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DIRETORIA DE PRODUÇÃO EDUCACIONAL

PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIVERSOS

FICHA TÉCNICA DO MATERIAL


grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
2822023217

TIPO DE MATERIAL:
E-book

NOME:
Questões Comentadas de Direito Eleitoral
Concurso Unificado TSE + TREs

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
3/2023
Sumário

QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL...................................................4

Direito Eleitoral..............................................................................................................4

Conceito, Fontes e Princípios do Direito Eleitoral.....................................................4

Código Eleitoral – Introdução......................................................................................7

Justiça Eleitoral – Organização e Composição.........................................................15

Ministério Público Eleitoral..........................................................................................73

Alistamento Eleitoral....................................................................................................89

Sistemas Eleitorais.......................................................................................................92

Atos Preparatórios à Votação......................................................................................112

Apuração das Eleições.................................................................................................122

Da Diplomação..............................................................................................................131

Nulidades da Votação...................................................................................................136

Recursos Eleitorais.......................................................................................................146

Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral.............................................................167

Direitos Políticos – Alistamento e Voto.......................................................................186

Direitos Políticos – Condições de Elegibilidade........................................................191

Direitos Políticos – Inelegibilidades Constitucionais................................................200

Direitos Políticos – Princípio da Anterioridade Eleitoral...........................................233

Direitos Políticos – Ação de Impugnação de Mandato Eletivo.................................240

Lei n. 9.504/1997 – Disposições Gerais......................................................................257

Lei n. 9.096/1995 – Disposições Preliminares............................................................266

GABARITO.........................................................................................................................276
QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
Professor: Weslei Machado

QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL


CONCURSO UNIFICADO TSE + TRES

WESLEI MACHADO

DIREITO ELEITORAL

Conceito, Fontes e Princípios do Direito Eleitoral

1. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RS/2003) Em


determinado município, o prefeito submeteu à câmara municipal projeto de lei que pre-
via a criação de crime eleitoral para a conduta de candidato analfabeto que pleiteasse
o cargo eletivo de vereador.

Considerando a situação hipotética acima e a legislação referente aos crimes eleitorais,


julgue os itens abaixo.

A matéria eleitoral poderia ser apreciada pela câmara municipal, nos termos da CF vi-
gente, enquanto a matéria criminal, não.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal, a União tem competência legislativa
privativa para legislar sobre Direito Eleitoral. Logo, os municípios, o Distrito Federal e os
estados-membros não têm competência para tratar sobre crimes eleitorais.

2. (FUNDEP/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-MG/2014) Analise as afirmativas


seguintes.

I – Independente e próprio, com autonomia científica e didática, o Direito Eleitoral está


encarregado de regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e o processo eleito-
ral, cujo conjunto de normas destina-se a assegurar a organização e o exercício de
direitos políticos, especialmente os que envolvam votar e ser votado.
II – A Lei Eleitoral é exclusivamente federal por força do Artigo 22, I, da Constituição
Federal, podendo, no entanto, os Estados e Municípios disporem de regras de cunho
eleitoral supletivamente.
III – As Medidas Provisórias podem conter disposições com conteúdo eleitoral.
IV – Vigora no Direito Eleitoral o princípio da anterioridade, ou seja, embora em vigor na
data de sua publicação, a lei somente será aplicada se a eleição acontecer após 1
(um) ano da data de sua vigência.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
Professor: Weslei Machado

A partir da análise, conclui-se que estão corretas:


a. I e II apenas.
b. I e III apenas.
c. II e III apenas.
d. I e IV apenas.

COMENTÁRIO
Vamos à análise dos itens:
I – Certo. Para Joel José Cândido (2006, p. 23), Direito Eleitoral é:

O ramo do Direito Público que trata de institutos relacionados com os direitos políticos e
das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares de mandatos
eletivos e das instituições de Estado.

Na mesma linha, José Jairo Gomes (2012, p. 19) assim o define:

O ramo do Direito Público cujo objeto são os institutos, as normas e os procedimentos


regularizadores dos direitos políticos. Normatiza o exercício do sufrágio com vistas à
concretização da soberania popular.

