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PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO

DOS FORNECEDORES –
CONHEÇA SEU FORNECEDOR
(KYS)
De acordo com a CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020, nos
seus arts. 16 a 20 é obrigatório que a instituição financeira e demais correlatas,
mantenham controles e procedimentos para a gestão e conhecimento dos
fornecedores e prestadores de serviços que estejam diretamente envolvidos na
operação.

O regramento inclui obrigatoriedade de inclusões cadastrais que variam para


pessoa física e pessoa jurídica, a natureza da operação e a característica da
organização no mercado financeiro. Para corretora de câmbio as necessidades de
informações cadastrais são:

Conceito
Know Your Supplier (KYC) ou Conheça Seu Fornecedor, em português, é um
processo de investigação que possui o intuito de assegurar a idoneidade de todas as
relações entre empresas e seus fornecedores.

Com um mundo cada vez mais globalizado e o aumento da concorrência em


diversos setores, hoje existem diversas empresas que realizam o mesmo serviço e
estão no mercado em busca de potenciais clientes. Muitos atuam para o mesmo
mercado e as vezes para concorrentes.

É evidente que essa informação também é extremamente importante e deve


ser levada em consideração quando se faz uma checagem. É necessário garantir que
tudo está em conformidade tanto interna quanto externamente, ou seja, é
imprescindível verificar se as organizações e pessoas com quais se relacionam
também estão agindo desta mesma forma. 

No entanto, para escolher e avaliar tais fornecedores, apenas basear-se em


consultas simples como a situação na Receita Federal e dados cadastrais, não é mais
o suficiente para garantir a segurança entre essa relação.

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Com o aumento do número de fraudes e casos de corrupção nos últimos anos,
gestores estão tendo que buscar ferramentas e alternativas para garantir, de alguma
forma, mais transparência e idoneidade em suas relações comerciais. 

Ao contrário do que se imagina, a preocupação não é somente na questão


financeira. Além deste prejuízo, evidentemente, ter a marca atrelada a mídias
negativas e situações fraudulentas pode também ocasionar em uma grande perda de
credibilidade no mercado. Então, munir-se de informações mais detalhadas
e baseadas em dados é uma das alternativas para evitar possíveis situações de
riscos.

Listas restritivas
Nesse sentido que entram as watchlist. Criadas por órgãos nacionais e
internacionais, essas listas mantêm informações de pessoas físicas e jurídicas que
foram associadas, comprovadamente, a crimes como lavagem de dinheiro,
financiamento ao terrorismo, trabalho análogo à escravidão, entre outros. Também
registram aqueles(as) que possuem algum tipo de embargo comercial e econômico.

Ou seja, são informações importantíssimas para análise de risco e prevenção à


fraudes, pois dessa maneira, antes de contratar um fornecedor, por exemplo, a
organização pode realizar essa consulta e ter em mãos mais uma garantia de que tudo
está em conformidade e que aquela relação não está sujeita a problemas futuros. 

Tipos de listas restritivas 


Existem diversas watchlist, como por exemplo:

 Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS): essa lista


apresenta a relação de empresas e pessoas físicas que sofreram sanções que
implicaram a restrição de participar de licitações ou de realizar contratos com a
Administração Pública.
 Transparência sobre Trabalho Escravo: também conhecida como “Lista suja”, é
um relatório publicado pelo Governo Federal que atualiza o Cadastro de
Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à
de escravo.
 Office of Foreign Assets Control (OFAC): base de dados norte-americana
contendo a Lista de Pessoas e Empresas procuradas internacionalmente.
 Transparência Brasil: apresenta a relação de empresas que sofreram qualquer
uma das punições previstas na Lei Anticorrupção. 

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Além de seguir os procedimentos verificatórios acima a Turcâmbio pedirá aos
seus fornecedores a seguinte documentação:

Pessoa física
 nome completo;
 data de nascimento;
 naturalidade;
 nacionalidade;
 estado civil;
 número do documento de identificação e órgão expedidor;
 número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF/MF;
 endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade da
federação e CEP)
 número de telefone comercial;
 endereço eletrônico para correspondência; (deve ser comprovado)
 ocupação profissional;
 profissão;
 nome da organização, com respectiva inscrição no CNPJ, para a qual trabalha,
quando aplicável.

