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1. Coletâneas de leges
As principais são:
- o Código Gregoriano
autor: Gregorius/Gregorianus
elaborado no Oriente, cerca de 292
coletânea privada, de rescritos imperiais desde Adriano a Diocleciano
livros 1 a 13: matéria do Edictum / livro 14: crimina
- o Código Hermogeniano
autor: Hermogenianus
elaborado no Oriente, em 295 (?)
coletânea rica em subscriptiones
sofreu alterações e acrescentamentos, teve três edições
é, de certo modo, um complemento do Código Gregoriano
estava dividido em títulos e não em livros
continha sobretudo rescritos de Diocleciano, dos anos 293 e 294
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DIREITO ROMANO LITERATURA JURÍDICA
→ 426 - promulgada a LEI DAS CITAÇÕES (não por Teodósio), que estabelecia definitivamente
uma certa ‘’hierarquização’’ do ius
● LEI DAS CITAÇÕES (Tribunal dos Mortos)
promulgada por Valentiniano III em Ravena, pela constituição de 7 de novembro de
426
- veio restringir a massa jurídica jurisprudencial quanto ao seu valor judicial:
dispunha que só podiam ser citadas em tribunal, vinculando os juízes, as
obras dos cinco juristas clássicos - PAPINIANUS, PAULUS, ULPIANUS,
MODESTINUS, GAIUS; quanto aos restantes juristas, as suas obras só podiam
ser invocadas em tribunal e com carácter vinculativo para os juízes se a sua
autoridade fosse reconhecida, pelo menos, por um dos cinco; se a citação
pudesse ser comprovada através dum documento fidedigno (a verificação
simultânea desta condições tornava-se muito difícil, sendo praticamente apenas
citados em tribunal os cinco juristas)
- se havia acordo dos cinco, era obrigatório seguir essa opinião; se não havia
acordo de todos, mas apenas uma maioria, seguia-se a maioria; se havia empate
e num lados estava a opinião de PAPINIANUS, seguia-se esta; mas se
PAPINIANUS não tratava do problema, o juiz ficava com plena liberdade
para decidir a questão - FATORES DE PONDERAÇÃO
- contribui para o afunilamento da jurisprudência: desaparecimento da
jurisprudência como atividade criativa - cristaliza a atividade do jurisprudente;
esgotamento do processo criativo associado à atividade jurisprudencial
→ 1: coligir todas as leges generales promulgadas desde Constantino, quer estivessem ou não em vigor;
os textos seriam agrupados por ordem cronológica e eram proibidas interpolações (a obra
destinar-se-ia aos estudiosos do direito e teria carácter preparatório)
→ 2: deveria realizar-se uma obra de carácter prático - uma grande compilação de ius e de leges, que
reunisse todo o direito vigente - e que deveria ser promulgada como CÓDIGO OFICIAL do Império
Este código tem valor oficial, pois é um imperador que opera na génese de iniciativa,
pretendendo criar uma compilação de doutrina (iura). Apesar de ser bastante relevante para o
Ocidente, vigora pouco tempo no lado oriental.
90 anos após a sua promulgação, é substituído pelo primeiro Codex de Justiniano, de 529.
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DIREITO ROMANO LITERATURA JURÍDICA
À morte do seu tio Justino I, em 527, Justiniano ficou no poder - procurou dar realização à sua
‘’velha’’ ideia e nomeou uma comissão formada por 10 membros. A esta comissão confiava o
mandato de organizar um novo código, utilizando as constituições diretamente dos três códigos
precedentes (Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiano) e as constituições posteriores até às próprias
de Justiniano. Seria um conjunto de legislação imperial.
● CONSTITUIÇÕES IMPERIAIS
São definidas como leges em que se manifesta diretamente a vontade unilateral do
imperador. Tornam-se fonte única do Direito Romano, porque, no plano político, foi
possível vencer as resistências do ius, num processo que burocratiza magistrados e
jurisprudentes e concentra das mãos do princeps a totalidade dos poderes políticos.
- a vontade do princeps expressa nas constituições imperiais era seguida,
porque se tratava de uma determinação do imperador, logo tinha valor jurídico
mas meramente prático
- no século II passou a ser acatada por se tratar de uma fonte mediata de Direito,
com valor equiparado às leis, mas ainda não como lei
- na constituição política do Principado, o princeps não tinha poder legislativo;
mas a evolução política determinou uma deslocação dos poderes legislativos do
Senado para o princeps; logo, a constante aceitação pelo Senado das propostas
legislativas do imperador levou a um processo de substituição; passou a ser
aceite pelos romanos que o texto da proposta do imperador ao Senado
(oratio princeps) valesse como lei, prescindindo-se da sua votação e
aprovação pelos senadores.
As constituições imperiais tinham três partes:
1) iuscriptio - contém o nome do imperador ou dos autores da Constituição e da pessoa a quem
ela é dirigida
2) corpus - corpo normativo da constituição, parte dispositiva
3) subscriptio - contém a data e a indicação do lugar em que foi escrita
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DIREITO ROMANO LITERATURA JURÍDICA
- subscriptiones
- mandatum: instrução dada aos governadores das províncias e ao funcionários; depois,
como regulamentos gerais que afetavam a vida dos cidadãos, visavam a obediência
administrativa dos funcionários ao imperador; o princeps emanava estas instruções
baseando-se no seu imperium proconsular
Esta comissão tinha poderes para eliminar repetições e contradições, suprimir o que
estivesse ab-rogado/em desuso, modificar,... Ao fim do espaço de 14 meses, a comissão terminada os
seus trabalhos.