II – Errado. A competência legislativa para legislar sobre Direito Eleitoral é privativa da


União, nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal, não se admitindo a edição de leis
estaduais e municipais sobre essa matéria.
III – Errado. De acordo com o art. 62, § 1º, I, a, da Constituição Federal, não se admite a
edição de medidas provisórias sobre Direito Eleitoral.
IV – Certo. Conforme o art. 16 da Constituição Federal, as leis eleitorais que alterem o
processo eleitoral entram em vigor na data de sua publicação, mas não se aplicam às elei-
ções que ocorram até 1 (um) ano da data de sua vigência. No item, o examinador não fez
referência às leis que alterem processo eleitoral, mas, sim, às leis eleitorais, motivo pelo
qual é importante destacar que não são todas as leis eleitorais regidas pelo princípio da
anterioridade eleitoral (somente aquelas que alterem o processo eleitoral). Desse modo,
poder-se-ia afirmar, tecnicamente, que a afirmação contida nesse item é incorreta. Contu-
do, essa afirmação foi considerada errada pelo examinador.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
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3. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RO/2013) Não se incluem,


dentre as fontes do Direito Eleitoral: as:
a. resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
b. decisões jurisprudenciais.
c. leis estaduais.
d. normas da Constituição Federal.
e. leis federais.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal, compete privativamente à União legislar
sobre Direito Eleitoral, não cabendo aos estados-membros e ao Distrito Federal expedir
normas sobre essa matéria.
Desse modo, as leis estaduais não são fontes do Direito.
As demais alternativas contêm exemplos de fontes do Direito Eleitoral.

4. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RS/2003) O


atual Código Eleitoral foi elaborado após a CF de 1988; assim, todos os seus dispositi-
vos estão de acordo com o texto da Carta Magna.

COMENTÁRIO
O Código Eleitoral disciplina a competência da Justiça Eleitoral, o exercício dos direitos
políticos, fixa as regras de alistamento, dos sistemas eleitorais, de registro de candidaturas,
de atos preparatórios, da apuração, da diplomação dos eleitos, dos crimes eleitorais e do
processo penal eleitoral.
Esse diploma legislativo foi editado em 1965, muito antes, portanto, da entrada em vigor
da CF/1988. Com a edição do novo texto constitucional foi possível observar que algumas
disposições do diploma eleitoral eram com ele incompatíveis, e, por essa razão, foram
revogadas.
Para ilustrar essa incompatibilidade, basta observar o disposto no art. 5º do CE, que veda o
exercício de direitos políticos aos analfabetos. Esse dispositivo do CE viola o texto constitucio-
nal que permite aos analfabetos, de forma facultativa, o exercício dos direitos políticos ativos, e
por essa razão, não foi recepcionado pela nova ordem constitucional instaurada pelo CF/1988.
Da mesma forma, entende-se que não é compatível a proibição de aquisição da cidadania
aos brasileiros que não saibam exprimir-se em língua nacional, prevista no art. 5º, II, do
CE. Segundo esse dispositivo, um índio, por exemplo, que tenha a nacionalidade brasi-
leira, mas que não saiba exprimir-se em língua nacional, não poderia adquirir a cidadania
brasileira. Contudo, a CF/1988, ao atribuir a cidadania, não exigiu a fluência em língua
portuguesa.

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Código Eleitoral – Introdução

5. (CESPE-CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-MA/2005)


Considere um eleitor que não tem prova de que votou na última eleição, nem pagou a
respectiva multa ou se justificou devidamente. Nessa situação, o referido eleitor pode:
a. propor ação popular.
b. obter passaporte ou carteira de identidade.
c. praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou declara-
ção de renda.
d. inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública e investir-se ou
empossar-se nele.
e. participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos estados, dos terri-
tórios, do DF ou dos municípios.

COMENTÁRIO
A partir da análise do art. 7º do Código Eleitoral, que estabelece as consequências jurídicas
impostas aos eleitores que descumprirem o seu dever de votar, não justifica a ausência
nem paga a multa, inexiste a proibição para aqueles que não possuem quitação eleitoral
proporem ações populares.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
Segundo o art. 7º, § 1º, do Código Eleitoral, sem a prova de que votou na última eleição,
pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor:

i) inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou em-


possar-se neles;
ii) receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público,
autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e so-
ciedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam
serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição;
iii) participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos estados, dos terri-
tórios, do Distrito Federal ou dos municípios, ou das respectivas autarquias;
iv) obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômi-
cas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em
qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração
este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
v) obter passaporte ou carteira de identidade;
vi) renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
vii) praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou impos-
to de renda.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
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6. (VUNESP/ADVOGADO/CSAER-GUARATINGUETÁ-SP/2015) Assinale a alternati-


