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Secularização do Direito Romano

A secularização do direito romano, consiste no afastamento do Direito Romano da Religião e


da política. Assim sendo, antes da chegada do 1° elemento a contribuir para a secularização do
mesmo ( lei das 12 tábuas), os Romanos, obedeciam a 1 conjunto de regras orais que eram
impostas pela crença de que eram correspondentes as vontades dos Deuses. Este Veio
oficializar o que era um processo oral de modo a tornar-se escrito, estes processos que eram
feitos oralmente passaram a ser feitos por escrito ao passo que as coisas ao serem
transmitidas de forma oral não tinham grande jurisdicidade, com execessao de alguns casos
em que o Direito ( Ius) recorria a força ( impetu ) para que fossem cumpridas certas ordens
sociais, pois, com a oralidade tornava-se cada vez mais difícil respeita-las e entendê-las.
Enquanto que com as regras escritas tornava-se mais fácil, dai deu-se o 1° passo para a
secularização. Contudo houve uma separação entre a iurisprudentia e a esfera religiosa dando-
se um processo de laicização com início no século III a.C. e que passou por três etapas:

1. O Primeiro passo consistiu com as regras dos mores maiorum escritas- Lei das 12
tábuas. A Lei das 12 tábuas veio dar espaço a todos, seja jurisprudentes, plebeus ou
patrícios, e criou-se pelas reinvindicacoes dos plebeus, sendo esta lei considerada a lei
mais antiga de Roma, A sua principal fonte eram os mores maiorum e os Ius civile
papirianum. A mesma ditava normas de modo a eliminar a diferença entre as classes,
uma vez que as leis do período monárquico não se adaptaram a nova forma de
governo, ou seja a República e por ter dado origem ao Direito Civil e as ações de lei.
Por haver também grandes conflitos entre os patrícios e os plebeus em 451 a.C foi
criada uma comoção conhecida por “Decemviri legibus scrubundi”, na qual foram
criados 10 primeiros códigos para que se pudesse harmonizar conflitos entre as
classes. Estes 10 primeiros códigos foram preparados entre 451a.c a 450. A.c O 2°
Decemviri concluiu os 2 últimos códigos, daí tornaram-se 12 tábuas e estás foram
promulgadas, havendo sido literalmente escritas em 12 formas de Madeira.

2. Após este marco, surgiu o segundo elemento que contribuiu para a secularização do
direito romano que consistiu na criação de um processo de formulação da lei, ou seja,
a Lex Aebutia de formulis, nesta, as regras de procedimento já não eram tão rígidas e
passaram a ser mais adaptadas as reclamações da comunidade. Os inflexíveis
esquemas das ações da lei são substituídos pelo processo por formulas. A fórmula
correspondia ao esquema abstrato contido no edito do pretor, no qual eram feitos os
ajustes necessários e era redigido um documento (iudicium) pelo magistrado fixando o
objeto da demanda que devia ser julgada pelo iudex.

3. Depois, houve o chegou o Ius Flavianum Cerca de 304 a.C., este foi considerado como
um momento de publizaçao do Direito Romano, quando Flávio (escriba de um
pontífice) publicou uma coleção de fórmulas processuais das leges actiones. Esta
coleção ficou conhecida como ius flavianum e permitiu aCneu Flávio ocupar os lugares
de tribuno da plebe e de edil curul. Já magistrado, Flávio publicitou no fórum o
calendário religioso. O ius flavianum é uma das etapas mais importantes para o fim do
monopólio pontifico e do domínio do sagrado no âmbito da criação, interpretação e
aplicação do Direito em Roma, pois releva as fórmulas processuais e ocalendário com
os dias fastos e nefastos para a colocação das ações. O ius flavianum é uma das etapas
da irusprudentia (ius criado pela auctoritas dos iurisprudentes, e que pertencia, no
início de Roma, exclusivamente aos sacerdotes pontífices, situando-se no âmbito
religioso).

4. Por sua vez, surge também o ensino publico do Direito, em 203. A.C, quando Tiberio
corncaneo foi o primeiro plebeu que teve acesso ao cargo de pontifex maximus,
Tiberio começou a ensinar direito em público, rodeado de discípulos, enquanto
respondia directamente às questões que lhe eram colocadas. Não apenas os pontífices
e as partes, mas todos aqueles que quisessem aprender direito ( Ius) podia asssistir as
suas consultas.Nos finais da república devido a perda do hábito de ensinar direito,
obrigou a um ensino de Direito em dois graus:
O primeiro grau, considerava-se como elementar o Desiganado instituere, aqui os
alunos tinham como dever ficar com uma visão global e genérica do Ius civile e do Ius
honorarium e para tal dispunham de manuais escritos para o efeito : as institutiones.
O segundo degrau era considerado como casuístico, o designado instruere, este
quando ficasse concluído, considerava o jovem discípulo apto para as disputationes ou
seja, discussões com mestre em público.

