anos começou a fazer versos,
aos seis anos já dominava o idioma pátrio além de possuir habilidades de costura e
demais atributos inerentes à mulher da época. Aos 13 aprende latim em 20 aulas e
português sozinha, além de dominar o idioma indígena.
O seu brilhantismo na Corte não ofuscou a sua busca de conhecimento. Tinha uma
enorme necessidade de busca interior e de ligar-se a Deus. Para esse objetivo era
preciso o estudo em local retirado. Ansiosa para compreender Deus por meio da sua
criação, resolveu ingressar no Convento das Carmelitas Descalças.
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Era conhecida como a “Monja da Biblioteca” e se imortalizou também por defender
o direito da mulher de ser inteligente, capaz de lecionar e pregar livremente.
Em conversa com a madre superiora esta mostra-lhe que fora das paredes do
convento o povo sofre fome, medo, preconceito racial, e dores morais de todo o tipo; esse
conselho é impactante colocando-a em profundas meditações. Resolve vender todo o seu
acervo de livros (aproximadamente 4.000 livros) e com o dinheiro partiu em ajuda ao povo
necessitado. Trabalhava com afinco fora dos portões do convento usando todo o
conhecimento de Homeopatia, Medicina, desdobrando-se em auxílio ao próximo. Do lado
de fora do convento exercitava em vivência o que adquiriu com o autoconhecimento.
Nesta época chega ao México uma epidemia. A peste começa dizimar o povo, e
Soror Juana usa todos os seus recursos para debelar o mal que matava muitas pessoas.
Nesta luta a população do convento contrai a peste, e Juana retorna para auxiliar as
freiras. Soror Juana Inez faz de tudo para ajudar suas irmãs, mas seu organismo fica
debilitado, contrai a peste e não resiste. Morre aos 44 anos, em 17 de Abril de 1695.
Joana Angélica nasceu na Bahia em 1761, filha de pais bem postos na sociedade.
Aos 20 anos de idade abre mão de toda abastança e vida social, optando em dedicar a
sua vida a Deus. Assim, ingressa no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa.
Ali foi escrivã, mestra de noviças, conselheira, vigária e, finalmente, abadessa.
Joana pede: “Oh! Deus do Céu! Não permiti, que eu veja estes miseráveis violarem
a clausura sagrada de vossas esposas e vossas servas. Salvai-nos, Senhor, e castigue
os profanadores!... Para trás, bárbaros. Respeitai a Casa de Deus. Antes de conseguires
os vossos pérfidos desígnios passareis por sobre o meu cadáver... Esta passagem está
guardada pelo meu peito e não passarás senão sobre o cadáver de uma mulher”.
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JOANNA DE ÂNGELIS NA ESPIRITUALIDADE
Quando estava tudo esboçado, Joanna procurou entrar em contato com Francisco
de Assis, solicitando que examinasse os seus planos e auxiliasse na concretização dos
mesmos, no plano material. O “Pobrezinho de Deus” concordou com a mentora e se
prontificou a colaborar com a obra, desde que “nessa comunidade jamais fosse olvidado o
amor aos infelizes do mundo, ou negada a caridade aos “filhos do Calvário”, nem se
estabelecesse a presunção que é vérmina a destruir as melhores edificações do
sentimento moral.
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INTERCÂMBIO SOCIAL
1
Que faz parte de grei ou rebanho; que vive em bando.
2
Separado, ilhado, isolado.
3
Impedir de modo absoluto.
4
Por movimento espontâneo, por sua vontade, sem constrangimento, sem provocação nem convite.
5
Que forma ou pode formar par simétrico; igual; semelhante.
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Lamento, gemido, queixa.
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E retornou ao convívio deles, quando atemorizados, a sustentá-los e animá-los, a
fim de que não deperecessem7 na fé nem na dedicação em que se fizeram mais tarde
dignos do seu Mestre, em face dos testemunhos libertadores a que se entregaram...
*
Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a
convivência com os irmãos mais inditosos do que tu mesmo. (grifo nosso)
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.
Nada esperes dos outros. (grifo nosso)
Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende. (grifo nosso)
Se eles te enganam ou te traem, se censuram-te ou exigem-te o que te não dão,
ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que
supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los compa-
nheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido
no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na
direção de Deus. (grifo nosso)
Joanna de Ângelis. Leis Morais da Vida, cap. 31. “O Intercâmbio Social”.
