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GRELHA DE CORREÇÃO

EXAME DE RECURSO – HISTÓRIA DO DIREITO

TURMA NOITE

Grupo 1

1. Data de 426. Promulgada por Valentiniano III ou Teodósio II, restringe a massa jurídica
jurisprudencial quanto ao seu valor judicial. Só podem ser citados em tribunal,
vinculando os juízes as obras de cinco juristas clássicos – Papiniano, Paulo, Ulpiano,
Modestino e Gaio. Se houvesse acordo entre os cinco, era obrigatório seguir essa
opinião; se não houvesse acordo, devia seguir-se a maioria; havendo empate e num dos
lados estivesse a opinião de Papiniano, seguia-se esta; quando Papiniano não trava do
problema, o juiz ficava livre para decidir a questão.
2. O imperium consistia no poder de soberania do pretor a que os cidadãos não podiam
opor-se. Baseado nele, desde os finais do séc. III a.c. a 130 a.c., utiliza expedientes
próprios para criar direito de uma forma indireta – o ius praetorium. Iurisdictio – a partir
de 130 a.c., data da lex aebutia de formulis, o pretor baseado no seu poder especial de
administrar a justiça de um modo normal, utiliza, de forma directa, expedientes
destinados a criar direito, ius praetorium, embora por via processual. Concede uma
actio própria e em direito romano ter actio é ter ius.
3. Em resumo, a lex publica, cujo tipo característica é a lex rogata, é uma declaração solene
com valor normativo (sponsio) feita pelo povo (populi) pelo facto de aproveitar em
comum, nos comícios, com uma autorização responsável (iussum), a proposta
apresentada pelo magistrado. Em primeiro lugar, surgiu a lex privata.
4. Primeira revelação das normas jurídicas misteriosas. É uma coletânea de formas legais
processuais – das legis actiones – publicada segundo a tradição por Cneu Flávio, liberto
escriba do nobre e pontífice A’pio Cláudio, que se aproveitou da cegueira do patrono.
5. Mores maiorum é a primeira expressão usada para indicar a ideia de costume. Significa
a “tradição de uma comprovada moralidade”. Verdadeiro costume romano. Impõe-se
aos cidadãos como norma e como fonte de normas nas respectivas relações. Não é um
direito que nasce espontaneamente do tácitus consensos populi, pois para os romanos
as novas regras derivavam dos antigos (mores maiorum) competindo aos prudentes, aos
juristas, revelar ou, o que é o mesmo, interpretá-los. Assim a iurisprudentia, isto é a
primitiva ciência do Direito procedia toda dos more maiorum. Consuetudo surge muito
depois para significar a ideia de costume. Embora surja antes da época pós-clássica
destina-se a referir o costume em sentido moderno, isto é, a observância constante e
uniforme de uma regra de conduta pelos membros de uma comunidade com convicção
da sua obrigatoriedade; entendendo que tal corresponde a uma necessidade jurídica.
6. Cavere – aconselhar os particulares como deviam realizar os negócios jurídicos; quais as
palavras sacramentais a dizer; as cláusulas a atender; documentos escritos a redigir.
Agere – assistir às partes no processo. Nomeadamente, instruindo sobre a forma a
empregar; as palavras a usar; sobre os prazos a apresentar provas. Respondere –
traduzia-se em dar pareceres; sentenças a particulares ou magistrados sobre questões
jurídicas. Era a função mais relevante dos jurisconsultos, posto que nos responsa se
concretizava a ciência do Direito.

Grupo 2
Embora o Direito Romano seja direito único, que apresenta um processo evolutivo perfeito,
é importante distinguir as seguintes épocas, atendendo precisamente à perfeição das suas
instituições, como nasceu, evolui, atingiu o apogeu e se glorifica e em cada uma delas
realçar a sua essência. Épocas arcaica; clássica – pré-clássica, clássica central e clássica
tardia; pós-clássica e justinianeia. Em linhas gerais dizer que na época arcaica (753 a.c. a
130 a.c.) se verifica a formação das rudimentares e embrionárias instituições jurídicas
romanas; tudo muito impreciso, não havendo limite do jurídico, do religioso e do moral.
Aludir à possível subdivisão de duas etapas de 253 a.c a 242 a.c.. Na primeira existe apenas
o ius civile, no sentido de regular as relações entre os cíveis, numa forma mais primitiva o
direito próprio dos quirites, não podendo traduzir-se por direito civil. De 242 a.c. a 130 a.c.
cria-se o pretor peregrino e, como ele, a formação do ius gentium, existente a par do ius
civile para regular as relações entre os cíveis e os estrangeiros e entre estes. Época clássical
(130 a.c. a 230 d.c.): período do apogeu do ordenamento jurídico romano. Caracteriza-se
pela sua grandeza, exatidão e precisão. Os juristas não especulam, mas antes dotados de
uma enorme intuição jurídica, interpretam e aplicam as normas aos casos concretos, criam
a norma adequada a um caso não previsto nas normas já existentes. Nesta época clássica
podemos dividir: época pré-clássica (130 ac. a 30 a.c.) em que existe um grande
desenvolvimento que leva ao apogeu da época clássica central (30 a.c. a 130 d.c.). Nesta
verifica-se a grande perfeição do direito romano. Por último, na época clássica tardia (130
a 230) já há um certo enfraquecimento. Os juristas perdem o seu génio criador, sobretudo
repetem o dito pelos grandes mestres; há uma inflação do ensino do direito, resultante da
concessão da cidadania romana a todos os habitantes livres do império em 212 com a
Constituição Antoniniana, que implica um maior ensino. Época pós-clássica (230 a 530) é
uma época de franca decadência, desaparece o génio criador e intuitivo dos juristas
anteriores. Caracteriza-se da confusão até de textos. Tanto no Ocidente como no Oriente
há uma vulgarização, corrupção dos livros clássicos, não só pela prática, mas, sobretudo,
pelas escolas. No Ocidente essa confusão acentua-se a partir do ano de 365 devido a vários
fatores, como a influencia dos direitos locais dos povos dos territórios dominados pelos
romanos e dos direitos dos povos bárbaros que começavam a invadir o império. Há uma
simplificação de conceitos clássicos. É a este direito pós-clássico ocidental que se chama
“direito romano vulgar”. No oriente, a partir de 395 a dita confusão manifesta-se em
aspectos vulgaristas isolados. É a consagração do classicismo que se traduz no imitar o
clássico e no reagir contra as desvirtuações. Além disso, há uma influencia da filosofia e dos
direitos gregos. Por último a época Justinianeia (530-565) que vai desde o inicio do corpus
iuris civilis até à data da morte do imperador Justiniano. Chega aqui o termo da evolução
do direito romano, a sua codificação.

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