va correta.
a. O sufrágio censitário é uma das espécies do sufrágio universal.
b. O plebiscito é o chamamento do cidadão para manifestar-se sobre ratificação ou
rejeição de ato normativo já editado pelo legislador, enquanto que o referendo é a
convocação do cidadão para manifestar-se sobre a aprovação ou reprovação de ato
normativo a ser deliberado pelo legislador.
c. A Justiça Eleitoral exerce exclusivamente as funções jurisdicional, normativa e
consultiva.
d. O eleitor que estiver no país e deixar de votar, não se justificando perante o Juiz Elei-
toral até sessenta dias após a eleição, incorrerá em pena de multa. Diversamente, o
eleitor que estiver no exterior e deixar de votar terá trinta dias contados de seu retorno
ao país para se justificar perante o Juiz Eleitoral, sob pena de multa.
e. Compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente os confli-
tos de jurisdição entre Juízes Eleitorais de Estados diversos.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 126 da Resolução-TSE n. 23.659/2021, o eleitor que deixar de votar e
não se justificar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a realização da eleição incorrerá
em multa imposta pelo juiz eleitoral.
A seu turno, para eleitor que se encontrar no exterior na data do pleito, o prazo de que
trata o caput será de 30 dias, contados do seu retorno ao país, segundo o art. 126, I, b, da
Resolução-TSE n. 23.659/2021.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
a. Errado. O sufrágio censitário, concedido a cidadãos que preencham critérios econômi-
cos, não é adotado na ordem jurídica brasileira. Na verdade, a Constituição Federal previu
que o sufrágio é universal.
b. Errado. Segundo o art. 2º da Lei n. 9.709/1998, o referendo é convocado com posterio-
ridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou
rejeição. Por sua vez, o plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou admi-
nistrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
c. Errado. A Justiça Eleitoral exerce as seguintes funções:

a. jurisdicional;
b. regulamentar;
c. consultiva; e,
d. administrativa.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
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e. Errado. De acordo com o art. 22, I, b, do Código Eleitoral, compete ao Tribunal Superior
Eleitoral processar e julgar, originariamente, os conflitos de competência entre tribunais
regionais eleitorais e juízes eleitorais de estados diferentes.

7. (IBFC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-AM/2014/ADAPTADO)


De acordo com o Código Eleitoral (Lei Federal n. 4.737/1965), assinale a alternativa
incorreta.
Não podem se alistar eleitores:
a. analfabetos.
b. que não saibam se exprimir na língua nacional.
c. que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos.
d. militares, ainda que não sejam oficiais ou aspirantes a oficiais.

COMENTÁRIO
A Banca Examinadora IBFC, na definição do gabarito, levou em consideração disposições
legais contidas no art. 5º do Código Eleitoral que não foram recepcionadas pela Consti-
tuição Federal. Apesar da revogação dos incisos I e II do art. 5º do Código Eleitoral, esse
dispositivo foi levado em consideração para a definição do gabarito. O art. 5º do Código
Eleitoral dispõe que:

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:


I – os analfabetos (revogado);
II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional (revogado);
III – os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos.

Por sua vez, inexiste restrição para a aquisição da cidadania pelos cidadãos militares.
Com isso, o gabarito oficial considerou a literalidade do art. 5º do Código Eleitoral, porém,
ressalto que esse dispositivo foi parcialmente revogado pela Constituição Federal.

8. (IBFC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-AM/2014) Com relação


ao alistamento, ao voto e à sua disciplina, assinale a alternativa correta.
a. São obrigatórios para os brasileiros de um ou outro sexo, salvo quanto ao alista-
mento, do qual estão desobrigados os maiores de 70 (setenta) anos.
b. Como regra, não são obrigatórios para os brasileiros.
c. É obrigatório o alistamento, inclusive, para os que estiveram fora do país.
d. É obrigatório o voto para os que se encontrem fora de seu domicílio.

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COMENTÁRIO
A Banca Examinadora IBFC, na definição do gabarito, levou em consideração disposições
legais contidas no art. 6º do Código Eleitoral que não foram recepcionadas pela Constitui-
ção Federal. Com efeito, o tema facultatividade e obrigatoriedade do alistamento eleitoral
atualmente está regulado pelo art. 14, § 1º, da Constituição Federal, estando revogadas as
disposições legais com ele incompatíveis revogadas.
Apesar disso, houve a cobrança da literalidade do art. 6º do Código Eleitoral, segundo o qual:

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I – quanto ao alistamento:
a. os inválidos;
b. os maiores de 70 (setenta) anos;
c. os que se encontrem fora do país;
II – quanto ao voto:
a. os enfermos;
b. os que se encontrem fora do seu domicílio;
c. os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

A alternativa correta baseou-se nessa disposição legal, considerando apenas a sua li-
teralidade.