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Enfraquecer, definhar.
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TEMA CENTRAL
OBJETIVOS:
• Compreender qual a relação da Parábola dos Talentos com a família;
• Identificar como a parábola pode nos auxiliar no intercâmbio social em
família.
O Senhor age como um homem que, tendo que fazer uma longa viagem fora de seu
país, chama os seus servidores e lhes entrega os seus bens. A um ele deu cinco
talentos, a outro, dois e a outro deu um, segundo a capacidade diferente de cada
um, e partiu imediatamente. Aquele servidor que havia recebido cinco talentos foi-se
embora, negociou com esse dinheiro, e ganhou mais cinco. O que recebeu dois,
ganhou, da mesma forma, outros dois. Mas aquele que só recebeu um talento, cavou
um buraco na terra e ali escondeu o dinheiro que recebera. (grifo nosso)
Algum tempo depois, o senhor daqueles servidores voltou e chamou-os para que lhe
prestassem contas. Aquele que havia recebido cinco talentos veio e apresentou-lhe
outros cinco dizendo: “Senhor, tu me deste cinco talentos, eis aqui, além desses,
outros cinco que eu ganhei”. E o senhor lhe respondeu: “Ó bom e fiel servidor,
porque foste fiel em poucas coisas, vou te confiar muitas outras, participa da
alegria do teu senhor”. Aquele que havia recebido os dois talentos também veio logo
se apresentar e disse: “Senhor, tu me deste dois talentos, eis aqui, além daqueles,
outros dois que eu ganhei”. O senhor respondeu: “Ó bom e fiel servidor, porque foste
fiel em poucas coisas, vou te confiar muitas outras; participa da alegria do teu senhor”.
Aquele que havia recebido só um talento veio a seguir, e falou: “Senhor, sei que és um
homem enérgico, que ceifas onde não semeaste, colhes de onde nada puseste, por
isso, com receio de ti, escondi o teu dinheiro na terra; aqui está ele, eu te devolvo o
que é teu”. O senhor, porém, lhe respondeu: “Servidor mau e preguiçoso, sabias que
eu ceifo onde não semeei e que colho de onde nada coloquei; devias, portanto, pôr o
meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, no meu regresso, eu retirasse
com juros o que me pertence. Então, tirem o talento que está com ele e entreguem-no
ao que tem dez talentos, porquanto dar-se-á a todos que já têm, e eles serão
cumulados de bens, mas para aquele que não tem, tirar-se-lhe-á até o que parece
ter. E que esse servidor inútil seja lançado nas trevas exteriores, é ali que haverá
lágrimas e ranger de dentes”. (grifo nosso)
(Allan Kardec. Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XVI. Item 6.)
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Refletindo sobre a parábola:
1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”.
(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, cap. I.)
Deus se encontra em toda parte, onde quer que se apresente a Sua obra... Quando
alguém perguntou ao eminente cientista Jung se ele acreditava em Deus, ele teria
respondido com simplicidade: “— Eu não acredito, eu sei... Saber é para sempre,
enquanto crer é transitório”.
(Joanna de Ângelis, Entrega-te a Deus, cap. I. “As Bençãos de Deus”.)
Por que este senhor entrega os talentos segundo a capacidade diferente de cada
um?
Tendo-se em consideração os diferentes níveis de evolução, nasce-se com os
preciosos recursos que constituem a sua fortuna emocional, e que devem ser
utilizados de maneira correta, dando lucros em forma de engrandecimento
interior”. (grifo nosso)
(Joanna de Ângelis. Em Busca da Verdade, cap 7. “A Possível Saúde Integral”.)
(...) Os talentos, pois, de que dispõe cada um, tanto podem ser renovados
como retirados, de acordo com a aplicação que se lhes dê. São empréstimos
divinos que o Senhor coloca à disposição de todos, sem exceção, com gene-
rosidade e confiança, mas sob a condição de serem prestadas contas da sua
utilização”.
(Joanna de Ângelis, Em Busca da Verdade, cap 7. “A Possível Saúde Integral”.)
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E será que Joanna nos orienta sobre quais seriam os talentos que recebemos de
Deus?
