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A INFLUÊNCIA POLITICA E RELIGIOSA DA

IGREJA CATÓLICA NA IDADE MÉDIA


Acadêmicos1
Tutor Externo2

RESUMO

O presente trabalho tem como tema “A Influência Política e Religiosas da Igreja Católica
na Idade Média”, tendo em vista, a influência da Igreja Católica nas áreas políticas e
religiosas, onde a mesma alcançou a condição de principal instituição política e religiosa
da época. Dessa maneira, a pesquisa é bibliográfica e de cárter qualitativo, onde utilizou-
se vários autores para a construção dos referenciais teóricos como: Gonzaga (1994),
Junior (2001), Hurberman (1981) e Le Goff (2007), para o desenvolvimento das
discussões, consultas em sites da internet, revistas, livros e em trabalhos acadêmicos. A
Igreja Católica na Idade Média dominava o cenário religioso, social e político. Detentora
do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de
comportamento na Idade Média, influenciava na organização da sociedade, também tinha
grande poder econômico, pois possuía terras em vasta quantidade, no qual a mesma
possuía muitos servos trabalhando nessas terras.

Palavras-chave: Influência. Politica. Religião.

1 INTRODUÇÃO

O trabalho pretende abordar as influências da Igreja Católica no contexto político


e religioso na Idade Média. E sendo assim a escolha do tema deu-se pelo modo de
entender como a instituição tornou-se soberana e a maneira como aplicava seus dogmas
na sociedade daquela época, vale ressaltar, que por ser a única religião daquele período
dominava o cenário religioso.
No entanto, com a expansão do feudalismo por toda a Europa Medieval, a
instituição tornou-se em uma das mais importantes e poderosas instituições, alcançando a
condição de principal instituição a disseminar e refletir os valores da doutrina cristã,
legislava e julgava ao seu favor

1
Acadêmico: Raely da cruz Sampaio
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Tutor Externo:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI - Licenciatura em História (HID 0914 ) - Prática
Interdisciplinar: Medievo, Modernidade e Transições.
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Dessa forma, sempre estava presente na vida espiritual de todos, entre outras
diversas maneiras, devido ter grande influência na sociedade, através de seus dogmas a
igreja controla seus fies pelo pensamento instruindo os mesmos a não pecarem,
obedecendo aos mandamentos divinos e fazendo caridade. Essas caridades, por sua vez,
além da ajuda ao próximo, também estavam diretamente relacionadas à doação de bens
para a Igreja Católica, a fim de ajudá-la a prosseguir em sua missão, com isso possuía
muitas propriedades de terras, tinha um vasto poder econômico e político, dando a
mesma autoridade para influenciar nas decisões políticas dos reinos (poder político).
Além disso, a doutrina católica colocava entraves ao desenvolvimento capitalista
e burguês com a condenação da usura. Tais medidas impediam que os Estados
pudessem estimular atividades financeiras e assim conseguir aumentar a arrecadação de
impostos. Esses entraves estimularam a burguesia a questionar a influência católica
sobre os Estados que estavam se formando, propondo a separação em relação a Roma.
Aqueles que viam a influência da igreja como algo negativo, ou seja, que iria
contra a sua doutrina, com questionamentos sobre as decisões eram perseguidos e
punidos e para combater essas ameaças a instituição criou o tribunal do santo oficio

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INFLUÊNCIA RELIGIOSA DA IGREJA

As diversas interpretações da doutrina cristã e outras religiões pagãs se fazia


presentes no contexto europeu, sendo estas as bases religiosas e ideológicas da Igreja
Católica. Através da centralização de seus princípios e da formulação de uma estrutura
hierárquica, a Igreja teve condições suficientes para alargar o seu campo de influências
durante a Idade Média.
Em conformidade com Huberman (1981):

A Igreja constituía uma organização que se estendeu por todo o mundo cristão,
mais poderosa, maior, mais antiga e duradoura que qualquer coroa. Tratava-se de
uma era religiosa e a Igreja, sem dúvida, tinha um poder e prestígio espiritual
tremendos. (HUBERMAN, 1981, p.15).

Estabelecida em uma sociedade marcada pelo pensamento religioso daquela


época, a Igreja tornou-se a mais bem-sucedida instituição tanto no âmbito religioso quanto
político, esteve nos mais diferentes extratos da sociedade medieval influenciando até
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mesmo a organização social da época. A ordem da santíssima Trindade fazia referência a


organização da sociedade medieval (dividida em Clero, Nobreza e Servos)
Além de se destacar pela sua presença no campo das ideias, a Igreja também
alcançou grande poder material não permitindo opiniões e posições contraria aos seus
dogmas, com isso criou o tribunal do santo oficio (inquisição), onde perseguia, torturava e
condenava a fogueira aqueles que não aceitavam os valores e as doutrina oficial da
instituição. Os membros eram escolhidos pela igreja para investigar os crimes de
heresias, com a ajuda do governo, contudo a realização desses processos é o que
determinava quem era os culpados caso a culpa não fosse declarada imediatamente o
acusado seria preso e submetido a terríveis torturas, no intuito de facilitar a confissão dos
crimes.
Segundo Gonzaga (1994) “Todos os atos subsequentes eram mantidos também
em segredo, de tal sorte que o réu não só ignorava a origem e o conteúdo da acusação
que lhe faziam, mas desconhecia igualmente as provas produzidas”. Portanto, naquela
época o acusado era julgado na primeira e única instancia, sendo que não havia direito
criminal que davam garantias aos acusados.

