Você está na página 1de 11

AULA 01

Pontes de Miranda menciona o protesto como o ato público e solene de caráter probatório.
Essa é a definição que inspira o art. 1º da Lei 9.492/97. No entanto, hoje em dia, alguns
autores, como Vicente Amadei e Fábio Ulhoa Coelho, já mencionam que existe um caráter
bifronte, porque também é instrumento de cobrança.

Fala-se que o protesto é extrajudicial, mas cuidado em afirmar que é cambial, porque hoje se
permite lavrar de outros documentos de dívida (desde 1997). E cuidado ao falar que é protesto
notarial, porque o ato possui caráter dúplice, lavra-se e registra-se o protesto.

A definição fala que o protesto comprova a inadimplência. Mas esse caráter é declaratório ou
constitutivo? A verdade é que depende. Para títulos com vencimento certo, ele é declaratório
realmente, mas isso se excepciona para títulos à vista, caso em que será constitutivo. Portanto,
a mora pode ser ex personae ou ex re, e o protesto será declaratório ou constitutivo conforme
essa natureza da mora.

Princípios do protesto: (i) OFICIALIDADE: o protesto é feito por uma autoridade pública oficial,
com poderes delegados, dotada de fé pública, e fiscalizada pelo Poder Judiciário. (ii)
ROGAÇÃO: o protesto só é feito a pedido, e não de ofício. Há um subprincípio disso, que é a
CONGRUÊNCIA entre pedido e protesto, como leciona Vicente Amadei. Se a parte pede um
protesto para fins falimentares, não pode ser feito um protesto por falta de aceite. (iii)
INSUBSTITUTIVIDADE: para os fins que se destina, o protesto não pode ser substituído por
nenhum outro ato, nem por notificação extrajudicial, nem por citação, nem por nenhum outro.
Por exemplo, para poder acionar um coobrigado (endossante, por exemplo), ou para executar
um contrato de câmbio. (iv) CELERIDADE: o procedimento deve ser célere, diante da dinâmica
das relações empresariais. Por isso, o prazo entre a protocolização e o protesto não deve ser
maior do que 3 dias, salvo situações muito excepcionais. No RJ, os 3 dias são contados a partir
da intimação, para que o devedor possua os 3 dias para pagar. (v) UNITARIEDADE: cada título
somente pode ser protestado uma única vez. Há exceções, como a parte que faz o protesto
comum e, posteriormente, deseja fazer o protesto falimentar. Ou o caso de títulos que trazem
obrigações sucessivas, como um contrato de locação. (vi) FORMALIDADE SIMPLIFICADA: a
intimação não precisar ser pessoal, como no caso da citação, já é um aspecto dessa
formalidade simplificada. Basta intimar no endereço indicado pelo apresentante. Ou seja, ele é
um procedimento formal e solene, mas essas formalidades não podem ser exacerbadas, sob
pena de prejudicar a dinâmica negocial.

Há quem ainda mencione o princípio da veracidade, e isso decorre da oficialidade. Essa


presunção de veracidade é relativa, como todo ato registral, porque não adotamos o sistema
alemão, em que se tem um registro absoluto, sem possibilidade de desconstituição.

Vamos falar de COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES do tabelião.

O art. 3º da Lei 9.492/97 diz que: compete privativamente ao tabelião de protesto de títulos,
na tutela dos interesses públicos e privados 1, a protocolização, a intimação, o acolhimento da
devolução ou do aceite, o recebimento do pagamento 2, do título e de outros documentos de

1
O sujeito que leva o título quer constituir ou comprovar a inadimplência, e cobrar a dívida. Mas
também existe um interesse da sociedade em possuir um banco de dados da inadimplência, para tutelar
a confiança nos negócios jurídicos. Isso reduz o risco de inadimplência por negativa de quem já está
nesses bancos de dados. Isso está no interesse da coletividade.
dívida3, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao
mesmo, proceder às averbações4, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os
atos praticados5, na forma desta Lei.

O art. 975 das normas do RJ trazem uma boa definição, e mencionam que podem ser
protestados títulos representativos de obrigação com conteúdo econômico. E aí surge a
dúvida: é possível protestar obrigação de fazer? Segundo o Professor, a obrigação de fazer em
si não é protestável, mas a sua conversão em pecúnia sim.

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO: tinha uma súmula dizendo que o mero protesto cambial não
interrompe a prescrição. Até que o CC02 veio dizer que interrompe a prescrição. Isso somente
não ocorre no caso de CDA tributária, porque demandaria lei complementar.

O protesto é condição de procedibilidade em quatro situações (protesto necessário, oriundo


do princípio da insubstitutividade). O protesto facultativo faz-se no interesse ou não. O
necessário se faz para a preservação de uma faculdade ou direito. É diferente do protesto
obrigatório, que somente possui um único caso no Direito brasileiro, oriundo da sentença
diante de alimentos não pagos. Mas, voltando, é condição de procedibilidade em 4 casos: (i)
ação contra os coobrigados; (ii) execução do contrato de câmbio; (iii) duplicata sem aceite; (iv)
decretação da falência (embora o estado falimentar exista desde o primeiro protesto comum).

