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Professor Ms. Marcos Ricardo S.

Costa (Texto do Bruno Albergária)

HISTÓRIA DO DIREITO

IDADE MÉDIA (De 476 d.C a Queda do Império Romano do Ocidente em 1453 d
C.)

Quando se fala em Queda do Império Romano, deve-se entender que se trata da


queda do Império Romano do Ocidente, isto é, a porção do vasto Império Romano que
tinha por sede a cidade de Roma, haja vista que a porção oriental do Império, cuja
sede era Bizâncio (depois Constantinopla), vigorou até 1453.

O processo de declínio do Império Romano do Ocidente começou em meados do


século IV d.C., sobretudo em razão da série de problemas que desde o século III o
assolava, como as invasões bárbaras, a crise econômica e a disputa dos militares pelo
poder.

1 – MOTIVOS DA QUEDA:

a) Vasto crescimento territorial e falta de resistência nas fronteiras contra os


bárbaros (visigodos, godos, hunos, francos, anglos entre outros)
b) Os povos bárbaros foram se apoderando pelo
c) Fraco desempenho administrativo
d) Altos impostos e excesso de gastos públicos
e) Enfraquecimento do comércio
f) A oficialização da Igreja Católica Apostólica Romana em 380 d.C. pelo
imperador Teodosiano.

2- Qual a relação entre o crescimento do cristianismo e a queda do Império


Romano

A transição do poder. Nos tempos áureos dos césares eles eram considerados
verdadeiros deuses. Para o cristianismo e a igreja católica o reino do céu é sem
sombra de dúvida superior ao reino terrestre. E como quem tinha o contato direto com
Deus eram os religiosos (papa, bispos, monges e padres) os governantes tinham que
obedecê-los. Pelo medo da excomunhão os governos imperiais passaram a ver a
opinião da igreja e a pedir que a desse o seu aval aos atos que praticariam cada vez
mais. Com isso a igreja católica passou a dominar o cenário europeu.

3 - SISTEMA FEUDAL

3.1 – HISTÓRICO: Fim do Império Romano e um novo Sistema.Como o sistema


comercial romano foi aos poucos se degradando principalmente pele instabilidade e
pela alta inflação. O exército romano que era muito bem pago foi se desintegrando e
os habitantes da cidade foram se deslocando para o campo a fim de produzir os
próprios alimentos. A população rural cresce e para desenvolver e promover a defesa
dessa população, principalmente das invasões bárbaras, cada localidade rural tentou
se autodefender-se. Edificaram fortificações no auto das colinas. Quando os inimigos
apareciam no horizonte, os donos das fortificações (os senhores feudais) mandava
avisar os camponeses, que entravam na fortificação que era defendida pelo senhor
feudal.

Em troca da proteção, os camponeses vassalos entregavam uma parte da produção


como tributação pelo serviço. Em linhas gerais, esse era o sistema feudal com os
senhores feudais e os vassalos. Dentro dos limites do feudo os senhores feudais
detinham o poder quase absoluto: administravam, criavam leis e julgavam. Porém,
quase todos, por causa do medo da excomunhão e posteriormente da Santa
Inquisição, obedeciam à Igreja Católica Apostólica Romana.

3.2 - CONCEITO DE SISTEMA FEUDAL:

Também conhecido como feudalismo o mesmo pode ser denominado como um


sistema político, social e econômico da sociedade européia, tendo como marco inicial
o século X. São diversos os feudalismos, sejam eles ocidental, como na França e o
oriental, como na Rússia. Não é certo que o mesmo ocorreu e como ocorreu em
Portugal.

O Direito Feudal, antes de ser a característica de uma época jurídica deve ser visto
como a caracterização do direito dominal. Era caracterizado por um contrato entre o
senhor feudal e o vassalo, que este (vassalo) se obriga a ser fiel ao seu senhor,
fornece-lhe ajuda militar e no campo produzir (trabalhar na terra do senhor) e pagar-
lhe o tributo sobre sua produção. Para muitos foi um época negra no aspecto da
produção do Direito.

