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1.Contrato-Promessa – 2 aulas
(contrato de arrendamento)
9. Hipóteses PráOcas
Sugestões de Bibliografia:
AUJ 5/2021
Princípios Basilares: Princípio da autonomia privada (405.º), princípio do cumprimento
(406.º e 762.º/2- boa fé em senOdo amplo – expectaOvas criadas com a construção do
vinculo – espírito na base de criação do vinculo), art.232.º.
25/09/2023
CONTRATO-PROMESSA
Contrato tı́pico – está regulado com autonomia no CC. Uma das suas caracterı́sticas
principais é a sua natureza instrumental. Esta instrumentalidade signi9ica que ele
nã o tem em vista diretamente efeitos substantivos ou mateirias na esfera jurı́dica
das pessoas, tem por objeto outro contrato.
Negó cio jurı́dico bilateral, é um contrato, o que signi9ica que envolve sempre pelo
menos 2 sujeitos que tê m de emitir declaraçõ es negociais.
Os NJU ao contrá rio dos contratos sã o de natureza excecional na ordem jurı́dica. Os
contratos sã o quaisquer uns que a imaginaçã o e a lei permita.
Os NJU tê m de estar previstos na lei - art. 457.º – numerus clausus ou tipicidade.
Contratos – 405.º - Prı́ncipio da liberdade contratual.
3 zonas do CC:
1) Arts. 410.º a 413.º
2) Art. 442.º
3) Art. 755.º, n.º1, al.f)
4) Art. 830.º
Alé m destes, como sempre, temos associadas a estas normas as regras gerais das
obrigaçõ es.
Exceçõ es: A forma, a natureza das coisas (ex. tranferencia da propriedade na compra
e venda).
Se o documento contiver só esta declaraçã o a e9icá cia do documento é zero porque
isto só tem uma declaraçã o negocial nã o é um contrato.
Imaginemos que a esta declaraçã o está associada uma declaraçã o oral de aceitaçã o
da promessa – aqui já existe um contrato.
Imaginemos agora que ambos assinaram o tal documento. B promete que em 2025
aceita a transmissã o do bem.
A tese que se adotar depois releva para efeitos de saber se o promitente terá ou nã o
de indemnizar, incorre ou nã o em incumprimento.
Uma situaçã o destas é ine9icaz, nã o produz vı́nculos por causa do principio da
equiparaçã o.
Se virmos as normas pró prias dos regimes de bens, nomeadamente, o art. 1714.º -
princı́pio da imutabildiade do regime de bens. Art. 1730.º - regra da metade.
Execeçõ es: penhora dos bens comuns do casal e a simples separaçã o judicial de bens.
A tese clá ssica é a de que devido ao 1714.º que proı́be esta transmutaçã o e temos o
princı́pio da equiparaçã o entã o també m nã o se permite o contrato promessa.
Forma – 410.º/2 e 3 – N.º2 só enquadra os contratos para os quais a lei exige
documento autentico ou particular. O N.º 3 refere que se aplica aos contratos
prometidos onerosos de.. direito real...
N.º2
Exemplo 1: O autor invoca um contrato promessa celebrado com o ré u, que o ré u nã o
cumpriu de compra e venda de um lote de terreno. Pedido: Pedia-se que o ré u fosse
coercivamente obrigado a cumprir o contrato promessa.
O documento junto mostra que só o autor é que o tinha assinado. O ré u contesta
apelando pela nulidade uma vez que nã o tinha assinado o contrato.
Hip.1. Em resposta o autor introduz novo documento igual, desta vez só com a
assinatura do ré u.
Hip.2. O autor responde dizendo que existe outro documento, só com a assinatura
do ré u mas que está na posse deste ú ltimo.
Hip.3. O autor responde, mais tarde já em altura de julgamento nas declaraçõ es de
parte, o autor diz que o ré u assinou outro documento que está na posse deste ú ltimo.
A existê ncia desse meio de prova poderia ser exponenciada ou de forma espontâ nea
ou pelo juiz ( que tinha obrigaçã o de o fazer) – arts. 5º/2/b) e 411.º CPC.
Imaginemos que o documento aparece. Lembremos que o pedido era que o reu fosse
coercivamente vinculado a cumprir.
Este pedido é adequado? Nã o, porque no caso dos contratos promessa nã o há
vinculo coercivo ao cumprimento, é o pró prio tribunal que constitui o contrato – art.