Pessoa jurídica
 denominação ou nome empresarial (razão social e nome de fantasia);
 definição de desdobramento (matriz ou filial);
 nomes e CPF/MF dos controladores diretos ou nome empresarial e inscrição
no CNPJ dos controladores diretos, com a indicação se eles são pessoas
expostas politicamente;
 nomes e CPF/MF dos administradores;
 nomes e CPF/MF dos procuradores;
 inscrição no CNPJ;
 endereço completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, unidade da
federação e CEP);
 número de telefone;
 endereço eletrônico para correspondência;
 informações atualizadas sobre o faturamento médio mensal dos últimos 12
(doze) meses e a respectiva situação patrimonial (informações de IR e
declaração de contador);
 denominação ou razão social, bem como respectiva inscrição no CNPJ de
pessoas jurídicas controladoras, controladas ou coligadas, quando aplicável,
observado que na hipótese de a controladora, controlada ou coligada ter
domicílio ou sede no exterior e não ter CNPJ no Brasil, deverá ser informada a
razão social e o número de identificação ou de registro em seu país de origem.
o documento de constituição da pessoa jurídica devidamente atualizado e
registrado no órgão competente e;

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o atos societários que indiquem os administradores da pessoa jurídica,
 procuração;
o documento de identidade dos procuradores e respectivo número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF/MF;
o endereço completo dos procuradores, se houver, bem como registro se
ele é considerado pessoa exposta politicamente.

Informações adicionais
 Do cadastro deve constar declaração, datada e assinada pelo fornecedor:
o de que são verdadeiras as informações fornecidas para o
preenchimento do cadastro; de que se compromete a informar, no
prazo de 10 (dez) dias, quaisquer alterações que vierem a ocorrer nos
seus dados cadastrais, inclusive eventual revogação de mandato, caso
exista procurador, informando os meios pelos quais suas ordens devem
ser transmitidas;
o de que é pessoa vinculada ao fornecedor, quando aplicável;
 Além desta verificação a empresa poderá pedir, comprovação negativa de
Passivos trabalhistas
 Programa de Compliance na empresa contratada
 Idoneidade financeira
 Condenações por atos de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro
 Possíveis condenações por atos de improbidade administrativa, dentre outros.

Documentação pertinente
Embora a organização se apoie nos sistemas informáticos, é necessário,
entretanto comprovação de status, ou seja, a documentação tem que ser enviada e
arquivada.

Existem duas modalidades digital ou física.

No caso de a documentação ser enviada em formato digital, deve a


organização possuir capacidade de armazenamento suficiente para tal, lembrando da
obrigatoriedade temporal de armazenagem.

O sistema informático pode ou não ter a capacidade de arquivamento


relacional, ou seja, a cada documento digital armazenado ele poderá ser anexado a
um código de cliente. Caso a documentação seja em formato físico, deve a
organização manter sistemas de controle de arquivo compatíveis.

A documentação de cadastro deve ser o mais completa possível seguindo a


listagem para pessoas físicas ou jurídicas. A mera liberalidade de obter ou não
documentos e de plena responsabilidade da organização.

É importante a validação da documentação, pois ela apoia os processos de


risco de crédito e operação para clientes.

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Reavaliação Periódica

A Empresa irá proceder de acordo com o modelo de contratação de


fornecedores (seja eventual ou contínuo) uma revisão dos controles e documentos
aqui citados. Esta avaliação está vinculada ao serviço e atividade prestada.

 Para os fornecedores com contratos anuais o ciclo será anual.


 Para os fornecedores com contratos por serviços que se repitam,
mesmo que descontinuados o ciclo será semestral
 Para os demais fornecedores estarão vinculados a necessidade da
empresa.

Legislação e documentos de referência


 Instrução Normativa Conjunta MP/CGU – nº 01 de 2016 (Dispõe sobre
controles internos, gestão de riscos e governança no âmbito do Poder
Executivo federal).
 ABNT ISO 37001 – Sistemas de Gestão Antissuborno (apoiar as
organizações a combater o suborno, por meio de uma cultura de
integridade, transparência e conformidade com as leis e regulamentações
aplicáveis, através dos seus requisitos, políticas, procedimentos e controles
adequados para lidar com os riscos de suborno).
 ABNT ISO 19600 – Sistemas de Gestão de Compliance (fornece
orientações para o estabelecimento, desenvolvimento, implementação,
avaliação, manutenção e melhoria do sistema de gestão de Compliance.)
 Lei de Defesa da Concorrência (Lei nº 12.529/2011) (Estrutura o Sistema
Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e
repressão às infrações contra a ordem econômica).
 Decreto-Lei nº 2.848/1940 (Trata da aplicação geral da Lei Penal).
 Circular nº 3.978/2020
 Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020

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