Além do protesto para fins de falência, o outro protesto especial do nosso ordenamento
jurídico está no art. 9º-A da Lei 9.430/97, que permite o abatimento de dívidas inadimplidas da
base de cálculo do imposto de renda, que, por adotar o regime de competência, já adotaria os
créditos como imposto de renda, mas, obviamente, os inadimplidos não irão entrar.
Basicamente, o protesto especial para fins falimentares só possui 2 diferenças: é feito no local
do principal estabelecimento do devedor e depende da identificação da pessoa que recebeu.

Então, voltando ao protesto regular. O sujeito tomou um cano e vai ao cartório de protesto no
caso de serviço único, ou ao cartório distribuidor, como ocorre na Cidade do Rio de Janeiro
(nos casos em que não exista serviço próprio, há um distribuidor montado pelos próprios
tabeliães em conjunto).

O art. 978 das normas prevê o que o apresentante precisa declarar. Isso é importante porque,
por exemplo, ainda que outro endereço conste do título, a intimação vai para o endereço que
o apresentante declarou. Quando falamos em princípio da cartularidade, dizemos que é o

2
Aqui temos os 3 motivos do protesto. Por falta de aceite, de devolução e de pagamento. Na prática,
quase todos os protestos são por falta de pagamento.
3
Qualquer documento líquido, certo e exigível. Não necessariamente será um título executivo, pois
pode estar faltando alguma formalidade. Por exemplo, é possível protestar um contrato líquido, certo e
exigível, ainda que não esteja assinado por duas testemunhas. Liquidez é o valor certo no título. A
certeza é não pairar dúvidas com relação à existência daquela obrigação, e exigibilidade é a
possibilidade de exigir imediatamente do devedor. No caso da obrigação à vista, é a exceção, pois será
exigível justamente a partir da vista do devedor, que ocorrerá com o protesto (pelo menos ocorrerá
comprovadamente).
4
A averbação é um ato que altera o registro. Também temos anotações no protesto, que são as
informações complementares que fazem remissões recíprocas e conexões entre os registros.
5
A publicidade não é plena, ela é mitigada, pois há exceções. No tabelionato de protestos, existe a
exceção do protesto cancelado, ao qual não pode ser dada publicidade. Também há publicidade
mitigada do livro protocolo. Em outros ramos, isso também existe, como no RCPN a adoção, como no
testamento no caso de notas.
documento necessário para o exercício do direito literal nele transcrito. Isso está mitigado, e
isso caiu no concurso de SP (títulos eletrônicos). Mas, para um cheque, é assim: chega no
cartório distribuidor ou no cartório único, apresenta e preenche o requerimento, faz as
declarações que o Código de Normas exige. O tabelião pega esse documento, nos termos do
art. 984 do Código de normas, e vai lançar esse documento no Livro Protocolo. Desse
procedimento é entregue um contrarrecibo ao apresentante (o borderô), que é o documento
necessário para receber o crédito caso o título seja pago, ou para receber o título de volta.

Quando falamos em apresentante, estamos falando da pessoa que inicia todo o procedimento.
Trata-se de alguém que possua poderes para a prática do ato. O Código de Normas exige que o
requerimento seja assinado tanto pela pessoa com poderes (quem está no título) como pela
pessoa que leva o título fisicamente. Isso porque essas declarações são muito relevantes,
podendo ter até repercussões na esfera criminal com relação a isso, no caso de uma
declaração de endereço falsa, por exemplo. Normalmente o apresentante é o credor, que
estará no título, mas é possível ter um apresentante que não é credor no caso de endosso-
mandato.

A maioria das apresentações agora ocorre por via eletrônica. Cerca de 98% das apresentações
são eletrônicas no meu cartório atualmente. Feita a distribuição, o tabelião vai seguir para a
análise do título. Ou ele vai analisar o título propriamente dito, ou ele vai analisar dados,
porque a apresentação pode ser feita por via eletrônica. Ela pode ocorrer por e-mail (pode,
desde que assinado com certificado digital) ou pode ocorrer via CRA (Central de Remessa de
Arquivos), que é um dos módulos da CENPROT (Central Nacional de Protestos). Foi instalado
primeiramente dos bancos, que é um meio eletrônico de remessa de documentação. Se o
título vem via CENPROT (CRA), você só possui os dados básicos do título para analisar (nome,
data de emissão, praça de pagamento, etc.).

