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Iniciação em ifá

Os passos da caminhada ao sacerdócio na vida de um Babalawo são de grande sacrifício. Com


a opção pela vida sacerdotal feita, consulta-se Ifá para que seja indicado o melhor Sacerdote.
Sendo aceito, a partir daí, serão providenciados os ritos de iniciação onde ele receberá seu
Odú de nascimento e seu Òpèlè Kàrágbá (Òpèlè para treinamento), que “não tem valor
litúrgico”, este último servindo somente para o estudo e aprendizado. Ao longo de no mínimo
sete anos de aprendizado, o Omo-awo poderá vir a ser um Babalawo se houver adquirido o
conhecimento da natureza humana,

Nesse período o Omo-awo vai aprender a obedecer a uma hierarquia rígida submetida a seu
Sacerdote (Oluwo).

O Omo-awo deverá ser humilde, devoto, paciente, perseverante, incansável, solidário,


cooperativo, ético, seguindo a conduta dos mais velhos, aprendendo a ser responsável e
desenvolvendo a capacidade comunicativa. É impedido a ele a mentira, o roubo, a ganância, e
o adultério.

Durante o período de dois anos, o Omo-awo vai aprender a usar o Òpèlè Kàrágbá (Òpèlè para
treinamento). Nesse período ele vai aprender os dezesseis Odùs Principais e, dependendo de
sua capacidade de memorização, irá aprender de dois a dezesseis Itans (contos sobre cada um
deles). Tendo memorizado os Odùs principais e seus Itans, ele deverá iniciar os estudos e
memorização dos Omo Odù, que são as combinações dos odùs principais. Depois de obter o
conhecimento devido e estar apto a ser um Babalawo, o iniciado deve se submeter ao ritual de
Ipanodú, onde adquire o elemento principal e indispensável para que ele possa iniciar outras
pessoas, a cabaça da existência (Igbá-odú) e Opá Osu, tornando-se, assim, um Oluwo Ifá.

O processo de iniciação em Ifá ocorre diferentemente dos processos de iniciação em outros


Òrìşá. Essa diferença consiste em que as evocações, acompanhadas dos sons dos ilù
(tambores), não induzem ao transe e nem a incorporação, como acontece no culto aos Òrìşá. É
fundamental notar que a iniciação em Ifá, se da única e exclusivamente pelo processo de busca
de conhecimento, isto significa a tomada de consciência a respeito da própria responsabilidade
pelo curso existencial. No processo ocorre; ritos sagrados de conhecimento exclusivo dos
Babalawo – ifá que possuam Igba – odù.
Na cerimônia chamada IŞEFÁ, o iniciado passa por alguns sacrifícios (ebó), chamado de Ifá
Adawomi (primeiro ritual), para controlar e adequar sua energização antes de entrar na
floresta sagrada que chamamos de IGBODU. Depois de alguns dias, ele (a) reconhece seus
tabus (Ewo) através do seu odù (destino) e o caminho a ser trilhado (ritual chamado de odú
ita). Existem pessoas que apenas iniciam-se a este ritual exclusivamente para melhorar sua
espiritualidade e sua vida, deixando de lado os estudos e levando sua história na maior
normalidade. Este tipo de iniciado é chamado de awo aşoşe, e existem também aqueles omo
awo Ifá chamados awo elegan, o qual Òrìşá Odù permite somente realizar ebó, e não iniciar
outrem a Ifá ou Òrìşá. O iniciado que quer passar por treinamento, deve estudar
abundantemente. Este awo Ifá passará por muitos testes na vida, e será sempre
supervisionado por seu Ojugbonon (o Babalawo de ensinamentos), para que ele não cometa
erros durante os rituais a serem realizados.

IŞEFÁ (Primeira mão de Ifá)

Işefá, normalmente muitas pessoas o procuram para ter mais conhecimento sobre a vida e seu
pessoal, sendo que o novo iniciado consegue aprender com seu Babalawo a controlar seu
caráter, ter mais paciência, saber ver mais o certo e o errado, saber se defender e,
principalmente, organizar de uma maneira mais fácil sua vida. O OMO IFÁ, aprende também
como cuidar dos ikin (caroços de dendê), de maneira que seu Ifá o permitir.

ITELODU (Segunda mão de Ifá)

O ritual de itelodu é importante para saber o destino de cada pessoa, além de mudar ou
concertar o destino do iniciado, este ritual serve de impulso para o iniciado aprimorar por toda
sua vida, os seus estudos e suas práticas religiosas. Uma pessoa é um verdadeiro Babalawo,
pelo fato de saber responder questões que Ifá permita, e seu Oluwo e Ojugbonon o aprovar
através do ritual Odú. O Babalawo treina a vida toda, os itans ifá (corpus literários), rezas tais
como oriki, adura, igede, ofó (para fazer medicinas) e utiliza vários instrumentos adivinhatórios
como opele ifá (rosário) e ikin ifá (caroços de dendê).

APETEBI e IYANIFÁ

São cargos para mulheres dentro do culto de Ifá. A Apetebi é a esposa do Babalawo, e ela pode
ter conhecimento ou não da filosofia de Ifá. Este título só a caberá se ela for casada com um
Babalawo, como explica no odù ifá Obara Irete. A Apetebi normalmente além de cuidar do
templo, ela deve rezar a Ifá, e às vezes agradá-lo com as nozes de cola (obi) nos Oşe Ifá
(semana de Ifá), comidas, bebidas, etc.
A Iyanifá é um título para qualquer mulher que se submete a formação de conhecimento a Ifá,
e passa por todas as etapas da iniciação, tal forma que, uma Apetebi também pode se tornar
uma Iyanifá se passar pela iniciação e por todo treinamento de Ifá, igual a um Babalawo. A
palavra Iyanifá foi derivada de Iyá Onifá, que significa Mãe em Ifá ou sacerdotisa de Ifá. Iyanifá
não se designa apenas as mulheres anciãs, mas sim pelo conhecimento dela dentro do culto a
Ifá, que é o mesmo seguimento de um Babalawo, ela pode ser jovem. Iyanifá pode, além de
tudo mencionado acima para as Apetebi, recitar versos de Ifá a partir dos odùs, permitida a ela
também participar de reuniões no templo de Ifá, fechado somente aos sacerdotes, e até
mesmo aconselhar um babalawo quando possível em reuniões espirituais. A única exceção aos
rituais de iniciação de uma Iyanifá é que ela é proibida de olhar a cabaça da existência(Igba –
odù).

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