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Sua importância está relacionada com o fato de que o direito canônico influenciou
outros direitos, inclusive laicos, uma vez que “os detentores do poder não se preocuparam
com o direito que iria ser aplicado, mas sim com o que era indispensável para a manutenção
de seu poder, como o exército, os impostos, a administração pública, a repressão e a coação
para a manutenção da ordem”.
Foi também um importante elemento para a evolução jurídica. O Direito canônico
procurou inserir, segundo Heleno Fragoso, penas privativas de liberdade e se opôs à
realização de “justiça com as próprias mãos”, ou seja, a vingança privada, incorporando o
direito de asilo, um refúgio concedido em determinados crimes comuns, e a chamada “trégua
de Deus”, em que qualquer reação privada entre a tarde da Quarta-feira à manhã da Segunda-
feira era proibida.
Alguns direitos estão presentes até os dias atuais. No século XX, o papa Bento XV
promulgou o Código de Direito Canônico, um compilado de normas dispersas. Em 1983, o
papa João Paulo II promulgou o Código “Constituição Apostólica” que vigora até hoje, com
normas de direitos, obrigações dos fiéis e sanções pelo desvio às normas, além de normas de
organização da Igreja Católica Romana.
O Direito Canônico é empregado em diversos segmentos: na rotina dos Tribunais
Eclesiásticos e na vivência litúrgica e a pastoral dos fiéis. Isso relata que seu intuito é guiar as
tradições eclesiásticas, regulamentar o culto e o direito dos fiéis se unirem em uma
espiritualidade comum, tal como guiar os bispos a fim de estabelecerem os regimentos de suas
dioceses. Ademais, esse direito religioso se refere ao cotidiano dos católicos, tendo como
exemplo a validação do matrimonio (sua nulidade) ao invocar a corte canônica ou o tribunal
eclesiástico.