Então, a apresentação pode ser física ou eletrônica, e esta pode ser por indicação, por extrato
ou de títulos natodigitais, que são títulos já emitidos com certificado digital, nos termos da MP
2200, que dependeu de uma pandemia para ser impulsionada. Esses títulos natodigitais
trafegam na via eletrônica. Não tem mais papel, não tem mais cartularidade. E o que é o
protesto por indicação? Ocorre quando o credor indica que está na posse do título e discrimina
tudo o que é preciso. A origem disso é da duplicata. Porque o indivíduo enviava a duplicata
para aceite e o devedor não devolvia, mas o credor não poderia ficar sem o direito. Então, ele
apresentava as indicações dos dados da duplicata, e dizia que tinha comprovante da causa.
Título causal é aquilo que somente é emitido nas causas previstas legalmente, quais sejam,
compra e venda mercantil e prestação de serviço. Com o tempo, essas indicações passaram a
ser eletrônicas.

A Rafaela mencionou que achava que somente poderia ser pela CRA, nos termos do art. 977-B.
Aparentemente, parece dessa forma.

Se você possui um título natodigital, não vejo a necessidade de circular pela CRA, porque é
válido por si mesmo. Uma coisa que o Provimento 87 faz é já colocar que o protesto por
indicações deve ser feito exclusivamente por via eletrônica.

Como a parte define onde irá protestar o título? O Código de Normas do RJ discorre
extensivamente sobre isso. O art. 976 do Código de Normas prevê que o tabelião é o do local
da praça de pagamento e, na falta deste, no domicílio do devedor. A única exceção de título
que não fala do local da praça de pagamento é o cheque, que possui duas praças, o local do
domicílio ou do banco sacado. O problema é que isso gerou um rio de protestos indevidos pelo
que é chamado de título domiciliado, que são aqueles que possuem a praça de pagamento
diferente do domicílio do devedor. Nesses casos, atualmente, a intimação é feita por via
postal, em razão de entendimento do STJ. Não mais por edital, como sempre foi feito. Por isso
é que o Provimento 87/CNJ colocou que, para fins de protesto, a praça de pagamento será o
domicílio do devedor.

Se chegar para você uma nota promissória assinada pelo devedor, residente em Curitiba, com
praça no Rio de Janeiro, você vai protestar no Rio de Janeiro, que é o lugar de pagamento.
Agora, se o credor apresenta pra você uma letra de câmbio ou uma duplicata por indicação,
como vai dizer que há concordância do devedor quanto à escolha de uma praça diversa? Não
tem, porque é uma declaração unilateral, e é isso que o Provimento 87 quer evitar,
determinando o domicílio do devedor. Portanto, o entendimento tem sido o de que, se houver
concordância inequívoca do devedor, pode ser o da praça e o título será domiciliado. Se não
houver concordância inequívoca, será o do domicílio do devedor.

O parágrafo 14 deste dispositivo diz que o protesto de cédula de crédito bancário, inclusive a
garantida por alienação fiduciária, pode ser lavrado no lugar do pagamento ou do domicílio do
devedor, a critério do credor. Hoje, no Provimento 87, se for fazer intimação de parte que
reside em outra comarca, depende de AR dizendo que será intimado por edital, por exigência
do STJ, em julgado repetitivo.

Então a parte faz a apresentação do título, preenche o requerimento e faz as declarações (art.
978, o conhecido termo de responsabilidade). O tabelião recebe, anota o título no protocolo, e
vai então passar à análise do título. Nos termos do art. 9º da Lei 9.492/97 e do art. 977 do
Código de Normas, a análise é meramente formal. O próprio código de normas excepciona
essa regra lá na frente de algumas formas, mas a regra geral é essa, a de que a análise é
meramente formal. Então, ele pega uma CCB, vê se todos os requisitos legais essenciais (que
não possuem regra supletiva) estão presentes e, se estiverem, dá seguimento. Não cabe ao
tabelião analisar prescrição e decadência.

O parágrafo primeiro do art. 977 diz que não cabe ao tabelião investigar as causas subjacentes
que ensejaram a criação do título ou a falsidade do mesmo. Atenção: não cabe analisar, mas
claro que isso não se refere a analisar o aceito ficto em decorrência da causa na duplicata. Se
eu não tiver o aceite expresso, eu só posso protestar se tiver o aceite ficto (ou seja, terá que
analisar o comprovante da ocorrência da causa), porque não existe protesto sem aceite.

Qual é o entendimento do STJ atualmente sobre a prescrição no protesto? Ficou conhecido


que o STJ disse que o tabelião deve sim analisar a prescrição no caso do cheque, mas o
professor discorda, porque a ação era entre credor e devedor, e a parte alegava que o protesto
era indevido porque o título estava prescrito. O STJ decidiu que realmente caberia dano moral
porque o protesto era indevido, já que o título estava prescrito. No entanto, ele não
determinou que tabeliães não façam essa análise. No caso de SP, eles tiraram essa parte do
código de normas e passaram a admitir a análise de prescrição por parte do tabelião. No
código de normas do RJ, continua nas normas que não pode analisar prescrição.

