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CURSO

LICITAÇÕES E
CONTRATAÇÕES
PÚBLICAS

CHECK LIST
EMPRESARIAL
Fernando Ferro
Cursos Jurídicos
Licitações e Contratações Públicas

CHECK LIST DE PARTICIPAÇÃO EM PREGÃO E DISPENSA ELETRÔNICA

Linguagem coloquial de fácil apreciação

Aspectos introdutórios basilares para leitura e apreciação de editais:

01. Que tipo de empresa você está representando? É uma sociedade de empresários
ou é um único empresário individual?

R: Existem vários tipos de empresa, mas o que importa inicialmente é saber se são
vários donos (sócios) ou um dono sozinho (empreendedor/empresário individual).

Se forem sócios, temos uma SOCIEDADE.

Se for um empreendedor ou empresário, temos a MEI (micro empreendedor individual),


o Empresário Individual ou a EIRELLI (empresa individual de responsabilidade
limitada). Em regra, a essência dos três é a mesma: SOMENTE UM PROPRIETÁRIO.

02. Qual o porte da empresa? ME, EPP, Pequena empresa, Média empresa etc.?

O porte diz respeito ao tamanho econômico da empresa. Nessa mesma ordem acima,
temos os tipos de força econômica, ou seja, até quanto ($) à empresa pode faturar no
ano.

ME = Micro Empresa

EPP = Empresa de pequeno porte

03. A questão da LTDA ao final do nome da empresa.

Algumas empresas vêm escritas ao final da razão social a sigla “LTDA”.

Sempre que constar essa sigla quer dizer que a empresa possui patrimônio próprio, ou
seja, o patrimônio dela não se confunde com o patrimônio pessoal dos sócios.

04. Licitação:

É o meio que o poder público faz a compra/aquisição/contratação de um bem ou


serviço.

A administração torna público um edital com as regras para essa venda/contratação.


Cabendo a empresa atender essas regras.
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Existem varias modalidades de licitação, ou seja, formas que o poder publico faz esse
procedimento, sendo as principais:

1. PREGÃO PRESENCIAL

2. PREGÃO ELETRONICO

3. DISPENSA (Compra Direta)

Essas 3 modalidades são as mais usuais. Vamos discorrer cada uma.

O PREGÃO PRESENCIAL e o PREGÃO ELETRONICO tem a mesma regra de edital,


ou seja, o que muda um para o outro é a realização da sessão pública. Um é feito
presencialmente na entidade pública e o outro é feito pela internet.

Lembrando que sessão pública se trata do dia em que as empresas de fato participam da
licitação para competir pelo melhor valor.

O pregão é disputado como um leilão invertido, ou seja, as empresas vão descendo o


valor na disputa de lances para ‘ganhar’ o contrato. Quem ficar com o MENOR valor,
ganha.

Já a DISPENSA (compra direta) é muito mais simples, pois, em regra, não tem edital
nem sessão publica de participação. O Poder Publico simplesmente pede uma cotação
para a empresa e, se ela for o melhor valor, ela ganha. Simples e fácil. Sem disputas e
burocracias.

Existem a dispensa na modalidade eletrônica, o qual, a administração nos traz um


conjunto simplificado de regras de participação. O respectivo portal trará as
informações.

05. DOCUMENTOS DE LICITAÇÃO E ENVELOPES

1º - Documentos de credenciamento.

Comumente é solicitado no edital:

⮚ Documento original oficial com foto (RG/CNH/Carteira de Trabalho e etc);


⮚ Procuração para o representante legal, quando se tratar de pessoa que não é o
dono ou sócio da empresa (INTRUMENTO DE CREDENCIAMENTO);
⮚ Registro empresarial, ato constitutivo ou contrato social da empresa (o
documento que deu vida a existência da empresa); (JUCESP)
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⮚ Declaração de pleno atendimento aos requisitos de habilitação de acordo com


modelo constante em anexo dos editais;
⮚ Declaração de microempresa ou empresa de pequeno porte; quando a empresa
for uma ou outra;
⮚ Demais declarações que o edital solicitar no rol de credenciamento.

2º - Documentos de habilitação
A Lei nº 8.666/93 nos arts. 27 ao art. 31 nos trazem a lista de documentos que
deverão estar em edital. Alguns editais não solicitam todos os documentos descritos na
lei. Em regra, os editais trazem consigo nomenclaturas para fácil compreensão (coloquei
ao lado o nome que usamos no dia a dia):

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica (fiscal e trabalhista)


conforme o caso consistirá em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual; (jucesp) ou (Comprovante
de MEI, conforme o caso)
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente
registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
acompanhado de documentos de eleição de seus administradores; (documento que
constituiu a empresa, que deu vida à atividade empresarial)

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme


o caso consistirá em:
I - Prova de Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – Cartão CNPJ,
emitido no site da Receita Federal;
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se
houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e
compatível com o objeto contratual; (SINTEGRA, traz a prova de inscrição estadual.
Caso não exista, recomendado a prova de inscrição municipal, emitida na prefeitura
onde a empresa foi constituída – ver cartão CNPJ))
III - Prova de regularidade para com a Fazenda Federal e para com a Seguridade
Social, através de Certidão Conjunta Negativa de Débitos ou Certidão Conjunta Positiva
com Efeitos de Negativa, referente a Tributos Federais (inclusive as contribuições
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sociais) e Dívida Ativa da União - expedida pelo Ministério da Fazenda – Procuradoria