E o que será que o conhecimento destes talentos nos ajudará a refletir sobre a
família?
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CENTRO DE INTERESSE I
AS REENCARNAÇÕES DE JOANNA
OBJETIVO:
JOANA DE CUSA
Num país católico, voltado a princípios rígidos e sob o domínio político de outra
nação. Esse espírito voltado à sua missão de acolher, orientar e amar àquelas jovens
órfãs de pais vivos, cuja sociedade não lhes aceitava as fragilidades humanas.
Temos um exemplo de coragem e amor ao ser humano, pois Joanna dedicou-se já,
muito jovem à missão de administrar um convento, renunciando a uma vida abastada. Um
ato de coragem traz-nos a reflexão de que é possível, sim, dispor de nossos talentos já
construídos, porém muitas vezes escondidos, aguardando o momento de nossas
decisões. Coragem e amor, exemplo dessa encarnação.
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CENTRO DE INTERESSE II
OBJETIVOS:
1. Refletir sobre a Compaixão e Misericórdia de Deus em relação a todos que
transgridam suas Leis.
2. Destacar a importância do Arrependimento restaurador da Esperança.
“Um homem tinha dois filhos. Disse o mais moço a seu pai: ‘— Meu pai, dá-me a parte
dos bens que me toca’. E ele repartiu os seus haveres entre ambos. Poucos dias depois
o filho mais moço ajuntando tudo o que era seu, partiu para um país longínquo e lá
dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome e ele
começou a passar necessidades. Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país
e este o mandou para seus campos guardar porcos; ali desejava ele fartar-se das
alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Caindo, porém, em si, disse: ‘Quantos jornaleiros de meu pai têm pão com fartura e
eu aqui, morrendo de fome! Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra
o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado de teu filho; trata-me como um
dos teus jornaleiros’. E levantando-se foi a seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai viu-
o e teve compaixão dele, e, correndo, o abraçou e o beijou. Disse-lhe o filho:
‘— Pai, pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.
O pai, porém, disse aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor roupa e vesti-lha, e
ponde-lhe o anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também um novilho cevado, matai-
o, comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho era morto e reviveu, estava perdido
e se achou’. E começaram a regozijar-se.
Ora, o seu filho mais velho estava no campo, e, quando voltou e foi chegando a casa,
ouviu a música e a dança, e chamando os criados perguntou-lhes o que era aquilo. Um
deles respondeu: ‘— Chegou teu irmão e teu pai mandou matar o novilho cevado porque
o recuperou com saúde’. Então ele se indignou, e não queria entrar; e, sabendo disso,
seu pai procurava conciliá-lo.
Mas ele respondeu: ‘— Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem
tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos; mas,
quando veio este seu filho que gastou teus bens com meretrizes, tu mandaste matar o
novilho mais gordo’.
Respondeu-lhe o pai: ‘— Filho: tu sempre estás comigo, e tudo que é meu é teu;
entretanto, cumpria regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão era morto e
reviveu, estava perdido e se achou’.”
(Joanna de Ângelis. Em busca da Verdade. cap.2. “Fragmentações Morais”. Lucas, XV, 11 a 32.)
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3 - Alfarrobas, espécie de semente dura que os porcos roem.
4 - O beijo trata-se de um símbolo de aceitação, perdão, reintegração à comunidade.
5 - A roupa representa altivez, vestes rasgadas para o judeu era sinal de aniqui-
lamento, de pobreza.
6 - O anel designa a efetiva aliança com DEUS, demonstrando vinculação e amor.
Símbolo de bem-estar, auxiliando na cura dos tormentos que se demoram no
mundo interior.
7 - As sandálias representam dignidade, liberdade, pois somente os escravos
andavam descalços. Os pés são as colunas de sustentação do edifício fisiológico.
Revelam prestígio social, os descalçados simbolizam a penúria e o desprezo. Os
que não têm apoio para a marcha ante os espículos8 e pedrouços do caminho.
8 - Novilho cevado, tradição absorvida da civilização grega que festejavam comun-
gando com os deuses em banquetes fartos, chegando algumas vezes, ao
desregramento pelo excesso que se permitiam.
9 - Festa: alegria, triunfo, celebração.