É importante saber que o STJ disse que a prescrição do título não é motivo para cancelamento
de protesto, se a dívida puder ser cobrada por outros meios, inclusive ação de cobrança.
Chega um contrato de locação para protesto. Você analisa o contrato de locação e ele possui a
previsão de alugueres no valor de mil reais ao mês. A locação já se encerrou. O bem foi
devolvido, e a parte pede o protesto de mais mil reais para a reforma do imóvel, porque há
previsão legal dessa reforma. Vocês protestariam as duas parcelas? Qual é o entendimento da
jurisprudência? A obrigação principal do contrato de locação são as chamadas obrigações
remuneratórias, que possuem previsão legal expressa do valor, vencimento, e houve aceitação
completa por parte do devedor. Elas são líquidas, certas se exigíveis. Agora, a obrigação
secundária não é. A previsão contratual não significa que a obrigação já seja líquida e mesmo o
que precisa ser reformado e o que não precisa (não se sabe se existe, porque não se sabe o
que quebrou, por exemplo). Então, essa obrigação não é líquida e certa. Diferente seria se
viesse uma confissão de dívida com relação a esses valores.

Dentro da análise do tabelião, vamos fazer a análise do regular exercício do direito. O que seria
essa análise? Isso está no Provimento 87/2019. O que o pessoal fazia com relação à letra de
câmbio? A LUG não coloca como exigência legal a assinatura do sacado. Como elemento
formal. Então, o que o pessoal fazia, inclusive bancos? A letra de câmbio possui três atores: o
sacador, o sacado e o beneficiário. O pessoal começava a sacar letra de câmbio colocando-se
tanto como emitente como beneficiário, e depois protestavam o sacado, já que não tinha a
assinatura do sacado como elemento formal a ser analisado pelo tabelionato. Esse abuso era
praticado no RJ e no PR, o que fez com que o CNJ editasse uma norma dizendo que toda letra
de câmbio que tivesse como emitente e beneficiário a mesma pessoa, e não tivesse endosso,
deveria ter o protesto cancelado. A Lei 9.492/97 passou a ter a mesma previsão.

Vamos voltar à questão da prescrição. Por que o tabelião não pode analisar a prescrição?
Acredito que seja porque não há contraditório, então não pode ser apontada eventual causa
interruptiva ou suspensiva por parte do devedor. Quando falei da prescrição, o primeiro caso
que deu origem ao Tema Repetitivo 945 é o REsp 1.423.464. Vale a pena ler o inteiro teor. No
REsp 1.639.470, entendeu-se que há irregularidade no protesto quando há prescrição de todos
os meios de cobrança. Enquanto houver prazo para cobrança, não haveria irregularidade do
protesto de um cheque prescrito para a execução (6 meses, a contar do final do prazo para
apresentação, que será de 30 ou 60 dias, a depender de a emissão e apresentação ser na
mesma praça ou não).

O que deve ser feito no tabelionato de protesto em caso de qualificação negativa? Faz uma
nota devolutiva, sendo possível procedimento de dúvida. A nota devolutiva precisa constar
com o dispositivo legal que deu ensejo àquela negativa, e deve ser clara, para o entendimento
do usuário. No entanto, no concurso, precisamos fazer uma nota devolutiva bem
fundamentada, quase uma dissertação. NO RJ, EXISTE UMA DIFERENÇA ENTRE VÍCIOS
INSANÁVEIS E SANÁVEIS, SENDO POSSÍVEL EXIGÊNCIA NO CASO DE VÍCIO SANÁVEL. No caso de
insanável, faz a nota devolutiva, e, se ele quiser, ele suscita dúvida. No caso do sanável, você
só faz isso se ele não atender à exigência em 48 horas.

Exemplo de exigência sanável é o endereço incompleto, porque o endereço precisa ser


completo ou ser declarado expressamente que ele é desconhecido. A ausência de requisitos
legais também é sanável, desde que preenchidos de boa-fé, conforme súmula do STF. No
entanto, a falta de assinatura do devedor é insanável.

Havendo uma exigência com a qual a parte não concorde ou que ela não possa atender, cabe a
suscitação de dúvida. Aplica-se o procedimento do art. 198 da Lei 6.015/73 para registro de
imóveis. O Código de Normas fala sobre isso. A parte suscita, intima a parte para as razões, o
Oficial coloca as próprias razões e encaminha para o juiz a dúvida.

PRAZO PARA PROTESTO: o prazo é de 3 dias. E, no RJ, são contados a partir da intimação do
devedor. A Lei Federal diz que seriam 3 dias a partir do protocolo. Eu adoraria que aqui fossem
3 dias a partir da intimação, porque é impossível cumprir os 3 dias contados do protocolo. São
3 dias úteis, não inclui o da abertura, mas inclui o do final, tal como ocorre no direito civil. O
registro do protesto é feito no final do expediente do terceiro dia útil. O prazo não corre nos
dias em que o horário bancário não for regular.

AULA 02

Sobre a questão, em primeiro lugar, muito embora o STJ tenha entendido que é ilegal a
lavratura de protesto de título prescrito, continua a constar do código de normas do RJ que o
tabelião não pode analisar a prescrição, e, portanto, o entendimento do STJ seria direcionado
ao credor, e não ao tabelião.