[...] não havia como no Direito moderno, a figura do acusador (Promotor), do


defensor do réu e a do juiz imparcial que conduz o processo para garantir sua
lisura, e no final dá a sua decisão. O réu se defendia sozinho, não havia ajuda de
um advogado. Quase nada importava a opinião do juiz. (AQUINO, 2009, p. 103).

Percebe-se que que os direitos eram contraditórios, não havia ampla defesa,
prevalecia a imparcialidade, o julgamento era feito de acordo com as suas vontades,
sendo usados vários métodos de condenação e instrumentos de tortura,
Sobre outro aspecto, nem todos os membros da igreja eram de acordo com essas
práticas, alguns religiosos escolheram viver de forma mais simples, deixando de lado uma
vida cheia de riquezas, os mosteiros como eram chamados, eram vistos como intelectual
e centro da vida cultural da sociedade. Le Goff e Schmitt (2006) lembram que, para
muitos pensadores iluministas, a luta da burguesia contra a “anarquia” feudal era o
principal motor da civilização.
Assim, como muitos monges da época Martinho Lutero não concordava com a
venda de indulgências, “vendas do perdão”. Como também não aceitava a maneira que
submetiam seus conterrâneos. Entretanto, no ano de 1517 Lutero revoltou-se com a igreja
fixou as suas 95 teses na porta do castelo de Wittenberg, onde defendia a extinção das
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indulgências e condenava a maneira luxuosa que o papa de Roma desfrutava, e contou


com o apoio de muitos setores da sociedade alemã.

2.2 A INFLUÊNCIA DO CLERO NA POLÍTICA

No ano 317 o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo permitindo os


cultos dessa religião por todo o império, ano depois o cristianismo deixou de ser a religião
oficial de romã e assim como outras religiões pagas passou a ser perseguida. Porém, no
momento que o império tornou essa religião oficial para os romanos no século IV, a igreja
passou a ganhar força, tornando-se a mais bem-sucedida daquela época. A igreja católica
passou a controlar em grande parte os territórios feudais. No entanto, o poder da igreja
não limitava-se apenas a religião, nesse período ocorreu diversas transformações na
organização política e social, esses fatores influenciaram o surgimento do feudalismo, no
qual a instituição era detentora de muitas terras

O feudalismo é caracterizado por um conjunto de instituições das quais as


principais são a vassalagem e o feudo. Nas relações feudo-vassálicas, a
vassalagem é o elemento pessoal: o vassalo é um homem livre comprometido
para com o seu senhor por um contrato solene pelo qual se submete ao seu poder
e se obriga a ser-lhe fiel e a dar-lhe ajuda e conselho, enquanto o senhor lhe deve
proteção e manutenção. A ajuda é geralmente militar, isto é, o serviço a cavalo,
porque a principal razão de ser do contrato vassálico para o senhor é poder duma
força armada composta por cavaleiros (Gilissen, 2003, p. 189).

No auge do feudalismo a igreja católica possuía uma vasta quantidade terras


que foram adquiridas através de doações dos fiéis, pois através dos seus dogmas
controlava o pensamento da sociedade pregando a libertação divina, com todo esse
domínio político, econômico e cultural interferia nas decisões da monarquia que
muitas vezes não aceitava a influência e acabava em conflitos.
Segundo franco júnior (2001).

No começo do século V ela tinha sido a segunda maior e tornou-se a maior


desde fins daquele século, com o desaparecimento do Império [...] o
patrimônio eclesiástico não era dividido ou alienado. Alargado pelas
conquistas de Carlos Magno, esse patrimônio representava, no século IX,
uma terça parte das terras cultiváveis do Ocidente cristão. (FRANCO
JUNIOR, 2001, p.71/72)
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Seguindo o pensamento do autor pode-se afirmar que com o acumulo de


