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Overdose de Questões de HD P2

Professora Dalva Carmem Tonato

Direito Pré-Histórico e Antigo

1. ( ) As principais fontes do direito egípcio eram as leis escritas emanadas pelo


Faraó, que interpretava a vontade de Maat, deusa da justiça e da verdade.
2. ( ) Os direitos antigos eram caracterizados por uma forte influência da
administração pública na jurisdição, visto que os titulares da jurisdição eram, muitas
vezes, funcionários que também desempenhavam funções administrativas e
governativas.
3. ( ) O direito hebraico tinha como fonte central a Thorá, livro sagrado dos
judeus, e, de forma subsidiária, os costumes.
4. ( ) O direito vigente na Grécia Antiga não era unitário, visto que cada cidade
gozava de um ordenamento jurídico próprio. Nesse contexto, Atenas se destaca por ter
tido um direito dissociado da religião e um pensamento jurídico incipiente (expresso
nas obras de retórica e de ciência política), mesmo que não houvesse presença de
doutrina ou jurisprudência especializadas.
5. ( ) O tribunal dos heliastas, ou helieia, foi o primeiro órgão na história com
funções exclusivamente jurisdicionais, sendo a única expressão da jurisdição em
Atenas.
6. ( ) Na parte final da República Romana, os senatus consultus passam a ser
menos frequentes, pois o Senado têm dificuldade de se reunir em virtude da rápida
expansão territorial de Roma e dos tumultos internos da República.
7. ( ) Com a ascensão de Otávio Augusto e o início do Principado Romano, o
titular da jurisdição passa a ser o Juiz Oficial, que detém também cargos
administrativos e governativos.
8. ( ) Em Atenas, a jurisdição foi isolada das demais funções do poder público e
entregue ao Tribunal dos Heliastas, que a exerce com exclusividade e sem a
colaboração de nenhum outro órgão público ou privado.
9. ( ) O conflito derivado da quebra de um acordo inscrito no Registro Público, no
antigo Egito, seria julgado pelo oficial público, submetido ao Faraó, com base nas
regras escritas do próprio acordo e costumeiras, mas toda interpretação
subordinava-se ao MAAT (ideal de verdade, justiça e ordem).
10. ( ) O oficial hebreu, titular da jurisdição, se basearia na Thor como fonte
normativa para resolução de conflitos.
11. ( ) Os direitos cuneiformes caracterizam-se, após aproximadamente 2.000 a.C.,
por propiciar ao oficial público dotado de jurisdição uma diretriz normativa prévia,
escrita e destinada a vincular tanto aquele quanto os particulares.
12. ( ) Em Roma (400 a.C.), um conflito derivado da quebra da promessa solene
feita pelo pai (cidadão romano), de pagar alimentos mensais aos 4 filhos que tinha com
a ex-mulher (cidadã romana), da qual divorciara, poderá ser julgado pelo pretor com
base em normas novas criadas por este especificamente para o caso concreto, uma
vez que o Pretor detinha este poder expresso no poder de emanar editos.
13. ( ) Um conflito privado ocorrido em Roma (120 a.C.), poderia ser conduzido
diante do juiz-oficial, e seria julgado com base em Constituições Imperiais.

