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Fontes do direito
Segundo gaio As fontes dos direito do povo romano são: as leis, os plebiscitos, os senátus-
consultos, as constituições imperiais, os editos dos magistrados e ainda as respostas dos
jurisprudentes (GAIO, 2010, p. 77).
A lex é uma das fontes de direito por excelência, porém não a mais importante.
Depois da Lei das 12 tábuas, o ius romanum deixou de ser ius consuetudinarium- um direito
consuetudinário, isto é, baseado exclusivamente no costume, ou conhecido por muitos como
“mores maiorum”,ou por outras palavras, deixou de ser baseado na tradição de uma
comprovada moralidade, seguida em Roma como fonte de regras jurídicas para principiar a
ser um ius legitium, direito legítimo, isto é, baseado fundamentalmente na lex. O costume
cedeu portanto o seu lugar à lei (lex) e às leis (leges).
Ainda hoje há muita discrepância quanto à etimologia de lex.
Segundo alguns autores, lex deriva de legere (ler), visto que na “lex publica” havia a leitura
da respetiva proposta (“rogatio”) ao povo reunido nos comícios. Além disso, era costume
dos romanos escrever em tábuas públicas as normas de interesse público, tanto antes como
depois de aprovadas, nos comícios, para que o povo as lesse e assim pudesse aceitá-las ou
rejeitá-las.
Segundo outros, lex provem de “eligere” (eleger). Esta etimologia funda-se na própria
natureza da lei, que é, por parte do seu autor, uma eleição dos meios e dos atos que se hão
de prescrever como mais hábeis para atingir determinado fim.
Para outros lex procede de legare (dar um legado ou mandato), pois o legislador em regra
não tem em si a razão de ser do seu poder legislativo, ou recebeu de um superior, ou do
povo, ou até mesmo de Deus.
Não querendo excluir nem tomar partido de nenhuma destas opiniões vamos apenas tomar
lex como sendo toda a norma escrita que pode ser lida. Toda a declaração solene com valor
normativo, baseada num acordo (expresso ou tático) entre quem a emite e o destinatário ou
destinatários. A lex vincula num duplo sentido: vincula aquele que se declara e a pessoa ou
as pessoas às quais se destina.
A lex rogatae foi, até cerca do ano 242 a.c, a única forma de lex publica. As leges rogatae
principiam a diminuir extraordinariamente com a decadência dos comícios e no séc ii d.C
inicia-se a afirmação e a consagração do poder imperial. Perante isto, a lex rogatae
desaparece por completo antes do séc iii.
A partir dos fins do século ii d.C tudo se prepara para triunfar um novo tipo de lei- a
vontade absoluta do imperador, as constituições imperiais. A palavra “leges” começa a
significar apenas constituições imperiais. Estas, a partir dos séculos 4 a 5, tornam-se a única
fonte de direito.