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ITEPA BIBLE COLLEGE

CURSO LIVRE DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

Ivan Carlos de Araújo

Biografia de Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino


Trabalha final de filosofia da religião

Turma 4°feira
Prof. Adson belo

São Paulo
03/2023
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Sumário

Introdução....................................................................................................................................3
O Santo Agostinho...................................................................................................................... 5
Formação..................................................................................................................................... 5
Conversão ao catolicismo.............................................................................................................6
Obras e pensamentos..................................................................................................................6
Filosofia de Santo Agostinho........................................................................................................7
Patrística......................................................................................................................................7
Obras de Santo Agostinho............................................................................................................7
Lições para nós.............................................................................................................................8
O Tomás de Aquino..................................................................................................................... 8
O pensamento de Tomás de Aquino......................................................................................... 9
Principais ideias de São Tomás de Aquino...............................................................................9
Ética, Verdade única e Direitos............................................................................................10
Considerações finais...................................................................................................................11
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3. Introdução

Santo Agostinho
Quem foi Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho? foi um bispo e um dos doutores da
igreja católica, um dos primeiros a fundamentar os princípios dogmas e teorias da
teológica do cristianismo, foi uma das filosofias da filosofia patrística, e responsável por
criar esse embasamento com filosofia crista.

Tomás de Aquino
Tomás de Aquino foi um padre católico e discípulo do grande escolástico Alberto
Magno. Ele auxiliou na reintrodução da filosofia aristotélica no pensamento europeu e
atualizou a teologia cristã junto à filosofia medieval, tendo escrito sobre os conflitos
entre fé e razão existentes no período. Aquino é o maior representante da Escolástica,
pensamento desenvolvido em um momento de expansão e grande domínio católico na
Europa. Havia, no século XIII, uma iminente necessidade de formação de novos líderes
religiosos, o que impulsionou a formação de escolas e universidades cristãs para a
formação de novos sacerdotes para a Idade Média. As universidades mais antigas do
mundo datam dessa época. Tomás de Aquino formou-se e lecionou em universidades
cristãs desse período."
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O Santo Agostinho

Nascido em Tagaste na cidade de Numidia, no território atualmente composto pela


Argélia norte da África, na época sob domínio do império romano. na infância ele foi
educado em latim e, aos 11 anos, acabou levado a uma escola a cerca de 30 quilômetros
de sua cidade

Formação

Quando Santo Agostinho início seus estudos em tangaste, em seguida, foi para madura,
onde inicio seu estudo de logica, filosofia e retórica Tornou se um grande professor de
retorica sendo reconhecido no império romano. Agostinho aproximou-se do
maniqueísmo, doutrina religiosa com base sincrética (crista e pagã, advinda do
zoroastrismo), que enxergava um dualismo moral no mundo, o qual seria dividido
apenas entre duas forças em equilíbrio: o bem e o mal. Além disso, agostinho
aproximou-se de doutrinas filosóficas, grega antiga, como hedonismo e o ceticismo.

Mulheres e filho de Agostinho

Em 373, Agostinho teve seu primeiro filho aos 18 anos de idade. Seu nome era
Adeodato fruto de um romance com uma Cartaginense. Mantendo um relacionamento
por 13 anos, a igreja considerava um ato pecaminoso. Ao se separar dela agostinho teve
relacionamento com outras mulheres. O Agostinho adolescente levou a obsessão pelas
meninas a um nível estratosférico. Já por volta dos seus 16 anos, “o frenesi tomou conta
de mim e me rendi por completo à luxúria”, conta ele mesmo. A obsessão cresceu com a
idade: Agostinho continuou lutando contra os descontroles do seu apetite sexual até bem
depois dos 30 anos. Ainda como estudante, ele foi viver com uma amante com quem
permaneceu durante quase uma década, sem nunca assumir com ela um relacionamento
sério.
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Conversão ao catolicismo

Diz a sua história que o santo, em um dia de muita angústia, recebeu a visita de um ser
iluminado, provavelmente um anjo, que o entregou um livro e ordenou-o: “Toma e lê!”.
Agostinho obedeceu-o, e, a partir daquele momento restaurador, cederia ao cristianismo
como religião. Após esse episódio, o Bispo Ambrósio batizou Agostinho e Adeodato.
Pouco tempo depois, seu filho morreu. Não bastasse o sofrimento pela morte do filho,
Agostinho enfrentou também a morte da mãe pouco tempo depois. Insatisfeito com as
respostas que o maniqueísmo oferecia, Agostinho resolveu abandonar a doutrina e seu
lugar é temporariamente preenchido por um profundo ceticismo. Em 386 procura
Ambrósio, o poderoso bispo do Império, em busca de uma colocação oficial como
professor. Em vez disso, encontra respostas para algumas das suas dúvidas. Passa a
assistir os sermões de Ambrósio, inspirados, sobretudo, no Antigo Testamento.
Finalmente, a influência de Santo Ambrósio foi decisiva para convertê-lo ao
Cristianismo. Em 387, Agostinho e Adeodato são batizados. No ano seguinte, retorna
definitivamente para Tagaste, onde se dedica à vida monástica, vende a propriedade
deixada pelo pai e distribui o dinheiro entre os pobres. Conserva apenas uma pequena
porção de terra, onde, ao lado dos amigos Alípio e Ovídio, funda o primeiro mosteiro
agostiniano. Em 391, é sagrado sacerdote em Hipona, região provinciana do Império
Romano. Em 396 é sagrado bispo auxiliar de Hipona, onde se tornou um dos pilares da
teologia católica.

Obras e pensamentos

Entre 397 e 398, Agostinho se dedica a escrever “Confissões”, em que narra a


juventude e sua conversão, onde revela os caminhos da fé em meio às angústias do
mundo. O livro é uma autobiografia que também imprime o seu pensamento filosófico.
Cria a noção de espaço interior como campo da verdade essencial do homem: “A
verdade e Deus devem ser buscados na alma, e não no mundo exterior” Em 413
começa a obra “A Cidade de Deus”, escrita para consolar os cristãos após Roma ser
saqueada pelos bárbaros visigodos, em 410. Na obra, Santo Agostinho apresenta a
defesa do cristianismo e convida seus contemporâneos a compreender o sentido
profundo da história. Já não se trata de um reino de Deus que sucede à vida terrena. A
cidade de Deus e a dos homens coexistem: a primeira, antes simbolizada por Jerusalém,
é agora a comunidade dos cristãos. A cidade dos homens tem poderes políticos, moral, e
existências próprias. “As duas cidades permanecerão lado a lado até o fim dos tempos,
mas depois a divina triunfará, para participar da eternidade”. Deixou uma obra
fundamental para a doutrina da igreja católica, que foi registrada em tratados filosóficos,
teológicos, comentários, sermões e cartas. Exerceu grande influência em várias áreas do
conhecimento. Santo Agostinho teve papel importante na fixação da hierarquia na Igreja
Católica e fez a síntese entre a filosofia grega e o pensamento cristão. Fixou a ideia da
vida interior do homem como o palco essencial da construção da identidade. Santo
Agostinho faleceu em Hipona, África, no dia 28 de agosto de 430. Santo Agostinho foi
canonizado por aclamação popular, e reconhecido como Doutor da Igreja, em 1292,
pelo papa Bonifácio VIII.
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Filosofia de Santo Agostinho

A filosofia de Agostinho em poucas palavras, pois ele tratou sobre os mais variados
temas ao defender as primeiras bases teológicas do cristianismo. Agostinho escreveu,
por exemplo, sobre o tempo. No entanto, há a possibilidade deixada pelo livre arbítrio
de que o homem se afaste do bem e vá em direção ao mal. Deus seria o bem e a
distância de Deus seria o mal, o caminho oposto à iluminação divina Além do tempo e
de outros assuntos importantes para a filosofia e para a Igreja Católica, Agostinho
escreveu sobre o bem e o mal. Na visão do filósofo, ao tentar-se resolver o antigo
paradoxo da onipotência e da suprema benevolência de Deus sobre o mal, afirma-se que
Deus é o supremo bem e o único caminho possível para o bem. Algo que intriga
religiosos, cientistas e filósofos, o tempo é, segundo o filósofo patrística, algo que ele
sabe o que é, mas não sabe responder caso seja perguntado. Isso leva o interlocutor a
pensar algo que seria muito importante na contemporaneidade: o conhecimento
intuitivo.

Patrística

Agostinho está inserido no período denominado filosofia patrística. O grande problema


enfrentado pelas patrísticas era conseguir estabelecer as bases de um pensamento cristão
que convencesse os fiéis e, mais que isso, desse uma base para a formulação do
cristianismo. Antes de Agostinho, temos o neoplatonismo como um princípio filosófico
de resgate da filosofia platônica, mas temos também o período dos chamados padres
apologistas, aqueles que se dedicaram a tecer verdadeiras defesas (ou apologias) do
cristianismo em suas épocas. Entre os principais apologistas, temos Justino e Tertuliano.
Agostinho posicionou-se como um defensor da tese de Justino: de que a filosofia grega
antiga, mesmo sendo pagã, forneceria um meio de compreensão de questões
fundamentais para o cristianismo. Assim, Agostinho tornou-se um dos “pais” da Igreja,
sendo um importante nome da filosofia patrística. Para saber mais sobre esse período da
filosofia medieval, leia: Patrística.
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Obras de Santo Agostinho

Em Cidade de Deus, o filósofo fala de dogmas relacionados ao cristianismo, como a


vida eterna da alma e a bem-aventurança, além do paraíso e da bondade de Deus. Os
escritos contidos nessa obra mostram-se como o princípio para a compreensão de uma
filosofia cristã. “as principais obras escritas por Santo Agostinho são Confissões e
Cidade de Deus. Confissões tem um tom altamente autobiográfico. Nesse livro, o
filósofo fala do período de sua vida em que não era convertido, fala com propriedade do
pecado, do maniqueísmo e do hedonismo. Também conta como foi convertido
tardiamente na fé cristã.

Lições para nós


O caminho que Agostinho traça e que quanto mais percorremos e não importa o tamanho do
percurso, sempre irá ter um logo caminho pela frente, ou seja, devemos percorrer pois no final
pode ser que o que esperamos. Vejo algumas lições na biografia de agostinho, a primeira e o
amor e uma daquelas coisa que não conhece o excesso. Quando o sentimento e verdadeiro e
sadio, não existe motivos para medi-lo ou imitá-lo. Outro ponto que me chamou atenção e que
ele diz que não basta fazer as coisas boas, e preciso fazê-las bem, precisamos de determinação e
comprometimento com aquilo que desejamos cumprir. A vontade é importante, mas não vale de
nada sem o esforço, o empenho e o compromisso. Por isso, coloque o seu coração em tudo o
que for fazer. Não se contente em finalizar metas, mas em aprender durante o percurso e dar o
melhor de si em cada novo desafio! Vemos que a sabedoria não se manifesta em lugar sem
paciência, pois a paciência e umas das lições mais importante da vida, e que custa para aprender
para maiorias das pessoas. Agostinho nos traz uma visão diferente do mundo, ele trata como
uma página. O mundo e muito mais que os nossos olhos podem ver! Permite que explorar e
conhecer os sentimento mais profundos, onde nos faz sair de várias situação de conforto como
ele diz não via preso em um cubo de vidro onde tudo familiar e fácil vá e saia desse conforto.
Em relação a verdade agostinho tinha uma visão de que sempre tem pessoas que ama a verdade,
mas nem tudo e do jeito que vivemos, todos gostam de ouvir uma verdade, mas detesta ouvir
uma mentira, mas será que todos gosta de fala a verdade?
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O Tomás de Aquino
Filho do Conde Landulfo de Aquino, recebeu uma excelente educação. Estudou na abadia de
Roccasecca, no Mosteiro da Ordem de São Bento de Cassino. Mais tarde, ingressou na
Universidade de Nápoles, na Cátedra “Artes Liberais”. Com apenas 19 anos, em 1244,
abandona o curso e decide seguir sua vocação religiosa tornando-se dominicano, ao ingressar na
Ordem dos Dominicanos, no convento Saint Jacques, em Paris. Permaneceu alguns anos em
Paris, cidade importante para seu desenvolvimento espiritual, intelectual e profissional.
Entretanto, foi na cidade de Colônia, na Alemanha, que Aquino escreve suas primeiras obras,
sendo discípulo do bispo, filósofo e teólogo alemão Santo Alberto Magno (1206 d.C-1280 d.C.),
conhecido como Alberto, o grande. Mais tarde, em 1252, Tomás de Aquino retorna a Paris onde
se gradua em Teologia e segue a carreira de professor. Ministrou aulas em Roma, Nápoles e
outras cidades da Itália. Ficou conhecido como Doutor Angélico, cujo trabalho de vida esteve
dedicado a fé, a esperança e a caridade constituindo assim, um pregador cristão da razão e da
prudência. Foi um dos defensores da Escolástica, método dialético que pretendia unir a fé a
razão em prol do crescimento humano. Uma de suas maiores obras, Summa Theologica, é o
maior exemplo da Escolástica, na qual apresenta relações entre a ciência, razão, filosofia, fé e
teologia.
Contexto histórico

Nessa época o Catolicismo crescia e havia a necessidade de formar novos sacerdotes, além
de levar as bases da civilização ocidental a todos os povos com que se deparasse. 
Assim, a Igreja incentivou a construção dos primeiros hospitais, asilos, universidades e
escolas. Essas instituições continham bibliotecas que preservaram as obras gregas e
romanas contra o vandalismo de povos bárbaros e islâmicos, após a queda do império
romano. Foi São Tomás que resgatou e introduziu Aristóteles na Filosofia Medieval. As
correntes medievais anteriores tinham estudado e baseavam-se em Platão, como a de Santo
Agostinho. 

O pensamento de Tomás de Aquino


Como estudioso da filosofia clássica, ele conseguiu perceber a relação que existe entre a
lógica aristotélica e a fé cristã. Assim, criou uma ponte entre Filosofia e Teologia. São
Tomás entendeu que a razão é uma capacidade humana, também criada por Deus.
Portanto, quando a razão é bem utilizada, ela consegue aproximar uma pessoa à base da
fé.  Porém, quando a filosofia tenta explicar todos os pontos da fé ou acha que sozinha
consegue explicar todo o mundo, ela acaba sendo incompleta e cai em erros. Grande
feito de Tomás de Aquino e a base de seu pensamento é a união entre fé e razão.  A
influência de Aristóteles no pensamento de Tomás de Aquino é bem evidente, pois
o tomismo é uma filosofia que se baseia nas ideias de Aristóteles. É a partir do conceito
aristotélico de Primeiro Motor Imóvel que São Tomás desenvolve seu pensamento de
provar a existência de Deus. O pensamento de São Tomás de Aquino teve origem no
contexto da Quaestio disputada mencionado acima. O debate e argumentação em busca
da verdade sempre foram incentivados pela Igreja, mas na época da escolástica focou-se
em entender qual o valor da fé e da razão. A filosofia até então explorada era a de
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Platão. A partir daí, a época da Escolástica ficou marcada pela Filosofia Aristotélica-


Tomista, ou simplesmente Tomismo, devido à junção de elementos da Filosofia
aristotélica e da Teologia cristã. Mesmo estando anos antes de Cristo e uma sociedade
politeísta, Aristóteles desenvolveu um pensamento lógico que apontava a existência de
um único ser supremo, completo e anterior a todos. São Tomás notou isso e entendeu
que fé e razão eram conciliáveis. De um lado havia os dialéticos que defendiam o uso da
razão para explicar tudo, do outro havia os fideístas que queriam considerar apenas as
Sagradas Escrituras como única fonte possível de verdade. São Tomás sabia que tudo o
que havia nas Sagradas Escrituras era verdadeiro, mas também entendia que Deus era
misericordioso. Assim, os povos que não conheceram a Palavra, poderiam chegar aos
conceitos básicos da fé pelo uso correto da razão.

Principais ideias de São Tomás de Aquino


Além da união entre fé e razão, São Tomás continuou se aprofundando nas
proposições de Aristóteles e foi aperfeiçoando cada ponto. Abaixo, colocamos
os principais conceitos desenvolvidos:
Os gregos observaram que existe um ideal das coisas formado pela sua essência. Isso é
o que as tornam o que elas são. Para existir, acreditavam que essa essência deveria
se materializar. Isso é assumir uma forma que se vê e se toca, chamada substância.
Porém, São Tomás acrescenta a noção de que a substância não define a existência, é
apenas uma possível consequência. Ele argumenta e desenvolve o pensamento de
que a essência existe em si mesma, mesmo sem se tornar física. Caso contrário os
nossos pensamentos deveriam ser físicos. 
Assim o conceito da ontologia é resgatado, a parte filosófica que estuda a existência do
ser em qualquer condição. Para Aquino, Deus é um exemplo de essência que não
depende de substância para existir.usando a razão. Esse pensamento e um regressão
casual, ou seja, parte de um povo o que veio antes dele para o causar;

Baseando-se em Aristóteles, percebemos que o mundo sempre está em movimento e


que a finalidade desse movimento é melhorar as coisas. Não existe nada em nossa
realidade que seja absolutamente imóvel, até os relevos se modificam com o passar dos
anos. Portanto, somente o que é perfeito pode ser imóvel.
A partir disso, podemos dizer que as coisas existem em duas formas ao mesmo
tempo: 

 Ato: é aquilo que é no presente, como existe agora. 


 Potência é o que vai se tornar no futuro.

Exemplo: A semente de uma árvore é uma semente em ato e uma árvore em potência.
Por mais que no presente vejamos só a semente, alí dentro está todo o componente de
uma árvore. Se não houver coisas artificiais prejudiciais, naturalmente a semente vai se
tornar uma árvore porque essa é a sua função.
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As 5 vias são:

O motor imóvel
A primeira causa
Ser necessário e seres possíveis
Graus de perfeição
Governo supremo

Ética, Verdade única e Direitos

No campo da ética, São Tomás de Aquino defendeu que a própria razão nos leva a
agir de forma virtuosa, pois observamos que a mudança só existe com o intuito de
melhorar. Dessa forma, há uma Lei Natural no interior de nosso ser que nos leva a agir
assim, se dermos ouvido a ela.
Porém, a virtude existe em dois grupos:

 Virtude Cardinais – Bem como escreveu Aristóteles em Ética a


Nicômaco, são 4:  prudência, temperança, justiça e coragem. Essas são
as que podemos alcançar se vivermos a Lei Natural.
 Virtudes Teologais – São dadas pela graça de Deus e alcançadas apenas
de forma sobrenatural se combatermos as tendências do pecado original.
Elas são 3: fé, esperança e caridade.

São Tomás de Aquino, usando as 5 vias para provar a existência de Deus, chega
racionalmente à ideia de Verdade única e absoluta. O primeiro motor imóvel é aquele
que é ato puro, portanto ele contém e é a Verdade. Dessa forma, ela não pode ser
relativa.

Na política, Santo Tomás de Aquino enxerga a existência de diferentes leis:

 Lei Natural está presente em todo o ser humano. Ela está associada ao


instinto de preservar a vida, só que formulada racionalmente. Assim, o
direito à defesa, a não ter a vida interrompida e a um local privado para se
viver são elementos essenciais ao ser humano.
 Leis Positivas que são criadas pelo homem para preservar a sociedade. Por
fim, a 
 Lei Divina que conduz o humano ao seu fim: chegar ao encontro com
Deus na Eternidade.

Para Aquino e Aristóteles, o homem é um animal social e político. Daí surge


a primeira forma natural de relação humana, a família. Em um segundo momento, as
famílias se uniram a fim de se ajudar e formaram sociedades. Em um terceiro plano, a
sociedade se organizou em um Estado para facilitar a mediação entre elas.
Portanto, o Estado se formou naturalmente, mas deve existir subordinado à família. Ele
deve servir e não ser servido, ser controlado e não controlar, além de ter a função
de proteger as leis naturais. Assim, se a maioria das famílias possuem uma religião,
moral e ética bem consolidadas, é justo que o Estado reflita isso.
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Considerações finais

O médico, diz Tomás de Aquino, exerce sua arte como servidor, colabora com a
tendência natural do corpo. Assim é a planta que, pela sua própria natureza, busca
crescer, desenvolver-se. O agricultor dedica seu tempo auxiliando o desenvolvimento da
planta. O médico não produz a saúde, O agricultor não faz a planta crescer. Campos
esclarece que, para compreender o papel do educador na Educação, deve-se recorrer
imediatamente à famosa metáfora usada por Tomás de Aquino, que compara a educação
à arte do médico ou à arte do agricultor. A metáfora é extremamente esclarecedora com
relação ao atendimento no que diz respeito à Educação. Ela abarca os fundamentos de
uma educação baseada em elementos teológicos e antropológicos. Além disso, esclarece
a participação e o papel do professor e do aluno no processo de aprendizagem. Deus é o
único mestre. Mestre no sentido de ter direito de ir ao encontro na intimidade do outro e
a instalar a verdade. Assim é a planta que, pela sua própria natureza, busca crescer,
desenvolver-se. É Deus que ensina primeiramente o homem quando lhe é dada potência
para saber. Deus age de forma interior e primeira, enquanto o professor é um auxiliar
exterior e posterior. O auxílio do professor é importante na medida em que ele colabora
com o desejo do aluno de encontrar a verdade. Nesse sentido, percebe-se o quão atuais
são o pensamento e a Filosofia Teológica de Tomás de Aquino para o processo de
ensino e aprendizagem nos dias atuais, principalmente nas escolas de Filosofia religiosa,
mas também no fazer diário de qualquer escola e na prática pedagógica de muitos
professores.
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Fontes: CAMPOS, Sávio Laet de Barros. A Educação segundo Tomás de Aquino. s/d.

FERRARI, Márcio. Tomás de Aquino: o mestre da razão e da prudência. Nova Escola, ed. 183, 1
de junho de 2005.
LAUAND, Jean. Tomás de Aquino: filosofia e pedagogia. In: OLIVEIRA, Paulo Eduardo de
(Org.). Filosofia e Educação: aproximações e convergências. Curitiba: Círculo de Estudos
Brasileiros, 2012.
SALATIEL, José Renato. Tomás de Aquino – razão a serviço da fé. Disponível
em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/santo-tomas-deáquino/. Acesso
em: 10 jul. 2019.
SANTIAGO, Emerson. Tomismo – Filosofia de São Tomás de Aquino. Disponível
em: https://www.infoescola.com/filosofia/tomismo/. Acesso em: 10 jul. 2019.
SANTOS, Patrícia Aparecida Cezário dos; LOPES, Maria Inácia; PRADO, Pe. João Batista Ferraz
do. Uma análise dos fundamentos da educação de Santo Tomás de Aquino. s/d.

https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/tomas-aquino.htm

PORFíRIO, Francisco. "Tomás de Aquino"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/tomas-aquino.htm. Acesso em 30 de março de
2023

KELLY, John N. D. Patrística: origem e desenvolvimento das doutrinas centrais da fé


cristã. Trad. Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1994.

MATOS, Alderi Souza de. Fundamentos da teologia histórica. São Paulo: Mundo


Cristão, 2008.

McDERMOTT, Gerald R. Grandes teólogos: uma síntese do pensamento teológico em


21 séculos de igreja. Trad. A. G. Mendes. São Paulo: Vida Nova, 2013.

Confissões II,ii,3, e afric, l’evolution,p 7

Corpus inscript.lat VI1 1779

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