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‘’SUURU ‘’ (PACIÊNCIA)

Entre todos os “ADO” criados no Orun o mais importante de todos é apontado


para o “SUURU’’ pela sua plenitude em adquirir observações sobre tudo que
acontece ao nosso redor, e termos mais condições de obter um
amadurecimento para fazer nossas escolhas sobre tudo o que precisarmos
aqui na Terra, e melhor nos conduzirmos nesta caminhada terrena.
A paciência no culto a IFÁ também quer dizer perseverança, que nos leva a ter
resistência sobre todos os assuntos em que nos for designado, onde teremos
mais atenção no transcorrer do culto à Ifá assim como na nossa vida comum
do dia a dia, que muito cansativa é, nos exigindo muito de nós mesmo em fé e
dedicação.
Quando conseguimos ter paciência iremos desenvolver a calma, assim não
tropeçando em situações difíceis dentro do desenvolvimento do culto, onde
lidaremos com problemas dos humanos, e menos iremos errar nas nossas
decisões.
Sobre este tema, existe uma frase muito importe que diz:

“OTITO O’DODO’’ = FALE A VERDADE E FAÇA O BEM

Na verdade encontraremos harmonia e orientações em tudo que iremos fazer,


como também recebendo a proteção de Esu e Baba Orunmila, pela nossa boa
conduta, onde conseguiremos distinguir a verdade verdadeira.
Eu tenho o costume sempre de dizer em situações de várias opiniões o
seguinte termo;
Que existe várias verdades na cabeça do ser humano onde ele defende seus
próprios interesses. Porem existe então, a verdade de cada um como também
a verdade verdadeira, onde essa não foge da razão até em nosso
subconsciente, onde através dessa força o ser humano não consegue se
enganar a si próprio. Portanto a verdade verdadeira sempre irá imperar. Sendo
assim a verdade pertence a lei natural, que quando infringida sempre traz
transtornos em geral. As nossas boas ações sempre serão vistas pelas
divindades assim como pela comunidade em que pertencemos, e sempre nos
trazendo muito mais ADO em nossa vida.

Vejamos No Odu – OsaOtura o que nos diz;

Osa Alawo nikinni nje Otito?


Mo ni kini nje Otito
Otito ni Oluwo orun tii daabo bo ile aye
Òrúnmilà ni Otito ni emi airi ti daabo ile aye
Oun ni Ogbon ti Olódùmarè nlo
Osa-Alawo ni kini nje Otito?
Mo ni kini nje Otito?
Òrúnmilà ni Otito ni iwa Olódúmarè
Otito ni oro ti kii ye
Ifá ni Otito
Otito ni agbara to ju gbogbo agbara lo
Ire ayeraye
Dia fun Ile Aye
Won ni ki won maa s´Otito
Sotito s´ododo
Eni ba s´Otito ni mole ngbe

Tradução

Osa Alawo pergunta - Qual é a verdade de Otito?


Eu também pergunto - Qual é a verdade de Otito?
A verdade é o sagrado vindo do céu que protege o mundo
Òrúnmilà diz que a verdade de Otito é a força que não se pode ver, que
protege o mundo
A verdade é o conhecimento que Olódùmarè está aplicando
Òsá Alawo pergunta novamente - Qual é a verdade de Otito?
Eu também pergunto - Qual é a verdade de Otito?
Òrúnmilá declara que Otito é o caráter de Olódùmarè
A verdade de Otito é a palavra que não muda
A verdade de Otito é Ifá
A verdade de Otito é a palavra indestrutível
A verdade de Otito é o poder acima de todos os poderes
A benção que dura para sempre
Esta foi a declaração de Ifá aos habitantes da Terra
Avisá-los sempre a fazer o correto
Serem corretos e honestos
Aquele que for correto será apoiado pelas divindades.

Agora voltando a falar sobre SUURU, vejamos um itan em Ogbeyonu que nos
conta como Esu ajudou Baba orunmila a escolher o ADO da paciência;