riqueza tornou a senhora feudal daquele período, possuindo quase dois terços de
terra, diferente da nobreza que tinha seus bens divididos através de herança, a
igreja acumulava bem.
Por outro lado, outros integrantes da igreja da Igreja Católica sendo estes
importantes para a preservação da cultura. Os monges copistas dedicaram-se a
copiar e guardar os conhecimentos das civilizações antigas, principalmente, dos
sábios gregos. Graças aos monges, esta cultura se preservou, sendo retomada na
época do Renascimento Cultural.
A influência da igreja se fazia presente no cenário político, sendo capaz de
intervir nas leis que afetassem a moral cristã, contudo, as suas doutrinas e seus
dogmas que disseminada na sociedade foi possível para que tivesse total liberdade
para intervir no âmbito social.
Em seu pensamento político, o filósofo Voltaire (1694 - 1778) afirma que as
nações de sua época não estavam prontas para tornarem-se democráticas como
também, não defendia a república, pois pensava que o povo não estava pronto para
assumir os dois modos de governo. Portanto, o papel desempenhado pela
instituição, durante a Idade Média, detém grande fonte de reflexão sob tal período
histórico, as questões e práticas dessa instituição estava relacionado ao domínio
tanto político como também social

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia foi a bibliográfica e qualitativa, com a observação em


diversos referenciais teóricos, retirados de artigos científicos, trabalhos acadêmicos,
monografias, livros, revistas, e dentre outros materiais despendidos para a
realização deste trabalho. E assim, visa reforçar a teoria-prática, fortalecendo a
capacitação, particularmente, de alunos, no tocante a compreensão da elaboração
da pesquisa.
Para o desenvolvimento deste trabalho, buscou-se aprofundar o estudo no
livro de metodologia científica, onde encontra-se a descrição de todas as regras
sobre a construção e formatação dos trabalhos acadêmicos, tendo em vista, como
essas informações estão sendo repassada para adquirir conhecimentos necessários
ao aprendizado.
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Assim, buscou reforçar a discussão do tema em destaque, de que a igreja


na idade medieval possuía grande influência na sociedade. Para o desenvolvimento
buscou-se promover discussões sobre o tema, tendo em vista adquirir os
conhecimentos necessários quanto a aquisição de conhecimentos necessários e o
processo de desenvolvimento da influência da igreja no período medieval, em
destaque, na educação

4 RESULTADOS E DISCURSÕES

As religiões sempre exerceram enorme influência em relação ao modo de


pensar das pessoas, na maneira como age e interage entre si, isso não é uma
característica somente da atualidade, embora muitas pessoas pensam dessa forma.
A princípio, percebe-se que na idade média a igreja alcançou o status de
maior instituição religiosa daquela época, disseminando os valores da doutrina cristã
sendo está a grande responsável pelo pensamento social e cultural na época.
Atualmente é bastante conhecida a grande influência que os meios religiosos
possuem na definição das agendas políticas, contudo, fruto de um movimento que
visa fazer uma separação implícita entre aspecto religioso e aspecto político, essa
influência passa despercebida por muitas pessoas, sendo até querida por parte
daqueles que exercem o poder na sociedade contemporânea, além do mais, a igreja
católica não segue o mesmo pensamento do século V, ou seja, aos poucos perdeu
aquele poder que possuí, sendo que não pratica mais o ato de violência,
posicionando contra guerras, defendendo a liberdade religiosa, como também a
união das pessoas.
A influência religiosa sempre se fez presente nos aspectos políticos da
sociedade. Até mesmo nos chamados movimentos humanistas e, posteriormente,
nos estados que se laicizaram essa influência se fez e ainda se faz presente,
definindo agendas políticas e ênfases nas pautas que são trazidas à sociedade .
No entanto, por meio dessa pesquisa observou a influência da igreja católica no
meio político como também religioso, buscando compreender as formas que a mesma
inseria a sua doutrina numa sociedade estagnada.

5 CONCLUSÃO
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Ao desenvolver o presente trabalho, o estudo possibilitou uma análise de como a


igreja católica como instituição desenvolveu seus dogmas e doutrinas, no qual a mesma
influenciou tanto o cenário religioso como também na política senda está marcada pela
economia feudal.
No entanto, com a realização desse trabalho, podemos adquirir uma nova
concepção, enriquecendo nosso conhecimento acerca do período medieval, pois
sabemos que essa aprendizagem servirá para nosso futuro. Dessa forma o trabalho foi de
extrema importância, pois é possível aprofundar os conhecimentos em relação as
disciplinas do curso de licenciatura em história.

REFERÊNCIA

AQUINO, Felipe. Para entender A Inquisição. Lorena: Cléofas, 2009.

GONZAGA, João Bernardino, A Inquisição em seu mundo; 8ª edição, São Paulo:


Saraiva, 1994.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: Nascimento do Ocidente, São Paulo


Brasiliense, 2001.

"Voltaire - François-Marie Arouet (1694 - 1778)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da


Informação, 2008-2019. Consultado em 29/11/2019 às 21:07. Disponível na Internet em
http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=90

LE GOFF, Jacques. As raízes medievais da Europa, Petrópolis, Rio de Janeiro,


Editora Vozes, 2007.

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