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História do direito - Iustitia: vendada, segurando uma

balança mais sofisticada que a de


Cláudio Castro Diké, quando sua balança está
Livro A cidade antiga equilibrada tem-se o “ius” que é
quando tem o justo (iustum). Era do
CRENÇAS povo.
Iustitia é uma deusa pagã, então
Muito focado em antigas crenças
quando o Cristianismo chega com os
principalmente a respeito da alma e
imperadores eles a eliminam a ideia
da morte, culto aos mortos, fogo
de ius e adotam a balança reta que
sagrado, religião doméstica.
simboliza o de-rectum, formando o
A religião foi o princípio da família
fundo moral cristão que é o nosso
antiga, casamento, proibição do
direito. Nesse momento as lex (leis)
celibato, divórcio em caso de
são criadas pelos imperadores. Se
esterilidade e desigualdade entre
isso não tivesse acontecido hoje
filho e filha (machismo).
teríamos a Justiça ao invés do
“pater familia” era o líder. Agnação
Direito.
é o vínculo religioso, relacionado
também aos cultos aos mortos e suas
crenças. Cognação é vínculo Roma – história externa
sanguíneo.
CIDADE do direito romano
A cidade foi formada através das
fratrias (gregos) ou cúrias (romanos), 754 a.C – fundação de Roma
essas que eram reuniões familiares e 510 a.C – queda da Realeza
formavam as tribos. Na tribo, novas
crenças religiosas eram implantadas. Período da República: 510 a.C
Os deuses da cidade, culto ao começa com a queda da realeza e vai
fundador como foi o caso de Rômulo até 27 a.C com Otávio Augusto.
e Remo em Roma. Estrangeiros eram Senado forte com alta participação
odiados. popular.