Direito na Idade Média

14. ( ) O direito canônico contempla critérios de competência pessoal (conflitos


envolvendo pecados, sacramentos etc) e critérios de competência material (conflitos
envolvendo ordenados da Igreja, órfãos e viúvas pobres).
15. ( ) Durante o início do segundo milênio, os juristas de Bolonha começam a
estudar o Corpus Iuris Civilis pela dialética (mos italicus). Em um primeiro momento, tal
metodologia é utilizada para alterar alguns aspectos do direito romano para as
finalidades europeias da época (glosadores). Entretanto, a partir de 1250, os
glosadores entram em crise e surge, também em Bolonha, a Escola dos
Comentaristas, que retorna seu foco à uma interpretação mais fiel dos textos
justinianeus.
16. ( ) A partir do século XIV, a Escola dos Comentaristas entra em crise, em
especial pela centralização do poder político e pelo progresso econômico e social da
Europa da época, além da ausência de pressupostos específicos nos textos romanos -
como o direito público, comercial e criminal. Ascende, então, a Escola Humanista, (mos
gallicus) na França e o Usus Modernus Pandectarum na Alemanha.
17. ( ) A Igreja Cristã e o Sacro Império Romano-Germânico foram as instituições
que produziram normas jurídicas válidas em caráter tendencialmente universal no
território europeu. O Direito Canônico era o direito da Igreja, atuado pela jurisdição
eclesiástica. Esta seria jurisdição competente para resolver o conflito relativo à guarda
dos filhos de um casal de cristãos, que haviam convivido maritalmente em união
estável durante longo tempo.
18. ( ) Nas monarquias germânicas, cada feudo possuía sua própria jurisdição
senhorial, atuada em tribunais nos quais se aplicavam regras costumeiras de cada
etnia, sob a presidência do senhor feudal e com julgamento por jurados da mesma
extração social das partes.
19. ( ) Um direito romano vulgar teve continuidade no centro sul da Europa pela via
dos costumes preservados pelas populações romanizadas, os quais, progressivamente
compilados por escrito, foram chamados de Leis romanas dos bárbaros, como o
Código Visigótico.
20. ( ) O Direito romano erudito do Corpus Iuris Civilis difundiu-se pela Europa
ocidental pelos juristas formados pela Universidade Medieval. A formação possível em
Direito Civil Romano e em Direito Canônico permitia a estes juristas criarem regras e
soluções jurídicas novas, que caracterizam o que se chamou de Direito Comum.
21. ( ) Os glosadores pressupunham a validade formal do Direito Romano, por
isso, interpretavam o texto normativo buscando criar novas soluções para os casos da
vida real. Para tanto, redigiam as glosas do texto, a fim de referir nelas outras normas
sobre o mesmo assunto que contassem em partes diferentes do CIC.
22. ( ) Bártolo de Saxoferrato foi um comentarista, escola caracterizada pela
adesão total ao texto do CIC e aplicação das normas tal qual constavam no texto
normativo romano. Esta escola era conhecida como mos italicus e utilizava o método
dialético da escolástica.
23. ( ) A base comum científica dos juristas eruditos dada pelo estudo do CIC nas
universidades, o uso do latim e o acesso aos estudos paralelos de Direito Canônico
fazia com que a Ciência Jurídica Europeia, mesmo diante da fragmentação política e
de jurisdições, atuasse conceitos e soluções jurídicas comuns.
24. ( ) Os humanistas franceses, adeptos do mos gallicus, complicam tratados por
matérias e buscam isolar do Direito Romano justinianeu, as regras da fase clássica
deste direito, identificando aquelas que seriam reflexo de um Direito Natural divino.

Direito na Idade Moderna

25. ( ) Durante o início da Idade Moderna, os recém criados Estados Nacionais


Modernos aceitam a supremacia do direito romano e tardam em criar um direito
próprio.
26. ( ) Tanto o BGB quanto o Code Civil de Napoleão foram baseados na ideia
liberal de criação de uma codificação que poderia ser replicada para todas as
sociedades e culturas.
27. ( ) Os códigos civis do início da contemporaneidade tiveram o intuito de romper
com a ancient régime, mas conservando diversos aspectos oriundos do direito romano
e foram fundamentados nos pressupostos da propriedade privada, da autonomia
privada, da família e da igualdade formal dos indivíduos.
28. ( ) A recepção do Direito Romano na Monarquia Francesa se deu pelas vias do
humanismo jurídico, que favoreceu o uso doutrinário e prático-forense do CIC -
reputado válido enquanto compatível com a razão humana laica.
29. ( ) Os Estados modernos europeus emergentes dotarem-se de um Direito
próprio (costumes e leis do rei) e de uma jurisdição própria e exclusiva, que suprimiu as
jurisdições senhoriais e admitiu apenas, mediante pactos específicos, a jurisdição
eclesiástica. Não houve a preocupação em dotarem-se, porém, de universidades
próprias para a formação de seu corpo de juristas e funcionários.
30. ( ) O código civil francês é uma lei infraconstitucional, cujo conteúdo normativo
foi subsidiado pelos materiais da ciência jurídica humanista e da escola histórica.
31. ( ) A codificação civil alemã de 1900 é uma lei infraconstitucional, cujo projeto
baseou-se no conteúdo dos tratados científico-jurídicos do jusracionalismo prussiano,
concebendo o direito como um sistema normativo universal.

Direito em Portugal e no Brasil Império

32. ( ) A Lei da Boa Razão, promovida por Marquês de Pombal em 1769, quebra a
tradição dialética nas universidades portuguesas e, na prática, impõe a elas o uso do
humanismo jurídico.
33. ( ) Devido à sua condição de colônia, até 1822, as fontes do direito e a
jurisdição brasileiros seguiam o direito português e não tinham elementos próprios.
34. ( ) O direito romano vigorou no Brasil até a promulgação da Constituição
Imperial de 1824, que instituiu um ordenamento jurídico próprio brasileiro.
35. ( ) A independência política proclamada em 1822 desencadeou a construção
da independência jurídica nacional, refletida na Constituição Imperial de 1824, na
determinação para a criação de cursos jurídicos próprios e na gradual revogação das
normas do direito anterior por códigos e leis nacionais.
36. ( ) A constituição imperial de 1824 implicou na revogação do primeiro Livro das
Ordenações do Reino e reestruturação de toda a jurisdição. Nenhuma estrutura de
jurisdição da época colonial foi mantida pela nova Constituição.
37. ( ) Um conflito sobre herança, em 1850, seria levado ao Juiz de Direito. Da
sentença deste, eventual recurso caberia ao Tribunal de Relação e, em última
instância, à Casa de Suplicação.
38. ( ) Um conflito entre dois particulares, sobre a propriedade de escravos no
Império, seria decidida com uso das regras do livro IV das Ordenações, e, em caso de
lacunas, dos estilos dos tribunais, costumes, Direito Canônico ou Direito Romano,
desde que conforme à boa razão.
39. ( ) A constituição de 1824 adotava a separação de poderes entre Executivo,
Moderador, Legislativo e Judiciário. Juízes de Direito ocupavam cargos de livre
indicação do imperador, não sendo exigida, necessariamente, formação
técnico-jurídica.
40. ( ) Sob o império foi projetada e executada a Consolidação das Leis Civis, por
Augusto Teixeira de Freitas, o responsável pelo projeto de Código Civil aprovado em
1916, na Primeira República.

