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RESPOSTAS – Questões P1

1. E
Justificativa: De acordo com o princípio da Relatividade o contrato só produz efeito entre
as partes. A eficácia se resume aos contratantes. Ele não é oponível erga omnes. Só os
contratantes podem sofrer com suas consequências. Assim, a alternativa correta é a letra
E. Contudo, cabe lembrar que a Tutela Externa do Crédito1 (Teoria do Terceiro Cúmplice)
se apresenta como uma exceção à relatividade.

2. D
Justificativa: A boa-fé objetiva é um princípio que impõe aos contratantes um
comportamento leal e respeito às expectativas da contraparte. Evitando-se que fira os
interesses da coletividade, eventualmente da contraparte. Tem como função, o cânone
hermenêutico em que a boa-fé é usada para interpretar os contratos (Art. 113, CC) e é
também limitador de situações subjetivas em que a boa-fé objetiva impõe a continuação
do comportamento leal e em consequência disso é vedada a prática de comportamentos
contraditórios (Art. 187). Logo, é vedado em razão da boa-fé o venire contra factum
proprium. Na caracterização do venire contra factum proprium têm-se os seguintes
comportamentos: (I) Conduta inicial (factum proprium), um comportamento tomado
durante a relação contratual; (II) Legítima Expectativa, a conduta inicial gera na contra
parte expectativas legítimas de manutenção do comportamento; (III) Comportamento
contraditório, é comportamento contrário ao inicial, é permitido na ordem jurídica, mas
se comparado a conduta inicial se torna contraditório, passando a ser vedado no
ordenamento; (IV) Dano efetivo ou potencial, a existência de um dano efetivo ou
potencial a contraparte.

Na questão, o hospital X adota a conduta inicial de reduzir pela metade o valor do plano
após o contrato com 900 pessoas, gerando uma legítima expectativa da continuidade
nessas 9000 pessoas. Ao cobrar o valor integral do plano de saúde onze meses após as
contratações, o hospital X tem um comportamento contraditório, que ainda que legal, ao
se comparar a conduta inicial, é vedado pelo ordenamento. Assim, segundo os princípios
da boa-fé, a situação hipotética está incorreta.

3. A

1Tutela Externa do Crédito:


A ideia aqui, é que o crédito em si é tutelado, merecendo uma proteção da coletividade mesmo que seja advindo de
uma relação obrigacional entrepartes, ele é oponível a terceiro. Para parte da doutrina, ela se insere no princípio da
função social porque seria um escudo dos contratantes contra interferência lesiva de terceiro. Para outra parte da
doutrina, a tutela externa do crédito é decorrência do dever de proteção porque quando há um dever de proteger o
patrimônio alheio, esse dever se espraia para coletividade. Desse modo, inclusive terceiro tem que respeitar um
contrato, não podendo celebrar outro contrato que seja incompatível com a situação creditória anterior.
A tutela externa do crédito se revela como exceção a relatividade sendo controvertida nesse ponto, já que parte a
doutrina não admite sua existência. Para a parcela que admite a tutela externa do crédito, como explicado acima, há
por um lado os que acreditam que a função social do contrato serve como fundamento da TEC e por outro lado, os
que defendem que a boa-fé é o fundamento da TEC como decorrência do dever de proteção. Ocorre nas seguintes
hipóteses: (I)Celebração de contrato incompatível com terceiro; (II) Terceiro induz ao descumprimento do contrato >
não chega a celebrar o contrato. Consequências: pagamento de perdas e danos por parte do terceiro.
4. E
Justificativa: Contratos comutativos são contratos nos quais as partes sabem de
antemão qual o tamanho do ônus assumido. Como por exemplo, uma compra e venda
com valor definido. Já os contratos aleatórios são marcados pelo risco, quando não se
consegue de antemão definir o ônus a ser enfrentado pelos contratantes.

5. B
Justificativa: É o caso de mútuo feneratício, é exceção, quando o contrato será unilateral
e oneroso, é o empréstimo de dinheiro a juros, em que só quem recebe o valor que tem
obrigação de pagar de volta. É um contrato que só se forma com a entrega;
6. A

Justificativa: Contratos consensuais são contratos em que a mera existência de um


consenso basta para vincular as partes, enquanto contratos reais são contratos em que
não basta o consentimento, é necessário que haja a efetiva entrega da coisa (Art. 179).