Livro A origem do Direito


Deuses Gregos:
História interna no direito
Zeus: tudo vê romano
Themis: profere os julgamentos
Diké: tem uma espada em mãos que
sugere a punibilidade do direito Pré-Clássico: de 754 a.C com a
grego (direito punitivo) e uma
fundação de Roma até 149 a.C com a
balança em outra mão que remete ao
Lei Ebúcia Ações da lei.
isòs (igualdade)
Deuses Romanos: Clássico: de 149 a.C da Lei Ebúcia
Júpiter: tudo vê até Diocleciano. Formulário,
Dione: julga processo popular.
Pós clássico: 305 d.C com
Diocleciano até 565 d.C com
Justiniano. Cognição extraordinária.
Processo das Ações da Lei (do mais de um ano, Edictum Novum
período pré clássico): inter pres eram os lançados durante um ano.
(entre entranhas, interpretar o direito Esse processo duraria 1 ano e
e as leis). Colégio dos Pontífices, tinham fases:
Colégio dos patrícios (ricos,
 Dare actionem: quando o
religiosos, processo era resolvido de
pretor dava o direito de
maneira oral) que eram detentores do
ação, julgava que a pessoa
conhecimento. Lá havia um
tinha algum direito para
calendário com os dias fastos e
recorrer.
nefastos onde podia ou não pecar.
Actio se confundia com Ius,
Quebra do Colégio Pontificial:
pensavam que se você tem direito,
 Lei das XII tábuas você tem ação, mas hoje em dia não
 Gneus Flavius, ato estão mais tão ligados devido à
revolucionário onde foi morosidade da justiça.
exposto o calendário dos dias
Havia uma fórmula que trazia a
fastos e nefastos, deixando de
demanda, o pedido...
haver a necessidade de irem
ao colégio para ter acesso ao Partes acessórias da fórmula:
que deviam fazer para praescriptio (antes da demonstratio)
resolver seus problemas. (pro rei foi substituída pelas
 Lex Ogulnia: Lei que dava excepctiones); exceptio (defesa
direito aos plebeus para material); replicatio (autor),
participarem do colégio dos duplicatio (réu) e triplicatio (autor).
pontífices, deixando de ser
Avocati: advogados, surgem em
exclusividade dos patrícios.
Roma. Tinham o poder oratório, em
 Tiberius Caruncanius:
honra de seu trabalho, recebe os
primeiro plebeu a ir para o
honorários. Era o único que recebia.
colégio dos pontífices que
quando chegou lá, começou a Resumo com dados da internet:
ensinar direito para todos.
No direito romano há três sistemas
Onde surgem os
processuais que estão ligados com os
jurisconsultos.
processos históricos: pré clássico
1° Edito no ano de 118 a.C. com as leges actiones, clássico com
per formulas e pós clássico com
No início do mandato do g
cognitio extraordinem. No período
havia o Perpetuum que perdia o pré clássico com as leges actiones o
valor após um ano, o que mais importa é a maneira e não a
Translatitium se mantinha por vontade do ato, predomina o ius
civile. A luta entre plebeus e cognição (cause cognitio) e concede
patrícios influenciaram muito. Foi aí (dare actione) ou não concede
que o ius (profano/do povo) se (denegatio actione) a ação ao
separou do fas (divino), fase da interessado.
secularização do direito. Ius gentium
Nisso se dá ao pretor a liberdade de
foi o ordenamento jurídico para
ação administrativa
estrangeiros, usado pelos povos
(discricionariedade), dentro do
itálicos e mediterrâneos em suas
permitido por lei, ele é quase um
transações comerciais com Roma, a
legislador, pois ele irá determinar o
despeito das tradições jurídicas da
direito a se aplicar na decisão da
cidade, o ius civile. No período
controvérsia concreta, sobre a qual o
clássico se consolidará a palavra
juiz popular pronunciará a sentença.
fides, que seria fazer o que disse,
O elemento fundamental desse
cumprir o que prometeu. De acordo
sistema é a fórmula, que é dada pelo
com Velasco, a fides aparece como
pretor e que concretiza o litígio.
ideia central do pensamento jurídico
e político de Roma. Para os romanos O processo é bifásico, na primeira
ius e actio andavam lado a lado, fase (in iure) o pretor analisa a
conceitos inseparáveis. Com a Lex demanda, a segunda fase (apud
Aebutia os cidadãos foram iudicem) é endereçada ao juiz
autorizadas a instaurar iudicia em popular que irá julgar o caso pelo
fórmulas, sem necessidade de convencimento das provas
recorrer às leges actiones. apresentadas.
Posteriormente com Otávio Augusto,
A pretura fazia parte da progressão
a lex Julia iudiciorum privatorum,
do cursus honorum para se atingir
oficializou o processo formular.
magistraturar superiores, daí o
Nessa época surge a diferença entre
interesse dos pretores em atuar de
iurisdictio (âmbito do procedimento
forma digna e correta. Na transição,
civil ordinário, a autoridade para
referido ao processo formular, os
decidir se um autor deve ser
sistemas do pré-clássico e do
permitido deduzir yma demanda
clássico convivem harmoniosamente,
perante um juiz) e iudicatio significa
o das leges actiones e do agere per
a autoridade para solucionar e
formulas (este último é escolhido
sentenciar um processo.
pelas partes pela simplicidade e
Actio é um ato jurídico por flexibilidade de adaptação ao caso
excelência, uma atuação com a litigioso, fazendo com que o sistema
finalidade de obter uma decisão caia em desuso). O pretor ameniza as
definitiva (indicatum) fundada na durezas do direito romano, do velho
opinião (sententia) de um juiz ius quiritum, cruel, duro e
privado (iudex privatus) que se intransigente, tornando-o mais
distingue dos juízos públicos que humano conforme as necessidades
cuidavam das questões penais e do momento, Essa transição é
políticas. O pretor faz uma breve marcada pela substituição das
fórmulas verbais do sistema de leges Conceito de direito romano (754 a.c
actiones por um texto ou fórmula até 565 d.C);
escrita. O jurisconsulto na sua
Conceito romano de direito: Ius est
atividade do respondere emite sua
(direito é) ars (arte) boni et aequi (do
responsa quanto à formulação e
bom e do equânime/justo/bom
aplicação do direito aos magistrados,
senso). Nesse conceito quer dizer
às assembleias, aos juízes, às partes e
que o direito é criativo.
no pós-clássico aos imperadores. O
respondere se faz sobre casos reais e A arte é um processo de imaginação,
debatidos, no agere, o jurisconsulto de expansão.
dá a direção do processo, indicando
Preceitos do direito romano:
as ações a se exercitar e os
procedimentos a serem seguidos na  Honeste vivere: viver
fórmula, e no cavere, aconselha as honestamente.
partes sobre a formalidade e  Alterum non laedere: não
requisitos dos atos, contratos e lesar a outrem.
negócios jurídicos em geral.  Suum cuique tribuere: dar a
Hoje temos um conceito genérico de cada um o que é seu.
ação, mas em Roma a cada direito Período do pós-clássico: período da
correspondia uma ação específica. O clementia, indulgentia, imperadores
processo do direito romano não era julgavam com base nos valores
autônomo e estava relacionado ao cristãos. Cognitio extraordinária.
conceito que os juristas faziam com
respeito ao direito subjetivo material Após os Imperadores se converterem
e a ação judiciária (actio). ao Cristianismo a iustitia inspira-se
em Deus.

Com a cognitio extraordinária no a obtida de todo judiciário. Os


pós-clássico, o procedimento passou poderes são retratados da
a ser todo estatal, onde o parecer do jurisprudência = tira o livre
magistrado não mais correspondia conhecimento dos juízes. Decisões
apenas a um parecer jurídico reiteradas dos tribunais (pesquisar
(sententia), mas estava ligado a um em sites de tribunais, ver a
órgão estatal. legislação).
Summuim ius, summa injuria: A jurisprudência influencia muito no
perfeito direito, perfeita injustiça. direito brasileiro.
Há momentos qye o Supremo e o
Congresso não decidem
O que é jurisprudência romana: vem
unificadamente, eles acabam
dos jurisconsultos.
descumprindo a própria
O que é hoje jurisprudência? Ainda é jurisprudência do próprio sistema
mal resolvida a conclusão unificada (divergência entre STF e STJ, por ex.
Jurisprudência divergente: Tudo do direito civil foi baseado
divergências entre poderes. nos jurisconsultos do direito
Jurisprudência: decisão unificada. romano.

A lei maria da penha foi decidida Pretor pensava com princípios (o


pelo poder da corte interamericana mais importante era o da boa-fé).
dos Direitos Humanos. A
jurisprudência no civil law não tem o
respeito de acatar uma única decisão.
Já no common law é mais respeitada.
A jurisprudência é o conhecimento
das coisas divinas e humanas e a
ciência do justo e do injusto.
Funções dos jurisconsultos:
Agere: indicação das formas dos
atos processuais.
Cavere: colaboração dos juristas
na redação de instrumentos
jurídicos
Respondere: dar pareceres e
soluções de questões (responsa)
também por escrito (escribere) a
pedido de particulares.

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