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Direito Canônico
Introdução – Página 4
1- Noção geral de direito – Página 4
Canônico – Página 4
Eclesiástico – Página 4
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Capítulo 8: A Função Profética (falar em nome de Deus) da Igreja (cc. 756-
780) – Página 16
Subsídio, para a aplicação do Motu próprio Mitis Iudex Dominus Iesus – Página 34
A palavra "lei" pode ser usada em sentido lato para significar direito, norma jurídica,
ou seja, regra de conduta que se impõe à generalidade das pessoas, que a devem
respeitar sob pena de poderem vir a sofrer uma sanção caso a não cumpram.
A Teologia Fundamental explica que a Igreja tem, por sua constituição, uma
organização hierárquico-monárquica e possui poderes legislativos, judiciários e
executivos. A função desses poderes é o de guiar, com meios adequados e segurança, o
povo de Deus em sua completa realização. Suas leis, tanto as diretamente dimanadas
da Revelação do Senhor, quanto as que em seu nome são proferidas pela autoridade
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que ele estabeleceu para a ordenação da vida de suas comunidades, ligam os membros
da Igreja, membros do Corpo Místico, cuja Cabeça é Cristo e cuja alma é o Espírito Santo.
Por isso é importante o conhecimento dessas leis e instituições derivadas, de sua
evolução através dos tempos e lugares. Isso demanda pesquisa, e é objeto do estudo
das Fontes do Direito Canônico.
A Igreja é uma Família humana identificada como Povo de Deus. Assumiu e foi-se
desenvolvendo, desde os primórdios, como uma Sociedade organizada e com estrutura
própria. Os preceitos jurídicos que a regem buscam as suas raízes no Antigo Testamento,
sobretudo em Moisés, e fortaleceram-se no Evangelho. Depois, porque se desenvolveu
no Império Romano, a estrutura da Igreja e os seus preceitos jurídicos receberam a
influência da própria estrutura constitucional do Império.
O Direito Canônico é a lei da Igreja Católica, o conjunto das normas que regulam a
vida na comunidade eclesial, diretamente relacionado ao dia-a-dia dos católicos de todo
o mundo. Nasceu no interior do Império Romano e vem até aos nossos dias, mas baseia-
se na herança jurídica e legislativa da Revelação e da Tradição.
A Igreja sempre foi realizando Concílios Ecumênicos, quer para condenar essas
heresias, quer para debater e fixar verdades de fé e normas eclesiásticas. Fez-se a
distinção entre pecado e delito. Por isso, tratou de maneira diferente o que dizia
respeito ao foro interno, envolvendo dispensas e graças, e aquilo que conduzia a
julgamento e condenação, ou seja, que dizia respeito ao foro externo. E surgiram os
tribunais eclesiásticos para dirimir conflitos e a Penitenciaria para atender às questões
do foro interno.
Desde o Decreto de Graciano (1140) até ao Concílio de Trento, a ciência canônica foi
ganhando forma. A partir de Trento até ao Código de 1917 é o período das Institutiones
Canonicae. Depois do Código de 1917, começa o período dos grandes Comentários. A
própria jurisprudência canônica contribuiu para profunda reflexão pós-conciliar acerca
da revisão do Código.
Com séculos de evolução e por diferentes papados passados, o atual código, datado
do ano de 1983 é o que se encontra em vigor. O direito canônico atual é composto por
dois documentos: Codex Iuris Canonici (CDC) que, em português, traduz-se por código
de direito canônico; o Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium(CCEO) ou Código dos
Cânones das Igrejas Orientais (referente às Igrejas em comunhão como papa, mas de
outro rito, como por exemplo a Igreja Católica Maronita, entre outras).