Ego: Designa o primitivismo através dos instintos que impulsionam aos desejos
desequilibrantes, infelicitadores. Exemplo: ciúme, ódio, inveja, ressentimento, mágoa.
Self: É o desenvolvimento em direção à luz, a uma vida harmoniosa, através de
sentimentos nobres, renovadores, que elevam o ser a um estado numinoso, à
plenitude.
Sombra: Pode ser definida como a “estrada” evolutiva em que se busca identificar e
diluir os maus pendores, os instintos agressivos que predominam no comportamento
humano, visando alcançar o self.
Desdobramento:
Na parábola de Jesus, o ego do jovem filho é perverso e ingrato.
Ao solicitar a herança que diz pertencer-lhe, inconscientemente deseja a morte do
pai, que seria o fenômeno legal para conseguir a posse dos bens sem qualquer pro-
blema. Mascara o conflito sob a justificativa inapropriada de querer desfrutar a
juventude, em considerando que mesmo na idade provecta, o genitor não morria...
Logo depois, viajando para um país longínquo procura arrancar as raízes existen-
ciais, as marcas, destruir a origem desagradável, permanecendo na ignorância de si
mesmo, fugindo para o Eden onde parecia feliz...
Deixando-se exaurir pelas ambições e prazeres, o leviano é surpreendido, posterior-
mente, pela solidão — a miséria econômica, a fuga dos comparsas que o exploraram,
portanto, os excessos que agora o deixam desgastado — logo associado à culpa que o
exproba, impondo-lhe reflexão, portanto, o retorno à segurança do lar que abandonou...
(Joanna de Ângelis. Em Busca da Verdade, cap.2. “Predomínio da Sombra”.)
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Ponta, pua, aguilhão, ferrão.
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É da natureza do Homem ser feliz?
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171. Em que está fundamentado o dogma da reencarnação?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois vos repetimos incessantemente: Um bom pai
deixa sempre aos seus filhos uma porta aberta para o arrependimento. A razão não te diz
que seria injustiça privar, para sempre, da felicidade eterna todos aqueles de quem não
dependeu o melhorar-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os homens
egoístas encontram-se a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Parte II, cap.IV.)
No livro O Céu e o Inferno, cap. 6, Allan Kardec desenvolve estudo completo sobre a
Doutrina das Penas Eternas, de onde ressaltamos:
“A crença na eternidade das penas perde terreno dia a dia, de tal forma que, mesmo
sem ser profeta, cada um pode prever próximo o seu fim (...)”
(Allan Kardec. O Céu e o Inferno, cap. VI., item 1.)
“A doutrina das penas eternas, como a do inferno material, teve a sua razão de
ser, enquanto essa crença podia se tornar um freio para os homens pouco
avançados intelectual e moralmente”. (grifo nosso)
(Allan Kardec. O Céu e o Inferno, cap. VII., item 2.)
“(..) o Cristo não pôde revelar aos seus contemporâneos todos os mistérios do futuro;
ele mesmo disse: Eu ainda teria muitas coisas para vos dizer, mas vós não as
compreenderíeis, eis por que vos falo em parábolas. Principalmente no que diz respeito à
moral, isto é, aos deveres de homem a homem, ele foi muito explícito, porque tocando na
corda sensível da vida material, ele sabia ser compreendido; sobre os outros pontos, ele
se limitou a semear, sob forma alegórica, os germes do que deveria ser desenvolvido
mais tarde.
(Allan Kardec. O Céu e o Inferno, cap. VI. item 5.)
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(...) Não se pode ser livre in totum, em razão dos limites impostos pelas leis e mesmo
pelo organismo que, de alguma forma, é um ergástulo necessário para a evolução.
Esse Pai, no entanto, deseja a felicidade do filho, ele pode estar configurado no
superconsciente, em expectativa agradável de que tudo será resolvido, e para que isso
ocorra, compreende as desilusões e as experiências malogradas que aquele viveu, não
lhe aumentando a carga de culpa nem de remorso, antes liberando-o, para que se possa
estabelecer definitivamente na confiança e na renovação.
O filho, não sendo censurado, não sente vergonha, não experimenta constrangimento.
(Joanna de Ângelis. Em Busca da Verdade, cap.3. “A Volta para Casa”.)
