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BABALAWO - OLUWO

Os passos da caminhada ao sacerdócio na vida de um Babalawo são de grande sacrifício.


Com a opção pela vida sacerdotal feita, consulta-se Ifá para que seja indicado o caminho a ser
seguido. Sendo aceito, a partir daí, serão providenciados os ritos de iniciação onde ele
receberá seu Odú de nascimento e seu Òpèlè Kàrágbá (Òpèlè para treinamento), que “não tem
valor litúrgico”, este último servindo somente para o estudo e aprendizado. Ao longo de no
mínimo cinco anos de aprendizado, o awo kekere poderá vir a ser um Babalawo se houver
adquirido o conhecimento da natureza humana,
O Awo Kekere deverá ser humilde, devoto, paciente, perseverante, incansável, solidário,
cooperativo, ético, seguindo a conduta dos mais velhos, aprendendo a ser responsável e
desenvolvendo a capacidade comunicativa. É impedido a ele a mentira, o roubo, a ganância, e
o adultério.
Durante o período de dois anos, o awo kekere vai aprender a usar o Òpèlè Kàrágbá (Òpèlè
para treinamento). Nesse período ele vai aprender os dezesseis Odùs Principais e,
dependendo de sua capacidade de memorização, irá aprender de dois a dezesseis Itans
(contos sobre cada um deles). Tendo memorizado os Odùs principais e seus Itans, ele deverá
iniciar os estudos e memorização dos Omo Odù, que são as combinações dos odùs principais.
Depois de obter o conhecimento devido e estar apto a ser um Babalawo, o iniciado deve se
submeter ao ritual de Ipanodú, onde adquire o elemento principal e indispensável para que ele
possa iniciar outras pessoas, a cabaça da existência (Igbá-odú) e Opá Osu, tornando-se,
assim, um Babalawo
O processo de iniciação em Ifá ocorre diferentemente dos processos de iniciação em outros
Òrìşá. Essa diferença consiste em que as evocações, não induzem ao transe e nem a
incorporação, como acontece no culto aos Òrìşá. É fundamental notar que a iniciação em Ifá,
se da única e exclusivamente pelo processo de busca de conhecimento, isto significa a tomada
de consciência a respeito da própria responsabilidade pelo curso existencial. No processo
ocorre; ritos sagrados de conhecimento exclusivo dos Babalawo – ifá que possuam Igba – odù.
Na cerimônia chamada IŞEFÁ, o iniciado passa por alguns sacrifícios (ebó), , para controlar e
adequar sua energização antes de entrar na floresta sagrada que chamamos de IGBODU.
Depois de alguns dias, ele (a) reconhece seus tabus (Ewo) através do seu odù (destino) e o
caminho a ser trilhado (ritual chamado de odú ita). Existem pessoas que apenas iniciam-se a
este ritual exclusivamente para melhorar sua espiritualidade e sua vida, deixando de lado os
estudos e levando sua história na maior normalidade. Este tipo de iniciado é chamado de awo
aşoşe, e existem também aqueles omo awo Ifá chamados awo elegan, o qual Òrìşá Odù
permite somente realizar ebó, e no futuro, mesmo consagrado, não poderá iniciar outrem a Ifá
ou Òrìşá. O iniciado que Ifa apontou para ser Babalawo e que quer passar por treinamento,
deve estudar abundantemente. Este awo Ifá passará por muitos testes na vida, e será sempre
supervisionado por seu Ojugbonon (o Babalawo de ensinamentos), para que ele não cometa
erros durante os rituais a serem realizados.
IŞEFÁ (Primeira mão de Ifá) 
Işefá, normalmente muitas pessoas o procuram para ter mais conhecimento sobre a vida e seu
eu pessoal, sendo que o novo iniciado consegue aprender com seu Babalawo a controlar seu
caráter, ter mais paciência, saber ver mais o certo e o errado, saber se defender e,
principalmente, organizar de uma maneira mais fácil sua vida. O OMO IFÁ, aprende também
como cuidar dos ikin (caroços de dendê), da maneira que seu Ifá o permitir. Aqui temos um
Awo kekere
ITEFA (Segunda mão de Ifá)
O ritual de itefa é importante para se apurar o destino da pessoa mais profundamente , além de
mudar ou concertar o destino do iniciado, este ritual serve de impulso para o iniciado aprimorar
por toda sua vida, os seus estudos e suas práticas religiosas. Uma pessoa vai ser um
verdadeiro Babalawo se estudar com afinco, ao ponto de trazer através de Ifa a solução para
as mais variadas situações que surgirão em seu caminho de sacerdote e também deverá saber
responder as questões dirigidas a Ifá pelas pessoas as quais atenderá. Seu Oluwo e
Ojugbonon o aprovarão através de muitos testes de conhecimento. O Babalawo treina a vida
toda, os itans ifá (corpus literários), rezas tais como oriki, adura, igede, ofó (para fazer
medicinas) e utiliza vários instrumentos adivinhatórios como opele ifá (rosário) e ikin ifá
(caroços de dendê). No Itefa o Awo Kekere se torna um Awo Ifa e para chegar a Babalawo terá
pela frente o ritual Ipinodu, onde terá seu Opa Osun e Igba-Odu (sem o qual não é Babalawo)
sendo assim consagrado.
APETEBI e IYANIFÁ
São cargos para mulheres dentro do culto de Ifá. A Apetebi é a esposa do Babalawo, e ela
pode ter conhecimento ou não da filosofia de Ifá. Este título só a caberá se ela for casada com
um Babalawo, como explica no odù ifá Obara Irete. A Apetebi normalmente além de cuidar do
templo, ela deve rezar a Ifá, e às vezes agradá-lo com as nozes de cola (obi) nos Oşe Ifá
(semana de Ifá), comidas, bebidas, etc.
A Iyanifá é um título para qualquer mulher que se submete a formação de conhecimento a Ifá, e
passa por todas as etapas da iniciação, tal forma que, uma Apetebi também pode se tornar
uma Iyanifá se passar pela iniciação e por todo treinamento de Ifá, igual a um Babalawo. A
palavra Iyanifá foi derivada de Iyá Onifá, que significa Mãe em Ifá ou sacerdotisa de Ifá. Iyanifá
não se designa apenas as mulheres anciãs, mas sim pelo conhecimento dela dentro do culto a
Ifá, que é o mesmo seguimento de um Babalawo, ela pode ser jovem. Iyanifá pode, além de
tudo mencionado acima para as Apetebi, recitar versos de Ifá a partir dos odùs, permitida a ela
também participar de reuniões no templo de Ifá, fechado somente aos sacerdotes, e até
mesmo aconselhar um babalawo quando possível em reuniões espirituais. A única exceção
aos rituais de iniciação de uma Iyanifá é que ela é proibida de olhar a cabaça da
existência(Igba – odù).

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