830.º. Nã o há condenaçã o, a sentença é o contrato compra e venda.
Exemplo 2: A com base em contrato promessa bilateral que invoca como vá lido na
veste de promitente comprador. Propõ e açã o de cumprimento contra B, promitente
vendedor, alegando que nã o houve cumprimento dos vı́nculos assumidos. O
documento junto volta a ter apenas uma assinatura, a do ré u promitente vendedor.
Na fundamentaçã o da PI é dado como certo e adquirido que é um contrato promessa
bilateral vá lido.
Na contestaçã o o ré u diz que o contrato é nulo. Art. 220.º
Contrato assumidamente bilateral mas só com a assinatura de um.
O autor responde que embora nã o caiba na letra do 410.º ainda assim, no que estado
assinado é vá lido.
Relativamente à parte que nã o assinou, esta nã o há dú vida que nã o está vinculada.
Assento 29/11/1989 - Pode considerar-se vá lido como promessa unilateral desde
que essa tivesse sido a vontade das partes.
O que é que signi9ica este assento? O que está em causa é a invalidade dos negó cios
jurı́dicos, apelando ao regime geral 285.º e ss e concretamente aos arts. 292.º e
293.º.
O assento diz que é por via da reduçã o e o de Ac. STj 25/11/2003 diz que é por via
de conversã o
Conversã o: Aqui o negó cio jurı́dico é à partida nulo portanto nã o vincula. Esta prova
tem de ser feito pelo autor, o autor tem de trazer factos que o convençam que as
expectativas deles eram compatı́veis com o contrato promessa unilateral. ÒNUS DA
PROVA DO AUTOR
Reeduçã o O ré u para ser absolvido tem de provar qu o contrato nunca teria sido
concluı́do sem a parte vicia – o ó nus da alegaçã o e da prova cai todo sobre a parte
que assinou e nã o se quer vincular e que eles nunca teriam assinado o contrato como
unilateral. ÒNUS DE PROVA DO RÈU
O ó nus da prova é um crité rio de decisã o – como deve o julgador decidir na dú vida,
quando nã o se conhecem os factos – 342.º. Direito probató rio material: Art. 346.º
CPC e art 342.º. Opor contraprova nã o é provar o contrá rio, é minar a prova do outro.
Art. 414.º CPC
292.º - Casos em que é mais ou menos inequı́voco que os contratos sã o parcialmente
vá lidos ou invá lidos
293.º - mais vocacionado para os casos em que os contratos sã o totalmente nulos.
O entendimento mais corrente segue a tese da reduçã o porque há princı́pios para
aplicaçã o desta tese. O contrato é à partida vá lido. – princı́pio da estabilidade das
relaçõ es jurı́dicas. Uma ideia de aproveitamento daquilo que for aproveitá vel. No
equilı́brio entre o autor e o ré u secalhar mais vale onerar o ré u do que o autor, os
promitentes compradores sã o mais vulnerá veis, parte mais fraca.
2/10/2023
410.º/2 (slide 1)
Hip. 2.1.
Há um segmento que o juiz tem logo que considerar invá lido ainda que
nã o suscitado – conhecimento oBicioso.
Art. 3.º/3 CPC – ouvir as partes sempre que a questã o nã o surgiu.
O contrato pode ser parcialmente vá lido se tiver sido a vontade das
partes – Assento 29.11.89.
ART. 410.º/3
Com base nesta norma começaram a criar-se vá rias divergê ncias
doutrinas e jurisprudê ncias.
CASO:
487.º/2 – quando é razoá vel concluir que foi uma atitude daquele
sujeito que nã o permitiu o cumprimento dos efeitos.
Se esse negó cio de compra e venda é invá lido, nã o havendo esse
documento nã o é possı́vel execuçã o especı́Bica.
Se nã o existir nem puder ser junta a tal licença jukga-se a açã o
improcedente no saneador-sentença por falta de um requisito essencial
para o contrato prometido (o contrato promessa permanece vá lido).
A jurisprudê ncia entende que nã o é possı́vel. O negó cio continua a ter
estes vı́cios.
Qual a razã o? Todos os motivos de forma e todos os pressupostos de
forma sã o consagrados na defesa de um interesse pú blico na
consciê ncia clara dos contraentes daquilo que estã o a fazer.
Luis.f.b.lameiras@gmail.com