Geral da Fazenda – Receita Federal do Brasil (CND INSS)
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos
encargos sociais instituídos por lei. (CRF – FGTS)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho,
mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio
de 1943. (CNDT)
VI - Certidão de Regularidade de Débito com a Fazenda Estadual (débitos
inscritos), da sede ou do domicílio do licitante. (CND EST SP)
VII - Certidão de Regularidade de Débito com a Fazenda Municipal (referente
aos tributos mobiliários), da sede ou do domicílio do licitante (essa certidão é emitida
pela Prefeitura da cidade em que a empresa está registrada. Nesse caso, existem
prefeituras que já possuem sistema informatizado, outras ainda não)
VIII - Cumprimento do disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal
darse-á por meio de declaração, sob as penas da lei, emitida pelo proponente, conforme
modelo em ANEXO do edital. (é uma declaração simples que todo edital pede. Sempre
aparecerá em anexo do edital).

Temos também a Qualificação Econômico-financeira. Essa exigência quer


saber se a empresa consegue ser fiel ao contrato, ou, conforme o caso, se a empresa
não está insolvente (falência).
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-
se-á a:
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já
exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da
empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de
apresentação da proposta; (alguns editais pedem. Documento exclusivo de Contador)
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da
sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa
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física; (Emitido pelo site do Tribunal de Justiça. Tem que preencher os dados e escolher
a opção de Certidão de falência, concordata e recuperação judicial. Muitas das vezes
esse documento não fica pronto na hora, tendo que solicitar e aguardar o recebimento no
e-mail).
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do
art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
contratação. (Alguns editais pedem garantia em dinheiro para contratar a empresa. Essa
garantia somente tme efeito após licitação, antes de assinatura contratual)

Por último temos a Qualificação Técnica. Ela consiste em saber se a empresa


já prestou aquele serviço ou já vendeu aquele produto antes ou, se tem capacidade
operacional/técnica para ser contratada.

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:


I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; (quando se tratar de
contratação de empresa especializada em um seguimento que possua classe reguladora,
por exemplo, CRM (Conselho Regional de Medicina); CREA (Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia); CAU (Conselho de Arquitetos e Urbanistas) entre outros.
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e
compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e
indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e
disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada
um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;(é a clássica
certidão de ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICA, que é emitida por uma outra
empresa ou pelo Poder Público , indicando que “A empresa X prestou o serviço e a
recomenda”).
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos,
e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições
locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;(vem em anexo nos
editais)
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o
caso.;(vem em anexo nos editais)
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3º Proposta comercial (melhor visualizada em pregão presencial)


É um documento importante, todavia, para um PREGÃO a importância é
dobrada.
É ele que vai passar de mão em mão na sessão pública, empresas vão ver esse
documento procurando um erro para nos desqualificar e eliminar. Para isso não ocorrer,
além de usarmos o modelo de proposta contido em anexo do edital, recomenda-se a
leitura do rol que consta em edital acerca de PROPOSTA COMERCIAL.

4º Preparar envelopes (etiquetas e ordem)


O Edital ele traz o que deve conter no envelope.
É uma espécie de endereçamento, onde entregaremos (quer for participar de
sessão pública) ao Pregoeiro no dia.
O envelope deve conter a etiqueta conforme o edital, como o exemplo abaixo:

ENVELOPE Nº 01 – PROPOSTA COMERCIAL


À PREFEITURA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE PRAIA GRANDE
AV. PRES. KENNEDY, 9000 – VILA MIRIM. PRAIA GRANDE – SP
PREGÃO n.º 089/2020
E-MAIL DA EMPRESA
RAZÃO SOCIAL
CNPJ

ENVELOPE Nº 02 – DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO


À PREFEITURA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE PRAIA GRANDE
AV. PRES. KENNEDY, 9000 – VILA MIRIM PRAIA GRANDE – SP
PREGÃO n.º 089/2020
E-MAIL DA EMPRESA
RAZÃO SOCIAL
CNPJ

05. OUTROS FATORES IMPORTANTES PARA A SESSÃO PUBLICA.


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- Concla (CNAE): Avaliar a atividade empresarial dos licitantes. Por vezes,


licitantes participam de certames sem regularidade legal no que diz respeito a sua
atividade empresarial. Fácil compreender na compra e venda de produtos.
- Planilha de composição de custos: O pregoeiro com o fim de diligencias
demandas, poderá requerer por parte da empresa vencedora a apresentação de planilha
de composição de custos do serviço licitado. Isso tem lugar em detrimento a
possiblidade de existência de “preço inexequível”, compreendido pela jurisprudência do
Tribunal de Contas da união em 75% do valor estimado em licitação.
- Representação nula de terceiro: Raro, mas não impossível. São os casos de o
representante da empresa em sessão pública, possuir um instrumento de procuração
viciado, ou seja, não assinado por pessoa que tenha poderes para transferir. Exemplo:
Sociedade com três sócios, sendo somente um com poderes de representar a empresa e
transferir poderes a outrem. Se este sócio não assinou a procuração, logo, será
invalidada.
- Cédula Garantia por Seguradora: Conforme inciso III do art. 31 da lei nº
8.666/93, a licitante vencedora, para fins de assinatura contratual devera apresentar
garantia, conforme esta ter sido solicitada em edital. O ponto de atenção aqui diz
respeito a possibilidade de apresentar contrato de seguradora, o qual é aceito pela
jurisprudência do Tribunal de Contas da união.

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