ORUNMILÁ ESCOLHE A BENÇÃO DA PACIÊNCIA. (Odu Ogbeyonu)I

Igun, primogênito de Olodumare que é Agotun3, aquele que faz DA chuva uma
fonte de riqueza adoeceu gravemente.
Olodumare fez tudo que pôde para curar seu filho, sem obter sucesso.
Cansado, abriu-lhe a porta do aye para que ele fosse morar lá onde talvez
pudesse encontrar cura para seus males.
Na terra residia então, um homem muito bondoso chamado Orunmilá que
precisava muito de ganhar dinheiro para criar seus filhos.
Por essa razão Orunmilá foi consultar Ifá.
Seus adivinhos o aconselharam a fazer um sacrifício com cinco galinhas.
Fazendo esse ebó, no quinto dia, toda a riqueza desejada chegaria às mãos.
As galinhas deveriam ser sacrificadas, uma a uma, diariamente, até completar
cinco dias. Cada galinha sacrificada teria as vísceras retiradas e colocadas em
uma cabaça, coberta com azeite de dendê e levadas a uma encruzilhada.
As carnes das galinhas poderiam ser comidas por ele e sua família.
Sempre que fosse entregar a ofenda na encruzilhada, Orunmilá deveria ir
cantando bem alto até chegar a encruzilhada onde seria entregue a oferenda:
“Que a sorte venha a mim, que a sorte venha a mim”!
Esse procedimento deveria se repetir por cinco dias.
Orunmilá fez conforme foi orientado. Assim ele começou a oferecer o seu
sacrifício.
Sacrificava as galinhas e, cantando, levava suas vísceras para a encruzilhada.
Lá chegando, depositava a oferenda e despejava o azeite de dendê por cima.
Depois de colocar o azeite começava a rezar pedindo que a sorte chegasse
para ele.
Havia um matagal em frente à encruzilhada onde Orunmilá entregava as
oferendas e era Ali, exatamente Ali, que vivia desde que veio do Orun, Igun, o
filho de Olodumare.
Sem meios de sobrevivência Igun passava fome, e assim que Orunmilá
deixava as oferendas e saia dali, Igun IA lá e comia tudo.
Igun, filho de Olodumare, tinha cinco doenças: Uma na cabeça, outra nos
braços, outra no peito, outra nas costas e era aleijado dos pés.
No primeiro dia em que comeu a oferenda de Orunmilá, viu-se curado do
problema que tinha na cabeça e surpreendeu-se.
No dia seguinte Orunmilá levou novamente sua oferenda à encruzilhada
repetindo OS mesmos rituais sem saber que alguém comia o que Ali
despachava.
Assim que Orunmilá saiu DA encruzilhada, Igun foi lá e comeu tudo de novo.
Os dois braços de Igun que não esticavam, depois de ele ter comido DA
oferenda, recuperaram a mobilidade.
No terceiro dia Orunmilá continuou seu rito, levando sua oferenda na
encruzilhada. Mal terminara de arriar o ebó Igun foi lá e comeu a oferenda.
Desta vez, o peito de Igun, que era inchado, desinchou assim que acabou de
comer.
No quarto dia Orunmilá levou seu ebó a encruzilhada, sempre cantando: “Que
a sorte venha a mim! Que a sorte venha a mim”!
Mal terminara de colocar o ebó no chão, Igun foi lá e o comeu. Assim que
acabou de comer, a corcunda que havia em suas costas desapareceu.
No quinto dia Orunmilá levou sua oferenda até a encruzilhada para completar
OS rituais.
No caminho foi cantando o mesmo refrão dos dias anteriores e como das vezes
anteriores, mal terminara de colocar o ebó na terra e Igun foi lá novamente e o
comeu todo.
Na manhã do sexto dia seus dois pés aleijados haviam ficados sãos e ele
passou a andar sem dificuldades. Começou a caminhar por todos OS cantos. E
foi assim que Igun, o filho de Olodumare, foi curado de todas as doenças.
A sorte pretendida por Orunmilá, antes de chegar a ele, chegou ao outro, que
se alimentou com a comida ofertada.
Impressionado com esses fatos Igun levantou-se e foi ao Orun para encontrar-
se com Olodumare. Este, logo percebeu que o filho estava curado e lhe
perguntou quem o curara.
Igun relatou todo o ocorrido a seu Divino Pai. Disse-lhe que quem entregava as
oferendas era Orunmilá e acrescentou que sempre que Orunmilá levava o ebó
na encruzilhada ele entoava o refrão – “Que a sorte venha a mim, que a sorte
venha a mim”!
Olodumare mostrando-se grato, disse a Igun que presentearia essa pessoa
com riquezas.
Pegou então OS quatro cabaças com dons e graças, e as entregou a Igun para
que OS levasse a Orunmilá no aye, recomendando que Orunmilá poderia
escolher apenas uma das quatro cabaças e Igun deveria trazer de Volta as três
restantes.
Nas cabaças estavam contidos OS ires DA riqueza, DA fertilidade, DA
longevidade e DA paciência.
Igun disse a Olodumare que não sabia chegar à Casa de Orunmilá e o pai o
orientou dizendo que, assim que chegasse ao aye, perguntasse as pessoas e
elas indicariam o caminho.
Igun voltou para o aye trazendo as quatro cabaças. Ao chegar foi à Casa de
Orunmilá e lá as mostrou a ele para que encolhesse uma dentre as quatro.
Orunmilá se surpreendeu muito. Em dúvida quanto ao que fazer, mandou
chamar OS filhos a fim de lhes pedir conselho sobre qual das quatro deveria
escolher e else recomendaram que escolhesse a cabaça DA longevidade.
Consultadas as esposas, elas o aconselharam a escolher a da Fertilidade para
que pudesse ter muitos filhos.
Orunmilá chamou seus irmãos a fim de lhes pedir conselho sobre qual das
quatro deveria escolher. Os irmãos o aconselharam a escolher a cabaça da
prosperidade para que pudesse ter muita riqueza e dinheiro.
Orunmilá mandou chamar seu melhor amigo e confidente, que era Exu.
Quando Exu chegou a sua casa, Orunmilá relatou-lhe o ocorrido e lhe pediu
conselho quanto à escolha que deveria fazer.
Exu, homem sábio e sagaz, fez as seguintes perguntas á Orunmilá: “Teus
filhos te aconselharam a pedir qual cabaça”?
Orunmilá respondeu: “A da longevidade”.
Exu lhe disse para não escolher essa cabaça porque não há no mundo uma
única pessoa que possa vencer a morte, e lembrou que, por mais tempo que se
viva, um dia se morre.
Exu perguntou então: “E tuas esposas te aconselharam a escolher qual
cabaça”?
Orunmilá respondeu: “A da fertilidade”.
Exu lhe disse para não escolher essa benção porque Orunmilá já havia gerado
muitos filhos e possuía uma prole invejável.
E Exu perguntou de novo: “E teus irmãos? Aconselharam-te a escolher qual
cabaça”?
Orunmilá respondeu: “A que traz o ire da prosperidade e da riqueza”.
Exu lhe disse para não escolher essa cabaça porque se ficasse rico eliminaria
a pobreza da família beneficiando assim todos os parentes, inclusive seus
irmãos.
Acrescentou que se os irmãos de Orunmilá quisessem prosperar deveriam ir
trabalhar.
Orunmilá perguntou então a Exu qual das quatro cabaças deveria escolher, e
Exu lhe disse para escolher o que continha a virtude da paciência porque sua
paciência era insuficiente para permitir que chegasse onde desejava. Caso
Orunmilá seguisse esse conselho e escolhesse ter paciência, todos os ires
restantes seriam conquistados naturalmente.
Orunmilá, aceitando a orientação de Exu, escolheu a cabaça da paciência e
devolveu a Igun as três restantes.
Nem os filhos nem as esposas, nem os irmãos de Orunmilá ficaram felizes com
a escolha.
Igun partiu de volta ao Orun7, levando consigo as três cabaças que sobraram
para devolvê-las a Olodumare. Mal andara um pouco e a cabaça da riqueza lhe
perguntou: “Onde está a Paciência”?
Igun respondeu que ela ficara na casa de Orunmilá. Riqueza disse a Igun que
voltaria para ficar com paciência porque só pode permanecer onde estivesse
paciência. Igun lhe disse que isto era impossível e que riqueza deveria retornar
com ele ao Orun.
Riqueza insistiu que só ficaria onde estivesse paciência e que, por isso, não
tinha porque retornar ao Orun. Em pouco tempo desapareceu da mão de Igun
indo juntar-se à paciência na casa de Orunmilá.
Igun levou as cabaças restantes para Olodumare.
A meio caminho do Orun, Fertilidade também perguntou a Igun por paciência.
Igun lhe respondeu que ela estava na casa de Orunmilá.
Fertilidade lhe disse que só fica onde há paciência. Assim, fertilidade levantou-
se e retornou para, em pouco tempo, juntar-se à paciência na casa de
Orunmilá.
Mais adiante, Longevidade também perguntou a Igun onde estava paciência.
Igun lhe respondeu que estava na casa de Orunmilá. Longevidade, fugindo,
também foi se juntar a paciência.
Quando Igun chegou ao Orun, Olodumare lhe perguntou onde estavam as três
cabaças restantes. Igun lhe respondeu que viera para contar a Olodumare que
todas as cabaças haviam voltado para ficar junto com Paciência na casa de
Orunmilá, e que estava planejando retornar ao aye para buscá-las e trazê-las
de volta ao Orun.
Olodumare lhe disse que ele não precisava ir buscar as três cabaças, pois de
fato, todas as bênçãos que continham pertencem a quem escolher Paciência.
Quem tiver Paciência terá Longevidade, Fertilidade. Procriará e viverá bem
com o que procriar adquirindo também a riqueza.
Assim tudo transcorreu bem com Orunmilá que, com essas graças, veio a ser
Rei de Ketu. Procriou e viveu bastante com esses ires.
Orunmilá adquiriu tanta riqueza que construiu casas pelo mundo inteiro.
Feliz por suas conquistas. Orunmilá montou em seu cavalo e cantou: “Recebi o
ado8 da riqueza! Recebi o ado Fertilidade! Recebi o ado da Longevidade! Oh!
Recebi o ado da paciência”!
Dançou e alegrou-se. Louvou seus adivinhos e louvou também a Exu, o seu
grande amigo.

INTERPRETAÇÃO:

A Paciência é a maior das virtudes. Sem ela não haverá sabedoria, nem
riqueza, nem felicidade, nem longevidade. É como exercício da paciência que o
homem sábio conquista todas as boas coisas da vida.

ISEFA;

É o compromisso em primeira escala, que encaminha a pessoa a ter uma


mão amiga espiritualmente e materialmente através de seu Babalawo,
desejo de proteção e orientação de Ifá ou Baba Orunmila.
É o primeiro passo para o encontro com Baba Orunmila no Asé (ou a
força espiritual),esta Divindade que é o testemunho dos destinos e da
criação do universo.

Portanto ISEFA cerimônia de iniciação, passo inicial, ou a primeira mão


de Ifá, com duração de três dias.
Esta cerimónia destina-se a assegurar a ligação com a força espiritual de
Baba Orunmila e assim obter “IRE” e as abençãos de Baba Orunmila na
vida da pessoa, é claro, isso vai acontecer, se a pessoa decidir executar
todas as instruções de seu Babalawo e aderir as leis de Ifá na tradição e
da linhagem a que pertence.

Sendo assim, Isefá é o nome que corresponde a primeira(mão) na


iniciação em Ifá que uma pessoa pode receber, denominando o nome de
AWOFÁ para os homens, e APETEBI para as mulheres,e quer dizer que as
portas do mundo incomensurável e o Asè de Orunmila abrem para o
iniciado, e que pode ser um processo longo de iniciática formação, e que
pode ainda se entender a outros estágios onde o iniciado se torna um
Omó-Awó ou aprendiz de Ifá, ajudado pelo Baba-Awó ou Iya-Awó (o
padrinho, madrinha) que a partir de agora vai dirigir o iniciado(a) para
uma estrada segura de ensinamentos de Ifá.

Ao ser incluído no Asé Ifá, a pessoas ao receber sua mão de Ifá contendo
os sagrados e consagrados Ikins Ifá, este é a representação dos mistérios
sublime (AWO) do universo.
Ikin força de concentração e energia espiritual de Ifá, e é isso que
contribui para o reforço da sensibilização, através da prática constante,
que deve ser ligado a Orunmila através desta devoção Ifa.
Não pode e não deve ser outra intervenção sobre a representação
simbólica da força de Ifá, que atinge cada um de nós através do ikin.

Ifá, Orunmila é Ikin.,


Ikin é Ifá Orunmila

Estas sementes de palmeira que fazem dos ikins uma mão de Ifá nos
ensina o próprio Orunmila, de acordo com os vários "ese" ou versos de
Ifá que lhe recomendou o uso de Ikin e como eles representaria a sua
força na Terra como um objeto de culto, e assim se fez.

Quando a pessoa chega a este nivel iniciatico deve ter cruzado o nível da
iniciação da primeira mão de Ifá ,momento este que ele recebe seu Agere-
Ifá, Ileke, os Ajagun (asé de Esù, Ogun e Osanyin onde sem Osanyin nada
se consagra), e em alguns casos posteriormente quando necessário
recebem o Gba Orisá, correspondente ao seu ORI.

A partir daí o Babalawo começa a contar ao seu novo filho ou filha, sobre
alguns tabus ou "Ewo", que devem ser respeitados pela pessoa que
recebe a cerimônia do Isefá, e a partir desse momento que tomou
conhecimento de um novo estatuto para sua vida a ser respeitado,
começa o seu caminho como um aluno regular de Ifá.
Há Taboo diferentes, e as recomendações dadas pelo Babalawo são no
sentido de proteger o novo filho espiritual para que ele possa não cair nas
tentações e armadilhas diversas da vida, permitindo que não faça habitual
e consistente erros, o que pode dificultar a sua força espiritual,
modificando o seu Iwá-Pele ou logicamente diminuição da qualidade de
vida.

Ifa nos ensina que, para aumentar a escala de força espiritual há


diferentes maneiras e métodos, o mais importante é a observância do
devido “Ewo” tabu, e a mudança interna, e seguir o conselho dado pelos
anciãos, sem contestação . A antiga religião da tradição ioruba expressa
que deve haver uma relação harmoniosa com as forças e as leis da
natureza. A observância do tabu, a aplicação da transformação e da
aceitação dos conselhos de anciãos, irá ajudá-lo a ser bem colocado,
centrado, em estado estacionário, isto irá permitir-nos crescer como
pessoas e ser bom aos olhos de Olodunmare, e nossa divindades.
Quando o tabu é violado, quando deixamos de lado a necessária
transformação interna, e não seguir as regras do idoso, observa-se uma
grande falta de harmonia na vida humana em questão.

Assim, estará exposto a calamidades, doenças e perdas. Transformação


Portanto, é muito importante saber o tabu, interno e reforçar a respeitar e
acatar os conselhos dos mais velhos, porque o nosso Asé veio através
das mãos deles.

A partir deste ato iniciatico uma pessoa que corresponde e se dedica aos
ensinamentos de Ifá, mais tarde poderia continuar as iniciações até
alcançar o nível de Babalawo, se tiver caminho para issso, bem por meio
da cerimônia do Ifá egan denominado, ou diretamente ser ordenado como
Oluwo pela cerimônia Itefá onde receberiam as fundações de Ifá e Odu
Igba Iwa.

O iniciado em Isefa deverá ser instruído por seu Baba-Awó na


identificação correta do OJU ODU '' ou OJU OPO (o 16 mejis de odus de
Ifá), em primeiro exemplo, e mais tarde no 240 Omodu '' ou Omo-Odu '',
inicialmente aprendendo a leitura, com a cadeia de adivinhação
denominada OPELE (denominando a fase OPELE SÌSI) e mais tarde com
os Ikin de Ifá, quando o iniciado está apto sobre a leitura aos
fundamentos dos Odus de Ifá.

Para esta 1- fase; de aprendizagem geral ele é reconhecido como DIDA


AWO.

A 2-fase; em aprender Ifá deverá confrontar o iniciado em ISEFA é


denominada IFÁ KIKI no qual o iniciado começará a aprendizagem ou
memorização das orações e canções de Ifá proscrito em cada odu.

A 3-fase; de aprendizagem que confrontará o iniciado em ISEFA é


denominada EYO IFÁ ou AKIJERO em qual será instruído na interpretação
das mensagens de Ifá implícito no odus, como também receberão
conhecimento na forma de levar a cabo os sacrifícios e a realização de
rituais.

A 4-fase; de aprendizagem consiste na aprendizagem das preparações


especiais de Ifá para adquirir as transformações.

Estas fases aprendendo, embora mais tarde quando o Isefa é começado


em Egan, Itefa ou Itelodu (ordenação como Babalawo ), os iniciados
continuará a aprender com mais profundidade.
Nestes Ifesas, estas fases iniciais na forma de aprendizagem é a base
fundamental da instrução posterior no que já como Babalawo, afundará
ao máximo a todos os fundamentos de IFÀ.

No Isefa deverá fazer um esforço para dominar o oráculo do OBI


completamente em Abatá com que começará seu real trabalho de
aprendizagem divinatório e com a dedicação em aprender os mistérios
nos fundamentos de Orisas.
Embora nesta parte iniciatica - como nós vímos - a pessoa começa na
instrução do Opele e dos Ikin para a indentificação oraculares, os
iniciados não os podem usar (OPELE E IKIN) que já foram consagrados
em ASÉ para seus estudos.
Porque o uso destes é conferido aos Babalawos.

Então o real desempenho divinatório só estará disponível por meio do


oráculo do Obi Abatá, no qual o iniciado em Isefá (primeira mão) fará um
esforço ao máximo para dominar este sistema divinatório.

O iniciado(a) em Isefá recebe na iniciação uma Mão completa de Ifa.


Também é feito a entrega de um ILEKE (colar) e um Idéfá de Orunmila de
contas ou contas verde e marron, que o identificará como um iniciado(a)
em Ifá., e que o Orisá Iku saberá que o portador é filho de Baba Orunmila.

A pessoa inciada em Isefá, que é o primeiro Asè de Orunmila , e isto


representa o emprendimento de um caminho de crescimento espiritual e
obtendo assegurando todas as regras de Iwa, será provido de uma grande
proteção contra AJOGUN (as forças da injustiça), porque a pessoa
começa a ser protegida por ESÙ ODARA (o Espírito da Transformação
que emana de Olodumare), e para o próprio Orunmila.
Este é um nivel iniciatico de muita responsabilidade porque no mesmo
nascem todos os níveis de aprendizado para o mundo dos mistérios de
Ifá, que levará o ser humano as mais altas hierarquias dentro dos
mistérios oriundos de OLODUNMARE

OBS-A iniciação da mulher no culto à Ifá é único, quando da sua


integração ao culto ela é considerada uma Apetebi Akofá, o que por
direito de sua iniciação ela recebe uma mão de Ifá.

A palavra ou titulo de Apetebi que a mulher recebe ao ingressar no culto,


que quer dizer “Esposa de Orunmila” esta palavra teve origem da própria
boca ou ordem de Orunmila devido a uma passagem que ele teve em
umas de suas viagens indo para o Palácio de Asedo, no caminho
começou a chover muito e ele precisou se refugiar em uma cabana
existente em uma mata local, chegando lá se deparou com uma mulher
que por infelicidade era leprosa, Baba Orunmila a curou e depois de
algum tempo veio a ser esposa dele, união esta que nasceram varias
filhas mulher, que motivou a Orunmila a dar suas filhas em casamentos a
alguns Babalawos, e com uma exigência que essas filhas teriam que ser
chamadas por eles (babalawos) pelo nome de Apetebi, palavra esta que
quer dizer;

Apa-ete-bii =’’A FILHA CUJA MÃE CURAMOS DE LEPRA”

A palavra ou nome de Iya Onifá quer dizer; “A mãe tem Ifá “

Nada é proibido em termos litúrgicos para uma Apetebi, a não ser o


sacerdócio onde ela tem impedimento como olhar Odu no Igbadu, entrar
no local onde ele se encontra, e o mais forte motivo é que mulher não
olha Odu; ) Oro Modi Modi – também conhecido como Odu, aquela que os
sacerdotes de Ifa veneram em segredo, sem a interferência de qualquer
mulher.

Quanto a sua qualificação em títulos tudo depende de sua sabedoria e


dedicação à Orunmila e ao culto de Ifá onde existe vários nomes ou títulos
para uma Apetebi; ; existem as;

- Akapo de Ifa,são as que não é permitido estudar a arte e a prática do Ifa.

-Iyalase, só cuidam do Ifa aprendendo as cantigas e as danças do culto,


mas não possuem um saber mais profundo sobre o Ifa.

-Iyanifá- este titulo é oferecido as Grandes Apetebis que com seus


estudos e dedicação chegam a conhecer Ifá em alto potencial, à elas
nossos devidos respeito por tudo que elas significam dentro do culto.
A EFICÁCIA DA PICIÊNCIA NO IFISMO

Ọrúnmìlá diz que quando ele está com pressa, sua rapidez de ação não é
mais rápida do que o passo com o qual a pequenina formiga ou o ágil
caracol se move. Ele diz que sempre quando ele está se deslocando e
uma árvore cai atrapalhando seu caminho, ele espera pela árvore caída,
até que ela apodreça até o fim antes de ele continuar sua jornada.
Se por outro lado uma pedra bloqueia o seu caminho, ele irá aguardar até
que a folhagem se amontoe até o cume da pedra, até ultrapassá-lo como
uma ponte fornecida pelo amontoado de folhas. Até mesmo quando ele
resolve reagir, não o faz de tal modo diretamente. Ele apela para algumas
das mais agressivas divindades como Èşu, Ògún, Sankpana ou Şàngó,
fazendo sacrifícios para eles e exortando-os a agirem em seu favor.

Ọrúnmìlá diz que se ele reagem muito rapidamente, o fará de tal modo em
três anos e apenas quando sua paciência tiver sido exaurida. Mas quando
ele finalmente decide reagir, o faz sem qualquer piedade.

Ogbe-Suru proporciona a clara ilustração de como Ọrúnmìlá age neste


contexto.

Era uma vez uma princesa residente em Iwo, cuja beleza era de tal modo
cativante que todos os homens não eram considerados qualificados o
bastante para ela. Seu pai, o Ọba de Iwo, tinha sido informado a não
contratar casamento para ela com ninguém exceto com um homem
escolhido por ela mesma. Quando o povo de Ifé ouviu sobre sua fama e
beleza, eles decidiram disputar sua mão em casamento. Ògún foi o
primeiro a fazer uma tentativa. Foi a Iwo e a visão da princesa deslumbrou
o completamente e ele jurou não respeitar nada nem ninguém para
conquistar o seu amor para si.

Quando Ògún declarou seu amor, ela aceitou-o sem nenhuma hesitação.
Entretanto insistiu que ela tinha que morar com seu pretendente na casa
de seu pai, sugestão a qual Ògún prontamente aceitou. Ela o entreteve
primorosamente por sete dias.

No terceiro dia de sua chegada a Iwo, a princesa pediu a Ògún para lhe
contar sobre suas proibições a fim de reduzir-se às chances de atrito
entre eles.
Antes de Ògún deixar Ifé e ir para Iwo, ele tinha sido prevenido a fazer
sacrifício a seu anjo guardião e a Èşu, a fim de retornar de sua missão
com vida para casa. Ògún gabou-se de que antigamente nenhuma batalha
jamais tinha desafiado sua força e valor, e ele não via motivo em fazer
preparação sacrificial alguma quando ele estava indo encontrar uma
mulher. Ele não fez o sacrifício.

Em resposta a pergunta da princesa, Ògún informou-lhe que estava


proibido de óleo do caroço de palma (Adin ou Uden) e menstruação. Em
outras palavras ele é proibido de ver qualquer assento manchado pelo
fluxo menstrual da mulher.

Assim que os sete dias de hospitalidade cessaram, a princesa viu sua


menstruação. Ela então preparou uma refeição com Adin para Ògún
comer. Quando ela entregou a comida para Ògún comer, ela
deliberadamente sentou em sua almofada sem proteger seu fluxo
menstrual.

Quando Ògún se acomodou para saborear a refeição descobriu que a


sopa fora preparada com Adin. Quando ele levantou sua cabeça
furiosamente para procurá-la, viu também que havia fluxo menstrual em
seu assento.

Em fúria Ògún lançou-se para golpeá-la e ela rapidamente correu aos


aposentos de seu pai por socorro. Quando seu pai viu Ògún perseguindo
sua filha, o Ọba usou seu Aşẹ para conjurá-lo a parar e rapidamente
ordenou Ògún a se transfigurar num malho usado pelos ferreiros, o qual
ele é até hoje. Este foi o fim da tentativa de Ògún em conquistar a
princesa de Iwo para sua esposa.

Após esperar em vão pelo retorno de Ògún com a princesa para Ifé, seu
irmão mais novo Osonyin, decidiu seguir para Iwo para uma dupla
missão, a de localizar Ògún e se possível de conquistar a princesa para
si. Antes da partida para Iwo, também foi avisado a ele para fazer
sacrifício para seu anjo guardião e oferecer um bode a Èşu. Ele também
se gabou que como proprietário de todos os remédios diabólicos que
existem, seria degradante para ele fazer algum sacrifício para qualquer
outra divindade. Então ele partiu para Iwo.

Na chegada a Iwo, ele foi rapidamente apresentado à princesa que lhe


concedeu a recepção inicial e hospitalidade a qual ela havia regalado
anteriormente a Ògún. No terceiro dia da chegada de Osonyin ela também
lhe implorou a desvendar quais suas proibições a fim de minimizar os
riscos de atrito. Em resposta, Osonyin quis saber se ela tinha encontrado
Ògún anteriormente. Ela confirmou que sim, mas que devido à recepção
ordinária que ela deu a Ògún, ele também se sentiu ultrajado em retornar
para casa e decidiu buscar uma nova residência distante de Ifé e Iwo.
Numa disposição de bajulação proposital para os encher os olhos de
Osonyin de orgulho, ela lhe contou que o os olhos de Ògún estavam
também desagradáveis, e que o olhar afável de Osonyin lhe era mais
agradável.

Com o que Osonyin foi desarmado e prosseguiu a revelar-lhe o que ele


prescrevia a abstenção, óleo de palma e menstruação. Ela tranqüilizou
Osonyin, como havia feito com Ògún antes dele, que ela meramente fez a
pergunta a fim de prevenir o risco de algum desentendimento entre eles.

Pouco depois do término da lua de mel a princesa ficou menstruada. Ela


então preparou uma sopa grossa com o fino óleo de palma para Osonyin
comer. Ela também foi a sua cama para manchá-la com seu fluxo.

Quando Osonyin estava prestes a iniciar a sua refeição predileta, ele


descobriu que fora preparada com óleo de palma. Então ele abandonou a
comida fazendo-a lembrar que era seu interdito óleo de palma em sua
comida. Ela se desculpou abraçando-o e o atraindo para a cama para
romancear. Mas tão logo ele preste a deitar-se na cama, percebeu o fluxo,
acusou-a de tentar matá-lo.

Quando ele pegou seu bastão para amaldiçoar a princesa, ela novamente
correu para os aposentos de seu pai, e ele paralisou Osonyin com seu
Aşẹ. O Ọba ordenou lhe a se transfigurar em um pote de água, o que ele é
até hoje. Mais uma vez, que assinalou o fim da tentativa de Osonyin em
conquistar a princesa para si.

Após aguardar em vão por Ògún e Osonyin retornarem para casa, o povo
de Ifé encarregou Ọrúnmìlá a ir procurá-los. Então ele convocou seus
Awo para uma consulta oracular e eles lhe disseram que Ògún e Osonyin
não estavam mais. Ele foi advertido de que antes de ir a Iwo, ele deveria
fazer sacrifício para seu Ifá e dar um bode a Èşu. Ele foi prevenido que
muitos maus tratos o aguardavam em Iwo, a menos que ele controlasse
sua mente para nunca exaurir sua paciência até que a mesma realmente
findasse. Ele fez o sacrifício e então partiu para Iwo, depois de dar
satisfações ao ancestral de tudo que ele experimentasse.

Chegando lá, ele começou a dançar no portão da cidade, e as pessoas


reuniram-se para recebê-lo. Conseqüentemente a princesa veio em
seguida e declarou seu amor por ele. Ele retribuiu seu amor e consentiu
em viver com ela na casa de seu pai. Ela ofereceu a hospitalidade usual a
Ọrúnmìlá e acabou perguntando-lhe quais seus interditos. Antes de
consentir em responder essa questão, ele perguntou sobre o paradeiro de
seus irmãos mais velhos, que vieram antes a Iwo para obter sua mão em
casamento. Ela contou a Ọrúnmìlá que o primeiro foi muito agressivo
para o seu gosto, enquanto o segundo foi muito diabólico para o seu
agrado. Foi por este motivo que ela modificou sua proposta e como
resultado de seus desapontamentos decidiram nunca mais pisar em Ifé
novamente ou colocar os pés nas terras Iwo. Ela presumia que eles
tinham ido montar novas casas em outras cidades. Ọrúnmìlá não
acreditou na estória, mas foi o suficiente para deixá-lo em guarda.

Finalmente ele revelou-lhe que seus interditos eram eku, ejá, adié, ewúré
(cabra), bucho de cabra (Oguonziram em Bini e Edu em Yorùbá), epo (óleo
de palma), vinho de palma e menstruação feminina. Casualmente à parte
deste último item, todas as outras comidas por acaso eram gêneros
alimentícios de quem Ọrúnmìlá muito gosta.

Poucos dias depois, a mulher ficou menstruada e preparou uma comida


com eku para Ọrúnmìlá e sentou-se justamente em seu assento de Ifá.
Quando Ọrúnmìlá viu o eku em sua comida, ele perguntou-lhe porque ela
lhe deu aquilo de que ele era proibido. Ela lhe explicou que era porque
não havia carne em casa. Após refletir profundamente, Ọrúnmìlá lhe
disse, que a alma do casamento é o compartilhamento das penas e dos
prazeres mútuos. É por causa do amor a alguém que uma pessoa come o
que lhe é proibido. Porque eu deveria temer a morte quando tenho a
rainha da beleza ao meu lado. Com aquela declaração amorosa, ele a
abraçou e depois de ele ter comido, ela se levantou da onde estava em
seu assento para apanhar os pratos, Ọrúnmìlá então viu que o adorno de
pano branco de seu assento tinha sido manchado com fluxo menstrual.
Novamente ela se desculpou com ele pelo motivo que o fluxo veio
inesperadamente. Ele a perdoou de bom grado e saiu para lavar o tecido
manchado ele mesmo. A princesa ficou confusa.

Uma vez após outra, a mulher deu-lhe tudo do que Ọrúnmìlá tinha lhe dito
ser proibido, mas ele se recusou a perder sua calma. Após exaurir a lista
de gêneros proibidos de Ọrúnmìlá e ele não ter perdido sua calma, a
princesa de Iwo decidiu numa ação de provocação completamente nova,
convidar um amante de fora a vir e visitá-los sob o pretexto de ser um
parente dela. À noite, o amante fez amor com ela ante os vários olhos de
Ọrúnmìlá. Eram exatamente 03 anos após Ọrúnmìlá tinha ido morar com
ela. Na manhã seguinte Ọrúnmìlá mandou vir água para o amante tomar
seu banho. Como ele estava prestes a partir, Ọrúnmìlá sugeriu que ele se
juntasse à mulher para escoltá-lo. Era tempo para sua reação. Assim que
eles se encontraram fora da cidade, ele invocou Èşu para interferir. Èşu
usou sua própria cabeça para formar uma avalanche no caminho, e o
amante que ia na frente recebeu uma pancada no seu pé e caiu. Ao
mesmo tempo Ọrúnmìlá apontou seu Uranke para ele e o transfigurou em
um caracol, o qual ele rapidamente quebrou e usou para purificar o corpo
da mulher da contaminação que ela pegou do intruso. Quando eles
chegaram em casa, a princesa, que ficou muito amedrontada com a
bravura deste pretendente infinitamente paciente, foi até seu pai para
proclamar que ela tinha encontrado o marido e ela consentiria em casar.
Seu pai rapidamente convocou Ọrúnmìlá e sua filha e ambos professaram
que eles estavam dispostos a se tornar marido e mulher. No mês seguinte
ela ficou grávida.
Foi neste estágio que Ọrúnmìlá pediu permissão ao seu sogro para
retornar com sua esposa a sua cidade natal de Ifé. Ele prontamente
atendeu. Na sua chegada em casa em Ifé, ele apresentou as esposa como
“Iya ile Iwo”, significando o produto do meu sofrimento em Iwo. O que é a
Orígem da palavra Yorùbá “Iyawo” a qual significa esposa.

Ọrúnmìlá então compôs uma canção em louvor a perseverança e fez um


banquete de júbilo pelo sucesso de seus mais de três anos de missão em
Iwo. Sua experiência também foi para confirmar uma filosofia de Ifá
fundamental, que se um homem revela suas proibições a sua esposa será
exatamente o que ela irá fazer para ele quando ela tentar destruí-lo. A
pessoa que não tem proibição alguma apenas prolonga sua vida. Este é o
porque de Ọrúnmìlá não ter proibição alguma.
Sob Osa-Etura, Ọrúnmìlá nos ensinará a virtude da prosperidade sem a
vaidade e força sem arrogância. Assim é como Ọrúnmìlá nos ensina a
sermos modestos. Ele comparou a modéstia a ir mais lento, mas
movimentos graciosos do milípede (centopéia) que tem 200 membros.
Normalmente uma criatura com aquele número de membros poderia
correr muito mais do que qualquer outro. Ao contrário, o milípede se
move muito lentamente e com graça.

Quando alguém se encontra em estado de prosperidade, não poderá usá-


lo em detrimento aos outros, mas sim para promover em toda parte bem
estar da humanidade. Ninguém que usa seu poder ou prosperidade para
eliminar o certo e os interesses dos seus próximos terá destruição
esperando-o no apogeu do seu sucesso.

Para ser capaz de aproveitar a força e a prosperidade de alguém


judiciosamente, Ọrúnmìlá diz que alguém poderá sempre apelar para sua
cabeça interior não destruir o exterior de sua cabeça. Ele descreve a
mente como a cabeça no interior e a cabeça física como o lado de fora da
cabeça. É a mente que guia o destino da cabeça e por esta razão o diretor
que sempre deverá ser persuadido a guiar a direção para a qual a cabeça
se move. De fato Ọrúnmìlá diz que ele respeita três grupos de seres
humanos:
A bela mulher e o belo homem que não flertam.

Uma pessoa rica que é humilde e despretensiosa, e...

Um funcionário poderoso que é liberal e equilibrado no exercício de sua


autorídade.
Ìwàpèlè: O conceito de bom caráter no corpo literário de Ifá

O corpo literário de Ifá é uma importante fonte de informações sobre o


sistema de crença e valores Yorùbás. Como porta voz de outras
divindades, Ifá é depositário de todos os mitos e dogmas morais das
outras divindades. O Povo Yorùbá crê que Òrúnmìlá estava presente
quando Olódùmarè(Deus todo poderoso) criou o céu e a terra. Portanto,
Ifá conhece a história do céu e da terra e domina as leis físicas e morais
com as quais Olódùmarè governa o universo. Por isso Òrúnmìlá é tido
como sábio conselheiro, historiador e tutor da sabedoria divina. Por isso,
entre seus nomes de honra está:

Akónilóran bí ìyekan eni,


Ogbón ile ayé,
Òpìtàn ilè ifè

Aquele que ensina alguém com sabedoria, como se fosse de sua família
A sabedoria da Terra, O historiador da terra de Ifè.
Os importantes conceitos filosóficos personificados no corpo literário de
Ifá incluem o conceito de Orí (cabeça espiritual ou interior), ebo
(sacrifício) e Ìwàpèlè (bom caráter). Esses três conceitos são muito
relacionados e complementares entre si. Orí é a essência da sorte e a
mais importante força responsável pelo sucesso ou fracasso humano.
Além disso, Orí é a divindade pessoal que governa a vida e se comunica,
em prol do indivíduo, com as demais divindades. Qualquer coisa que não
tenha sido sancionada pelo Orí de uma pessoa, não pode ser aprovado
pelas divindades. Isso que quer dizer a declaração encontrada em
Ògúndá Méjì:

Orí, pèlé,
Atèténíran;
Atètègbenikòòsà
Kò sóòsa tíí dá ‘ níí gbè léyìn orí eni
(Orí, o saúdo Você que sempre abençoa rapidamente os seus.
Você, que abençoa o homem antes de qualquer divindade, Nenhuma
divindade abençoa uma pessoa sem o conhecimento de seu Orí) .
Ebo (sacrifício) é uma forma de comunicação simbólica e ritual entre
todas as forças do universo. Os Yorùbá acreditam que, além do próprio
homem, existem duas grandes forças em oposição no universo, uma
benevolente para com os seres humanos e outra hostil. As forças
benevolentes são, coletivamente, conhecidas como ìbo (as divindades), e
as malévolas são conhecidas como ajogun4 (guerreiros opositores ao
homem). As àjé (as bruxas) estão também em aliança com os ajogun para
a destruição do homem e de sua obra. Os humanos necessitam oferecer
sacrifício às duas forças para sobreviver. O homem necessita oferecer
sacrifício às forças benéficas para continuar gozando de seu apoio e
bênçãos. Necessita também oferecer sacrifício aos ajogun e às àjé com o
objetivo de não encontrar sua oposição quando estiver prestes a realizar
algum projeto importante.
A divindade que age como mediador entre as três partes mencionadas
acima é Èsù, que partilha um pouco dos atributos das forças benéficas e
malévolas. É o policial do universo. Além disso, é imparcial, uma vez que
só irá dar apoio ao homem ou divindade que tenha feito sacrifício. Isso é
o que quer dizer a afirmação: eni ó rúbo l Èsùú gbè. Uma vez recebido o
sacrifício prescrito, ele proibirá os ajogun de prejudicar o suplicante. Èsù
é o guardião do àse, autoridade e o poder divino com os quais Olódùmarè
criou o universo. Èsù é, consequentemente, o verdadeiro administrador
do universo, o princípio da ordem e da harmonia e agente da
reconciliação. Sua esposa, Agbèrù, recebe todos os sacrifícios em seu
nome. Após tirar sua parte de aárùún (cinco búzios) e um pouco de todos
os outros materiais oferecidos em sacrifício. Èsù leva as oferendas para
as divindades ou os ajogun envolvidos. O efeito é, normalmente, a
restauração da paz e a reconciliação entre as partes conflituosas.
Uma questão emerge imediatamente quando analisamos o que foi dito até
agora. Qual o papel reservado aos seres humanos no universo Yorùbá,
onde o indivíduo não pode agir de forma independente de seu Orí e está à
mercê de dois poderosos conjuntos de forças sobrenaturais aos quais ele
deve oferecer sacrifícios incessantemente para poder sobreviver. O
indivíduo realmente importa em tal sistema? É aí que o conceito de
Ìwàpèlè entra. Juntamente com um conjunto de princípios menores
como àyà e esè, o princípio de Ìwàpèlè, em certo grau, liberta o homem
dessa estrutura de universo autoritária e hierárquica e, de qualquer forma,
provém a ele com um conjunto de princípios com os qual regulam sua
vida, com o intuito de evitar colisões com os poderes sobrenaturais e
com seus companheiros humanos. Segue-se uma pequena descrição e
interpretação do princípio de Ìwà relacionado com os as crenças dos
Yorùbás já citadas acima.
A palavra Ìwà é formada a partir da raiz verbal wà (ser ou existir)
adicionada do prefixo deverbativo “i”. O sentido original de Ìwà pode,
então, ser interpretado como “o fato de ser, viver ou existir”. Assim,
quando Ifá fala de;
Ire owó
Ire omo
Ire àikú parí ìwà, O significado de ìwà nesse contexto é exatamente o
referido acima.
Tenho a impressão de que o outro significado de ìwà (caráter,
comportamento moral) é originário da utilização idiomática deste sentido
léxico original. Se este for o caso, ìwà (caráter) é, portanto, a essência de
ser. O ìwà de um ser humano pode ser usado para caracterizar sua vida,
especialmente em termos éticos.
Além disso, a palavra ìwà (caráter) pode ser usada para se referir a
ambos, bom e mau
caráter. Para exemplificar de forma declarativa, alguém poderia dizer:
Ìwà okùnrin náà kò dára
O caráter do homem não é bom.
Ìwà okurin náàá dára
O caráter do homem é bom.
Mas, às vezes, a palavra ìwà pode ser usada para se referir unicamente ao
bom caráter.
Obìnrin náàá ní ìwà
A mulher tem bom caráter.
Pode-se dizer também:
1- Ìwà pèlè (caráter bom, ou manso)
2- Ìwà búburú (mau caráter)

Este estudo é sobre Ìwàpèlè, que pode ser traduzido como caráter manso,
gentil, ou, em um sentido amplo, bom caráter.
Como mencionado acima, ìwà é tido como um dos muitos objetivos da
existência humana para o Yorùbá. Todo indivíduo deve empenhar-se para
ter Ìwàpèlè, com o objetivo se ser capaz de ter uma boa vida num sistema
dominado por muitos poderes sobrenaturais e numa sociedade
controlada pela hierarquia nas autoridades. O homem que possui ìwàpele
não colidirá com nenhum dos poderes, sejam humanos ou sobrenaturais
e, desta forma, viver em completa harmonia com as forcas que governam
tal universo.
É por isso que o Yorùbá tem Ìwàpèlè como o mais importante de todos os
valores morais e o maior de todos os atributos de qualquer homem. A
essência da prática da religião para o Yorùbá consiste, assim, em
empenhar-se em cultivar Ìwàpèlè. Isso é o que quer dizer o ditado:
Ìwà Lèsin
(Ìwà é um outro nome para a devoção religiosa)
No corpo literário de Ifá, ìwà é representada por uma mulher. Ogbè Alárá,
um dos Odù Ifá menores diz que Ìwà era uma mulher de máxima beleza
com a qual Òrúnmìlá se casou, após ela já ter se separado de diversas
outras divindades. Apesar de sua beleza, Ìwà não tinha um bom
comportamento. Ela tinha péssimos hábitos e uma língua incontrolável.
Além disso, era preguiçosa e sempre fugia de suas responsabilidades.
Após eles estarem casados há algum tempo, Òrúnmìlá já não podia mais
tolerar seus maus costumes. Assim, ele a mandou embora. Porém, quase
imediatamente após ela sair de casa, ele se deu conta de que não poderia
viver sem ela. Perdeu o respeito de seus vizinhos e foi desprezado por
sua comunidade. Além disso, todos os seus clientes o abandonaram e a
prática da divinação não gerava mais lucros. Faltava-lhe dinheiro para
gastar, roupas para vestir e outros utensílios necessários para que
vivesse uma vida boa e nobre.
Òrúnmìlá, então colocou sua roupa de Egúngún e saiu em busca de Ìwà.
Ele visitou as casas dos dezesseis mais importantes chefes do culto à Ifá,
porém não encontrou sua esposa. Ele permaneceu do lado de fora da
casa de cada um dos chefes e cantou a seguinte canção:
Sabedoria da mente, sacerdote de Ifá da casa de Alárá
Consultou Ifá para Alárá,
Apelidado de Ejì Òsá,
Descendente daqueles que usam bastões de ferro para fazer trinta
gongos.
Grande compreensão, sacerdote de Ifá de Ajerò
Consultou Ifá para Ajerò,
Descendente do homem valente que se recusa completamente a entrar
em uma briga.
Onde você viu Ìwà, me diga
Ìwà, Ìwà, é a você que estou buscando.
Se você tem dinheiro,
Mas não tem um bom caráter,
O dinheiro pertence a outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém tem filhos,
Mas lhe falta com caráter,
Seus filhos pertencem a outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém possui uma casa
Mas lhe falta bom caráter,
Sua casa pertence a outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém tem roupas,
Mas lhe falta bom caráter
Suas roupas pertencem a outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Todas as boas coisas da vida, que um homem tiver,
Se lhe falta bom caráter,
Pertencem a outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Após uma longa busca, Òrúnmìlá encontrou Ìwà na casa de Olójo que
havia desposado ela novamente. Quando chegou à casa de Olójo, ele
cantou a mesma cantiga e Olójo veio para o lado de fora para encontrá-lo.
Òrúnmìlá disse a ele que estava em busca de Ìwà, sua esposa, que o
havia abandonado. Olójo se recusou a devolvê-la para Òrúnmìlá e uma
disputa seguiu-se, na qual Òrúnmìlá atingiu Olójo com a pata de uma
cabra com a qual havia feito sacrifício antes de sair de casa. O impacto
jogou Olójo a muitas milhas de distância. Òrúnmìlá, então, pegou sua
esposa de volta, em paz. A história sobre ìwà contada acima é importante
por diversas razões. Em primeiro lugar, é digna de nota que o símbolo de
bom caráter seja uma mulher. No folclore Yorùbá, a mulher representa os
dois lados opostos do envolvimento emocional. As mulheres são símbolo
do amor, cuidado, devoção, suavidade e beleza. Ao mesmo tempo são
especialmente as bruxas, símbolo da maldade, do endurecimento,
desfaçatez e deslealdade. Uma vez que ìwà é um atributo que pode ser
tanto mau como bom (conforme explicado acima) somente as mulheres,
às quais os Yorùbá já atribuem tal visão moral estereotipada, podem ser
usadas como símbolo de ìwà. Usando tal símbolo, o que Ifá quer que
entendamos é que todo indivíduo deve tomar cuidado com seu caráter
como toma conta de sua esposa. Assim como uma esposa pode ser um
fardo para seu marido, um bom caráter pode ser um fardo para o justo e
fiel, porém estes nunca devem se esquivar de sua responsabilidade. As
mulheres podem ser tidas como bruxas e mentirosas, porém o Yorùbá
sabe que sem elas a sociedade humana não pode sobreviver. Da mesma
forma, o bom caráter pode ser difícil de possuir como atributo, porém se
ninguém o tivesse, o mundo seria um
lugar muito difícil de viver.
Em segundo lugar, é importante notar também que a própria Ìwà, é uma
mulher que lhe falta um bom caráter e que se permite péssimos hábitos.
Isso significa que um homem que aspire ter bom caráter deve estar
preparado para suportar aquilo que os Yorùbá chamam de ègbin( coisa
suja ou indecente). O homem que aspire ter bom caráter deve saber que
algumas vezes se encontrará em situações desagradáveis, as quais
ofenderam seu senso de dignidade e de decência. Ainda assim ele não
deve se afastar do caminho do bom caráter sob pena de perder a própria
essência e o valor da vida.
O verso de Ifá citado acima compara ìwà com outras coisas valiosas que
o homem também aspira conquistar – dinheiro, filhos, casas e roupas. Ifá
posiciona ìwà acima de todas essas coisas de valor. Um homem que
possua todas essas coisas, mas que não tem ìwà as perderá rapidamente,
provavelmente, para outro que tenha ìwà e que sabia cuidar de tudo isso.
Ìwà é, portanto, o mais valioso bem entre tudo aquilo que é valioso no
sistema de valores Yorùbá.
Outro verso de Ifá sobre ìwà, citado pelo Sr. Modupe Alade, em sua
moradia, no Egbé Ijinlè Yorùbá (Sociedade Cultural Yorùbá ), Lagos, em
31 de agosto de 1967 e publicado na revista de cultura Yorùbá, Olókun7,
nº8, de agosto de 1969, se diferencia em alguns detalhes signficantes do
visto anteriormente. O seguinte é extraído desse poema:
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá8 e batermos com ele numa
cabaça,
Vamos saudar Ìwà
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa
cabaça,
Vamos saudar Ìwà
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa
pedra,
Vamos saudar Ìwà
Ifá foi consultado para Orunmilá,
Quando nosso pai ia se casar com Ìwà.
Primeira vez que Òrúnmìlá casava com uma mulher,
Ìwà foi com quem ele casou,
Ìwà mesma
Era filha de Sùúrù (paciência).
Quando Òrúnmìlá propôs casamento a Ìwà,
Ela disse que estava de acordo.
Ela disse que se casaria com ele.
Mas que havia uma coisa que ele deveria observar.
Ninguém deveria mandá-la embora de seu lar nupcial.
Mas ela não deveria ser usada de forma descuidada, como alguém usa a
água da chuva.
Ninguém deveria puni-la desnecessariamente...
Òrúnmìlá exclamou: Deus não permita que eu faça tal coisa.
Ele disse que cuidaria dela.
IKOMOJADE

APRESENTAÇÃO DA CRIANÇA NA SOCIEDADE YORUBA

Na sociedade Yoruba, quando um casal tem um filho os dois, a mãe e o


bebê devem permanecer confinados em um quarto até que a criança
receba um nome. Para os meninos até o nono dia, para as meninas até no
sétimo dia e para os gêmeos no máximo até o oitavo dia. No terceiro dia
do nascimento, o pai da criança chama um Babalawo, que fará o jogo
ritual, ( Akosèjaye ).

Esse jogo vai indagar sobre o odu que revelará o futuro da criança.
Também serão conhecidos nesse dia os (ewo), as interdições que a
criança deverá seguir para que sua vida seja feliz. Se o odu que aparecer
nessa consulta tem aspectos negativos e o Babalawo vê um futuro ruim,
devera ser realizado um ébó para afastar e neutralizar essa possibilidade
negativa.

O Babalawo ao jogar deverá ver se o Odu Opolé esta em Ire ou Osogbo


respectivamente ( positivo ou negativo ), se positivo (Ire) fazer o ébó
prescrito, se negativo (Osogbo) além do ébó prescrito fazer as oferendas
necessárias imediatamente, e jogar novamente pra ver se o odu aceitou e
mudara o destino da criança, imediatamente conscientizará os pais do
problema e os ewo assim como os ébó que deverão ser feitos sempre que
a criança precisar.

No caso da criança ser um Abiku **, o fato já esta esclarecido pelos


problemas que a mãe enfrentou durante a gravides e o nascimento por si
só já é a primeira vitória do Babalawo que cuidou da mãe até esse
momento.

IKOMOJADE

Ao decidir o Batismo ( Ikomojade) segundo o rito Yoruba os pais devem


seguir fielmente os ditames de Ifa, que nem sempre são fáceis de seguir,
na medida do possível é importante que o casal tenha casa própria ou um
local onde seja reservado um canto para ser plantada uma árvore.

Se o casal não possuir ainda casa própria o assentamento poderá ser


feito na casa dos avós, e a árvore de preferencia será um a fruteira,
grande e copada, onde será ``assentado´´ o umbigo do recém-nascido, é
importante também preparar o material necessário para tal cerimonia, é
imprescindível que o medico seja avisado e esteja acordado com ele para
que facilite a obtenção da placenta que envolveu a criança, é de
fundamental importância que a placenta venha junto com a criança, para
que o ``assentamento´´ seja feito.

ORUKÓ
Dar o nome

No dia marcado, a criança estará sob a guarda de uma anciã da família,


possivelmente a avó paterna ou materna. O nome que a criança receberá
geralmente tem origem na circunstancia do seu nascimento Amutoruwa
(nome trazido ao nascer).

Entre os tipos de nomes que indicam as características da criança, temos


por exemplo: sendo gêmeos, Taiwo ( experimentar a vida), que pode ser o
primeiro a nascer, e Kéhinde (ultimo a nascer), no caso de uma mulher
bem madura, Ilori, é o nome que é dado a criança, Ige (para a criança que
nasce primeiro com os pés para fora ao invés da cabeça), Babatunde, se a
criança nasce logo após o passamento do avô e Yiapó se nascer logo
após a morte da avó, se for um caso de Abiku, um dos nomes poderá ser
Igi, ou Dada (para aqueles que nascem com cabelos encaracolados),
Olugbodi (para aqueles que nascem com seis dedos). Babarimisa (será o
nome daquele cujo pai morreu sem ver a criança nascer).

O PRIMEIRO NOME

O Oruko-abiso

ORUKO-ABISO é o nome que após o Babalawo realizar o estudo da


historia da família será dado a criança, tais como, a ancestralidade, o
Orisa cultuado e a profissão.
Se a família cultua Ogun o Orisa que preside a sociedade dos ferreiros,
caçadores e agricultores, e o pai é ferreiro o primeiro nome
obrigatoriamente mostrara este compromisso, Ex: Ogundola (Ogun
trouxe prosperidade), Agbédédola (a forja trouxe prosperidade), Odedola
(a caça trouxe prosperidade).

O primeiro nome Yoruba é em geral uma associação de duas palavras.


Vejamos o nome Ogundola: Ogun + Dola, o que significa Ogun +
prosperidade, literalmente Ogun trouxe a prosperidade, que
acompanhado do Oriki-Orilé, faz referencia à linhagem da criança.

O segundo nome que também pode ser uma associação de dois fala da
linhagem familiar Ex: 1ºOgun + 2ºDola + 3ºBaba + 4ºLola. Temos então:

1º Ogun – O Orisa que será cultuado pela criança.


2º Dola – O Orisa trouxe a prosperidade.
3º Baba – O pai da criança.
4º Lola – A Honra.

Literalmente o nome deve ser lido da seguinte maneira: Ogun trouxe a


prosperidade e a honra, aos pais e a família.
OBS: *Na cultura Yoruba diferentemente da cultura Afro-Brasileira, o culto
do Orisa Odé esta intrisicamente ligado ao culto de Ogun, daí o nome
Odedola ser dado ao filho de uma pessoa que cultua Ogun. Conforme
podemos ver no Ijala Odé, Ogun é o Rei dos Caçadores ou o (OLODÈ).

MATERIAIS;

Para que a cerimônia seja feita, á uma série de materiais que deverão ser
providenciados :

1 – Epo Pupa
2 – Atare
3 – Obi
4 – Orogbo
5 – Eja
6 – Omi Tutu
7 – Oti
8 – Oin
9 – Io
10 – Ebo
11 – Efun
12 – Aró
13 – Osun
14 – Égan
15 – Iya gbe
16 – Kawuri
17 - Ireke

Cada um desses materiais no momento certo será encostado na testa da


criança e os líquidos em seus lábios, sendo que os que não podem ser
dados à criança serão dados à mãe. Cada um desses materiais tem ASE
propiciatório próprio que serão proclamadas através de cânticos e rezas
nos momentos em que são apresentados a criança durante a cerimônia.

Antes de se começar o `` Ikomojade ´´ temos que fazer a oferenda


prescrita a ESU, para que ele presencie e seja amigo da criança que
recebera o nome neste dia, logo ao terminar a oferenda de ESU. O local
onde será realizado deve ser preparado, além das folhas que vão ser
jogadas é importante ter areia de praia limpa cobrindo o chão, ai então a
anciã pega a criança e senta-se no meio da sala, as pessoas que
participarão sentam-se em volta, a Iya Égbé traz, água fresca ( Omi Tutu )
e milho de canjica branca cozido ( Ebo ), e todos cantam a reza a seguir:

E omode kékéré ényin E ! as crianças pequenas


ényin nse idi kan nla estão fazendo coisas grandes
enyín nse idi kan nla estão fazendo coisas grandes
kawa fun nwon lasé o Nós damos asé a vocês
Awa nse idi kan nla Nós fazemos as coisas grandes
E omode kekere, ényin E ! . . . . . .
Awa nse idi kan nla
Kawa fun nwon lásé o
Awa nse idi kan nla

Obs.: Na frase ( Kawa fun nwon lasé o ) a palavra deve ser mudada na
medida em que o material vai sendo apresentado à criança ou à mãe.

Ex: kawa fun nwon lasé ``obi´´ o.

A Iya Égbé vai jogando o Ebo pela casa toda, inclusive telhado, pedindo
que a calma esteja na casa, em seguida joga água em toda a casa para
refrescar e apaziguar todas a pessoas que estejam presentes na casa.

O INICIO DA CERIMÔNIA

Todos estão prontos para o início do Ikomojade. A mãe com a criança no


colo e as pessoas mais velhas sentadas ao lado, no chão em uma esteira
nova estão depositados os materiais para a oferenda. O Babalawo vai
oferecendo a cabeça da criança os materiais da oferenda e para cada um
canta ou reza :
(Yoruba)

Omi :

Omi ni nmu aye toro,


Oun ni a nlo fun gbogbo nka laye,
Omi ko ni pá é lori.
Omi ko si ni gbe é lo,
Bi omi ba balé,
Omi a lepa, wa lepa owo, óla, omo.
A ki nba omi sóta,
Ki a bori,
Wa bori ota ré o,
Omi ni npa ina,
Wa pana oke isoro aye.
(Português)

Água:

É a água que faz a vida se acalmar,


È a água que se usa para tudo na terra,
A água não enganará você.
A água não vai provocar sua morte.
Quando a água cai na terra,
Ela marca a terra e,
assim sua vida será marcada.
Pelo dinheiro, prosperidade e filhos.
Ninguém é inimigo da água,
Ninguém vence a água.
Sua cabeça vencera seus inimigos.
A água apaga o calor do fogo.
Você vencerá as dificuldades da vida.

Yoruba

Oyin;

(Diga o nome da criança) Oyin ni yi o.


Ki aye re dun titi bi oyin
Dindun didin ni a maa nba afara oyin.
Aye ré yio maa dun,
A ko ni ri oun ibajé ni ile aye ré.

(Português)

Mel;

(Diga o nome da criança) Aqui está o mel,


A sua vida será eternamente doce,
O favo de mel esta sempre doce,
A sua vida será sempre doce,
Você vencerá as dificuldades na sua vida.

(Yoruba)

Epo;

Epo ni yi,
Asodéró ni,
Aye ré yo lóró,
Wa ni ofo sowo.
Sayo, ati si alafia.
(Português)
Azeite de dendê:
Veja o azeite de dendê
È ele que acalma as coisas,
Sua vida será calma,
Você terá a harmonia e o dinheiro,
a prosperidade, felicidade e saúde.

(Yoruba)

Iyo;

Iyo niyi,
lyo ki nba nkan jé,
O ntun nkan se ni,
O ni si ni idi bajé bajé,
Iyo ki de inu ounje ki o ma dun,
Bi o tise de si arin awon obi re yi,
Aye won a dun.
Won o mo e si ola,
Won o mo e si ire,
Afekari aye ni a nfe iyo,
Teru tomo yoo fe o kari aye.

Português

Sal;

Aqui está o sal,


O sal não estraga as coisas,
ele conserva as coisas
você não estará no local onde
se estragam as coisas,
quando o sal chega em uma comida,
Ela se torna saborosa,
Agora que você chegou na vida de seus pais,
A vida deles será dócil e terá sabor,
Eles terão você como aquele que traz prosperidade,
Eles terão você como aquele que trás o bem estar,
toda humanidade aceita e gosta do sal,
Toda a humanidade aceitara e gostara de ti.

Yoruba

Ireke:

Ki aye re ni adun,
Ki aye re ni ayo.
Ki aye re ni ola.
Português
Cana de açúcar:
Para que sua vida seja doce,
Para que sua vida tenha felicidade,
Para que sua vida tenha prosperidade.

Yoruba

Obi:

Nome da criança
Obi ni yi o o,
Obi ni nbe iku,
Obi ni nbe arun,
Obi ni nbe ejo,
Oun na ni nbe ota,
A ba e, e gbogbo ohun buruku ile aye.

Português

Obi:

Nome da criança
Aqui esta o obi,
E o obi que aplaca a morte,
E o obi que aplaca a doença,
E o obi que aplaca a intriga,
E ele mesmo que aplaca inimigos e perseguições,
Ele aplaca todo mal que existe no mundo.

Yoruba

Orogbo;

Orogbo re o,
nome da criança
Orogbo ni ngbo eni saye,
Wa gbo, wa to laye,
Ki o to lo si ibi ti gba nre,
Aye o ni se é ni Abiku fun awo obi re.

Português

Orogbo;

Aqui esta o orogbo


nome da criança
E o orogbo que trás vida longa,
Você terá uma vida longa,
Antes de você ir para o local onde os anciãos vão.
Os seres humanos não farão de você um Abiku para
seus pais (eles não tirarão sua vida com feitiço).

Yoruba
Atare;

Atare re o,
Atare ki ndi tire labo,
Odindi ni atare ndi tire,
O ko ni di tire labo,
Opolopo omo ni atare ni,
Wa lomo lopo,
Wa lowo lopo,
Wa ni alafia lopo,
Wa ni ohun gbogbo lopo.

Português

Atare;

Aqui esta o atare.


A semente que ela carrega não vem pela metade,
Ela vem completa de semente,
Tudo na vida não será pela metade,
O atare sempre tem muitas sementes,
Você terá muitos filhos,
Você terá muita prosperidade,
Você terá muita saúde,
Você terá muito de tudo.
Como atare tem muitas sementes.

Yoruba

Eja;

Ori leja fi nla bu,


Eja ni nbori omi,
lwo (nome da criança)
O maa bori isoro iwaju re.

Português

Peixe;

E com a cabeça que o peixe atravessa,


As profundezas das águas,
E o peixe que supera a água,
Você (nome da criança) vai superar todas as dificuldades
que irão aparecer no seu caminho.

Yoruba

Ilé;
A o gbe omo, ao fi ese omo naa te ile,
A o wa wure bayi pe,
Ile ree o,
ile ogere,
Ile ni a nte ki a to te omi,
A ki nbinu ile ki a maa te,
Bi o ba nrin nile ki omo araye ma binu re,
A ki nbale sowo ki a padanu,
Gbogbo ohun ti o ba dawole lori,
Ile aye yi,
ko ni padanu.

Português

Terra;

Pegam a criança e colocam seu pe sobre a terra,


iniciando a recitação, fala para a criança.
Aqui esta a terra,
A terra que esta espalhada pelo universo,
Que e nela que se pisa primeiramente,
Antes de pisar na água,
Ninguém que tenha ódio da terra,
Priva-se de pisar nela.
Quando você anda sobre a terra,
Que os seres humanos não tenham ódio de ti.

Todos que fazem negócios com a terra lucram com ela,


tudo que você propor a fazer na sua vida,
Não será em vão, você lucrara na vida.
Todos Esses elementos trazem tudo de bom que se espera para uma vida
bem aventurada. O obi e utilizado na cerimonia para proteger a criança da
doença e da morte prematura. Atare serve para vencer os inimigos e os
obstáculos que irão surgir ao longo da vida. Outra imagem relacionada ao
atare e a deste estar sempre repleto de sementes no seu interior,
representando a fertilidade na vida adulta. O sal, que e usado na
conservação dos alimentos, e voto de longevidade.
A cana-de-açúcar, por ser sempre doce, e usada com sentido similar ao
mel de atrair uma vida dócil. Orogbo também e um símbolo de
longevidade. A água simboliza uma vida plácida e sem atribuições.
O álcool normalmente e usado junto com o atare, e acredita-se que seja
capaz de conduzir a uma outra dimensão, onde as preces tem muito mais
força. A terra representa a relação do homem com a fertilidade, assim é
usada para tornar o indivíduo importante e produtivo como a terra.

Por fim e fixado o nome da criança por meio de uma longa recitação, que
pede por sucesso, saúde e felicidade. A cerimonia acaba em uma grande
festividade, com comida, dança, bebidas e declamações das cantigas da
divindade tutelar da família. No caso de Ogun, a recitação é do tipo Ijala.
Durante esses atos considerados como acontecimentos de jubilo,
existem momentos precisos nos quais pessoas especialmente
designadas entoam cânticos do Ijala.

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