O novo código foi publicado pela constituição Summa reipublicae de 7 de abril de 529,
entrando em vigor no dia 16 do mesmo mês, proibindo o recurso aos velhos códigos e a todas as
novelas post-Teodosianas e continuando vigente a Lei das Citações.
Este código só esteve em vigor durante 5 anos. Em 534 é substituído por um novo código
(‘’segunda leitura’’) - Codex do Corpus Iuris Civilis.
Concluído e publicado o novo Codex de 529, Justiniano deu-se conta: da rapidez da feitura
desse código, da grande competência dos membros da comissão redatora e da facilidade com que era
executado na prática o novo código (devido ao grau elevado em que se encontravam as Escolas de
Direito - de Beirute e de Constantinopla, que davam uma boa formação jurídica aos alunos, agora
juízes, advogados ou magistrados).
A estas circunstâncias favoráveis para realizar o plano concebido mas fracassado por
Teodósio II, aliadas à forte personalidade de Justiniano (que pretendia restaurar o esplendor da
velha grandeza de Roma criando um só Império) e à vasta cultura dos jurisprudentes verificava-se a
necessidade e forte desejo de elaborar uma grande coletânea de ius, que se refundisse e
atualizasse o codex vetus.
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DIREITO ROMANO LITERATURA JURÍDICA
Justiniano esforçou-se por criar uma legislação própria para resolver os problemas da sua
época, utilizando ao máximo a literatura jurídica clássica. A finalidade legislativa e didática do Corpus
Iuris Civilis prende-se com: servir a exposição autorizada, com força de lei, de todo o Ius Romanum; ser
texto único, que devia estudar-se nas escolas.
Partes do C
orpus Iuris Civilis
Assente a ideia de mandar elaborar uma grande coletânea de ius, Justiniano julgou necessário e
conveniente:
a) dirimir o maior número possível das inúmeras controvérsias agitadas entre os
comentadores da literatura jurídica clássica
b) optar por uma, entre as diversas opiniões
Assim, o ius ficaria certo, uniforme e apto a ser aplicado e codificado.
Digesto
Estabelecidas certas orientações para elaborar uma grande coletânea de ius, o imperador
Justiniano encarregou pessoalmente Triboniano (jurista) de elaborar uma obra do tipo dos digesta da
iurisprudentia clássica, e por isso mesmo seria denominada Digesta seu Pandecta. Justiniano, nessa
constituição, outorgava a Triboniano plena liberdade e todos os poderes para escolher os
membros que formariam a comissão codificadora. Ele escolheria 16 membros, tanto da Escola de
Constantinopla, como da Escola de Beirute.
A comissão devia:
- coligir os melhores fragmentos das obras dos jurisconsultos que tivessem tido o
ius publici respondendi ex auctoritate principis, sem estabelecer ordem ou distinção
entre eles, sem preferência pelas doutrinas; indicando sempre o autor, a obra e o livro
donde se extraísse esse fragmento
- suprimir o que fosse supérfulo e o que tivesse caído em desuso
- eliminar as autonomias, as semelhanças e as repetições
- adaptar os fragmentos dos textos às novas circunstâncias sociais, modificando-os
O Digesto f oi publicado pela Constituição Tanta, de 533, a qual estabelecia que os Digesta
deviam entrar em vigor, com força de lei, em 30 de dezembro do mesmo ano.
CONSTITUIÇÃO TANTA - PROMOVE A PUBLICAÇÃO DO DIGESTO, QUE ENTRA EM VIGOR EM 533
Institutiones
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DIREITO ROMANO LITERATURA JURÍDICA
A intenção de Justiniano de mandar fazer um manual de Direito tinha sido revelada no próprio
ato de ordenar a compilação do Digesto; por isso, não há constituição expressa a ordenar a feitura das
Institutiones.
RAZÕES JUSTIFICATIVAS DUMAS NOVAS INSTITUTIONES:
- os velhos manuais de Direito já não estavam à altura para servirem a introdução ao
estudo do Digesto
- o temperamento de Justiniano a pretender dirigir as inteligências e o seu espírito
classicista a procurar restaurar a cultura jurídica da época clássica
- o desejo do imperador de que fosse redigido um manual de Direito, munindo-o
expressamente de carácter normativo
Eram publicadas em 533 as Institutiones, publicadas por uma constituição dirigida por
Justiniano. As institutiones deveriam ser lecionados no 1º ano das Escolas de Direito.
Codex
É uma nova edição, devidamente atualizada do Codex vetus, de 529. Depois da promulgação
do Digesto era necessário um novo código.
Depois de 529, a atividade legislativa de Justiniano foi intensa.
Para realizar este trabalho, Justiniano nomeou uma comissão, composta por Triboniano e três
advogados. O trabalho ficou concluído em menos de um ano. Em 534 o Codex era publicado. Entrava
em vigor em dezembro do mesmo ano.
Novellae
Terminada a obra codificadora em 534, a atividade legislativa de Justiniano não cessou, pois o
Direito está sempre em evolução.
De 535 a 565 - ano da morte de Justiniano -, mas sobretudo desde 535 a 546 - data da morte de
Triboniano -, o grande auxiliar do Imperador em matéria jurídica, foram promulgadas muitas
constituições. Por uma determinação expressa de Justiniano, designaram-se pelo nome de Novellae.
Estão redigidas a maior parte em grego, algumas em latim.
refatio, de uma parte dispositiva, dum epilogus.
As novelas constam: dum p
A maior parte das Novellae tratam de direito público, de direito eclesiástico ou são leis sociais.