Pergunta de colega: Sabemos que um título não vencido não pode ser protestado. Se o
tabelião protestar um título não vencido, tem responsabilidade administrativa e civil.

Mas voltando à prescrição. No caso do nosso problema da Rodada 1, não haverá problema,
porque a prescrição só fulmina a pretensão, não a obrigação, sendo possível emitir títulos em
razão de obrigação natural, que continua a existir, só não sendo exigível. Além disso, a
obrigação cambial possui abstração com relação à causa subjacente, como se sabe, depois que
ele circula. Somente caberia a alegação de vícios do negócio subjacente entre as partes antes
da circulação do título. E é por isso que eu coloco uma circulação, porque nenhum dos vícios
originários pode ser alegado pelo devedor.

Quanto a não haver lugar para pagamento, temos regra supletiva, então não é caso de
devolver o título. O mesmo ocorre com a data de vencimento, que também é suprido, sendo
considerado pagável à vista. Neste caso, o protesto tem caráter constitutivo, pois a partir do
protesto correm os consectários legais.

O ponto principal da questão era o devedor ser um analfabeto e a emissão ocorrer por meio
de um sinal gráfico. Alguém tem opinião sobre isso? É um vício? O analfabeto pode se obrigar
por títulos de crédito? A grande maioria da doutrina em títulos de crédito entende que a
emissão de títulos de crédito por analfabeto dependeria de procuração por instrumento
público (Gladston Mamede e Wille Duarte Costa, por exemplo). Por isso, a obrigação cambial
originária é nula. No entanto, em razão da autonomia das obrigações cambiais, uma em
relação a outra, a obrigação do endossatário em face do endossante é válida, e o protesto
pode ser lavrado justamente para assegurar essa ação em face do coobrigado.

Pode parecer estranho, mas, nos casos de vícios intrínsecos na relação originária, a circulação
ainda é autônoma. Veja a Súmula 475 do STJ: “Responde pelos danos decorrentes de protesto
indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício
formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os
endossantes e avalistas”. Percebe-se da importância de colocar o devedor originário como
desconhecido, sob pena de fazer o endossatário responder pelos danos morais contidos nessa
súmula.
Veja que se trata de hipótese análoga ao caso que o código de normas do RJ prevê de forma
expressa para o cheque extraviado. O art. 977, §4º proíbe o protesto de cheques em hipóteses
como esta, mas o §5º excepciona no caso de cheque que circulou por endosso. Neste caso, o
§6º prevê que, neste caso, não constará, do protesto, nem o nome, nem o número do CPF ou
do CNPJ do titular da conta bancária, caso em que será o campo relativo ao emitente
preenchido com a anotação desconhecido.

Outra previsão do código de normas está no art. 978, §19, pois o §18 permite o protesto de
duplicata sem aceite que tiver circulado apenas para garantir o direito de regresso, mas, neste
caso, só constará o nome dos obrigados.

Há vícios intrínsecos (de formalidade) e extrínsecos (de causa). No caso de duplicata, o Fábio
Ulhoa Coelho diz que a ausência da causa na realização da duplicata é um vício extrínseco,
gerando a sua nulidade. No entanto, se ela circulou, a autonomia das relações cambiais
permite o protesto do título com relação a esses coobrigados.

Súmula 258 do STJ prevê que a nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito
não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. Em primeiro lugar, é
importante ressaltar que isso só se aplica para crédito rotativo. Em caso de mútuo (crédito
direto), o valor é líquido, e, portanto, o STJ afasta a súmula. Portanto, não pode haver o
protesto dessa nota promissória, e muito menos do contrato de crédito rotativo originário
(Súmula 233).

Outra coisa: no nosso caso, não fala que houve inadimplemento. Ocorre que o título é à vista.
Logo, nos termos do art. 40 da Lei 9.492/97, trata-se de protesto constitutivo da mora, e não
declaratório.

A credora (endossatária) tinha interesse de protestar o título com base na relação cambial
autônoma (ela precisa protestar para entrar com essa ação de regresso). Qual é a solução para
isso? As situações similares que eu vejo nessa hipótese são os vícios de causa da duplicata e o
caso de cheque extraviado que circulou. E, neste caso, não constaria o nome do emitente,
constando, na verdade, desconhecido. Por isso o gabarito poderia vir dessa forma.

INTIMAÇÃO: é o ato pelo qual se dá ciência ao devedor do procedimento de protesto. Tanto a


Lei 9.492/97 como o Código de Normas regulamentam as formalidades que elas precisam.
Então, primeiro vamos protocolar o título, depois analisar o título em suas formalidades (e
algumas análises materiais, como já vimos). Quem é o devedor no nosso problema? Quem eu
vou intimar, considerando que o emitente é o analfabeto? O art. 988, §1º diz quem são os
devedores, e o §3º prevê que a intimação do protesto será dirigida ao devedor do título ou do
documento de dívida, excluindo-se os demais coobrigados, avalistas ou endossadores. No RJ,
não intimamos avalistas e endossantes.