Já contratos instantâneos são aqueles de execução “a jato”. Como exemplo, tem-se a


compra e venda que tem cumprimento imediato. Esses contratos podem ter a execução
diferida, ou seja, pode ser para o futuro. Quanto aos contratos de duração, são aqueles
em que o tempo compõe a própria causa do negócio, faz parte da própria natureza, sua
caracterização depende do lapso temporal. O efeito de prolongamento no tempo é u
efeito essencial a causa daquele contrato. Como por exemplo, a locação. Existem duas
modalidades: (I) Trato sucessivo ou execução periódica > são aqueles contratos em que
a cada lapso temporal tem o cumprimento de uma parte e o início de outra. A
obrigação se desdobra em obrigações periódicas que se desdobram ao longo do tempo.
Como fornecer alimentos a um estabelecimento a cada dia certo, ou seja, há uma
satisfação de cumprimento a cada prestação; (II) Execução continuada > não enxerga
a solução de continuidade, aqui o cumprimento se contrai continuamente no tempo. O
cumprimento das obrigações se dá de uma forma difusa, a execução desse contrato
permanece ao longo do tempo, não há paralização. Como por exemplo, contrato de
locação, já que a posse está sendo transmitida de forma continuada no tempo. Uma única
prestação (preço) que é diferido no tempo.

7.
a. F
b. V

Justificativa: Solenes, também chamados de formais são aqueles em que há uma


forma prescrita pela lei para sua celebração. Como por exemplo, o contrato de
compra e venda de imóveis com valor superior a 30 salários mínimos, disciplinado
pelo Art. 108, ou seja, tem uma forma prescrita pela lei para celebração de
determinado contrato. Como outro exemplo, tem-se as doações, que em regra é
escrita. Diferenciam-se de contratos informais que se baseiam no consentimento
bilateral em que a regra é que mero consenso é suficiente para formar o contrato.

c. F
Aceitação é o ato pelo qual o oblato (aquele que recebe a proposta) manifesta
sua aquiescência (concordância) em relação à proposta. Podendo ser: (I)
Expressa, quando ele expressamente manifesta seu aceite; (II) Tácita (art. 432),
quando se retira por parte do comportamento indicação de aceitação. Atenção:
O silêncio pode ser considerado aceitação, caso haja, por exemplo, negociação
reiterada. Quando passado o prazo da proposta para manifestar essa aceitação, é
considerado uma contraproposta (art. 431). Quanto ao momento de formação,
pode ser entre presentes (o contrato se forma imediatamente, a partir do
consenso) ou entre ausentes, em que se adota a Teoria da expedição (quando se
expede a aceitação, se forma o contrato). Contudo, essa teoria é mitigada (art.
434) em caso de a retratação chegar antes ou junto (Art. 433), se o
proponente se comprometer a esperar a aceitação e por último, se ela não
chegar num prazo convencionado. Assim, o código adota a teoria da expedição
mitigada, em que são apresentadas essas três exceções.

d. F
Justificativa: Importará em contraproposta, como explicado acima.
e. F
Justificativa: Se feita com prazo, não é necessário que a pessoa presente
imediatamente aceite
f. F
Justificativa: os princípios da boa-fé devem ser guardados antes do
contrato, durante o contrato e após o contrato.
g. V
Justificativa: O contrato preliminar deve conter todos os requisitos do
contrato definitivo (capacidade das partes, objeto lícito e possível,
consentimento), ou seja, tem tudo definido com exceção ao requisito
formal. (Princípio da Equiparação) > art. 462
h. V
Justificativa: O objeto do contrato tem que ser lícito, possível e
determinável. Como exemplo de ilicitude, tem-se o Pacto da corvina (art.
426), em que veda a transferência de herança de pessoa viva, gerando aqui
a nulidade;
i. V
Justificativa: Existem três espécies de contratos aleatórios: (I)emptio pei
> é a venda da esperança, não sabe se vai existir, não se vincula a uma
quantidade mínima. Aqui, o risco é sobre a existência da coisa. Art. 458.
(II)emptio rei sperate > o risco é sobre a quantidade esperada. Caso não
haja nada, a relação não ocorre. Art. 459; (III) Compra e venda exposta a
risco > Art. 460 e 461. Ex.: a coisa sendo exposta a roubo em seu
transporte, e o comprador assume o risco, pagando independente de ser
roubada ou não (Art. 460). Ex2.: Compro mercadoria da China com Rafael
que já está vindo em navio cargueiro, celebro o contrato e nesse instante,
Rafael já tem ciência de que o navio afundou (Art. 461). Dessa forma, a
alternativa se encaixa na espécie I.

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