Você está na página 1de 4

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Trabalho sobre Leges Rogatae


Aluna Daniela Calero Nº22306334
Aluna Carolina Ferreira Nº22308183
Aluna Débora Grencho Nº22304633
Aluna Luana Fortes Nº22307860

Introdução:

Após a Lei das XII tábuas, o Ius romanum deixou de ser ius consuetudinarium e passou a ser
um ius legitimum baseando-se na lex.
O costume cedeu lugar à lei (lex) e às leis (leges).

O que é a lex?

A palavra lex pode ter diversos acepções, podendo ser entendida de modo amplo ou restrito:

Noção etimológica
• Legere (ler) - Nas lex publica havia leitura da respetiva proposta (rogatio) ao povo nos
comícios e nas lex privata lia-se o acordo antes de se concluir o negócio.
• Eligere (ligar ou obrigar) - A lei vincula e obriga a agir em conformidade com ela.
• Legare (legar, dar mandato)- O legislador recebeu poder de um ser superior (povo ou
deus) para legislar.

Neste trabalho iremos definir a palavra Lex, com a sua noção etimológica de “Legere".

Noção real
A lex é toda a declaração solene com valor normativo, baseado num acordo entre quem emite
a declaração e o destinatário ou destinatarios.
A Lei era, aquilo que o povo romano por proposta dum magistrado senatorial, como o cônsul,
constituía.

Diferença entre "Lex publica" e "Lex privata":

Lex privata - Tem por base um negócio privado e cria,naturalmente, direito privado.
Lex publica - É uma declaração solene com valor normativo,foi feita pelo povo pelo facto de
aprovar em comum, nos comícios com uma autorização responsável, a proposta apresentada
pelo magistrado.

Como surgiram as leges rogatae?


Até ao século V a.C. eram os Pontífices ( membros das principais familias romanas),
pertencentes à classe dos patrícios, que aplicavam um conjunto de regras fundadas na
comprovaçao da tradição de moralidade " Mores Maiorum".
Havia também os tribunos da plebe que tratada de assuntos relacionados aos plebeus, e
tinham um caracter de valor normativo não-juridico, ou seja não vinculavam coercivamente.

Os plebeus consideravam que em casos entre plebeus e patricios, os patricios intrepretavam


os Mores Maiorum de maneira injusta e sempre em favor dos patricios.

Os plebeus queriam um regime de igualdade. Os Comitia decidem elaborar um corpo jurídico


para garantir certeza e segurança.

Origina assim, a 1ª Lei Rogatae, que pode ser definida como leis que são aprovadas pelos
plebeus e patricios no Comitia.
Para elaborar a lex são nomeados 10 homens elaborar o 1º corpo legislativo em Roma. Para
isso, os mesmos organizam uma expedição até à Grécia com o objetivo de estudar as Leis de
Sólon que serviu como inspiração.

É então que a comissão de patrícios elabora e grava as leis em 12 tábuas de bronze que são
apresentadas aos Comitia e são aprovadas, são leis de direito privado, o direito publico
continuava a ser aplicado pelo Mores Maiorum.
São Leis Rogatae não por ter sido reduzida a escrito, mas por ser uma lei comicial, ou seja
uma ordenação geral do povo, a pedido de um magistrado.

Estrutura das Leges Rogatae

• Prefácio - O prefácio continha o nome do magistrado proponente, a assembleia de voto


que a votou, a data,o nome da cúria e do primeiro cidadão que a votou.
• Rogatio - Continha a matéria, ou seja parte dispositiva da lei.
• Sanctio - Parte final da lex, e estabelece os termos da sua eficácia e a sua relação com
outras normas. Aqui afirmasse o respeito pelas leis mais velhas e sagradas. Se alguma
lei infringir uma lei anterior, dar-se-ia a nulidade da lei nova.