Então, se temos um cheque devolvido pela alínea 35 que circulou, ele pode ser protestado,
mas temos um devedor considerado desconhecido. E aí? Neste caso, aplica-se o art. 991, inciso
I do Código de Normas, prevendo que a intimação por edital somente é possível após
esgotados todos os meios de localização do devedor, ressalvadas as seguintes hipóteses: I – se
o devedor for desconhecido.

A intimação pode ser feita por qualquer forma, desde que comprovada por AR. Pode ser por
portador próprio, por aplicativo de mensagem, pelos correios, com empresa terceirizada,
bastando que haja o AR. Pode até ser por voz e e-mail, desde que haja a comprovação de
recebimento. Lembrando que ela é destinada ao endereço indicado pelo apresentante,
independentemente do que consta no título. Ele assina um termo de responsabilidade, e quem
declara endereço falso responde civil e criminalmente (falsidade ideológica?).

Tem doutrina que defende que o fiador que abriu mão do benefício de ordem poderia ser
protestado. Eu discordo, pois, como já vimos, exclui-se avalistas. Qual é a diferença dele para
um avalista neste caso?

A intimação em locais perigosos é feita como? O art. 991, V, das normas preveem que é
possível a intimação direta por edital se o devedor residir em local perigoso e de difícil acesso.
Isso é aplicável de maneira bem ampla no RJ no que diz respeito a comunidades.

No problema, a primeira coisa seria a distribuição do título por parte do cartório distribuidor.
Aí a protocolização, análise do título, emissão da intimação, protesto e anotação da ocorrência
no protocolo (todas as ocorrências, como pagamento, sustação, suspensão de efeitos,
desistência, etc., são anotadas no protocolo, na coluna destinada a anotações). Para além do
protesto, poderíamos ter outras duas hipóteses de fim deste processo: desistência ou
pagamento. São as hipóteses normais. A forma anômala é a sustação judicial, quedando em
sustação definitiva.

PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: a regra geral é a praça de pagamento no Código de Normas.


No entanto, a partir do Provimento 87/2019, passou a ser o domicílio do devedor (Pesquisar).
Nas hipóteses excepcionais em que o devedor resida fora do domicílio do tabelionato de
protesto, deve-se enviar um aviso ao devedor por via postal de que será protestado por edital.
É importante lembrar que nunca protestamos no mesmo dia que a intimação. Se a intimação
for feita no último dia, eu protestarei apenas no quarto dia.

Não fere a Lei 9.492/97 a publicação de edital exclusivamente em via eletrônica, sem jornal de
grande circulação. A regra é publicar na serventia, no quadro de avisos, e, tendo na cidade um
jornal de circulação local, publica-se nesta cidade. O CNJ já enfrentou o tema da publicação
exclusiva em forma eletrônica (SC editou norma que publicaria edital apenas na CENPROT). O
sindicato dos donos de jornais entrou no CNJ dizendo que a norma seria ilegal, e o CNJ disse
que não haveria porque fechar os olhos para a modernidade. No Estado do RJ, a publicação é
feita na CENPROT, mas continua sendo feita em jornal físico. Atenção para o art. 992 das
normas!

Sobre os requisitos do edital, o art. 991, §1º prevê uma série de requisitos. Só que golpistas
utilizavam esses dados para cobrar indevidamente. Então, o Provimento 87 reduziu os
requisitos, prevendo apenas nome e dívida. Mas lembrem-se de que o Provimento 87 é
posterior ao edital do concurso de vocês.

É importante lembrar que o protesto especial para fins falimentares é no principal


estabelecimento do devedor, o que não significa necessariamente a sede. A Súmula 361 do STJ
menciona como requisito a identificação de quem recebeu a intimação. Lembrando que o
principal estabelecimento será aquele que o credor indicar, sob pena de responsabilidade. O
protesto falimentar é um protesto necessário para fins de pedido de falência, embora o estado
falimentar em si já esteja configurado desde o protesto comum. É possível protestar um título
com o valor de menos de 40 salários mínimos para fins falimentares? Pode, porque, quando a
lei fala nos 40 salários mínimos, é possível somar dívidas variadas para se chegar nesse valor.
Qual é o efeito da decretação da falência sobre os protestos da pessoa jurídica? O deferimento
do processamento da falência não possui nenhum efeito sobre os protestos, mas a extinção, o
fim da falência, se dá com a extinção das dívidas e, portanto, poderia haver o cancelamento
dos protestos. O deferimento da recuperação judicial também não possui influência sobre os
protestos lavrados, embora tenha influência sobre ações e execuções.

Voltando para as 3 formas normais de extinção do procedimento. Já falamos do protesto em


si, quando não há o pagamento. Vamos falar agora da desistência, que somente pode ocorrer
antes da lavratura do protesto, devendo o apresentante desistente pagar os emolumentos.
Trata-se de requerimento formulado pelo apresentante ou pelo credor. O Provimento 87/2019
prevê que a desistência do protesto poderá ser formalizada por meio eletrônico, com a
utilização de certificado digital no âmbito da ICP Brasil ou de outro meio seguro disponibilizado
pelo Tabelionato ao apresentante, autorizado pela respectiva Corregedoria-Geral de Justiça.