Evolução da Jurisprudência em Roma


A Iurisprudentia, no inicio Roma, era considerada como a interpretatio do Ius civile,
uma atividade em monopólio exclusivo dos pontifícios e situava-se no âmbito religioso.
Apenas no século 3 a. C iniciou-se o processo de racionalização da jurisprudência,
libertando-se da imposição religiosa que a caracterizava. Assim, este processo passou
a ter 3 fases ou etapas muito importantes:

A 1° consistia na positivação dos preceitos de Ius civile na lex duodecim tabularum, ou


seja, publicidade da lei. ( relativamente a lei das 12 tábuas)

A 2° consistia no Ius flavianum( revelação de regras e fórmulas até aqui guardadas em


segredo, lex aebutia de formulis)

A 3° esta relacionada com o ensino público de Direito, quanto a transmissão de um


saber que se julgava provir dos Deuses e só era revelado aos sacerdotes.

A primeira etapa, consistia na lei das 12 tábuas como fonte de Direito Romano.
Dizendo que, antes da promulgação da lei das XII Tábuas, o Direito consuetudinário
não escrito, permitia aos intérpretes que naquela altura eram os sacerdotes patrícios,
uma grande atenção na forma de resolver os litígios invocando o IUS (Direito),
favorecendo os a patrícios em detrimento dos plebeus.Assim, o Trabalho de
elaboração da Lei das XII Tábuas pretendeu acabar, através da publicidade da Lei, com
o segredo pontifice do Direito. Assim as normas que seriam aplicadas passariam a ser
do conhecimento de todos. Este pontífice manteve-se na interpretação da lei das XII
tábuas, das normas consuetudinárias que ficaram de fora e na formalização dos atos.
Na segunda Etapa, relativa ao Ius Flavianum, posso dizer que começou em 304 a.C ,
que segundo a história o Escravo cneu Flávis, aproveitou-se da cegueira do seu patrão
e publicou uma coleção de fórmulas legais processuais, conhecidas também por legis
Actiones), este momento foi considerado como um Marco de publicizacao do Direito
Romano, daí surge o Ius Flavianum, considerado como a primeira revelação das
normas jurídicas misteriosas.

Quanto a 3° Etapa, consistia no Ensino do Direito Público, por volta de 253 a.C,.
quando Tiberio corncaneo foi o primeiro plebeu que teve acesso ao cargo de pontifex
maximus, Tiberio começou a ensinar direito em público, rodeado de discípulos,
enquanto respondia directamente às questões que lhe eram colocadas. Não apenas os
pontífices e as partes, mas todos aqueles que quisessem aprender direito ( Ius) podia
asssistir as suas consultas.Nos finais da república devido a perda do hábito de ensinar
direito, obrigou a um ensino de Direito em dois graus:
O primeiro grau, considerava-se como elementar o Desiganado instituere, aqui os
alunos tinham como dever ficar com uma visão global e genérica do Ius civile e do Ius
honorarium e para tal dispunham de manuais escritos para o efeito : as institutiones.
O segundo degrau era considerado como casuístico, o designado instruere, este
quando ficasse concluído, considerava o jovem discípulo apto para as disputationes ou
seja, discussões com mestre em público.
Com a Laicização, a Jurisprudência pontifícia , os sacerdotes, foram subsistiudos
pelos jurisprudentes ou júris consultos. A Interpretação das regras de Direito passou
a ser conhecida apenas por jurisprudência.
A partir do século II, a Atividade dos Jurisprudentes passou a ser concretizada em 3
momentos ou partes distintas: que eram
Respondere: esta atividade consistia em dar as pessoas aquilo que elas procuravam.
Cavere: esta atividade consistia em redigir formulários para os negócios jurídicos, de
modo a evitar celebrar contratos contra a sua vontade ou de serem considerados
nulos.
Agere- esta já era desenvolvida de modo a ajudar pessoas que procuravam sobre
escolha da vida processual mais adequada para prosseguirem com êxitos os seus
interesses, que depois eram utilizados na defesa perante o juiz na fase processual
seguinte.
Com o desenvolvimento da jurisprudência foram juntadas estás 3 atividades
tradicionais ( agere, cavere e respondere ) com outras 3 atividades jurisprudenciais ,
estás eram
1. A atividade docente, que consistia em ensinar o direito
2. A atividade polémica que consistia em Dizer o Direito
3. E a atividade literária que consistia em ensinar o Direito.

