Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços
prestados.
✓ Quanto às empresas de fomento comercial ou factoring, a lei NÃO diz que é insttituição
financeira, diz apenas que devem obedecer às mesmas normas que obedecem às instituições
financeiras.
✓ Factoring (fomento mercantil ou comercial) é uma atividade comercial caracterizada pela aquisição
de direitos creditórios, por um valor à vista e mediante taxas de juros e de serviços, de contas a receber
a prazo.
✓ Por definição e filosofia, o Factoring não é uma atividade financeira. A empresa de Factoring não
pode fazer captação de recursos de terceiros, nem intermediar para emprestar estes recursos, como os
bancos. O Factoring não desconta títulos e não faz financiamentos.
✓ Na verdade, o factoring é uma atividade comercial pois conjuga a compra de direitos de créditos
com a prestação de serviços. Para isso depende exclusivamente de recursos próprios.
§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo:
I – a troca de informações
Importante ✓ entre instituições financeiras,
decorar todos os ✓ para fins cadastrais,
casos. ✓ inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas
baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do
Brasil;
II - o fornecimento de informações
✓ constantes de cadastro de emitentes de cheques sem provisão de
fundos e de devedores inadimplentes,
✓ a entidades de proteção ao crédito, observadas as normas baixadas pelo
Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil;
Lei 9.311/1996
Art. 11
IV – a comunicação,
✓ às autoridades competentes,
✓ da prática de ilícitos penais ou administrativos,
✓ abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que
envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa;
Questão de concurso
Dados protegidos por sigilo bancário são requisitados a determinada instituição financeira pela
Secretaria da Receita Federal, com base em permissivo legal, para utilização em sede de
procedimento administrativo visando à apuração de supostas irregularidades fiscais cometidas por
contribuinte pessoa física. Nessa hipótese, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, não há ofensa ao direito ao sigilo bancário, inerente ao direito
constitucional à vida privada, na requisição efetuada pela autoridade fazendária, sendo
constitucional o respectivo permissivo legal, na medida em que exija da autoridade fazendária que
mantenha o dever de sigilo imposto na esfera bancária.
Jurisprudência STF
É possível que o FISCO requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre os
contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário.
I – de terrorismo;
Rol exemplificativo, mas é
importante decorar todos os
crimes. II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil, em relação às operações que realizar e
às informações que obtiver no exercício de suas atribuições.
§ 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores Mobiliários, quando se tratar de fiscalização
de operações e serviços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas instituições financeiras que sejam
companhias abertas.
§ 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar estende-se aos órgãos fiscalizadores
mencionados no § 4o e a seus agentes.
§ 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e os demais órgãos de fiscalização, nas
áreas de suas atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, de que
trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 de março de 1998, as informações cadastrais e de movimento de valores
relativos às operações previstas no inciso I do art. 11 da referida Lei.
Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas
instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso
mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide.
Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as
instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os documentos sigilosos
que, fundamentadamente, se fizerem necessários ao exercício de suas respectivas competências
constitucionais e legais.
§ 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser previamente aprovadas pelo Plenário da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões parlamentares de
inquérito.
Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios
segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações
financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços.
§ 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos deste artigo:
V – contratos de mútuo;
§ 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas, incorreções ou
omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar as informações e
os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração
dos fatos.
§ 5o As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação
em vigor.
Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios
✓ somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições
Processo financeiras,
administrativo ✓ inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras,
ou procedimento ✓ quando houver processo administrativo instaurado
fiscal em curso
+ ✓ ou procedimento fiscal em curso
indispensável ✓ e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente.
Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão
conservados em sigilo, observada a legislação tributária.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, manterão permanente
intercâmbio de informações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos inquéritos que
instaurarem e das penalidades que aplicarem, sempre que as informações forem necessárias ao desempenho
de suas atividades.
Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades previstas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente
declarado pelas autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco Central do Brasil, à Comissão
de Valores Mobiliários ou às instituições financeiras.
Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
SIGILO BANCÁRIO
RESUMO:
É possível que o FISCO requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre os
contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário.
O Ministro Dias Toffoli afirmou que, no ponto, mais uma vez o legislador teria se preocupado em criar
mecanismos que impedissem a circulação ou o extravasamento das informações relativas ao contribuinte.
Diante das cautelas fixadas na lei, não haveria propriamente quebra de sigilo, mas sim transferência
de informações sigilosas no âmbito da Administração Pública.
Em relação ao art. 3º, § 3º, da LC 105/2001 — a determinar que o Banco Central do Brasil (Bacen) e a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) forneçam à Advocacia-Geral da União (AGU) “as informações
e documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte” —, ressaltou que essa previsão
seria prática corrente. Isso se daria porque, de fato, os órgãos de defesa da União solicitariam aos órgãos
federais envolvidos em determinada lide informações destinadas a subsidiar a elaboração de contestações,
recursos e outros atos processuais. E de nada adiantaria a possibilidade de acesso dos dados bancários pelo
Fisco se não fosse possível que essa utilização legítima fosse objeto de defesa em juízo por meio do órgão
por isso responsável, a AGU.