Também temos a possibilidade de sustação de protesto, que é a decisão judicial que


interrompe o procedimento de protesto. Pode ser em cautelar ou antecipação de tutela,
qualquer decisão que o juiz dê determinando que se interrompa o procedimento. Neste caso,
o título fica na serventia, à disposição do juízo, mas só pode ser pago, protestado ou retirado
com autorização judicial (atenção: o credor não pode retirar). Já tive caso em que o juízo pediu
o título para fazer perícia grafotécnica. Enquanto estiver vigente a decisão de sustação, nada
pode acontecer com o título dentro do tabelionato, que deve ficar parado à disposição do
juízo.

Revogada a sustação, o protesto será lavrado no dia útil subsequente, até porque se entende
que o juízo deu razão, de alguma forma, ao protesto. A doutrina entende que não é preciso
intimar o devedor novamente. E a doutrina entende que, revogada a sustação, não posso mais
receber o pagamento do devedor, devendo o protesto ser lavrado de qualquer forma.

A sustação de protesto é a ordem dada dentro do tríduo. Ultrapassado o tríduo, e lavrado o


protesto, seria a suspensão dos efeitos do protesto. Ou seja, eu faria a anotação no índice ao
lado do nome do devedor, faria a anotação no protocolo, mas não daria mais certidões
negativas com relação àquele devedor. E, nos casos em que a decisão é dada dentro do tríduo
(decisão de sustação), mas, quando ela chega no tabelionato, já está protestado? A orientação
anterior era de não cumprir e informar ao juízo, pedindo informações sobre como proceder no
caso concreto. Com isso, o cara continuava protestado durante um prazo, o processo era
concluso novamente, o juízo dava outra decisão, ía para a secretaria para ofício, etc. Então,
alguns códigos de normas colocaram fungibilidade entre essas decisões, e isso inclui o Estado
do RJ, no art. 996 do CNERJ.

Marcelo Rodrigues e o CN-RS mencionam que, no caso de suspensão dos efeitos do protesto,
seria caso de certidão positiva com efeitos de negativa. O Código de Minas também é
expresso. No entanto, isso não se aplica ainda nos demais Estados.

É muito comum, embora a Lei 9.492/97 diga que recuperação judicial não tenha efeito sobre
os protestos, é comum que os juízos deem decisões genéricas de não protestar títulos ou de
suspensão dos efeitos de protestos já lavrados. Na I Jornada de Direito Notarial e Registral, um
dos enunciados aprovados dizia que a recuperação judicial não possui efeitos sobre os
protestos. Mas, se o juízo deu a decisão dizendo que não é para protestar ou para suspender
os efeitos de todos os protestos, assim eu farei. Isso acontece em todos os Estados.
A última forma de extinção é o pagamento, que é o principal objetivo do credor. Dentro do
tríduo, intimado o devedor, ele faz o pagamento dentro dos 3 dias, contados da intimação. O
pagamento dentro do tríduo não pode ser recusado pelo tabelião. A quitação dessa dívida é
dada pelo próprio tabelião, que vai receber o valor e fazer o repasse ao credor. Pode ser feita
em dinheiro, obviamente. No Estado do RJ, foram contra isso e colocaram que o valor do
principal não pode ser pago em dinheiro, mas isso é contravenção penal, mas está no Código
de Normas. No Estado do RJ, só o valor dos emolumentos pode ser pago em dinheiro. O valor
do principal pode ser pago por cheque, administrativo ou visado, boleto bancário ou
transferência bancária. Se for pago em cheque, como é pro-solvendo, fica sujeito à
compensação desse cheque para que haja a efetiva quitação da dívida.

O valor da dívida é declarado pelo apresentante. É necessária ou não a apresentação de uma


planilha de cálculos? Em alguns casos, sim, como no caso da CCB. Para que seja considerada
título executivo, precisa ter planilha de cálculos anexa. Via de regra, não é necessária a planilha
(em outros casos).

Uma questão interessante com relevância para o RJ é a questão do protesto de títulos


estrangeiros. Nós temos duas hipóteses de títulos estrangeiros: títulos formados no exterior
em moeda estrangeira, e títulos formados no Brasil em moeda estrangeira. Ambos serão
protestados em reais, pela conversão da moeda na data da apresentação. Mas nós precisamos
considerar se o título pode ou não ser emitido. Precisamos verificar se a hipótese em que o
título foi emitido está dentro das hipóteses ao Decreto 857, que dizem em que hipóteses
títulos no Brasil podem ser emitidos em moeda estrangeira (o Código de Normas repete as
disposições).

