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Prevenção a Lavagem de Dinheiro

 Lei nº 9.613/98: dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens,


direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos
previstos nesta Lei e criou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
 Lei nº 12.683/12: altera a Lei n.º 9.613/98 para tornar mais eficiente a persecução
penal dos crimes de lavagem de dinheiro.
 Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016: Regulamenta o disposto no inciso XLIII do
art. 5o da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de
disposições  investigatórias e processuais e reformulando o conceito de
organização  terrorista; e altera as Leis nos 7.960, de 21 de dezembro de  1989, e
12.850, de 2 de agosto de 2013.
 Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015: Disciplina a ação de indisponibilidade de
bens, direitos ou valores em decorrência de resolução do Conselho de Segurança
das Nações Unidas - CSNU.

Circulares: 2852/98, 3422/08, 3727/14


Carta Circular: 2826/98, 3098/03, 3151/04, 3246/06, 3339/06, 3461/09, 3430/10

Lavagem de dinheiro – o que é? Como funciona?

 O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações


comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país,
de modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e
que se desenvolvem por meio de um processo dinâmico que envolve,
teoricamente, três fases independentes que, com frequência, ocorrem
simultaneamente. 
 Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de
dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o
distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles
com o crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o
rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro
novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no
ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo". 

Fase 1 – colocação
 É a colocação do dinheiro no sistema econômico. Objetivando ocultar sua origem,
o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais
permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal. A colocação
se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra
de bens.
 Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam
técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos
valores que transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos
comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
Fase 2 – Ocultação
 Consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é
quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de
investigações sobre a origem do dinheiro.
 Os criminosos buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos
para contas anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo
bancário – ou realizando depósitos em contas abertas em nome de "laranjas" ou
utilizando empresas fictícias ou de fachada.

Fase 3 – Integração
 Os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico. As organizações
criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades –
podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia,
torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

Controle legal
As instituições de pagamento deverão adotar procedimentos e controles que
permitam confirmar as informações de identificação de clientes, podendo, entre outros,
confrontar as informações fornecidas pelos usuários finais com outras disponíveis em
bancos de dados de caráter público ou privado.

Elas também deverão implementar sistemas de gerenciamento de risco de


PLD/CFT, que permitam a identificação e a avaliação desse risco, bem como
promover medidas de mitigação proporcionais aos riscos identificados, inclusive nos
casos em que as instituições devem dispensar especial atenção.

Além disso, foram racionalizadas as informações obrigatórias exigidas para a


abertura de contas de pagamento e alterado o valor máximo aplicado para
identificação simplificada de contas pré-pagas, passando de R$1.500,00 para
R$5.000,00, com o objetivo de reduzir custos de observância.

Os aprimoramentos estão alinhados com a Abordagem com Base em Risco


estabelecida no âmbito do Grupo de Ação Financeira (Gafi), organização internacional
responsável por estabelecer padrões de PLD/CFT a serem observados pelos países
do G-20, entre os quais o Brasil.

KYC – Know Your Customer – conheça seu cliente


KYE- Know Your Employee – conheça seu funcionário / empregado
KYP – Know Your Partner – conheça os terceiros e parceiros de negócio
Em relação a clientes permanentes:
a) qualificação do depositante: pessoas físicas: nome completo, filiação,
nacionalidade, data e local do nascimento, sexo, estado civil, nome do
cônjuge, se casado, profissão, documento de identificação (tipo, número,
data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no CPF. Se a
conta de depósitos for titulada por menor ou por pessoa incapaz, além de
sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assistir
ou o representar;
– pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e data de
constituição, documentos, contendo as informações referidas no parágrafo
anterior, que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou
prepostos a movimentar a conta, número de inscrição no CNPJ e atos
constitutivos, devidamente registrados, na forma da lei, na autoridade
competente;
b) Endereços residencial e comercial completos;
c) Número do telefone e código DDD;
d) Fontes de referência consultadas;
e) Data da abertura da conta e respectivo número;
f) Os valores de renda mensal e patrimônio, no caso de pessoas naturais, e de
faturamento médio mensal dos doze meses anteriores, no caso de pessoas
jurídicas;
g) Declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio
com a instituição.
Em relação a clientes eventuais:
a) quando pessoa natural, o nome completo, dados do documento de identificação (tipo,
número, data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no CPF;
b) quando pessoa jurídica, a razão social e número de inscrição no CNPJ.
b) Não se aplica às administradoras de consórcio a restrição estabelecida no § 1º do
art. 18 da Circular nº 3.461, de 2009, relativa à administração de recursos de
terceiros por parte do diretor indicado ao Banco Central do Brasil.

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