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7ª sessão – 19/11/2022
(Revisão das diversas fontes de direito)
Monarquia
4) Lei das XII Tábuas: surgiu quando os comitia decidiram elaborar um corpo jurídico
que garantisse certeza e a segurança jurídica e que consagrasse os mores maiorum.
Para o elaborar, foram nomeados 10 patrícios, e é aqui que temos o primeiro
decenviriato, destinado a elaborar o primeiro corpo legislativo de Roma. Esta
comissão de patrícios gravou em 10 tábuas de bronze as leges, que foram
apresentadas aos comitia e aprovadas. Estas eram essencialmente leges de direito
privado, pois o direito público continuou a ser aplicado com recurso aos mores
maiorum.
No entanto, os comitia entenderam que faltava um reforço jurídico a nível de
Direito Penal e, por isso, foram nomeados dois patrícios (Valério e Horácio) para
elaborarem as tábuas que faltavam. Os mesmos propõem as duas novas tábuas aos
comitia, que as aprovam.
Forma-se assim a Lei das XII Tábuas, que constitui o primeiro momento da
positivação jurídica e laicização do Direito Romano e que, após 450 a.C., passam a
ser aplicadas e interpretadas pelos sacerdotes pontífices. Estando dispostas para o
público, estas marcam o surgimento do ius civile (direito dos cidadãos)
5) Ius flavium: No século IV a.C. o pontífice Ápio Cláudio lia os sinais divinos e
aconselhava as partes nas decisões jurídicas. Mas vem-se a perceber que, por detrás
das aparências, o seu trabalho estava a ser feito por um escravo – Flávio, que fazia
secretamente a consulta jurídica. Assim, percebeu-se que aquilo que se pensava ser
um poder específico de um pontífice era também possível para outros homens, até
escravos. Flávio escreveu então um livro com as actiones e surgiu o ius flaviano, que
consiste na compilação das actiones civiles existentes em 304 a.C.
Foi através de Flávio que os romanos descobriram que as respostas não vinham dos
deuses, pois este mostrou que para construir direito não era necessário escutar os
deuses, mas sim usar a racionalidade e o saber.
República
6) Plebiscitos: eram leis que vinculavam os plebeus, propostas pelo tribuno da plebe e
aprovadas pelos concílios da pleb.
A partir da Lex hortencia de plebiscitis, de 287 a.C., permitiu-se a aplicação dos
plebiscitos aos patrícios.
7) Lex rogata: inicialmente, a sua deliberação era proposta por um magistrado (cônsul
ou pretor), que depois a apresentava aos comitia centuriata, que tinha a função de
a discutir, alterar e votar. O processo de aprovação desencadeava-se em várias fases:
I) Fase da promulgatio: apresentação da proposta aos comitia;
II) Fase das conceciones: os cidadãos, juntamente com os magistrados vão
discutir a lei em praça pública e sugerir ou não a sua alteração;
III) Fase da rogatio: os comitia reunidos em assembleia vão votar a lei,
IV) Fase da votação: o voto é oral e dado com palavras sacramentais, podendo
ser favorável, desfavorável ou de abstenção. Após a Lex Papiria Tabellaria de
131 a.C., o voto passa a ser escrito e secreto.
V) Fase da aprovação pelo Senado: após a votação favorável pelos comitia, a
lei era referendada pelo Senado, que verificava a sua conformidade com os
mores maiorum. Após a Lex Publilia Philonis, de 339 a.C., a autoritas passa a
ser concedida antes da proposta ser votada pelos comitia
VI) Fase de afixação: a nova lex era afixada no fórum, em tábuas de madeira ou
de bronze, e era aplicada.
A partir de 339 a.C., com a Lex Publilia Philonis, o processo de feitura da lex rogata,
que era produzida nos comitia, integrava o ius civile e contava com a intervenção do
senado, muda drasticamente. Anteriormente a esta data, quem apresentava as
propostas de lei era o magistrado, habitualmente o pretor. Nos comitia votava-se a
lei, que era depois aprovada ou não e de seguida, o texto era levado ao senado, que
habitualmente só intervinha nesta fase final. Na maior parte das vezes, o senado
desempenhava o papel de ratificação, e não vetava a lei, pois esta já tinha passado
por um longo processo.
No entanto, a partir de 339 a.C., o senado passa a intervir logo antes de o magistrado
apresentar a proposta, de modo a analisar e controlar o texto que viria a ser
discutido nos comitia. Este texto tinha então de ser primeiro aprovado pelo Senado,
pelo que este passou a vincular a discussão que havia depois nos comitia. Há então
um controlo e sobreposição do senado relativamente às magistraturas, quando este
passou a querer que o texto que era discutido nos comitia seguisse determinado
conteúdo. É então que o senado assume a função de atribuir à lex rogata a auctoritas
patrum (autoridade política).
8) Ius praetorium: é composto pelos edictos dos pretores (programa de mandato, com
base no qual este era eleito). Esta fonte de direito enquadra-se dentro do ius
honorarium, que é todo o ius romanum não civile, criado pelos magistrados.
O ius praetorium, em rigor, é uma parte do ius honorarium, mas uma parte tão
grande, que acaba por simbolizar todo o ius honorarium.
O ius praetorium forma um sistema diferente do ius civile, mas não o derroga.
Completa-o, sobretudo adaptando a estática do ius civile à dinâmica das condições
sociais e económicas, e concretamente, o pretor obtém esse resultado de
permanente adaptação, mediante expedientes seus.
Principado
12) Oracio Prínceps: nova fonte de direito que surge no fim do séc. I d.C., e que
corresponde à evolução do senatus consulta.
Dominado
Para além disso, os textos destes iurisprudentes estavam bastante deturpados, pelo que
cabia ao imperador decidir quais as partes deles que deviam ser aplicados.