Direito na Brasil República

41. ( ) O direito brasileiro no período da Primeira República é marcado pelo


predomínio do positivismo jurídico e pela intensa atividade jurisprudencial do Supremo
Tribunal Federal.
42. ( ) A Constituição Federal de 1891 instituiu formalmente o federalismo no
Brasil, com a separação da jurisdição entre a União e os Estados; os municípios,
entretanto, conservam parte de sua capacidade jurisdicional com os juízes municipais,
que só são abolidos pela Constituição Federal de 1988.
43. ( ) O Código Civil de 1916, redigido por Clóvis Beviláqua, revogou as últimas
partes das Ordenações Filipinas ainda vigentes no Brasil (Livros IV e V) e foi
fortemente baseado no BGB alemão, com cláusulas gerais e pouco detalhistas.
44. ( ) Uma das características do Código Civil de 1916 é a união das obrigações
civis e comerciais, já defendida por Teixeira de Freitas desde o início do processo
codificatório civil brasileiro.
45. ( ) Já na segunda metade do século XX, o Código de Beviláqua ficou defasado
devido às intensas mudanças sociais, políticas e constitucionais que ocorreram no
Brasil naquela época. Nesse contexto, o Congresso Nacional criou uma comissão para
propor um novo Código Civil, processo que culminou na promulgação do atual Código
Civil Brasileiro em 2002.
46. ( ) Sob a vigência da primeira Constituição republicana, uma sentença do Juiz
de Direito estadual poderia ser reformada em recurso pelo Tribunal de Relação e o
acórdão (decisão colegiada) do Tribunal de Relação pelo STJ. As sentenças dos
Juízes Federais poderiam ser corrigidas pelo STJ a partir de recurso de uma das partes
diretamente a este Tribunal.
47. ( ) Na primeira República, um conflito entre um comerciante e o Exército
brasileiro sobre a aquisição de suprimentos do primeiro pelo segundo, seria levado ao
Juiz de Direito e, da sentença deste, caberia recurso ao Tribunal de Justiça.
48. ( ) Em 1900, o conflito entre dois vizinhos sobre a propriedade de um terreno
na cidade de Porto Alegre (regido, portanto, pelo direito civil), seria resolvido pela
jurisdição com base em normas do livro IV das Ordenações ou das fontes indicadas no
livro III inclusive o Direito Romano, porém já compiladas na Consolidação das Leis
Civis.
49. ( ) O livro V das Ordenações do Reino de Portugal foi formalmente revogado no
Brasil pelo Código Civil brasileiro de 1916, mas antes disso já havia sido organizada a
matéria criminal na Consolidação das Leis de Teixeira de Freitas.
50. ( ) A primeira Constituição republicana dividiu o poder sob critérios funcionais
(Executivo, Legislativo e Judiciário) e territoriais com o Federalismo (União, Estados e
Municípios). A estrutura jurisdicional não sofreu alterações em relação ao Império.
51. ( ) Os Códigos CIvis de 1916 e 2002 carregam influências das obras do jurista
Augusto Teixeira de Freitas, especificamente a Consolidação das Leis Civis e o
Esboço.
Gabarito
Direito Pré-Histórico e Antigo

1F 2V 3V 4V 5F 6F 7V

8F 9V 10 V 11 V 12 F 13 F

Direito na Idade Média

14 F 15 F 16 V 17 V 18 V 19 V 20 V

21 F 22 F 23 V 24 F

Direito na Idade Moderna

25 F 26 F 27 V 28 V 29 F 30 F 31 F

Direito em Portugal e no Brasil Império

32 V 33 F 34 F 35 V 36 F 37 F 38 V

39 F 40 F

Direito na Brasil República

41 F 42 F 43 F 44 F 45 V 46 F 47 F

48 V 49 F 50 F 51 V

Davi da Rosa Borges


2023/2 B

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