Quanto a atividade Docente, ou seja, ensinar o Direito, começou em 252 a. quando


Tiberio corncaneo foi o primeiro plebeu que teve acesso ao cargo de pontifex
maximus, Tiberio começou a ensinar direito em público, rodeado de discípulos,
enquanto respondia directamente às questões que lhe eram colocadas. Não apenas os
pontífices e as partes, mas todos aqueles que quisessem aprender direito ( Ius) podia
asssistir as suas consultas.Nos finais da república devido a perda do hábito de ensinar
direito, obrigou a um ensino de Direito em dois graus:
O primeiro grau, considerava-se como elementar o Desiganado instituere, aqui os
alunos tinham como dever ficar com uma visão global e genérica do Ius civile e do Ius
honorarium e para tal dispunham de manuais escritos para o efeito : as institutiones.
O segundo degrau era considerado como casuístico, o designado instruere, este
quando ficasse concluído, considerava o jovem discípulo apto para as disputationes ou
seja, discussões com mestre em público.

Quanto a Atividade polémica, ou seja, dizer o Direito, aqui transferia-se de certo


modo da política para o Direito o gosto de argumentar com o uso da retórica, ou seja,
havia uma diversidade de opiniões e de respostas e discussões francas e argumentadas
das questões jurídicas suscitadas. Esta atividade era exercida pela disputatio

Quanto a atividade literária, ou seja, escrever o Direito, surgiu quando a


jurisprudência começou a transmitir um saber que era quase sempre adaptado às
realidades a que se aplicava.
Aqui havia também a literatura jurídica dentro dela havia ( instititiones, epistolae,
digesta e tratados)

Nesta evolução houve também a consagração pegar da Jurisprudência, que dividia-se


em 3 partes, começando pela época republicana
1- Na época republicana a Jurisprudência não era considerada oficialmente uma fonte
imediata de direito, pois os responsa não vinculavam os juizes. Aqui ela era apenas
considerada fonte inspiradora e material tanto do Ius civile como do Ius honorarium

Numa segunda etapa, consistia, no valor das responsas, e ao tempo de Augusto.


quando O Divino Augusto determinou que as respondas fossem dadas Por sua
autorização, logo daí em diante concordo a pedir-se isso como benefício.
Aqui o valor dos responsas foi dado pelos juristas com o Ius respondenti
Esses responsas já não eram doutrina pura, pois aqui havia uma certa intervenção do
imperium do princeps ou seja, eram decisões que detinham uma parcela mínima de
soberania.

Numa terceira e última etapa, a Jurisprudência era considerada fonte imediata de


Direito, de forma geral, houve um rescrito de adriano que elevou os responda dados
pelos juristas privilegiados à categoria de leges. Não abrangia não só os responsas
antigos proferido desde a criação do Ius respondenti no tempo de Augusto.
“O Corpus Iuris Civilis resultou do génio planificador de justiniano,
de uma plêiade de juristas competentes e trabalhadores, do
ambiente cultural existente e de uma vontade indomável de
codificar o Direito Romano.”

R: O corpus iuris civilis resultou do génio planificador de Justiniano, de uma plêiade de


juristas competentes e trabalhadores, do ambiente cultural existente, de uma vontade
indomável de codificar o Direito Romano. Mas, mais importante, por existir um
conjunto considerável de textos de jurisprudentes da fase criadora de ius –
conservados em várias fontes, ainda que de modo parcial, alterado e truncado e
comentários e anotações contendo interpretações que alteraram os sentidos e as
soluções originais. que importava preservar e dar vida através da sua vigência como
normas legais de origem jurisprudencial.
Justiniano, pretendia restaurar a unidade do império e a grandeza de Roma pelas vias
política, religiosa, militar e jurídica.
Importa salientar aqui a figura ímpar de Triboniano, chave do êxito do plano
codificador de Justiniano, tendo presidido as comissões encarregadas de elaborar o
Digesto, as comissões redactoras das Institutiones, e da segunda edição do Codex.
A compilação Justinianeia é composta por um código de leges (Codex) -12 livros; de
uma monumental colectânea de iura, o Digesto – 50 livros; e de um manual
institucional para o ensino do Direito Romano, as Institutiones - 4 livros. Foi elaborado
entre 528 e 534, no entanto após esta data foi necessária, para servir de complemento
face ao intenso labor legislativo de então, uma recolha de leges publicadas depois da
segunda edição do Codex, designada como Novelae constitutiones.
Face à experiência histórica da imensa confusão introduzida na prática forense pelos
comentários e anotações, Justiniano proibiu quaisquer comentários ou anotações à
codificação feita e a punição para quem a violasse era severa.
A legitimação da codificação de normas legais, cuja origem é jurisprudencial, logo com
uma legitimação de iure ancorada na auctoritas dos jurisprudentes que formularam
esses enunciados como regras jurídicas, é aceite sem resistência. Os compiladores do
Corpus Iuris Civilis deixam expressa a doutrina de que o imperador é fonte exclusiva de
criação, interpretação e aplicação do Direito, o que reflete a ideologia monárquica
absolutista totalizante de Justiniano.

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