Tirando o Decreto 857, há hipóteses de títulos formados fora do País. Esse título formado no
exterior com praça de pagamento no País pode ser protestado no País, e aí não há a restrição
dos casos do Decreto 857. Se o título estiver redigido em língua estrangeira, precisa ser
traduzido por tradutor juramentado e registrado em RTD (está no Código de Normas do RJ).

PAGAMENTO: o pagamento precisa ser feito na serventia dentro do horário de funcionamento


da serventia, mas, se o devedor comparecer após o expediente bancário (considerando que no
RJ não pode pagar o principal em dinheiro), o tabelião vai fazer a certificação de que ele
compareceu ao cartório, e o devedor poderá fazer o pagamento no 1º dia útil subsequente.

É feita a análise do título, a intimação para o endereço que o apresentante declarou, e, não
havendo desistência, sustação ou pagamento, teremos a lavratura do protesto, que está em
um capítulo de apenas 2 páginas no RJ, porque a lavratura não é nada dificultosa. O protocolo
deve conter os requisitos do art. 1.002 do CNERJ, começando pela data e número e de
protocolização. Depois o nome do apresentante e o endereço. Dentre outros.

2H

AULA 03

Fiz a questão com 3 itens, e a primeira parte era pedindo o procedimento sobre como
protestar, e isso cai nas provas. Pedindo para explicar como se faz o procedimento. O cheque
foi apresentado no banco antes da data pactuada. A Súmula 370 do STJ diz que gera dano
moral a apresentação antecipada do cheque pós-datado, enquanto não tiver ocorrido o prazo
convencionado. O banco tem que pagar, mas gera dano moral. Enquanto não ocorrer o “bom
para”. Essa não é a jurisprudência atual do STJ. Loureiro e Sérgio Bueno vão dizer, com base
em decisões do TJSP, que esse título não pode ser protestado. O fundamento do TJSP é o de
que, muito embora a Lei 9492 mande analisar apenas formalmente, a doutrina e a
jurisprudência caminharam no sentido de elastecer um pouco essa interpretação dos títulos
apresentados ao tabelião. Hoje, há um juízo prudencial por parte do tabelião, que pode
analisar se é um título para um bom protesto ou mau protesto, e isso não é inovação do
Provimento 87, mas já vinha do Provimento 30 do CNJ, que é o provimento que fala
especificamente dos cheques, e já trazia em grande parte replicado pelo código de normas do
RJ, um procedimento a ser feito pelo tabelião caso achasse haver abuso de direito, um
procedimento de justificação.

No RJ, não há fundamento normativo ou decisões administrativas embasando no mesmo


sentido mas, com base na interpretação do Provimento 30, dá para fundamentar que a
apresentação deste cheque a protesto é abusiva. No entanto, é importante dizer que, no
mesmo julgado do STJ que definiu a Tese 945, ele analisou o cheque pós-datado, e disse que
era possível, desde que dentro do prazo prescricional.

No Código de Normas do RJ, ainda consta a impossibilidade de análise da prescrição e


decadência. É diferente do caso de SP, que até revogou a súmula 17 que dizia respeito a isso.

Procedimento: requerimento firmado junto ao cartório distribuidor, com as declarações de


praxe (dados do título) e, no caso específico, nós temos um título com mais de 1 ano, então o
Provimento 30 e o Código de Normas preveem um procedimento específico exigindo uma
declaração de endereço do devedor nas hipóteses mencionadas nas alíneas do Provimento e
do Código de Normas, que pode ser emitida pelo banco ou, dependendo do caso, apresentada
uma declaração pelo próprio credor ou por outros meios idôneos que o tabelião julgar.

O especial cuidado que o Provimento 30/2013 tem é com o endereço do devedor, por culpa do
RJ e do PR, porque eram feitos protestos com base na postergação dos emolumentos, e as
partes, considerando a possibilidade de protesto em dois locais diversos do cheque (praça de
pagamento ou endereço do devedor) declaravam endereços falsos para poder dificultar o
pagamento pelo devedor e, com isso, alcançar um enriquecimento ilícito com base em
cobranças indevidas.

O Provimento 30/2013 traz casos em que o tabelião poderia devolver o cheque, incluindo
valores muito baixos (já devolvi um cheque de dezenove centavos, com valores convertidos,
porque tinha 15 anos de emissão), cheques muito antigos, etc. Uma das possibilidades de
devolução é se o tabelião suspeitar que a indicação do endereço é fraudulenta.

Livro n. [x]

Fls n. [x]

Aos sete de setembro de 2022, foi apresentado neste Tabelionato de Protesto da Cidade do
Rio de Janeiro/RJ o título a seguir descrito, cuja imagem fica eletronicamente arquivada sob o
n. 01, fazendo parte integrante do presente. Protocolo n. 01, de 29 de agosto de 2022.
Apresentante: [x], residente e domiciliada em [x]. Espécie: Cheque. Número do título: [x].
Valor: [x]. Data de emissão: 25 de agosto de 2021. Praça de pagamento: Rio de Janeiro.
Vencimento: [x]. Emitente [x] residente e domiciliado em [x].

Você também pode gostar