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Se as mudanças da sociedade humana requerer nova revisão do Código, a Igreja
pode tomar o caminho da renovação, tal como ao longo dos séculos a disciplina da Igreja
se adaptou adequadamente às novas circunstâncias. Como reconhecia o Papa João XXIII,
"o mundo tem os seus problemas e a Igreja sempre tomou a peito esses problemas. A
doutrina da Igreja abarca o homem todo, no seu corpo e na sua alma, e pede-nos que
sejamos, na terra, peregrinos a caminho da pátria celeste".
Todo este livro pode ser sintetizado à luz de um duplo sentido: 1) a comunhão
eclesial e 2) a exigência da funcionalidade pastoral.
A primeira noção que se encontra na base do povo de Deus, é a dos fiéis católicos.
O código a exprime com a palavra “christifidelis”: fiéis cristãos. Vêm apresentados como
aqueles que, incorporados em Cristo mediante ao Batismo, são constituído como povo
de Deus e assim, são chamados a exercer a missão que Deus confiou à sua Igreja neste
mundo. Estar em plena comunhão com a Igreja Católica, quando está integrado em
Cristo por meio do tríplice vínculo: Profissão de fé, dos sacramentos e do governo
eclesiástico. (cc.204-205).
Em 1980 ficou decidido, após uma consulta a todos os Bispos do mundo que não
se publicaria nenhuma Lei Fundamental, mas 16 normas seriam incorporadas aos
direitos e deveres fundamentais comuns a todos os fiéis.
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1) A noção básica é a igualdade, entra todos os fiéis existe uma verdadeira
igualdade e dignidade, assim, todos cooperam com a edificação do Corpo de
Cristo, de acordo com a condição e as tarefas de cada um.
2) Comunhão com os pastores da Igreja, de modo especial com a Igreja particular
ou diocese.
3) Levar uma vida santa e colaborar no crescimento e santificação da Igreja.
4) Colaborar na ação missionária da Igreja.
5) Relacionar-se com os próprios pastores, de modo de poder manifestar-lhes as
necessidades da Igreja.
6) Participar dos bens espirituais da Igreja, Palavra e sacramentos.
7) Participar no culto, de acordo com o rito e viver uma espiritualidade própria.
8) Fundar livremente associações com fins caritativos ou religiosos.
9) Exercer apostolado
10) Receber educação e instrução cristã.
11) Dedicar-se à pesquisa teológica e publicar os resultados da mesma.
12) Escolher livremente o próprio estado de vida.
13) Ter uma boa fama e ser respeitado em sua intimidade pessoal.
14) Reivindicar os próprios direitos e ser julgado de acordo com as normas e caso
seja punido, seja de acordo com a lei.
15) Colaborar com a manutenção material da Igreja, promover a justiça e socorrer
os pobres.
16) Ter presente, o bem comum da Igreja e os direitos dos outros.
O plano político é o terreno específico dos leigos e não do clero. Onde o clero se
pronuncia sobre assuntos que competem aos leigos, estes se omitem, escorando-se
passivamente nos ombros clericais.
Note-se que, nesta perspectiva canônica, não é ao clero que compete fazer a
“consagração do mundo”, através de um ato religioso especial, mas ao leigo, através da
sua cotidiana inserção na realidade, e de seu trabalho animado pelo espírito cristão.
O código realça o “ministério conjugal” dos leigos. É na família que eles estão
investidos de um encargo peculiar para a edificação do Povo de Deus. Na Exortação
Apostólica “Familiaris consortio” (J.PII) este tema será muito desenvolvido.
Além desses ministérios, que lhe são característicos, o leigo pode ser chamado a
exercer algum cargo eclesiástico, exercer a função de conselheiro do Bispo ou obter
alguns ministérios instituídos, como leitor ou acólito. (cc.228-230).
Para que isso aconteça, o leigo tem que adquirir formação religiosa adequada
para o exercício do mesmo. Abrem-se as portas de todos os cursos de ciências religiosas
e teológicas, podendo receber o mandato de ensinar as ciências sagradas.
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estabilidade, publicidade e reconhecimento oficial. Nos três graus, diaconato,
presbiterato e episcopado – que funda a estrutura constitucional da Igreja, o fiel adquire
o sacro poder de agir na pessoa de Cristo, emprestando-lhe a voz, as mãos e a própria
pessoa.
A primeira norma pode ser expressa por um sentir com a Igreja; implica em
obediência ao Sumo Pontífice e ao Bispo, obrigação de residir na própria diocese,
manter laços fraternais com os colegas, promover as missões dos leigos e manter-se
atualizado quanto à doutrina sagrada.
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A associação pública depende de modo especial, da autoridade eclesiástica. As
associações privadas, ao invés, gozam de maior liberdade de ação e de maior
autonomia. A função da autoridade é de vigilância e não de direção.
O Concílio Vaticano II e o CDC de 1983 nos diz: mão é só o Papa, mas o Papa e os
Bispos, o primeiro como sucessor de Pedro e os outros como sucessores dos outros
Apóstolos, que detém o poder supremo da Igreja.
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O Código determina como se deve exercer o poder supremo na Igreja. O Colégio
Episcipal encontra seu modo de atuação no Concílio ecumênico (integrado com todos
os bispos). Compete, porém, ao Papa convocá-lo, determinar seu andamento e dar
aprovação final.
O Sínodo dos Bispos se reuni periodicamente para fomentar a união entre o Papa
e os Bispos nas questões de fé e costume, para conservar e firmar a disciplina
eclesiástica.
Núncios Apostólicos são pessoas do clero que são enviadas pelo Papa para
representar a Igreja junto as autoridades civis das diversas nações do mundo
“legados”(C. 362).
O Bispo é pastor e sua ação pastoral é de solicitude para com todos os fiéis
católicos, de qualquer idade, condição social e origem, e também, com aqueles que
abandonaram a prática religiosa. E vai mais longe: não esquecer os fieis de outros ritos,
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nem os irmãos de outras confissões religiosas, promovendo um são ecumenismo e por
fim, tem que ter um olhar para os não-batizados que se encontram em sua diocese.
Para que o Bispo possa exercer seu ministério, prescreve-se que não abandone
a diocese por mais de um mês por ano. Deve-se visitar toda a diocese, pelo menos, a
cada cinco anos. Pede-se que apresente o requerimento de demissão, ao completar 75
anos, ou quando estiver doente, a ponto de não mais conseguir exercer o seu ministério
episcopal.
O pároco deve residir numa casa paroquial, junto à Igreja. O Bispo pode permitir
que ele more junto a outros sacerdotes em uma casa comum, contanto, que não
dificulte as suas obrigações e funções paroquiais. Tem obrigação de celebrar a Missa
dominical e dos dias santos pelo povo lhe foi confiado.
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determinado grupo ou para certos ministérios, como por exemplo, cuidar das diversas
vocações (juventude, casais...), tem que estar em sintonia com o pároco.
Os Capelães. São sacerdotes aos quais se confia de modo estável, a cura pastoral
de alguma comunidade ou grupo de fiéis. Sua nomeação depende do Bispo. No caso de
uma casa de um Instituto Religioso leigo deve-se consultar o Superior e ouvida a
Comunidade. A estes capelães só cabem a função litúrgica, sem direito de alterar o
regime interno do instituto.
Prevê-se que todos os que gozam de uma vida ordinária, como os migrantes,
nômades, navegantes etc.. Tenham, na medida do possível, um capelão. Os capelães
militares são regidos por leis especiais.
Quanto à variedade dos institutos, o c.577 aponta quatro grandes ramos, que se
resumem na imitação de Cristo que: reza (instituto de vida contemplativa); anuncia o
Reino (instituto de vida apostólica); vai a socorro dos homens (instituto de vida à ajuda
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ao próximo); convive no mundo (institutos seculares). Todos eles procurando fazer a
vontade do Pai.
Alem destes institutos, a Igreja conhece duas outras formas de vida consagrada:
1) a vida eremítica ou anacorética, que constitui um retiro de solidão e no silêncio, onde
alguém se dedica ao louvor de Deus e à salvação do mundo, mediante oração e
penitência. Para alguém ser reconhecido como eremita pela igreja, é preciso que
professe, com os três conselhos evangélicos, seus votos diante do Bispo e se mantenha
sob a sua direção. 2) A ordem das virgens compreende pessoas que se consagram a Deus
segundo um rito aprovado pelo Bispo, como esposas de Cristo e dedicadas ao serviço da
Igreja.
O cân. 597 diz que qualquer católico pode ser admitido num instituto de vida
consagrada, sob a tríplice condição: tenha reta intenção; possua qualidades requeridas
pelo Direito Universal e pelo próprio instituto a que se candidata; e não se interponha
nenhum impedimento. Para o ingresso na vida consagrada, ninguém pode ser admitido
sem preparação da forma de vida que vai abraçar como as dificuldades e a renuncia que
implica.
O título deste denso livro “A Função de Ensinar da Igreja” tem o significado que
a Igreja, assistida pelo Espírito Santo, tem como missão anunciar o Evangelho de Cristo.
“Ide, ensinai todos os povos o que eu vos ensinei” (Mt 28,19).
O Código fala também do método a ser seguido na obra missionária. Não impor
de fora, mas transformar de dentro a humanidade. Note-se ainda a necessidade de
respeitar a dignidade das pessoas e os valores próprios de cada cultura. Os missionários
não são enviados para levar uma cultura humana, mas para pregar o Evangelho. A
adesão à fé deve ser livre e espontânea.
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Capítulo 11: A Educação Católica (cc. 793-821)
Da função de ensinar da Igreja o CDC distingue quatro aspectos: o direito e dever
da educação católica por parte da Igreja; escolas como lugar privilegiado da educação;
a necessidade das Universidades e Faculdades Eclesiásticas para a pesquisa e
transmissão das disciplinas sagradas.
O c. 793 aponta os pais como os primeiros responsáveis pela a educação dos seus
filhos. Isto implica na liberdade de escolha dos meios e instituições que lhes pareçam
mais aptos para o fim que se propõem.
A Igreja reivindica para si, em razão da missão que lhe foi divinamente confiada,
o direito e o dever de educar. Prescreve que os pastores façam o possível para que todos
os fiéis obtenham uma educação católica.
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campo das comunicações sociais. O c. 822 exorta os pastores a se servir dos
instrumentos de comunicação com criatividade, formando agentes, comunicadores e
jornalistas.
Se a Igreja se preocupa com sua presença nas escolas, não pode postergar sua
presença nos meios de comunicação, que hoje também leva a educação aos lares. Os
cristãos não devem aceitar tudo que for vinculado, tem que ter senso crítico.
O c. 839 fala de outros meios nos quais a Igreja exerce a função de santificar:
orações, penitências e obras de caridade.
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Capítulo 14: O Batismo (cc. 849-878)
O batismo é a porta dos sacramentos e meio necessário à salvação, pelo menos
em desejo (este pode ser explicito manifestado por gestos ou palavras ou implícito,
incluído na vida do não-católico que ignora o Batismo, mas, se subordina à Verdade e
ao Bem como ele os conhece). É o próprio Cristo que o estabelece (Mc 16,16).
Pede-se que dê ao batizado um nome que não seja alheio ao sentido cristão. O
dia do Batismo por excelência é a vigília pascal. Por isso dá-se preferência àquela Páscoa
que se celebra semanalmente, no domingo.
Uma palavra de atenuação que cada batizando tenha seu padrinho e sua
madrinha. Poderá eventualmente, bastar uma testemunha. Cabe-lhe assistir ao
batizado adulto na iniciação cristã; junto aos pais apresentar a criança e ajudá-la a viver
a sua fé. Requerem-se, porém, diversas qualidades para alguém ser padrinho ou
madrinha. 1) seja escolhido pelo batizado, pelos pais ou pelo ministro, 2) tenha aptidão
para o cargo, 3) tenha pelo menos 16 anos, 4) seja católico, crismado, 5) tenha feito a
primeira comunhão, 6) leve uma vida coerente com a fé, 7) não esteja sob uma pena
canônica, 8) não seja pai ou mãe do afilhado. Um não católico só pode ser aceito como
testemunha, junto com um dos padrinhos católicos.
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Capítulo 15: A Confirmação (cc. 879-896)
O CDC diz que pela Crisma o batizado continua no caminho da iniciação cristã,
sendo enriquecido pelo dom do Espírito, mais perfeitamente unido à Igreja, fortificado
e constituído testemunha de Cristo, obrigado a defender e difundir a fé.
O ministro celebra “in persona Christi”. Deve-se por isso, ter recebido o
sacramento da Ordem sacerdotal. A atual legislação não permite que alguém celebre a
sós numa mesma Igreja enquanto ali outros concelebram. Seria falta de unidade
sacerdotal.
Para que alguém possa receber a comunhão, é necessário que tenha suficiente
conhecimento e preparação, de modo que possa fazê-lo com fé e devoção. Quando uma
criança está em perigo de morte, pode receber a comunhão, bastando que saiba
distinguir de um alimento comum o Corpo de Cristo e recebê-lo com reverência.
Quanto ao rito a Eucaristia é celebrada com pão ázimo e vinho. Não se permite
em hipótese alguma consagrar outra matéria e também consagrar uma espécie sem a
outra, nem fora da missa. O sacerdote idoso ou enfermo poderá celebrar a missa
sentado, mas sem participação do povo.
Onde houver o Santíssimo tem que haver um horário diário para que o povo
possa fazer as orações. O tabernáculo deve estar em um lugar de destaque com uma
lâmpada acesa como sinal da presença de Cristo.
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Capítulo 17: A Penitência (cc. 959-997)
O CDC de 1983 repete a grande Tradição da Igreja acerca do Sacramento da
Penitência. Nele e por ele os fiéis que se acusam junto a um legítimo ministro, recebem,
mediante a absolvição sacramental, o perdão dos pecados, e são reconciliados com a
Igreja.
Para entender as normas acerca deste sacramento, é preciso ter a distinção entre
pecado grave e pecado leve. O pecado grave constitui uma ruptura do homem com
Deus, ao passo que o venial é um ato incoerente, de alguém que vive na amizade com
Deus. Para haver pecado grave temos 3 condições: matéria grave, plena advertência e
perfeito consentimento.
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Capítulo 18: A Unção dos Enfermos (cc. 998-1007)
Com a Unção dos Enfermos, a Igreja recomenda a Cristo, que sofreu e ressuscitou
os fiéis gravemente enfermos, para que os conforte e os salve. Em outras palavras, o
sacramento da Unção dos Enfermos é para a vida e não para a morte.
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A atual legislação canônica procura dar mais valor à personalidade, passa a ver o
matrimônio como comunidade de vida e amor. A Igreja exige uma relação interpessoal
recíproca, numa comunhão de vida. Neste sentido o c.1098 estabelece que o erro acerca
das qualidades da pessoa, provocado dolosamente para conseguir matrimônio, o
invalida.
A Igreja quer evitar que o casamento dos cristãos se reduza a mera função social.
É acima de tudo um ato religioso, de louvor e culto a Deus. Na base está, evidentemente,
o Batismo. Prescreve-se que os noivos sejam crismados antes de se unirem pelo
matrimônio. Além disso, recomenda-se vivamente que os noivos se aproximem também
dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, para que o sacramento do matrimônio
seja recebido com maior fruto (o matrimônio é tido como um sacramento dos vivos que
se recebe em estado de graça).
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outro: podem surgir problemas – e sempre surgem – mas conte comigo: nossa união
jamais será posta em questão. Decidindo pelo matrimônio, queimam as velas: não há
mais volta (quando a vida a dois se torna insuportável, a Igreja reconhece a separação
judicial, todavia sem direito a novas núpcias).
Mas pode acontecer o erro. Se for acerca da própria pessoa – e não acerca de
uma qualidade. O mesmo acontece se alguém enganou dolosamente acerca de uma
qualidade que pode perturbar gravemente a vida conjugal para conseguir o
consentimento.
O consentimento deve ser interno, ninguém pode decidir em lugar dos noivos. O
sim dos noivos se reveste de um poder sacramental transformador.
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Capítulo 24: A Celebração do Matrimônio (cc. 1108-1133)
A celebração do matrimônio não é pura formalidade. É exigência de um a mor
profundo, que leva a um consentimento público. Integra a sociedade civil e religiosa. O
Código de 83 reassume as mesmas normas já fixadas em 1917. Exigem, para um válido
matrimônio, junto aos noivos que emitem os seus consentimentos, alguém da parte da
Igreja e duas testemunhas de livre escolha dos noivos. Ao representante da Igreja, de
direito o Bispo ou o Pároco Oe por delegação, algum sacerdote, diácono ou mesmo
leigo, cabe a função ativa: enquirir e receber, em nome da Igreja, a manifestação do
consentimento dos noivos. Fica, porém, claro que os celebrantes do sacramento são os
próprios noivos. É o consentimento matrimonial que tem valor sacramental.
Os noivos são livres para escolher a paróquia onde os noivos tenham domicilio
ou residam por um mês. Para casar-se em outro lugar, pede-se a licença do Bispo ou
Pároco de um dos noivos.
Além da forma jurídica, existe a forma litúrgica. Tem que haver um decoro, fé e
piedade. É um culto a Deus. Por isso, tem que ser digno e nobre e não mera exibição de
riqueza e ostentação social.
Uma segunda forma deste privilégio se verifica nos países polígamos. Ao pagão
que se converte é concedida a faculdade de escolher uma – não necessariamente a
primeira – dentre as mulheres que teve. O Bispo terá a responsabilidade de cuidar a fim
das demais mulheres demitidas sejam tratadas de acordo com as normas de justiça, da
caridade e da equidade natural.
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Uma terceira forma é no caso de um cônjuge pagão, por motivo de prisão ou
perseguição, não poder coabitar com a legitima esposa. Convertendo-se e sendo
batizado, poderá casar-se novamente.
Modelo:
Ao
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Qualificação: Eu,........, filha obediente da Igreja, venho respeitosamente solicitar
deste egrégio Tribunal, que estude o meu matrimônio com ........, celebrado no dia......
na Igreja........, na Diocese........ e para isso, relato os fatos abaixo.
Histórico
Pai; mãe; sogra; cunhada; irmão .... todas identificadas com nome, endereço,
telefone e religião.
As partes são chamadas de: Demandante (quem entra com o processo) e a outra
parte será Demandada. Vá ao Tribunal Eclesiástico e protocole o seu pedido. Após 30
dias, caso o tribunal não se manifeste o seu processo deverá ser aceito. Caso você não
possa pagar as custas processuais e os honorários advocatícios, solicite um patrocínio
gratuito, amparo no c. 1649§3. Apresente o seu contra cheque e todas as suas despesas.
Peça a um sacerdote para fazer uma carta de próprio punho, dizendo que lhe conhece
e ateste a sua idoneidade, que recebe aquele valor e tem aquelas despesas. O Tribunal
terá 30 dias para responder e atender o seu pedido.
O Bispo neste caso será o único juiz. Ele se valerá de dois assessores (clérigos ou
leigos). O processo terá um prazo de 45 dias para ser concluído e deverá apresentar em
seu Libelo um fato claro com a anuência das partes. O Vigário Judicial decidirá a
procedência ou não do rito. Caso seja aceito o Tribunal garantirá a gratuidade para o
Processo Breve.
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