9. (CONSULPLAN/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP-SC/2019) Estabelece a


Lei n. 4.737/1965 que o alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um
e outro sexo, salvo:

I – quanto ao alistamento: os enfermos; os maiores de 70 (setenta) anos; os que se


encontrem fora do país;
II – quanto ao voto: os inválidos; os que se encontrem fora do seu domicílio; e os funcio-
nários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

COMENTÁRIO
Apesar da divergência doutrinária quanto à recepção do art. 6º do Código Eleitoral, a Ban-
ca Examinadora Consulplan cobrou a literalidade desse dispositivo legal, razão pela qual
o reproduzo a seguir:

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I – quanto ao alistamento:
a. os inválidos;

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b. os maiores de 70 (setenta) anos;


c. os que se encontrem fora do país.
II – quanto ao voto:
a. os enfermos;
b. os que se encontrem fora do seu domicílio;
c. os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

A partir da literalidade desse dispositivo pré-constitucional, pode-se concluir que a asserti-


va está errada.
De qualquer forma, há, inclusive julgados do TSE sobre algumas das situações listadas
nessa prescrição legal em que houve a adoção de posição demonstrativa da não recep-
ção dessas disposições, como por exemplo, a Resolução-TSE n. 23.659/2021, que trata
da obrigatoriedade do alistamento e do voto das pessoas com deficiência (inválidos, na
expressão inadequada do Código Eleitoral).

10. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PR/2017) Jailma, para


quem o voto é obrigatório, é professora e nunca tinha deixado de votar em uma eleição.
Ocorre que, em 2016, viajou para outro Município com a intenção de cuidar da saúde de
sua mãe. Por estar fora de seu domicílio eleitoral, deixou de votar nessas eleições para
escolha de Vereador e de Prefeito. Com muitas preocupações, Jailma não justificou sua
ausência às urnas nem realizou o pagamento da multa respectiva. Dessa forma, Jailma
não poderá:
a. praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de
renda, mas poderá inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública.
b. inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, mas poderá inves-
tir-se ou empossar-se neles se já tiver havido a inscrição antes da ausência às urnas
e também não poderá obter passaporte ou carteira de identidade.
c. inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou
empossar-se neles e também não poderá obter carteira de identidade ou passaporte,
salvo se o eleitor estiver no exterior e requerer novo passaporte para identificação e
retorno ao Brasil.
d. obter passaporte pelo período de cinco anos, mas poderá obter carteira de identidade
para que possa ser identificada civilmente.
e. renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial, mas poderá obter carteira de
identidade.

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COMENTÁRIO
Jailma, em razão de não cumprir suas obrigações eleitorais, ou seja, não votou, não justi-
ficou sua ausência e nem pagou a multa eleitoral, não poderá, nos termos do art. 7º, § 1º,
II e V, do Código Eleitoral:

a. inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou em-


possar-se neles; e
b. obter passaporte ou carteira de identidade, salvo, em relação ao passaporte, se eleitor
estiver no exterior e requerer novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil.

Desse modo, pode-se afirmar que a alternativa correta é a letra “c”.


As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
a, b) Errados. Jailma não poderá inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função
pública, investir-se ou empossar-se neles.
d, e) Errados. Jailma não poderá obter passaporte ou carteira de identidade até que cum-
pra suas obrigações eleitorais.

11. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP-MS/2019) Em relação ao alista-


mento, ao voto e à obrigatoriedade de seu exercício, é correto afirmar que:
a. não podem alistar-se como eleitores somente os analfabetos e os que não saibam
exprimir-se na língua nacional.
b. sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se
justificou devidamente, não poderá o eleitor obter passaporte ou carteira de identi-
dade, entre outras restrições.
c. o eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 45 dias após
a realização da eleição, incorrerá em multa de cinco a dez por cento sobre o salário
mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral.
d. o alistamento é obrigatório para todos os brasileiros, salvo apenas para os maiores de
sessenta anos, pois já enquadrados no Estatuto do Idoso.
e. voto não é obrigatório para os militares.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 7º, § 1º, V, do Código Eleitoral, dentre outras consequências, sem a
prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou de-
vidamente, não poderá o eleitor: obter passaporte ou carteira de identidade.
Desse modo, a alternativa correta é a letra “b”.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:

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a. Errado. Para os analfabetos, o alistamento é facultativo e não existe proibição de alista-


mento para brasileiros que não saibam exprimir-se em língua nacional que preencham os
requisitos legais.
c. Errado. Conforme o art. 126 da Resolução-TSE n. 23.659/2021, o eleitor que deixar de
votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a realização da eleição
incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral.
d. Errado. O alistamento é obrigatório para os brasileiros maiores de dezoito e menores de
70 (setenta) anos, desde que alfabetizados. Para os brasileiros maiores de 70 (setenta)
anos, o alistamento é facultativo.
e. Errado. Independentemente da profissão, o alistamento eleitoral será obrigatório para os
brasileiros maiores de dezoito e menores de 70 (setenta) anos, desde que alfabetizados.

12. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RN/2003)


Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as condi-
ções constitucionais e legais de elegibilidade e incompatibilidade.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 3º do Código Eleitoral, qualquer cidadão pode pretender investidura
em cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de elegibilidade e in-
compatibilidade. Em outras palavras, para concorrer a cargos eletivos, o cidadão deve
preencher todas as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma das hipóteses de
inelegibilidade.

13. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-CE/2012) A respeito do


alistamento e do voto, considere:

I – Não podem alistar-se eleitores os que não saibam exprimir-se na língua nacional.
II – O alistamento é obrigatório para os inválidos.
III – O voto não é obrigatório para os que se encontrarem fora do seu domicílio.

Está correto o que se afirma apenas em:


a. I e III.
b. I e II.
c. II e III.
d. I.
e. II.

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COMENTÁRIO
Apesar da divergência doutrinária quanto à recepção dos arts. 5º e 6º do Código Eleitoral
pela Constituição Federal, a Banca Examinadora FCC cobrou a literalidade desse disposi-
tivo legal, razão pela qual o reproduzo a seguir:

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:


I – os analfabetos (revogado);
II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional (revogado);
III – os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos.
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I – quanto ao alistamento:
a. os inválidos;
b. os maiores de 70 (setenta) anos;
c. os que se encontrem fora do país.
II – quanto ao voto:
a. os enfermos;
b. os que se encontrem fora do seu domicílio;
c. os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

Com base nessa premissa inicial, vamos à análise das assertivas:


I – Certo. Segundo o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, contido na Resolução
n. 23.274/2010, inexiste vedação para o alistamento e voto de brasileiros que não saibam
exprimir-se em língua nacional. Além disso, houve a afirmação expressa de que o art. 5º,
II, do Código Eleitoral, não foi recepcionado pela Constituição Federal. Apesar desse en-
tendimento do Tribunal Superior Eleitoral, considerou-se válida a disposição do art. 5º, II,
do Código Eleitoral.
II – Errado. Conforme o art. 6º, I, a, do Código Eleitoral, o alistamento não é obrigatório
para os inválidos, motivo pelo qual esse item foi considerado como correto. Destaque-se,
por oportuno, que, segundo o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral, con-
tido na Resolução-TSE n. 23.659/2021, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios
de acordo com a aplicação das regras constitucionais contidas no art. 14, § 1º. Por essa
disposição, para os maiores de 18, menores de 70, desde que alfabetizados, o alistamento
eleitoral e o voto são obrigatório. Entretanto, nos casos de deficiências que tornem o exer-
cício das obrigações eleitorais excessivas não se imporá sanção pelo não cumprimento
dos deveres eleitorais.
III – Certo. Nos termos do art. 6º, II, b, do Código Eleitoral, o voto é considerado facultativo
para os cidadãos que se encontrem fora de seu domicílio eleitoral.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
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14. (CESPE-CEBRASPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-GO/2015)


O eleitor que, nos termos da legislação eleitoral, seja obrigado a votar e não o faça esta-
rá sujeito a multa caso não se justifique perante o juiz eleitoral competente até sessenta
dias após a realização da eleição.

COMENTÁRIO
Os eleitores obrigados ao exercício do voto, que estiverem em território nacional, possuem
o prazo de até 60 dias após a data das eleições para justificarem as suas ausências, sendo
que a ausência ou recusa da justificativa eleitoral tem como consequência a imposição de
multa eleitoral.

Justiça Eleitoral – Organização e Composição

15. (FCC/ANALISTA LEGISLATIVO/AL-PE/2014) A respeito da composição dos Tribunais Re-


gionais Eleitorais, é correto afirmar que podem vir a integrá-los, dentre outros juízes, um:
a. Procurador da República indicado pelo Presidente da República.
b. Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
c. Ministro do Supremo Tribunal Federal.
d. Juiz do Tribunal Regional Federal com sede na capital do respectivo Estado.
e. membro do Ministério Público do respectivo Estado.