(...) vemos que o Filho Pródigo, recebeu os bens, saiu de casa, esbanjou-os dissolu-
tamente numa vida desregrada. E o que não foi Pródigo, o Filho Obediente, por seu
turno, enterrou seus bens, como aquele que enterrou o talento da Parábola.
O que diz o Evangelho que o filho Obediente fez dos bens que possuía?
Ele vivia às custas do Pai, participava de todos os bens que havia em casa e, com a
chegada do irmão, ao ver a festa com que aquele foi recebido, entristeceu-se: cheio de
egoísmo, de avareza, revoltou-se contra o Pai!
(Cairbar Schutel. Parábolas e Ensinos de Jesus.)
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Considerações finais
Merece consideração o detalhe da oferta de um anel que o pai faz ao transviado, esse
elo de vinculação profunda a fim de restabelecer a ligação que fora interrompida pelo ego
inquieto, doentio. O anel será sempre um símbolo de bem-estar, auxiliando na cura dos
tormentos que se demoram no seu mundo interior. (grifo nosso)
As sandálias, que também lhe manda pôr aos pés, são de relevante significado,
porque revelam prestígio social. Os descalçados são a representação da penúria e do
desprezo, psicologicamente aqueles que não têm apoio para a marcha, que se acreditam
destituídos de recursos emocionais para os enfrentamentos... Esses impedimentos são
as atrações perturbadoras, os prazeres insanos, os gozos intoxicantes... (grifo nosso)
(...) As vestes oferecidas ao filho pródigo denotam renovação e rejuvenescimento,
recomeço e beleza. A sombra cede, imediatamente, lugar ao entendimento, favorecendo
o sentimento de igualdade em relação as demais pessoas, sem a presença de qualquer
conflito perturbador... (grifo nosso)
Os andrajosos físicos também, quase sempre se encontram descuidados psicologica-
mente, atirados ao fosso do descaso, da indiferença (...) O pai misericordioso sabia que
seu filho necessitava de roupas novas, de identificação pessoal com as demais pes-
soas... Tornava-se necessário que estivesse com a veste própria para a festa que logo
mais se faria em sua homenagem, de maneira que se não sentisse inferiorizado...
A festa é sempre a maneira de celebrar-se o retorno dos triunfantes, mas naquele
caso todos celebrariam o valor do pai, a segurança do lar, a vitória do bom senso e da
realidade distante da ilusão... (grifo nosso)
(Joanna de Ângelis. Em Busca da Verdade, cap.3. “A Volta para Casa”.)
Conclusão:
As Leis Divinas estabelecem que o progresso é irrefragável, e nada o detém.
Pode-se estacioná-lo no caminho por algum tempo. No entanto, momento chega em que
o amor de Deus enseja a expiação ao calceta, e ele, encarcerando-se no corpo,
impossibilitado de complicar o processo de evolução, reeduca-se, desperta para a
realidade.
Seja qual for a situação em que te encontres hoje na jornada física, agradece a Deus a
oportunidade ímpar, por oferecer-te os instrumentos de liberdade e de felicidade.
(...) Abençoa, desse modo, a tua atual existência, com as lições do Evangelho de
Jesus, vivendo-as no dia a dia, feliz e agradecido a Deus com as tuas atitudes reno-
vadas.
(Joanna de Ângelis. Atitudes Renovadas. cap. 3, “A Bênção da Reencarnação”.)
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CENTRO DE INTERESSE III
OBJETIVO:
1. Sentir e entender a presença de Deus em nós.
2. Compreender a finalidade de cada vivência, como oportunidade de crescer para
Deus.
3. Refletir nas lições do Evangelho, compreendendo o imperioso convite da Fé.
I – Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome!
Cremos em vós, Senhor, porque tudo revela o vosso poder e a vossa bondade. A
harmonia do Universo nos dá o testemunho de uma sabedoria, de uma prudência e de
uma previdência que ultrapassam todas as faculdades humanas. O nome de um ser
soberanamente grande e sábio está inscrito em todas as obras da criação, desde o
raminho de uma erva, e o mais pequenino inseto, até os astros que se movem no
espaço. Por todas as partes vemos a prova de uma solicitude paternal.
Eis por que é cego aquele que vos não reconhece nas vossas obras, orgulhoso o que
não vos glorifica e ingrato o que não rende ação de graças.
