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Constituições imperiais.

Tipos de constituições imperiais que existiam:

Entre o séc. 1º e o 4º, os principais tipos de constituições imperiais são:

Edicto: constituição imperial de caracter geral, proferida pelo imperador no uso dos poderes de
imperium proconsulares maius, ex. o edicto de Caracala, de 212, vem atribuir a cidadania a
todos os habitantes livres do império, ou seja, a todos os estrangeiros livres, que habitando o
império tornavam-se cidadãos romanos.

Nota sobre o edicto: Passando os estrangeiros a serem considerados cidadãos o ius gencio
passou a ser considerado um direito das lacunas do ius civile e corretor do mesmo, isto é,
passa a ser considerado supra positivo, ou seja, que está acima do ius civile, pois era o direito
de todos, o direito de todos os povos. E ao estar acima do ius civil ele acaba por ser utilizado
para corrigir o ius civile quando houvesse necessidade de correção ou para integrar as lacunas
do ius civile. Então este ius gencio constitui a génese do que é hoje o direito internacional
privado, era aplicado a todos independentemente da sua origem.

Decreta: é uma decisão judicial pronunciado pelo imperador nos casos que lhe são submetidos
para apreciação. O imperador vai ter também uma função judicial como sede de recurso, das
decisões do tribunal do príncipe podia apelar-se ao imperador, e a decisão tomada pelo
imperador assumia a designação de uma decreta.

Rescripta: são decisões, ou seja, respostas, do imperador dadas por escrito a perguntas ou
pedidos que lhes são feitos pelos magistrados ou pelos particulares.

• Sob hipótese: quando a pergunta é feita pelo magistrado, a pergunta chama-se


consulta ao imperador, e a resposta do imperador designa-se por epistola; 2- quando a
pergunta é formulada pelos particulares/cidadãos chama-se prece, e a resposta do
imperador tem a designação de subscriptio.

Mandata: são ordens ou instruções do imperador aos governadores ou funcionários das


provinciais, normalmente a mandata tem matéria de ordem política, administrativa, jurídica,
civil e crimina.

No período entre o séc. 4º e 476d.C há alterações na tipologia das constituições imperais, e por
tanto, vamos encontrar 5 tipos de constituições imperais:

Edicta: leis gerais de aplicação a todo o império;

Rescripta: leis especiais que se reduzem as respostas aos magistrados, ou seja, as epistolas;

Adnotationes: são as respostas do imperador as preces do povo;

Decreta: mantem-se, mas diminui em quantidade, continua a ser uma decisão judicial
proferida pelo imperador;

Pragmática sanção: constituição imperial de aplicação regional. Ex. após a queda do império
romano, nós vamos assistir ao desenvolvimento do direito romano no império romano do
oriente, e neste onde vai ser elaborada a grande obra do direito romano, que chegou a aos dias
de hoje, que é o código justiniano, que vai ser mandado ser aplicado ao península itálica, pois
este vai ser um imperador que vai tentar reconquistar o império romano do ocidente, mas
quando este consegue conquistar uma parte da península itálica, o seu código, falo através de
uma pragmática sanção.

Segundo núcleo:

Iurisprudência
Não é uma decisão do tribunal, mas sim a opinião daquelas que pensavam o direito,
atualmente compara-se a doutrina. Chamam-se jurisprudente, iuris - direito; prudente - vem
do termo latino prudens, ou seja, cauteloso, pois tem a capacidade de distinguir o verdadeiro
do falso, o justo do injusto, o certo do errado.

O iurisprudente é aquele que aplica o direito a cautela, é aquele que pensa o direito em
função da justiça, do verdadeiro, do correto, se pensa o direito, pensa-o não em função de uma
ciência, mas os juristas medievais, diziam que “O direito é arte do bom e do justo” – frase de
“Ulpiano”

Do bom no sentido de que é o que não está errado; e justo – sendo aquilo que cada um
merece, atribuir a cada o seu. O direito é a arte daquilo que é correto, logo, que é verdadeiro,
que não é falso, que é bom, é bom porque não é falso e justo, e se é justo é porque é aquilo
que cada um merece.

Por tanto o direito será a arte de argumentar, é a arte de procurar os argumentos mais
adequados para defender o certo e o justo. E se o direito é arte de procurar argumentos os
argumentos em direito não são certos, mas sim prováveis, o direito será então ainda a arte da
probabilidade, da probabilidade argumentativa, o que significa que perante um mesmo caso,
duas pessoas podem olhar para, argumentar sobre ele, de forma diferente.

O iurisprudente era aquele que procura e pensava o direito, através de argumentos que
considerava bons e justos, isto demonstra que os iurisprudente podem pensar o direito de
forma justa.

O iurisprudente não é um magistrado, oficial publico, não esta vinculado a nenhum poder
específico, é alguém que de forma livre, sem qualquer conexão com as instâncias políticas
oficiais pensa o direito

O seu poder: tem auctoritas –saber socialmente reconhecido, ou seja, o poder e a influência
do iurisprudente vem do reconhecimento que ele tem pela própria sociedade.

No período da monarquia os jurisprudentes eram os pontífices, uma vez que eram eles quem
aplicava e pensava o direito, o que significa que o iurisprudente na monarquia e na transição
para a república, eram essencialmente patrícios.

Nota: a partir da república, vamos assistir a um processo de laicização (separar o sagrado do


profano e ainda separar a função de pontífice da função de iurisprudente) ou racionalização da
Iurisprudência

Lei das XII tabuas - Ius flavianum - Ensino publico do direito por Tibério Coruncâreo.

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