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DIREITO CIVIL I
ROXANA BORGES
de direitos absolutos, deve agir livremente, tudo podendo fazer desde que não
prejudique igual poder de seu semelhante.
inclusive pela brasileira. A repersonalização busca repor a pessoa humana como centro
do direito civil, passando o patrimônio ao papel de coadjuvante. A restauração da
primazia da pessoa humana, nas relações civis, é a condição primeira de adequação do
direito à realidade e aos fundamentos constitucionais.
O Código Civil perde o seu papel de Constituição do Direito Privado, visto que
os textos constitucionais definem princípios relacionados a temas antes reservados
exclusivamente ao código civil e matérias típica do direito privado passam a integrar
nova ordem pública constitucional.
Na época do Brasil colônia, não existia um direito civil brasileiro, visto que o
Brasil não dispunha de soberania ou autonomia política, dessa forma, aplicava-se no
Brasil, o Direito Português medieval (presença da idade média nos tempos modernos-
Braga Cruz), que vigorou por mais de três séculos, denominado de Ordenações
Filipinas, uma compilação não progressista e extremamente retrógrada e arcaica. A
longevidade desse corpo legislativo, organizado para Portugal do século XVII, impediu
que o país se integrasse no movimento de renovação legislativa que empolgou as nações
ocidentais no século XIX. Sendo assim, ao contrário do que sucedeu com os outros
países ibero-americanos, o Brasil não codificou suas leis nesse século, passando
diretamente das Ordenações Filipinas ao Código Civil de 1916.
Até mesmo o mais pessoal dos direitos civis, o direito de família, é marcado pelo
predomínio do conteúdo patrimonializante, nos códigos. A desigualdade dos filhos não
era inspirada na proteção de suas pessoas, mas do patrimônio familiar. A maior parte
dos impedimentos matrimoniais não têm as pessoas, mas seus patrimônios, como valor
adotado. Impõe-se a materialização dos sujeitos de direitos, que são mais que apenas
titulares de bens.
O Código Civil Brasileiro, bem como os outros códigos da sua época era a
constituição do direito privado, ocupando-se da garantia legal mais elevada quanto à
disciplina das relações patrimoniais, resguardando-as contra a ingerência do poder
público ou de particulares que dificultassem a circulação de riquezas. Dessa forma, o
direito público não interferiria na esfera privada e o Código Civil exercia o papel de
estatuto único e monopolizador das relações privadas, almejando a completude e a
regulamentação de todos os possíveis centros de interesse jurídico que o sujeito privado
viesse a ser titular.
por modelo pelo código, atualmente buscam se proteger pela inserção em categorias ou
grupos com estatuto próprio.
forma o quanto posto nas legislações e no código civil que fossem contrários ao que
consta na Constituição, deveria ser revogado.
Dessa forma, as pessoas, juntamente com os fatos e objetos eram nada mais que
a matéria-prima das relações jurídicas. Essa concepção de personalidade, conforme
escreveu Pietro Perlingieri, não atribui à pessoa seu real valor, pois considera o sujeito
em termos meramente mecanicistas. É importante ressaltar, portanto, que aquela
definição de personalidade (e de pessoa) não coincide com as noções mais recentes de
personalidade jurídica, desenvolvidas pelos juristas da teoria da personalidade a partir
dos meados do século XX.
A definição de Clóvis Beviáqua, que tem raízes no século XIX, coincide com a
noção de capacidade jurídica. Mas, atualmente, concebe-se a personalidade jurídica
como categoria mias ampla do que a capacidade. Hoje em dia, “a personalidade surge
como projeção da natureza humana”. No momento atual, o ordenamento jurídico atribui
personalidade jurídica a todos os seres humanos (pessoa física ou pessoa natural) e a
algumas entidades abstratas (pessoas jurídicas). Aqueles a quem o ordenamento atribui
personalidade jurídica são sujeitos de direito. Mas nem todos os sujeitos de direito têm
personalidade e direitos de personalidade.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Sendo assim, pessoa natural e pessoa jurídica são, portanto, as duas diferentes
espécies de pessoas, ou seja, potenciais sujeitos de direito, a quem se reconhece uma
proteção fundamental. Ambas as pessoas podem titularizar relações jurídicas, como
sujeito ativo ou passivo, bem como tendo reconhecida uma proteção fundamental,
consistente nos direitos de personalidade. A titularidade de um direito é, na visão de
Francisco Amaral, união do sujeito com esse direito, uma vez que não há sujeitos sem
direitos, assim como direitos sem titular.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas
que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também
deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
Existem três teorias que explicam a teoria do nascituro: a teoria natalista, esta enuncia
que a personalidade jurídica (aptidão de contrair direitos e deveres) somente e adquirida
com o nascimento com vida, sendo assim o nascituro possuiria mera expectativa de
direito. Inobstante, tal teoria apresenta-se como obsoleta.
O direito à vida é conferido ao nascituro pela Constituição (no caput do art. 5),
no Estatuto da Criança e Adolescente (art. 7º), no Código Penal (Art. 124 e 128),
Declaração Universal dos Direitos Humanos (art. 3º).
Constituição Federal
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes
Código Penal
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o
herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador,
caberão aos herdeiros legítimos.
Existem pessoas incapazes, que sozinhas não podem negociar na ordem civil e
outras absolutamente incapazes. Os relativamente incapazes não têm sua vontade
ignorada pelo sistema jurídico, sendo levada em conta, desde que regularmente
assistido. Dessa forma, os relativamente incapazes têm seus negócios jurídicos
celebrados caracterizados como anuláveis, produzindo efeito até que lhe sobrevenha
uma decisão judicial reconhecendo a invalidade. Sendo assim, os relativamente
incapazes são assistidos, necessitando não só da presença do assistente para celebrar
atos da vida civil, mas também a sua própria intervenção, como condição de validade.
Não existe uma pessoa mais capaz que outra, todos são dotados da capacidade
de direito, mas nem todos detém a capacidade de fato, capacidade de poder exercer
pessoalmente os seus direitos. A capacidade é considerada regra e a incapacidade é
considerada exceção, sendo assim, é excepcional a limitação no exercício dos atos civis.
A incapacidade é o reconhecimento da inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
que a lei acha indispensáveis para que ela exerça os seus direitos. Existem os
plenamente capazes, relativamente incapazes e absolutamente incapazes.
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
IV - os pródigos.
O parágrafo II, do art. 3º, versa sobre a absoluta incapacidade dos que por
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a
prática dos atos da vida civil. Tal conceito é subjetivo, visto que existem doentes
mentais que podem ser relativamente incapazes a depender do grau da patologia, sendo
este definido a partir da perícia médica. A saúde mental reclama a adoção de políticas
públicas intersetoriais protetivas da pessoa humana, de modo a proteger e resguardar os
direitos fundamentais das pessoas com transtornos mentais, inclusive com a utilização
de recursos públicos, consoante previsão no art. 198.
O parágrafo III, do art. 3º, versa acerca dos que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade, devendo ser representadas por um curador que exercerá
a sua representação, exemple gratia dos indivíduos alcoolizados e em coma. No Código
de 1916, os ausentes eram considerados absolutamente incapazes, o código novo,
entretanto, concertou tal erro, excluindo-os do rol de absolutamente incapazes, sendo
assim os ausentes são plenamente capazes, visto que não há uma incapacidade por força
da declaração de ausência, mas sim uma necessidade de proteger os interesses do
desaparecido, devido a sua impossibilidade material de cuidar dos seus bens e
interesses, o que se dá através do instituto da curatela. Dessa forma, os atos praticados
pelo ausente, mesmo depois do reconhecimento judicial da ausência, serão válidos, não
sendo possível cogitar de eventual invalidade.
É importante destacar no que tange ao parágrafo I, do art. 4º, que um jovem acima
de 18 anos de idade, mesmo que mantido social, pessoal e economicamente pelos pais,
responderá pessoalmente pelos dados causados a terceiros. E supondo, hipoteticamente,
que este jovem não tenha patrimônio próprio, o dano ficará sem ressarcimento, mesmo
considerando que os seus pais, que cuidam de sua manutenção, têm patrimônio
suficiente para a reparação do prejuízo. Inobstante, é essencial chamar atenção para o
princípio da solidariedade social, este princípio atenta para a importância da função
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Quanto a parágrafo II, do art. 4º, que versa sobre os ébrios habituais, os viciados
em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido, é
importante ressaltar que não gozam de proteção aqueles que fazem uso eventual, livre e
espontaneamente, de substâncias alucinógenas. Sendo assim, não é possível elastecer a
incapacidade dos ébrios para pessoas que eventualmente, em alguma comemoração,
excederam na ingestão de bebidas alcóolicas ou mesmo de substâncias entorpecentes.
Estes, assim, devem responder pelos seus atos, regularmente, incidindo a teoria da
actio libera in causa (ação livre na sua causa), motivando a possibilidade de punição da
pessoa que provocou o seu próprio estado de inconsciência, vindo a causar um dano a
outrem. Quanto aos que fazem uso imoderado das drogas “ilícitas” sem prescrição
médica podem ensejar configuração da incapacidade relativa, em face da possibilidade
de dependência física ou psíquica.
Há uma crítica, no que tange à visão patrimonialista ainda mantida pelo Código
Civil, visto que este olvida outras perspectivas que não a patrimonial, como se a
considerasse valor preponderante e utilizando-se dessa perspectiva para justificar a
restrição de poder para algumas pessoas poderem atuar na vida jurídica, manifestando
ou exteriorizando a sua própria vontade.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam
integrar futura meação.
É importante ressaltar que não há, pois, outras categorias de incapacidades aforas
aquelas previstas em lei. A rudeza, o analfabetismo e o encarceramento prisional, anda
que sirvam para uma diminuição da perfeita compreensão de determinados atos da vida,
não ensejam, isoladamente, o reconhecimento de uma incapacidade jurídica.
As pessoas com deficiências físicas não podem ser reputadas incapazes em razão,
apenas da sua debilidade física. Na ótica civil-constitucional, especialmente à luz da
igualdade substancial, as pessoas com deficiência física dispõem dos mesmos direitos e
garantias fundamentais que qualquer outra pessoa, inexistindo qualquer motivo
plausível para negar-lhes ou restringir-lhes a capacidade.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
II - pelo casamento;
A emancipação pode ser voluntária (inciso I), dessa forma é outorgada pelos pais
em conjunto, ou por um deles, através da escritura pública, sob pena de nulidade,
registrando-a em cartório, sob pena de ineficácia. Não deve haver prevalência da
opinião paterna ou materna, em face da isonomia constitucionalmente assegurada, caso
haja conflito o juiz deverá dirimi-lo, decidindo se concede ou não a emancipação.
A emancipação tácita ou legal (inciso II, III, IV e V) ocorre quando o menor, com
pelo menor 16 anos de idade, vem a praticar determinado ato reputado incompatível
com a sua condição de incapaz, esses acontecimentos trazem consigo uma presunção
implícita de amadurecimento psicológico. A emancipação jurídica ou judicial (inciso I)
ocorre quando o menor-emancipando está sob tutela ou por conta da existência de
conflito, divergência entre a vontade materna e paterna, sendo proferida por meio de
homologação judicial ou sentença do juiz.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se
não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens,
o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a
ausência, e nomear-lhe-á curador.
O indivíduo normal, que vive normalmente, bem como que não esteja em
situação de perigo, não podendo-se deduzir intenção de suicídio, não é presumido
morto, em caso de desaparecimento, sendo assim o legislador entende que o seu
patrimônio deve ser preservado e protegidos, em razão da sua impossibilidade material
de cuidar de seus bens e interesses.
Essa nomeação não é discricionário, estabelecendo a lei uma ordem legal estrita e
sucessiva no caso de impossibilidade do anterior, a saber: o cônjuge do ausente, se não
estiver separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da
ausência; pais do ausente; descendentes do ausente, preferindo os mais próximos aos
mais remotos; qualquer pessoa à escolha do magistrado.
valor. São os bens da vida, da integridade física, da liberdade. São caracterizados por
uma não-exterioridade.
Os direitos de personalidade são direitos que são próprios da pessoa. Não se trata
de Direito à Personalidade, mas de direitos que decorrem da personalidade humana, da
condição de ser humano. Com o s direitos da personalidade, protege-se o que é próprio
da pessoa, bem como os bens jurídicos mais fundamentais. A teoria geral dos direitos de
personalidade apresenta-se recente, consolidando-se após a Segunda Guerra Mundial,
em razão dos abusos, buscou-se a proteção da pessoa em si mesma considerada e sua
dignidade, bem como após a formação de uma sociedade repleta de meios de
comunicação em massa, tornando situações acerca da imagem, honra, nome e
intimidade mais lesivas.
Os jusnaturalistas concebem os direitos de personalidade como direitos naturais,
ou seja, estes derivam da razão, algo inerente ao homem. Os positivistas concebem os
direitos de personalidade enquanto direitos outorgados à sociedade pelo Estado, sendo
direitos de personalidade apenas aqueles que derivam de lei latu sensu, enquanto norma
posta pelo Estado, reduzindo o direito ao fenômeno estatal legislativo.
Outros juristas concebem os direitos de personalidade como direitos positivos
porque, independentemente do Estado, são os direitos que emanam da sociedade em
dado momento histórico, surgindo da conjuntura social, política, econômica e cultural
que devem ser protegidos e reconhecidos, sobretudo pelo Poder Judiciário, mesmo sem
sua inserção em lei stricto sensu. Há ainda os doutrinadores de direitos de
personalidade, esta prevalece mesmo diante de lei stricto sensu que estabeleça o
contrário.
São direitos vitalícios, sedo para a vida toda, não sendo possível os perder
durante a existência, visto que protegem o que a pessoa é. Segundo a dogmática ao
falecer, tais direitos cessam, sendo assim se extinguem com a própria pessoa sendo
caracterizados como intransmissíveis, mesmo após a morte, não se transmitem por
sucessão, embora continuem a ser protegidos pelo ordenamento.
São imprescritíveis, não se extinguem pelo decurso do tempo nem pelo não-uso
ou pela demora em defende-lo judicialmente, não sendo possível o estabelecimento de
prazos para o seu exercício, sendo assim o indivíduo pode a qualquer momento exigir o
respeito aos seus direitos de personalidade, visto que estes não prescrevem. É
importante destacar, entretanto, que a indenização por dano moral prescreve no prazo de
3 anos.
que caracteriza tais direitos. Além de não ser genérico ou permanente, o ato de
disposição não pode violar a dignidade do titular.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da
personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito
da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de
outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único - Em se tratando de morto, terá legitimação para
requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente,
ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons
costumes.
Parágrafo único - O ato previsto neste artigo será admitido para
fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a
disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para
depois da morte.
Parágrafo único - O ato de disposição pode ser livremente
revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com
risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos
o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem
em publicações ou representações que a exponham ao desprezo
público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
DIREITO À IMAGEM
Ministério Público. Não se pode, portanto, tolerar que a imprensa venha a se valer de
seu prestígio e alcance para impor prejuízo aos direitos da personalidade de qualquer
pessoa, atentando contra a sua honra, imagem ou intimidade.
DIREITO À INTIMIDADE
DIREITO À PRIVACIDADE
Existe uma parte da vida do indivíduo que deve ser protegida e tutelada, visto que
deriva da intimidade e privacidade da pessoa natural. A pessoa pode revelar dados da
sua privacidade, porém esta não pode ser obrigada a divulga-los caso não haja situação
suficientemente justificadora.
Gilberdo Haddad
Dessa forma, o direito ao segredo pode ser mitigado quando um valor jurídico for
mais denso, em ponderação de interesses. A intimidade, entretanto, jamais manterá
correlação com terceiros, sempre se enfeixando na personalidade do seu titular. Sendo
assim, é possível concluir que nem toda informação privada é íntima, embora toda
intimidade seja privada.
Sobre as pessoas notórias existe muita controvérsia sobre o que seria protegido
pela privacidade e sobre o que estaria no âmbito público. Em razão da grande exposição
ao público, é como se a proteção ao âmbito da vida privada fosse menor, visto que
muitos acontecimentos fazem parte da vida pública. A mídia divulgar certas situações
são de abuso, caso estas não tragam nenhuma utilidade pública, servindo apenas para
saciar a curiosidade popular.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
É importante destacar, portanto, que no que tange ao direito à vida privada das
pessoas públicas, contrariamente ao que ocorre com o direito à imagem, não há uma
relativização tão intensa da proteção dedicada pelo sistema.
Inobstante, isso não quer significar que as celebridades percam a proteção de sua
privacidade, o direito à vida privada lhes é garantido constitucionalmente e tem que ser
tutelado. Dessa forma, as pessoas públicas têm todo o direito de ter sua imagem
preservada. Não é pelo fato de adquirirem relevância social que tais pessoas não
mereçam gozar da proteção legal para excluir terceiros, inclusive a imprensa, do seu
âmbito de intimidade.
No Supremo Tribunal Federal tramita a ADIn 4815, proposta pela ANEL que
postula a interpretação conforme a Constituição dos arts. 20 e 21 do Código Civil,
afastando do ordenamento civil brasileiro a necessidade do consentimento da pessoa
biografada para a publicação ou veiculação de obras bibliográficas referentes a “pessoas
públicas ou envolvidas em acontecimento de interesse coletivo”.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
A linha entre a vida privada e pública é tênue e ainda tendo em vista a sociedade
contemporânea, o próprio titular da personalidade pode, expressa ou tacitamente,
relativizar a sua vida privada.
DIREITO À HONRA
“Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu
lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa
tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.”
O Direito à Honra concerne ao prestígio social do seu titular, esta protege a pessoa
humana contra ataques que podem macular sua boa fama social. Sendo assim, a soma
dos conceitos positivos que cada pessoa goza na sua vida em sociedade tem como
resultado que se convencionou chamar de honra.
bom nome e a sua boa fama que desfruta na comunidade, em seus mais diversos
âmbitos, social, familiar, profissional, empresarial.
Na calúnia, há a acusação de que a pessoa cometeu um crime sem que haja provas
que ela tenha o cometido, acusação leviana que não se embasa em fatos, visando
modificar o que as pessoas pensam da vítima, ofendendo a sua honra objetiva. Admite a
exceção da verdade.
Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
decoro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por
sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
definido como crime:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação,
a propala ou divulga.
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação:
A indenização por danos morais tem natureza compensatória, não servindo para,
efetivamente, reparar o prejuízo sofrido, exigindo-se ainda o equilíbrio no arbitramento
do valor indenizatório, não podendo ser leve a ponto de não servir de desestímulo ao
lesante nem robusta de modo a propiciar o enriquecimento sem causa da vítima.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Animus narrandi refere-se à reportagem que apenas narra os fatos, não tecendo
ofenda à pessoa, nem mesmo julgando-a, não há, portanto, violação à honra. O Animus
jocandi é a intenção de fazer humor, podendo esconder inúmera ofensas, violando a
honra da pessoa, tal situação aplica-se a diversos programas de humor, os quais
humorizam personalidades notórias, como políticos, artistas, bem como pessoas de
conhecimento do público em geral, utilizando-se de fato público e conhecido,
caricaturando tais pessoas e situações.
Art. 24. São puníveis, nos termos dos arts. 20 a 22, a calúnia, a
difamação e injúria contra a memória dos mortos.
DIREITO AO NOME
Casamento e divórcio podem efetivar uma mudança de nome, embora não seja
obrigatório, sendo assim o cônjuge assume com o casamento, se quiser, o nome do
outro, podendo também conservar o seu de família. Os filhos reconhecidos assumem
o nome de família de ambos os pais.
Além disso caso filhos gêmeos tenham mesmo prenome deverão ser inscritos com
duplo prenome ou nome completo diverso, para poderem distinguir-se, o filho
adotado assume o sobrenome do adotante e, a pedido deste, ou do adotado poderá
determinar-se a modificação do prenome e sobrenomes caso a criança ainda não
reconheça o seu prenome.
quando, suscetível de expor ao ridículo seu portador, não tenha sido impugnado pelo
oficial registro civil no ato do registro de nascimento, ou no caso de adoção.
Tal situação é classificada como causa voluntária e segundo Maria Berenice Dias,
o direito à identidade tem assento constitucional, pois está inserido na sua norma de
maior relevância que proclama o princípio dor respeito à dignidade humana. Sendo
assim, nenhuma justificativa é cabível para negar a mudança, não se fazendo
necessária qualquer alteração de dispositivos legais para chancelar a pretensão.
DIREITO À VIDA
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
“O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido
pela lei, e ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida”.
Dessa forma, para o direito é um bem jurídico fundamental, origem e suporte dos
demais direitos, protegidos por vários diplomas legais, como a Constituição da
República, o Código Civil e o Código Penal. A proteção jurídica da vida humana
visa preserva-la, desde o começo até o término, do que decorre a importância de
determinar-se o momento em que ela começa e se extingue, o que marca, aliás o
início e o fim da personalidade jurídica.
O direito subjetivo, que tem a vida humana como bem jurídico, pressupõe três
titulares do dever jurídico de respeitá-lo: o próprio indivíduo, as demais pessoas e o
Estado. O próprio indivíduo tem para consigo o direito-dever de legítima defesa que
consiste na reação contra ação injusta, atual, inevitável, não excedendo o necessário à
defesa.
DIREITO AO CORPO
bem jurídico, seja o corpo humano nascido, seja apenas o concebido. O corpo humano
sem vida é cadáver, coisa fora do comércio, insuscetível de apropriação, mas passível de
disposição na forma da lei, sendo assim manifesta-se a personalidade post mortem.
Vilipêndio a cadáver
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
O direito ao corpo refere-se tanto a este, na sua totalidade, quanto Às partes que
dele se possam destacar e de se individualizar, e sobre as quais a pessoa exerce o direito
de disposição, desde que gratuita e com fins altruísticos ou científicos.
O estado político qualifica a pessoa natural a partir de sua posição frente à nação
a que pertence. Considerando o aspecto político do estado da pessoa natural, essa pode
ser qualificada como nacional- nato ou naturalizado- ou estrangeiro.
relações jurídicas que dizem respeito ao seu estado (como na hipótese de ações de
separação judicial e divórcio).
Além disso, podem ser constitutivas caso a respectiva sentença constitua novo
estado, declaratórias, quando se limitam a reconhecer uma situação preexistente e
positivas quando se afirma um estado.
Todas as pessoas naturais tem domicílio, mesmo quem não tem casa própria,
sendo a de jurídica da pessoa, local onde esta se presume presente, praticando os atos da
vida civil. Sendo assim, a casa passa a representar “o refúgio dos refúgios” acobertada
pela inarredável característica da inviolabilidade, tornando-se um verdadeiro templo das
coisas íntimas.
O domicílio voluntário pode ser geral, ou seja, aquele escolhido livremente pela
pessoa, ou especial, também dito de eleição correspondendo à indicação contratual de
um local para dirimir eventuais conflitos oriundos daquele negócio jurídico. Sendo
assim, a residência e o trabalho são denominados domicílio voluntário.
TÍTULO III
DO DOMICÍLIO
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela
estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências,
onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às
relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
PESSOA JURÍDICA
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
Tendo em vista que os indivíduos não podem exercer ou realizar, por si só,
certas atividades e atingir determinadas finalidades que ultrapassam suas forças e
limites, a pessoa natural precisa se unir a outras pessoas humanas, formando grupos
com desiderato próprio, sendo induvidosa a necessidade de emprestar personalidade
jurídica a agrupamentos humanos.
Surge, então, a pessoa jurídica das próprias necessidades sociais, visto que
abarca a tendência humana ao convívios em grupos (não se podendo olvidar que o
homem é um ser gregário) e a imprescindibilidade da cooperação de mais de uma
pessoa para a consecução de determinadas atividades. É importante, pois, destacar que a
pessoa jurídica nasce como fruto de um fenômeno cultural e social.
CÓDIGO CIVIL
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
resolveu dotá-la de uma estrutura jurídica que fosse própria para acompanhar o
desenvolvimento social. Assim, a pessoa jurídica é dotada de personalidade e
capacidade jurídica por concessão do Estado, como sujeito de direitos e obrigações,
como se faz com a pessoa natural.
direito externo. O sentido da distinção, segundo Caio Mário da Silva Pereira é informar
que as pessoas jurídicas estrangeiras obedecem à lei nacional de sua origem, conquanto
suas agências ou filiais que estejam sob o império da lei nacional, inclusive no que
respeita à autorização para funcionamento.
EIRELI é uma pessoa jurídica de direito privado formada por uma determinada
pessoa natural que quer empreender, abrindo uma empresa individual. Sendo assim,
trata-se de criação que pretende estabelecer uma bifurcação do patrimônio do
empresário individual em dois diferentes campos: o patrimônio da pessoa física e o
patrimônio da pessoa jurídica.
É importante destacar que tal pessoa jurídica somente pode ser constituída por
pessoa naturais, não se tolerando uma empresa individual de responsabilidade limitada
criada por outra pessoa jurídica. Sendo que a própria concepção legislativa teve a sua
justificativa de criação no intuito de regular a situação do empreendedor individual,
proporcionando limitação nos riscos da sua atividade econômica, com a proteção do seu
patrimônio pessoal, não se justificando a participação de pessoas jurídicas.
Vale notar que a empresa individual não se trata de uma sociedade, mas de um
novo ente jurídico personificado, que figura ao lado de outras espécies de pessoas
jurídicas de direito privado, no sistema jurídico brasileiro. Essa personalidade jurídica,
todavia, somente será reconhecida após o seu registro regular em cartório. Além disso, a
pessoa natural que fundar uma EIRELI não pode participar de nenhuma outra empresa,
com esta natureza.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada
será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a
100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo vigente no País.2
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
Semestre: 2014.1.
CORPORAÇÕES
SOCIEDADES
As associações, por sua vez, são corporações que não têm em mira uma
finalidade lucrativa, tais como associações estudantis, beneficentes, filantrópicas,
recreativas, esportivas, de determinadas classes ou categorias profissionais, de
moradores de bairro, etc. As associações podem ter ganho financeiro, entretanto o
eventual lucro obtido no exercício da atividade associativa será reaplicado na própria
entidade, vedando-se a partilha entre os associados.
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sendo assim, não é possível aplicar a regra da responsabilidade solidária- típica das
sociedades.
Outrossim, em conformidade com o sistema jurídico brasileiro, há igualdade de
direitos entre os associados, embora o estatuto posa instituir associados com vantagens
especiais, por motivos diversos, sedo comum encontrar nas associações os associados-
proprietários, os associados- beneméritos, os associados-remidos e os associados-
honorários.
No que tange às despesas associativas, é natural que cada associado seja
compelido a colaborar proporcionalmente, na forma prevista nos estatutos sociais.
Independentemente de estar, ou não, utilizando ou se beneficiando das atividades
associativas, é obrigação do associado participar do rateio das despesa comuns, exceto
se houver disposição diversa em sede estatuária.
Em linha de princípio, é certo que a pessoa não-filiada a uma associação, não
pode ser compelida ao pagamento de taxas e dividir despesas associativas. Todavia,
nãos e pode esquecer que, em determinados casos, o proprietário ou possuidor não-
filiado se aproveita das atividades associativas, se beneficiando direta ou indiretamente.
Em razão disso, a solução mais adequada, ao nosso sentir, é aferir, em cada caso, a
existência, ou não, de benefício do proprietário ou possuidor, não-filiado.
A exclusão de associado deverá atender ao garantismo constitucional, respeitado
devido processo legal, facultando a ele o direito de se defender amplamente, produzir
prova de que as imputações que lhe são feitas são improcedentes, constituir advogado.
Sendo assim, a exclusão de associado somente será possível se provada a
existência de uma justa motivação, devidamente indicada no procedimento e
comprovada cabalmente, através de deliberação da assembleia geral, convocada
especificamente para essa finalidade, através do quórum indicado nos próprios estatutos
sociais.
Dessa forma, a possibilidade de exclusão do associado está centrada na teoria da
função social da empresa, permitindo antever que o associado que cause incômodo, ao
regular funcionamento da pessoa jurídica, pode ser excluído, por violar a harmonia
social.
No caso de dissolução da associação, o patrimônio apurado, depois de deduzir as
frações de cada associado seguirá o destino na conformidade do próprio estatuto ou, no
seu silêncio, será dirigido a outra entidade de fins não econômicos similar, de acordo
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
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Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres,
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IV - (VETADO).
CÓDIGO TRIBUTÁRIO
§ 1° (Vetado).
CÓDIGO CIVIL
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que
os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios
da pessoa jurídica.
Juízes ao perceber abusos mais nítidos passaram a determinar que o prejuízo da
pessoa jurídica deve ser pago também dos sócios, em razão destes terem se utilizado da
pessoa jurídica a fim de lesar os credores, tal situação é conhecida como
desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica. Inobstante, isso não
extingue a personalidade jurídica da pessoa jurídica.
1. Bens jurídicos
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Em sentido:
a) Bens em si mesmos
I. Bens Móveis: Pode ser transportado de um lugar para outro sem que
haja alteração da sua substância.
São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de
remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da
destinação econômico-social.
Consideram-se móveis para os efeitos legais: as energias que
tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e
as ações correspondentes, os direitos pessoais de caráter
patrimonial e respectivas ações
II. Bens Imóveis: Não pode ser transportado de um lugar para outro sem
que haja alteração da sua substância.
São o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente. Os elementos naturais são imóveis pela própria
natureza (relevo). Os elementos imóveis por acessão física
decorrem de ação humana, não sendo natural (plantações e
construções).
Também são considerados imóveis outras figuras jurídicas que às
vezes nem corporeidade física detém (herança).
.
III. Bens Divisíveis: Bem que pode ser dividido sem que haja perda da
substância ou desvalorização excessiva desse bem.
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IV. Bens Indivisíveis: Bem que ainda que seja dividido perde utilidade e
há uma desvalorização significativa.
d) Bens particulares
Tais classificações importam na prática nos contratos de
locação, ou seja, quando o bem for devolvido.
PESSOA JURÍDICA
Tendo em vista que os indivíduos não podem exercer ou realizar, por si só,
certas atividades e atingir determinadas finalidades que ultrapassam suas
forças e limites, a pessoa natural precisa se unir a outras pessoas humanas,
formando grupos com desiderato próprio, sendo induvidosa a necessidade de
emprestar personalidade jurídica a agrupamentos humanos.
Surge, então, a pessoa jurídica das próprias necessidades sociais, visto que
abarca a tendência humana ao convívios em grupos (não se podendo olvidar
que o homem é um ser gregário) e a imprescindibilidade da cooperação de
mais de uma pessoa para a consecução de determinadas atividades. É
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CÓDIGO CIVIL
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
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Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único - Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
EIRELI é uma pessoa jurídica de direito privado formada por uma determinada
pessoa natural que quer empreender, abrindo uma empresa individual. Sendo assim,
trata-se de criação que pretende estabelecer uma bifurcação do patrimônio do
empresário individual em dois diferentes campos: o patrimônio da pessoa física e o
patrimônio da pessoa jurídica.
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
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É importante destacar que tal pessoa jurídica somente pode ser constituída por
pessoa naturais, não se tolerando uma empresa individual de responsabilidade limitada
criada por outra pessoa jurídica. Sendo que a própria concepção legislativa teve a sua
justificativa de criação no intuito de regular a situação do empreendedor individual,
proporcionando limitação nos riscos da sua atividade econômica, com a proteção do seu
patrimônio pessoal, não se justificando a participação de pessoas jurídicas.
Vale notar que a empresa individual não se trata de uma sociedade, mas de um
novo ente jurídico personificado, que figura ao lado de outras espécies de pessoas
jurídicas de direito privado, no sistema jurídico brasileiro. Essa personalidade jurídica,
todavia, somente será reconhecida após o seu registro regular em cartório. Além disso, a
pessoa natural que fundar uma EIRELI não pode participar de nenhuma outra empresa,
com esta natureza.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será
constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem)
vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
CORPORAÇÕES
SOCIEDADES
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva.
Docente: Roxana Borges.
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As associações, por sua vez, são corporações que não têm em mira uma
finalidade lucrativa, tais como associações estudantis, beneficentes, filantrópicas,
recreativas, esportivas, de determinadas classes ou categorias profissionais, de
moradores de bairro, etc. As associações podem ter ganho financeiro, entretanto o
eventual lucro obtido no exercício da atividade associativa será reaplicado na própria
entidade, vedando-se a partilha entre os associados.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
A Constituição da República consagrou a liberdade associativa, estabelecendo
que ninguém pode ser compelido a se associar ou se manter associado. Sendo assim,
segundo Dirley Cunha, existe uma dupla dimensão, positiva e negativa da liberdade de
associação.
Há diferentes aspectos decorrentes da liberdade associativa, reconhecida
constitucionalmente, o livre direito de criação e manutenção de uma associação,
independentemente de autorização, o direito de se associar, não podendo ninguém ser
obrigado a tanto, o direito de desassociação, que nada mais é senão a liberdade de não
se manter associado.
Toda associação é regida, em suas relações internas, pelo estatuto social. Trata-
se de uma espécie de lei orgânica, de natureza não contratual e sim estatuária, de modo
a vincular não apenas a vincular os associados existentes, mas os futuros. Vale registrar
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Docente: Roxana Borges.
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relevância social, como, por exemplo, nas áreas do meio ambiente, da educação, da
saúde.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública
ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único - A fundação somente poderá constituir-se para fins
religiosos, morais, culturais ou de assistência.
IV - (VETADO).
CÓDIGO TRIBUTÁRIO
§ 1° (Vetado).
CÓDIGO CIVIL
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir
no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da
pessoa jurídica.