COMENTÁRIO
De acordo com o art. 120, § 1º, da Constituição Federal, os Tribunais Regionais Eleitorais
compor-se-ão:

I – mediante eleição, pelo voto secreto:


a. de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b. de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distri-
to Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Regional Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados
de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

Atente-se para o fato de que, apesar de a assertiva considerada certa mencionar apenas a
possibilidade de o TRE compor-se de um juiz membro do TRF, mas, nas unidades federati-
vas em que não há TRF, o membro da Justiça Federal integrante do TRE é um juiz federal,
membro do primeiro grau de jurisdição.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
Professor: Weslei Machado

16. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PB/2015) O Tribunal Su-


perior Eleitoral foi assim constituído: três juízes dentre os Ministros do Supremo Tri-
bunal Federal, escolhidos mediante eleição e pelo voto secreto; dois juízes dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça, escolhidos mediante eleição e pelo voto se-
creto; dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Supremo Tribunal Federal e nomeados pelo Presidente da República.
Essa composição está:
a. incorreta, porque são dois os Ministros do Supremo Tribunal Federal que podem inte-
grar o Tribunal.
b. incorreta, porque apenas um juiz oriundo da classe dos advogados pode integrar
o Tribunal.
c. correta, porque atende às normas legais pertinentes constantes da Constituição
Federal brasileira.
d. incorreta, porque os juízes oriundos da classe dos advogados não dependem de
nomeação e são eleitos pelo Supremo Tribunal Federal.
e. incorreta, porque dois juízes oriundos do Ministério Público Eleitoral devem integrar
o Tribunal.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 119 da Constituição Federal, o Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á,
no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I – mediante eleição, pelo voto secreto:


a. três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b. dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

17. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PB/2015) A respeito dos


Órgãos da Justiça Eleitoral, considere:

I – O registro do diretório estadual de partido compete ao Tribunal Superior Eleitoral,


tendo em vista o caráter nacional dos partidos políticos.
II – Os Tribunais Regionais Eleitorais deliberam por maioria de votos, em sessão pública,
com a presença da maioria de seus membros.
III – Compete ao Tribunal Superior Eleitoral aprovar a divisão dos Estados em Zonas Elei-
torais ou a criação de novas Zonas.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
Professor: Weslei Machado

Está correto o que se afirma apenas em:


a. II.
b. I e II.
c. I e III.
d. I.
e. II e III.

COMENTÁRIO
Vamos à análise das assertivas:
I – Errado. A competência para o registro de diretório estadual de partido político é do Tri-
bunal Regional Eleitoral.
II – Certo. Segundo o art. 28 do Código Eleitoral, os tribunais regionais deliberam por
maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. Desse
modo, essa assertiva está certa.
III – Certo. De acordo com o art. 30, IX, do Código Eleitoral, compete aos Tribunais Re-
gionais Eleitorais dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo esta
divisão, assim como a criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal Superior.

18. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PE/2004) O Presidente


do Tribunal Superior Eleitoral será:
a. eleito dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal que o compõem.
b. nomeado pelo Presidente da República dentre quaisquer de seus membros.
c. escolhido dentre quaisquer de seus membros pela ordem de antiguidade.
d. nomeado pelo Superior Tribunal de Justiça em lista tríplice por este elaborada.
e. eleito dentre quaisquer de seus membros, pelo voto secreto.

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 119, parágrafo único, da Constituição Federal, o Tribunal Superior Elei-
toral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal.

19. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PE/2004) Dois juízes dos


Tribunais Regionais Eleitorais são oriundos:
a. do Tribunal Federal de Recursos.
b. do Ministério Público.
c. da classe dos advogados.
d. da Justiça Federal.
e. dos Tribunais de Alçada.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO ELEITORAL
Professor: Weslei Machado

COMENTÁRIO
Nos termos do art. 120, § 1º, da Constituição Federal, os Tribunais Regionais Eleitorais
compor-se-ão:

I – mediante eleição, pelo voto secreto:


a. de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b. de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distri-
to Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Regional Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados
de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

20. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PE/2004) Uma parcela


dos juízes que compõem o Tribunal Superior Eleitoral é eleita dentre magistrados inte-
grantes do:
a. Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais Regio-
nais Federais.

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