4 - O MUNDO RELIGIOSO, O DIREITO CANÔNICO E A SANTA INQUISIÇÃO

Podemos salientar a importância da Igreja ocidental na Idade Média, tendo assumido


muitas das tarefas públicas, sociais e morais do antigo império romano. A Igreja era a
força espiritual de longe mais importante; era a mais coerente e mais extensa
organização social da Idade Média; a sua ordem jurídica interna era a mais poderosa
da Idade Média (Wieacker, 1967, p. 67).

O direito canônico é um direito religioso, retirando suas regras de princípios divinos,


revelados nos livros sagrados, o Antigo e o Novo Testamento. Tteve uma importância
crucial na formação e manutenção das instituições e da cultura jurídica ocidental. Toda
a reorganização da vida jurídica européia, com o desenvolvimento das cortes, dos
tribunais, e das jurisdições tem influência do direito da Igreja.

Não sem razão, uma das principais características da Idade Média foi a influência
religiosa em praticamente todas as áreas do conhecimento humano - filosofia, arte,
arquitetura e também no Direito. O pensamento judaico cristão marcou profundamente
o mundo medieval. Fé, salvação, providência divina e revelação divina passaram a
fazer parte das temáticas filosóficas e do cotidiano as pessoas. O medo do inferno, da
excomunhão, da inquisição foi seguramente, um dos principais sentimentos marcantes
deste período, período este que ficou conhecido como idade das trevas.

4.1 - O TRIBUNAL DA SANTA INQUISIÇÃO

Inquisição, ou Santa Inquisição foi uma espécie de tribunal religioso criado na Idade
Média para condenar todos aqueles que eram contra os dogmas pregados pela Igreja
Católica e era dirigida pela própria Igreja Católica Romana. Ela era composta por
tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas
(conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e
aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão
temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados
vivos em plena praça pública.
4.1.1 - História e atuação

Aos perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas
em contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para
averiguação deste tribunal medieval. Com o passar do tempo, esta forma de
julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus
como: Portugal, França, Itália e Espanha. Contudo, na Inglaterra, não houve o
firmamento destes tribunais.
Fundado pelo Papa Gregório IX, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição mandou para
a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas hereges (praticante de
heresias; doutrinas ou práticas contrárias ao que é definido pela Igreja Católica) por
praticarem atos considerados bruxaria, heresia ou simplesmente por serem praticantes
de outra religião que não o catolicismo.

5 - FILOSOFIA JURÍDICA DA IDADE MÉDIA

A Igreja Católica utilizou os Gregos e com uma repaginação nos preceitos religiosos,
albergou a filosofia grega. Os principais filósofos da Idade Média foram Aurelius
Augustinus (Santo Agostinho - África: 354-430) e São Tomás de Aquino (Itália: 1225 a
1274).

5.1– OBRAS DE SANTO AGOSTINHO:

5.1.1- Confissões e Cidade de Deus: Na obra Confissões ele faz uma autobiografia
no qual relata a sua vida antes de se tornar cristão e sua conversão. Na obra Cidade
de Deu ele retornou aos ensinamentos de Platão por esse motivo sua filosofia foi
denominada neoplatonista. Pra ele, baseando-se em Platão, havia um entendimento
de que havia um mundo perfeito, paralelo ao mundo físico, que ele denomina de
mundo perfeito e esse era justamente o Reino de Deus (Cidade de Deus). Para Santo
Agostinho o mundo metafísico – mundo das ideias (Platão) era o mundo divino e o
mundo imperfeito o mundo dos homens. Para ele havia a razão superior (a fé que
aproxima o home de Deus) e a razão inferior (conhecimento da realidade). Na obra
Cidade de Deus, Santo Agostinho defendeu a tese absurda de que os judeus tinham
assassinado Cristo.

5.2 – OBRAS DE SÃO TOMÁS DE AQUINO:

5.2.1 Para Tomás de Aquino não havia contradição entre fé ( que deveria ser estuda
na teologia) e a razão (na filosofia). A razão é o caminho que se deve traçar
para chegar até a fé. Suas obras: - Suma Teológica (Summa Theologiae):
Nesta obra Aquino trata da natureza de Deus, das questões morais e da
natureza de Jesus. Já em sua outra obra Summa Contra Gentiles ele trata
sobre a teologia e a filosofia, a igreja católica e os gentios com argumentos
racionais.
Ao transpor sua filosofia para o Direito afirmava que para as Leis seriam
divididas em:
a) Lei Eterna: A ordem existe em todo o Universo. Tentar compreender toda a
Lei Eterna Divina era como se uma criança tentasse aprender os cálculos
matemáticos complexos.
b) Lei Natural: Deus revela ao homem, através da concessão de sua
inteligência, o que deve ou não fazer;
c) Lei Positiva: A lei feita pelos homens, passíveis de erros e contradições.
Professor Ms. Marcos Ricardo S. Costa

Consequências do “Mundo Medieval” para o Direito:

Com o crescimento do Direito Canônico, isto é, o direito originário da Igreja Católica


Apostólico, fez-se oposição ao Direito Feudal, praticado pelos Senhores Feudais
dentro do limite de seus feudos (jurisdição).
Contudo, alguns fatores foram determinantes para a ascenção e predomínio do Direito
Canônico perante o Direito Feudal:

• Se a Igreja Católica Apostólica Romana era a “palavra de Deus” dever-se-ia


abranger a todos as suas decisões; afinal, o homem erra (leia-se, os Senhores
Feudais), Deus nunca (ou seja, a Igreja Católica)
• Monopólio da escrita pela Igreja: com isso, os senhores feudais praticavam o
direito consuertudinário – costumeiro – e a Igreja “registrava” seus julgamentos
através da escrita.
• Sendo Deus justo e poderoso, não deixa nenhum justo e honesto padecer
nenhum tipo de injustiça. Assim, ao final, Deus sempre Salva: com isso,
acontece julgamentos sem o menor critério de racionalidade, como por
exemplo, “jogar uma pessoa com uma pedra amarrada no pescoço em um rio
ou lago. Se essa pessoa fosse inocente, Deus, com todo o seu poder e
bondade – a salvaria”.
• O Tribunal da Santa Inquisição foi oficialmente aberto em 1231 para julgar os
“hereges”. Assim, a Santa Inquisição Medieval persegue aqueles que não eram
católicos: Bruxas, Judeus e Muçulmanos
• Geralmente, as provas eram obtidas através de torturas (roda, “pêra”,
afogamentos, quebra de ossos, gaiolas, etc). Após a confissão, dependendo do
crime, a pena de morte era instituída de acordo com o crime. Os nobres eram
decapitados (forma rápida e sem sofrimento), os menos nobres eram mortos
lenta e de forma a causar o máximo sofrimento possível.
 Em ordem: a serra; beber azeite e a pera...

A Igreja Católica, através do Direito Canônico proibia, dentre outras coisas:


• Os judeus de possuírem terras (Domínio Econômico da Igreja). Como
consequência, os judeus foram comercializar;
• A Usura (cobrança de juros em empréstimo de dinheiro)
 Dessa forma, como os comerciantes judeus não eram abrangidos pelo direito
Canônico e nem pelo Direito Feudal, afinal, habitavam os burgos (cidades)
começaram a “construir” um Direito Comercial próprio e autónomo:
Com o comércio se solidificando cada vez mais atraves das rotas comerciais para as
Ìndias em busca de especiarias (condimentos e tecidos) a necessidade de se criar um
sistema de proteção do dinheiro - o roubo das "caravanas" eram frequentes - o
sistema bancário e de títulos de crédito também foi desenvolvido e aprimorado.
Porém, com as dificuldades crescentes do "caminho terrestre" impostos pelos
mulçumanos que venceram as Cruzadas, um novo caminho tinha que ser desbravado
pelos europeus para chegaram às Indias. Assim, inicia-se o "ciclo marítimo" das
grandes navegações.
Contudo, as grandes navegações eram caras e exigiam uma nova modalidade de
"financiamento" para fomenta-las:
Assim, desenvolveu-se o direito das empresas (pessoas jurídicas):
Empresas por cotas;
Ltda. para limitar as dívidas em caso de perdas;
S.A. para a Igreja e os judeus poderem investir sem que se soubessem quem eram os
sócios...
Dentre as várias características desse "novo" direito pode-se destacar:
- autonomia em relação a Igreja e aos Feudos;
direito baseado na confiança (principal caracteristica dos títulos de crédito);
- estipulado (criado) pelos comerciantes para proteger seus interesses.

- Essa separação entre o Direito Feudal (civil) e o Direito Comercial influenciou o


Direito Brasileiro, que teve dois Códigos distintos: O Código Comercial (1850) e o
Código Civil (1916).
Professor Ms. Marcos Ricardo S. Costa

HISTÓRIA DO DIREITO
O DIREITO NOS ESTADOS ABSOLUTISTAS, O COMMON LAW, AS
REVOLUÇÕES E O DIREITO NAS CODIFICAÇÕES

Fim do Direito Medieval (Direito Canônico) da Idade Média

Na transição para o período medieval, Santo Agostinho (África: 354-430), Bispo de


Hipona (na atual Argélia, norte da África), reafirmou e aprimorou ideia do direito
divino.
Na obra Cidade de Deus, Santo Agostinho defendeu a tese absurda de que os judeus
tinham assassinado Cristo, merecendo por isto serem submetidos à força ao cristianismo
ou, caso se recusassem, devendo ser exterminados.
Entretanto, as ideias contidas nesta obra conduziram a formação do conceito de Papa
como defensor da cristandade, por direito divino, obrigado a impor a fé aos infiéis pela
força, sendo licito exterminar aqueles que não se submetessem a dita verdadeira fé, raiz
da justificativa para as cruzadas.
Santo Agostinho foi também responsável pelo surgimento do dogma da virgindade da
mãe de Cristo, Maria, além do dogma da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito
Santo compondo um mesmo ser) e do dogma do pecado original.
Este último dizia que o homem teria sido expulso do paraíso devido ao pecado original
de Adão e Eva, envolvendo a conhecida estória da maça simbolizando o sexo.
Cabe lembrar que a partir de Santo Agostinho o sexo passa a ser encarado apenas com
fins a procriação, um dogma que não existia antes no seio da igreja católica.
Portanto, a teoria do direito divino esteve liga inicialmente ao poder dos Papas sobre os
fiéis, isto pelo menos até que, no século XIII, um clérigo de origem inglesa iniciasse a
contestação a jurisdição temporal do cristianismo.

O Retorno das Compilações de Justiniano

Por volta de 1100, o Ocidente redescobriu o Corpus Iuris Civilis e o Direito Romano foi
gradativamente se tornando base da ciência jurídica em toda a Europa, somado a
elementos de Direito Canônico (igreja), formou um Direito Comum para todo o
Ocidente que, por esse motivo, recebeu o nome de Ius Commune. Ao lado do Direito
Comum, existia o Ius Proprium, constituído basicamente por costumes germânicos.
Mas o Corpus Juris Civilis apresentava várias vantagens em relação às centenas de
direitos locais existentes na Europa durante a Idade Média, já que era um direito escrito
enquanto os direitos das diferentes regiões da Europa Medieval era da base
consuetudinária. Além disso, era muito mais completo que os direitos locais
compreendendo numerosas instituições que a sociedade feudal não conhecia.

O Sistema do Common Law

O common law desenvolveu-se originalmente sob o sistema inquisitório da Inglaterra


durante os séculos XII e XIII, como o conjunto das decisões judiciais que se baseavam
na tradição, no costume e no precedente. Instituições e culturas legais deste tipo
assemelham-se às que existiram historicamente em sociedades nas quais o precedente e
o costume desempenharam, por vezes, um papel substantivo no processo legal, inclusive
o direito germânico e o direito islâmico.
O common law emprega um forma de raciocínio baseado em casos ou "casuísmo".
Aplicado a casos cíveis, o common law foi criado para compensar alguém por atos
ilícitos chamados torts, quer dolosos, quer culposos, e desenvolveu o ramo do direito
que reconhece e regula os contratos. O procedimento adotado pelos tribunais de
common law é chamado adversarial system (algo como "sistema do contraditório"),
também criado por este sistema jurídico.
As decisões de um tribunal são vinculantes apenas numa jurisdição em particular e,
mesmo dentro de uma certa jurisdição, alguns tribunais detêm mais poderes do que
outros.
Os sistemas de common law foram adotados por diversos países do mundo,
especialmente aqueles que herdaram da Inglaterra o seu sistema jurídico, como o Reino
Unido, a maior parte dos Estados Unidos e do Canadá e as ex-colônias do Império
Britânico.

Os Estados Absolutistas e sua influência na História do Direito


A teoria do Estado absolutista, centrada na ideia do direito divino dos reis, principal
pilar de sustentação do Antigo Regime, tendo possibilitado o surgimento dos Estados
Nacionais; segundo a opinião de vários autores, nasceu da obra Leviatã de Thomas
Hobbes.
Também “O príncipe” de Maquiavel terminou tendo intensa repercussão na Europa,
influenciando Cromwell na Inglaterra (Revolução Gloriosa), além da instituição do
Estado Nacional na França.
A obra serviu de base de sustentação política para os Estados absolutistas europeus,
criando as bases do surgimento do nacionalismo e da unificação da Itália e Alemanha no
século XIX.

No entanto, encontra suas raízes na antiguidade, ao passo que Hobbes não teria mais
que formalizado um conjunto de ideias desenvolvidas ao longo de séculos por diferentes
pensadores.
A Influência da Revolução Francesa e do Iluminismo no Direito Moderno

No Iluminismo, concebia-se o Estado com atribuições bem definidas exercidas pelos


três poderes. Ao juiz cabia julgar e, para a garantia dos direitos, contava-se com a
neutralidade da Justiça, que seria atingida caso se isolasse o magistrado da sociedade,
do Legislativo e do Executivo. Dessa forma desenvolveu-se concepção de um Judiciário
neutro, como se fosse um produtor de conhecimento científico e, como tal, imune a
influências externas.
A decisão justa dependeria da circunstância de estar o magistrado livre de todos os
obstáculos ao uso da sua racionalidade na decisão. Nota-se, facilmente, a semelhança
entre esse procedimento e o adotado na ciência: o cientista, senhor do pleno uso da
própria razão, pode produzir um saber puro.
A ideia da existência de setores puros de conhecimento foi depois ratificada, no
universo jurídico, por Hans Kelsen e seus adeptos. Buscava-se, então, a concretização
do ideal do "órgão competente," detentor do saber técnico.
Em sua obra Kelsen, autor da Teoria Pura do Direito, que trouxe uma grande
transformação no estudo do Direito, o princípio da pureza era aplicável não só quanto
ao método, mas também quanto ao objeto do conhecimento jurídico, e era utilizado
como recurso que dava os limites da ciência do Direito (o enfoque formalista, ou seja,
normativo). Foi um movimento de idéias que teve sua origem no século XVII e atingiu
seu apogeu no século XVIII. Sua denominação, esta ligada ao fato de que seus
pensadores viam a si mesmos como portadores da luz contra a tradição cultural e
institucional, chamada de as trevas. Para transpor esta "escuridão", os filósofos
iluministas afirmavam que o uso da razão era a única saída. "A razão permitiria
instaurar no mundo uma nova ordem, caracterizada pela felicidade ao alcance de todos"
As Codificações
Nos últimos anos do século XVIII, a Europa assistiu o despertar de um movimento que
marcaria profundamente a história do Direito. É o movimento de codificação. As idéias
iluministas e as construções jusracionalistas haviam preparado um novo conteúdo
jurídico. Os primeiros códigos foram obra do despotismo esclarecido. São eles o Código
da Prússia (considerado o primeiro código moderno), de 1794, e o Código da Áustria,
que teve sua primeira parte promulgada em 1786. O Código austríaco é mais conciso e
conceitualmente mais rigoroso do que o prussiano. Ambos são bastante longevos, sendo
que o Código da Prússia só foi substituído em 1900 pelo Código Civil alemão e o
Código austríaco permanece em vigor, com algumas alterações.

O Código Civil Francês


Os civilistas franceses dividem a história do Direito em seu país em três períodos. O
primeiro é o Direito antigo (até o início da Revolução Francesa, em 1789). O segundo é
o do Direito intermediário, e abrange todo o período revolucionário. O terceiro é o
Direito moderno que começa com a grande codificação napoleônica, em 1804 e dura até
os nossos dias. A Revolução havia abolido antigos privilégios e estabelecido a
igualdade de todos perante a Lei. Napoleão, em menos de quatro anos de trabalho, dá à
França seu Código Civil, elaborado por quatro advogados. Suas fontes são os costumes,
o Direito Romano e as leis da Revolução. Possui linguagem clara, precisa e direta;
moderação (equilíbrio) porém autoridade excessiva para marido/pai; praticidade (sem
preocupações filosóficas); individualismo (interesse dos proprietários). O que chamam
de 'exegese' proibia a interpretação do Code Civil. Esse código foi modelo para diversos
outros do século XIX, como: códigos holandês (1865), romeno (1865), italiano (1865),
português (1867) e espanhol (1889); além dos latino-americanos, também influenciados
pela experiência francesa, como o: boliviano (1845), o peruano (1852), o chileno
(1857), o argentino (1869), o uruguaio (1869), o mexicano (1871), o venezuelano
(1873), o colombiano (1873), o guatemalteco (1877), o hondurenho (1880), o
salvadorenho (1880) e o costarriquenho (1888).

O Código Civil Alemão

Na Alemanha, existiam diversos estados independentes regidos por próprias


legislações. Savigny afirmava que devido a intensidade da importância dos costumes
para essa sociedade, a elaboração de um código seria uma forma artificial de impor
regras jurídicas. Sem contar que a Prússia e a Áustria já tinham seus próprios códigos.
Devido a esses motivos, ele achava que a época não era propícia para um código e
decidiu criar a Escola Histórica, baseado no "espírito do povo" , que seria "o conjunto
de institutos jurídicos que habita a consciência do povo, só perceptível através da
intuição do jurídico, oriundo de práticas culturais". Com a unificação do Império
Alemão, realizada em 1871, a unificação política era um pressuposto para o surgimento
do código. Em 1874, foi nomeada a comissão prévia para a elaborar uma proposta sobre
o plano e o método que deveriam ser seguidos no preparo do projeto, tendo no mesmo
ano, o primeiro projeto. Em 1890, a segunda comissão foi nomeada e o segundo projeto,
que recebeu boa acolhida pela crítica, foi aprovado e entrou em vigor em 1900.
Também conhecido como BGB, o Código Civil Alemão possui parte geral, Direito das
Relações Obrigacionais, Direito das Coisas, Direito da Família e Direito das Sucessões.
Ele serviu de modelo para o código civil japonês e suíço, para a segunda codificação da
Itália e Portugal e para o Código Civil brasileiro de 1916.

O Código Civil Brasileiro

O Brasil colônia adotava o modelo de direito português, com as ordenações Afonsinas,


Manuelinas e Filipinas, com falhas e contradições. Marquês de Pombal realizou uma
reforma que com a Lei de 18 de agosto de 1769, conhecida como Lei da Boa Razão,
promovia que o Direito Romano era mantido como base do ordenamento, mas deveria
ser filtrado pela boa razão. Com a Independência, em 1822, Portugal e Brasil seguiram
caminhos diferentes, mas as Ordenações Filipinas ainda estavam em vigor até um novo
código. A Constituição de 1824 mandava organizar um Código Civil e Criminal, o
Código Criminal veio em 1830 e o Código de Processo Criminal dois anos depois, já o
Código Comercial somente em 1850. Dom Pedro II manda Teixeira de Freitaselaborar
um Código Civil (pelo Ministro da Justiça), porém não deu certo e o código elaborado
por Freitas serviu de grande influência para o Código Civil argentino, paraguaio e
uruguaio, e foi ele que adotou a divisão do código em Parte Geral e Parte Especial.
Após a proclamação da República, em 1889, o Ministro da Justiça escolhe Clóvis
Beviláqua, um professor, para elaborar o Código Civil e, com diversas reuniões sobre e
mudanças, seu código foi aprovado e entrou em vigência em 1917. Ele possuía Parte
Geral e Parte Especial, princípios do liberalismo (família, propriedade e contrato) e era
conservador em suas escolhas. Em 1969, uma nova comissão é instituída para
elaboração de um novo código, Miguel Reale e juristas elaboraram e enviaram o projeto
em 1975, possuindo leis especiais (divórcio, inquilinário e CDC). Foi aprovado na
Câmara dos Deputados em 1983, entretanto, depois da Constituição de 1988, o projeto
de Código Civil saiu do centro dos debates sobre renovação do ordenamento até cair em
completo esquecimento. Dormiu por muitos anos nos gabinetes do Congresso Nacional,
até ser despertado em 2001, sendo assim, após várias mudanças, foi sancionado pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso em 10 de janeiro de 2001, entrando em vigor em
2003.
PERTUNTAS – ATIVIDADE PARA 3ª VA HISTÓRIA DO DIREITO (Prof. Ms. Marcos Ricardo)

1 - Impulsionada pela filosofia católica na qual tinha a frente o filósofo Santo Agostinho, qual era a ideia do direito na
idade média? Explique.
2 – O direito na idade média basicamente foi todo influenciado pelo direito canônico, mas o corpus iuris civilis
permanecia ainda paralelamente naquele periodo .
Qual a diferença e as vantagens do corpus iuris civilis em relação ao direito canônico medieval?
3 – Qual autor e obra influenciou os Estados absolutistas e qual era a teoria defendida por estes estados? Explique.
4 – Explique o que se entende por common law?
5 – De acordo com o texto o que se entende por codificações
6 – Quais foram as fontes que influenciaram o código civil francês e conte um pouco, de forma resumida, sobre a
história da constituição deste código.
7 – Explique, de forma resumida, como se deu a formação do nosso antigo código civil até o nosso código civil atual.

PERTUNTAS – ATIVIDADE PARA 3ª VA HISTÓRIA DO DIREITO (Prof. Ms. Marcos Ricardo)

1 - Impulsionada pela filosofia católica na qual tinha a frente o filósofo Santo Agostinho, qual era a ideia do direito na
idade média? Explique.
2 – O direito na idade média basicamente foi todo influenciado pelo direito canônico, mas o corpus iuris civilis
permanecia ainda paralelamente naquele periodo .
Qual a diferença e as vantagens do corpus iuris civilis em relação ao direito canônico medieval?
3 – Qual autor e obra influenciou os Estados absolutistas e qual era a teoria defendida por estes estados? Explique.
4 – Explique o que se entende por common law?
5 – De acordo com o texto o que se entende por codificações
6 – Quais foram as fontes que influenciaram o código civil francês e conte um pouco, de forma resumida, sobre a
história da constituição deste código.
7 – Explique, de forma resumida, como se deu a formação do nosso antigo código civil até o nosso código civil atual.

PERTUNTAS – ATIVIDADE PARA 3ª VA HISTÓRIA DO DIREITO (Prof. Ms. Marcos Ricardo)

1 - Impulsionada pela filosofia católica na qual tinha a frente o filósofo Santo Agostinho, qual era a ideia do direito na
idade média? Explique.
2 – O direito na idade média basicamente foi todo influenciado pelo direito canônico, mas o corpus iuris civilis
permanecia ainda paralelamente naquele periodo .
Qual a diferença e as vantagens do corpus iuris civilis em relação ao direito canônico medieval?
3 – Qual autor e obra influenciou os Estados absolutistas e qual era a teoria defendida por estes estados? Explique.
4 – Explique o que se entende por common law?
5 – De acordo com o texto o que se entende por codificações
6 – Quais foram as fontes que influenciaram o código civil francês e conte um pouco, de forma resumida, sobre a
história da constituição deste código.
7 – Explique, de forma resumida, como se deu a formação do nosso antigo código civil até o nosso código civil atual.

PERTUNTAS – ATIVIDADE PARA 3ª VA HISTÓRIA DO DIREITO (Prof. Ms. Marcos Ricardo)

1 - Impulsionada pela filosofia católica na qual tinha a frente o filósofo Santo Agostinho, qual era a ideia do direito na
idade média? Explique.
2 – O direito na idade média basicamente foi todo influenciado pelo direito canônico, mas o corpus iuris civilis
permanecia ainda paralelamente naquele periodo .
Qual a diferença e as vantagens do corpus iuris civilis em relação ao direito canônico medieval?
3 – Qual autor e obra influenciou os Estados absolutistas e qual era a teoria defendida por estes estados? Explique.
4 – Explique o que se entende por common law?
5 – De acordo com o texto o que se entende por codificações
6 – Quais foram as fontes que influenciaram o código civil francês e conte um pouco, de forma resumida, sobre a
história da constituição deste código.
7 – Explique, de forma resumida, como se deu a formação do nosso antigo código civil até o nosso código civil atual.

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