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 3.)
Que seja ou não assim, quanto ao pensamento de Deus, quer dizer, que ele aja
diretamente ou por intermédio de um fluido, para facilitar o nosso raciocínio, vamos
representá-lo sob a forma concreta de um fluido inteligente enchendo o Universo infinito
e penetrando todas as partes da criação: a Natureza inteira está mergulhada no fluido
divino. Ora, em virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza
e têm as mesmas propriedades que o todo, cada átomo desse fluido, se assim se pode
expressar, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade, e
estando esse fluido em toda parte, tudo estará submetido à sua ação inteligente, à sua
previdência e à sua solicitude. Não haverá um ser, por mais ínfimo que seja, que não
esteja de alguma forma saturado desse fluido. Nós estamos assim, constantemente, em
presença da Divindade e não podemos subtrair uma só das nossas ações ao seu olhar.
O nosso pensamento está em contato incessante com o seu pensamento, e é com razão
que se diz que Deus lê no mais profundo recôndito do nosso coração; nós estamos nele,
como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.
Para estender sua solicitude sobre todas as criaturas, Deus não precisa lançar seu
olhar do alto da imensidade, para que ele ouça nossas preces, elas não precisam
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transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, uma vez que, estando Deus
continuamente ao nosso lado, nossos pensamentos se repercutem nele. Nossos
pensamentos são como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar
ambiente.
(Allan Kardec. A Gênese, cap. II, item 25.)
(...) Somente Jesus logrou fazê-lo com perfeição, utilizando-se de uma linguagem
simples, no entanto, portadora de alta carga racional e emocional, chamando-O de Pai.
(...) Deus é o Pai Criador, O Genitor Divino, a causa incausada de todos os seres
e de todas as coisas. (grifo nosso)
És Filho de Deus, cujo amor inunda o universo e se encontra presente nas fibras
mais íntimas do teu ser.(.. .) (grifo nosso)
625. Qual é o tipo mais perfeito que Deus tenha oferecido ao homem, para lhe servir
de guia e modelo?
“Vede Jesus.”
Nota de Kardec: Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que a Humanidade pode
aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a
mais pura expressão de sua lei, porque ele era animado pelo Espírito Divino e o Espírito mais
puro de todos os que apareceram na Terra. E alguns daqueles que pretenderam instruir o
homem na Lei de Deus, algumas vezes, o tem desviado, através de falsos princípios, foi por se
terem deixado dominar, eles próprios, por sentimentos muito terrestres e por terem confundido as
leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo. Muitos têm
apresentado como leis divinas o que eram apenas leis humanas, criadas para servir às paixões e
dominar os homens.
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Parte III, cap. I.)
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“Aquele que recebeu a semente em boa terra, é o que escuta a palavra, que lhe presta
atenção e ela frutifica, e rende cem, sessenta ou trinta por um.” (Mateus, XIII: 18 a 23.)
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, Item 5.)
Hábito salutar se deve impor o cristão para o feliz desiderato, na comunidade em que
realiza suas experiências evolutivas: policiar a palavra.
(...) Dos hábitos mentais — suspeita, ciúme, inveja, animosidade, fixação —, como dos
condicionamentos superiores pelo exercício do pensamento — reflexão, prece, humildade,
autoexame — decorrem as atitudes, quando se é surpreendido pela agressividade ou
perseguido pela antipatia espontânea de alguém, em si mesmo inditoso.
Em resumo, a pessoa que não concebe o mau pensamento já progrediu; aquela a quem
vem esse pensamento, mas que o repele, está próxima de alcançar progresso e, finalmente,
aquela que tem esse pensamento, e nele se satisfaz, ainda está sob toda a força do mal. Em
uma o trabalho está feito, na outra ele está por fazer. Deus, que é justo, leva em consideração
todas essas diferenças ao responsabilizar o homem por seus atos e pensamentos.
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.8, item 7.)