O Ministro Marco Aurélio conferiu interpretação conforme aos dispositivos legais atacados, de modo a
afastar a possibilidade de acesso direto aos dados bancários pelos órgãos públicos, vedado inclusive o
compartilhamento de informações. Este só seria possível, consideradas as finalidades previstas na cláusula
final do inciso XII do art. 5º da CF, para fins de investigação criminal ou instrução criminal.
A Corte afirmou que, relativamente à alegação de inconstitucionalidade da expressão “do inquérito ou”,
contida no § 4º do art. 1º da LC 105/2001, a norma impugnada não cuidaria da transferência de
informações bancárias ao Fisco, questão que estaria no cerne das ações diretas. Tratar-se-ia de norma
referente à investigação criminal levada a efeito no inquérito policial, em cujo âmbito há muito se admitiria
a quebra de sigilo bancário, quando presentes indícios de prática criminosa (AC 3.872 AgR/DF, DJe de
13.11.2015; HC 125.585 AgR/PE, DJe de 19.12.2014; Inq 897 AgR/DF, DJU de 24.3.1995).
O Plenário destacou que, em síntese, a LC 105/2001 possibilitara o acesso de dados bancários pelo Fisco,
para identificação, com maior precisão, por meio de legítima atividade fiscalizatória, do patrimônio, dos
rendimentos e das atividades econômicas do contribuinte. Não permitiria, contudo, a divulgação dessas
informações, resguardando-se a intimidade e a vida íntima do correntista. E esse resguardo se tornaria
evidente com a leitura sistemática da lei em questão. Essa seria, em verdade, bastante protetiva na
ponderação entre o acesso aos dados bancários do contribuinte e o exercício da atividade fiscalizatória pelo
Fisco.
Além de consistir em medida fiscalizatória sigilosa e pontual, o acesso amplo a dados bancários pelo Fisco
exigiria a existência de processo administrativo — ou procedimento fiscal. Isso por si, já atrairia para o
contribuinte todas as garantias da Lei 9.784/1999 — dentre elas, a observância dos princípios da finalidade,
da motivação, da proporcionalidade e do interesse público —, a permitir extensa possibilidade de controle
sobre os atos da Administração Fiscal. De todo modo, por se tratar de mero compartilhamento de
informações sigilosas, seria mais adequado situar as previsões legais combatidas na categoria de elementos
concretizadores dos deveres dos cidadãos e do Fisco na implementação da justiça social, a qual teria, como
um de seus mais poderosos instrumentos, a tributação. Nessa senda, o dever fundamental de pagar tributos
estaria alicerçado na ideia de solidariedade social. Assim, dado que o pagamento de tributos, no Brasil,
seria um dever fundamental — por representar o contributo de cada cidadão para a manutenção e o
desenvolvimento de um Estado que promove direitos fundamentais —, seria preciso que se adotassem
mecanismos efetivos de combate à sonegação fiscal.
a) pertinência temática entre a obtenção das informações bancárias e o tributo objeto de cobrança
no procedimento administrativo instaurado;
A Corte asseverou que, no ponto, mais uma vez o legislador teria se preocupado em criar mecanismos que
impedissem a circulação ou o extravasamento das informações relativas ao contribuinte. Diante das cautelas
fixadas na lei, não haveria propriamente quebra de sigilo, mas sim transferência de informações
sigilosas no âmbito da Administração Pública.
Em relação ao art. 3º, § 3º, da LC 105/2001 — a determinar que o Banco Central do Brasil (Bacen) e a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) forneçam à Advocacia-Geral da União (AGU) “as
informações e documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte” —, ressaltou
que essa previsão seria prática corrente. Isso se daria porque, de fato, os órgãos de defesa da União
solicitariam aos órgãos federais envolvidos em determinada lide informações destinadas a subsidiar a
elaboração de contestações, recursos e outros atos processuais. E de nada adiantaria a possibilidade de
acesso dos dados bancários pelo Fisco se não fosse possível que essa utilização legítima fosse objeto de
defesa em juízo por meio do órgão por isso responsável, a AGU.
O Ministro Roberto Barroso reajustou seu voto para acompanhar o relator. Vencidos os Ministros Marco
Aurélio e Celso de Mello, que conferiam interpretação conforme aos dispositivos legais atacados, de
modo a afastar a possibilidade de acesso direto aos dados bancários pelos órgãos públicos, vedado
inclusive o compartilhamento de informações. Este só seria possível, consideradas as finalidades
previstas na cláusula final do inciso XII do art. 5º da CF, para fins de investigação criminal ou
instrução criminal.
Nesse sentido, a decretação da quebra do sigilo bancário, ressalvada a competência extraordinária das
CPIs (CF, art. 58, § 3º), pressuporia, sempre, a existência de ordem judicial, sem o que não se imporia à
instituição financeira o dever de fornecer à Administração Tributária, ao Ministério Público, à Polícia
Judiciária ou, ainda, ao TCU, as informações que lhe tivessem sido solicitadas.