Sistema de designação das Leges Rogatae:

As Leges Rogatae são prenunciadas pelo nomen do magistrado, também pelo cognomen
quando havia mais que um magistrado com o mesmo nomen e em casos extremos até pelo
praenomen.
Quando os projetos são apresentados por um cônsul figuram os nomes dos dois colegas.

Fases do processo:

O processo de formação das leges rogatae era composto de 6 fases distintas.

Promultatio - Poderia durar pelo menos 3 semanas e baseava-se na afixação em lugar público
de proposta de lei, feito por um magistrado, para que o público pode-se ler e ter conhecimento.
Após o promultatio, os projetos das leges tornavam-se inalteráveis e quaisquer modificações
obrigavam a que se se tivesse que fazer um novo projeto.

Conciones - Baseava-se em reuniões informais de duração variável mas com termo antes do
pôr do sol, a convite de magistrados.
Chamavam-se conciones porque os presentes só poderiam discursar após permissão do
magistrado que as presidisse (“contionem dare”).

Rogatio - Era a aprovação dos projetos de lex.


Era um momento solene em que o magistrado rogava para que o publico aceitasse as leges e
proferia “velitis, iubeatis, quirites” (“querei e ordenais, cidadãos?”).

Votação - O voto tinha de ser realizado com palavras sacramentais: "Uti rogas no" significava
voto favorável; "Antiquo" voto que mantinham as leis como se deparavam antes; e "Non
linquet" para a abstenção, no sentido em que o votante não se encontrava suficientemente
esclarecido sobre o assunto.

Aprovação pelo senado - Após votada a lei positivamente, passa-se á votação pelo senado
onde este ratifica e dá-lhe validade.

Afixação - Em último lugar, dá-se a afixação no fórum em tábuas, a lei passa a ser válida para
ser praticada e torna-se pública (Lex Rogata)

Classificação das Leges Rogatae quanto a Sanctio:

Geralmente, as Leges Rogatae não declaram nulos os actos praticados contra as suas
disposições, limitam-se a impor as multas sao infrator ou simplesmente a reprovar.

Perfectae - Declaram-se nulos os actos contrários ás suas disposições.


Minus quam perfectae - Apenas impõe-se multas aos trangressores.
Imperfectae - Não anulam os actos contrários nem impõem sanção.

No entanto, apesar de uma Lex ser Imperfectae, não pode ser transgredida á vontade. Os
magistrados, especialmente o pretor dispõem de expedientes para tornar ineficazes essas
transgressões.

Extinção das Leges Rogatae:

As leges rogatae diminuiem bastante com a decadência dos Comicios, essa decadência
verifica-se principalmente depois de Augusto.

No Séc I D.C, o Senado começa a sua atividade legislativa e no Séc II D.C, inicia-se a
afirmação e a consagração do poder imperial.
Devido a isto, a Lex Rogatae desaparece por completo antes do Séc III.
Triunfa-se um novo tipo de lei - a vontade absoluta do imperador, as constituições imperiais.
Bibliografia:

Cruz, Sebastião.Direito Romano (Ius Romanum).4ª edição.Coimbra,1984.


Soares, Teresa Luso.Lições de Direito Romano.Edições Universitárias Lusófonas, junho 2023

Webgrafia:
file:///C:/Users/teres/Downloads/leges-rogatae-trabalho-sobre-leis-rogata.pdf Site consultado
dia 13/10/2023 as 17:37h.
https://www.passeidireto.com/pergunta/72708694/o-que-sao-as-leges-rogatae-e-leges-datae
Site consultado dia 13/10/2023 as 17:45h.
https://www.studocu.com/pt/document/universidade-lusofona-de-humanidades-e-technologias/
historia-do-direito-i/apresentacao-de-hd-sobre-leges-rogatae/35157929
Site consultado dia 13/10/2023 as 17:55h.
https://www.youtube.com/watch?v=UMRnqkja13E Site consultado dia 14/10/2023 as 10:00h.

Você também pode gostar