872. A questão do livre-arbítrio pode resumir-se assim: o homem (...) é sempre livre para
agir, ou não agir. Assim,o livre-arbítrio existe, no estado de espírito, na escolha da existência e
das provas e, no estado corporal, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamento a que
voluntariamente nos submetemos. Cabe a educação combater essas más tendências; ela o
fará, eficazmente, quando estiver baseada no estudo aprofundado da natureza moral do
homem. Pelo conhecimento das leis que regem esta natureza moral, chegar-se-á a modificá-
la, como se modifica a inteligência, pela instrução e o temperamento, pela higiene.
(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. Parte III, cap. X, “Resumo Teórico do Móvel das Ações do Homem”.)
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779. O homem haure, em si mesmo, a força progressiva, ou o progresso é apenas o
produto de um ensinamento?
“O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente; nem todos, porém, progridem
ao mesmo tempo e da mesma maneira; é, então, que os mais adiantados auxiliam o
progresso dos outros, através do contato social.”
((Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. Parte III, cap. VIII, “Marcha do Progresso”.)
(...) O homem que cumpre seu dever ama a Deus mais que as criaturas e ama as
criaturas mais do que a si mesmo; ele é ao mesmo tempo juiz e escravo na sua própria
causa (...)
(...) O homem deve amar o dever, porque ele dá a alma o vigor necessário ao seu
desenvolvimento.
O Dever cresce e irradia, sob uma forma mais elevada, em cada uma das etapas
superiores da Humanidade. A obrigação moral da criatura para com Deus jamais cessa,
ela deve refletir as virtudes do eterno que não aceita um esboço imperfeito, porque
deseja que a beleza de sua obra resplandeça diante dele. (Lázaro, Paris, 1863.)
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7.)
(...) Recorda-te d’Ele, crucificado, desprezado, odiado por não se submeter aos
impositivos da mentira e das vacuidades humanas, todavia triunfante sempre pela sua
fidelidade ao Pai.
(Joanna de Ângelis. Leis Morais da Vida, cap.X, “Segurança Íntima”.)
Na Parábola do Filho Pródigo podemos ver o retorno do filho para a casa do pai.
“Quantos fracassam por sua própria culpa, sua negligência sua imprevidência sua
ambição,e por não terem querido se contentar com o que lhes haveis dado! Esses são os
autores da sua própria desgraça, e não têm direito de se lastimarem, pois são punidos no
que pecaram. Mais esses mesmos não são abandonados por vós, porque sois
infinitamente misericordioso e lhes estendeis a mão caridosa desde que, como filho
pródigo retornem sinceramente para vós.”
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XXVIII, item 3.)
“Antes de nos lastimarmos de nossa sorte, perguntemos a nós mesmos, se ela não é
obra da nossa própria autoria a cada sofrimento que nos chega verifiquemos se não
dependia de nós evitá-lo, mas digamos também que Deus nos deu a inteligência para
nos tirar do atoleiro, e que fazer um bom uso dela depende unicamente de nós.”
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XXVIII, item 3.)
(...) porquanto vós dissestes, pelos lábios de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem
pela justiça.” Abençoemos, portanto, a mão que nos magoa e humilha, porque os
sofrimentos do corpo fortificam nossa alma, e seremos elevados em nossa humildade.
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 3.)
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“Fazei aos homens tudo o que desejais que eles vos façam, pois esta é a lei e os
profetas.” (Mateus, VII:12.)
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI, item 2.)
Conclusão
(...) Quando, porém, alguém recebe o magnetismo do amor, sem o que perceba,
vitaliza-se, acalma-se, renova-se e ama. Nem sempre devolve àquele que lhe doa força
do amor, não obstante retribui a dádiva esparzindo-a e dirigindo-a a outrem. E isto é o
mais importante. (...)
(...) não te olvides nunca de Jesus, Ele que se fez guia e modelo para toda a Humani-
dade, a quem amas e a quem desejas servir.
Deixa-te impregnar por Suas lições de amor e te entrega docilmente a Ele, tentando
segui-lO pela trilha que te deixou, talvez incompreendido, mas isso não é significativo,
porque nem Ele foi respeitado ou estimado, antes arrojaram-nO desdenhosamente em
uma cruz de ultrajes que transformou em sublime ponte de vinculação com Deus.
Aproveita hoje para O seguir, sem passado nem futuro, com o coração e a mente
tomados pelo Seu amor.
(Joanna de Ângelis. Liberta-te do Mal, cap. 3. “Pelas Trilhas de Jesus”.)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS