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Direito Internacional Público – Aulas práticas

Docente: Miguel Real Mendes

Testes: 27/10
04/12 – aula prática

11 de Setembro de 2017 – não houve aula

18 de Setembro de 2017 – não houve aula

25 de Setembro de 2017 – não houve aula

2 de Outubro de 2017
(apresentação)

9 de Outubro de 2017
→ Pergunta de desenvolvimento que sai de certeza no teste:
O duplo veto do conselho de segurança das nações unidas

Fontes materiais ≠ Fontes formais


Em termos jurídicos, as fontes formais têm a sua origem ou génese na criação de um
determinado instrumento jurídico, o qual revela-se criador de normas jurídicas no âmbito do
Direito Internacional Público. O exemplo clássico de uma fonte formal de Direito Internacional
Público, consiste precisamente numa convenção ou num tratado internacional, em que de 1
forma sistemática, coerente e ordenada estão reveladas determinadas normas e princípios de
Direito Internacional Público.
Todavia, a multiplicidade e riqueza das relações internacionais não se esgota em questões
meramente formais, na medida em que com relativa periodicidade os Estados ou sujeitos de
Direito Internacional Público praticam como caráter de regularidade e de convicção da sua
obrigatoriedade determinados atos e comportamentos que revelam-se criadores de normas
jurídicas.

Citações
Teixeira Pascoais: “A lei não pode revogar aquilo que a vida real há muito legislou”.
Miguel Cervantes: “A história é emula do tempo, repositória dos factos e advertência do
futuro”.

16 de Outubro de 2017
Qual é a diferença entre tratado de lei e tratado de convenção/ de contrato?
Tratado de lei é quando duas ou mais partes têm o mesmo objetivo a prosseguir. No tratado
de contrato a intenção das partes cruza-se num determinado ponto.
Um tratado de lei significa que ambos os estados têm o mesmo objetivo. Num tratado de
Contrato, em termos jurídicos, um contrato consiste num acordo de vontades contrapostas
mas perfeitamente harmonizáveis entre si, com vista à auto-regulamentação dos respetivos
interesses.
Por outras palavras, o Contrato é um acordo bilateral que regula algo, sendo que os interesses
entre as partes não é coincidente no inicio mas no final os interesses cruzam-se.
Que efeitos a nível interno podem ter o facto do senhor Presidente da República não ratificar
uma convenção?
A ratificação é o ato do Presidente da República que determina a validade de uma convenção.
A consequência jurídica é que esta convenção pode vigorar na República Portuguesa, no
entanto não vai ser convocada (no plano internacional). No plano interno esta convenção vai
vigorar segundo artigo 277.º, alínea 2) da Constituição da República Portuguesa.
Há ainda a possibilidade da Assembleia da República reenviar novamente ao Presidente da
República para que este a ratifique.

Artigo 277.º Constituição da República Portuguesa (Inconstitucionalidade por ação)


1. São inconstitucionais as normas que infrinjam o disposto na Constituição ou os princípios
nela consignados.
2. A inconstitucionalidade orgânica ou formal de tratados internacionais regularmente
ratificados não impede a aplicação das suas normas na ordem jurídica portuguesa, desde que
tais normas sejam aplicadas na ordem jurídica da outra parte, salvo se tal
inconstitucionalidade resultar de violação de uma disposição fundamental.

23 de Outubro de 2017
Excesso de forma – Quando é aprovada uma convenção ou tratado para alem da forma exigida
na lei, não havia necessidade para o tratado ou a convenção serem validos.

Matéria da ratificação imperfeita (teste)

Costume selvagem – pratica reiterada ou continua, convicção da prática reiterada desse uso, 2
os estado que estão à volta praticam esse ato convictos de que é obrigatório. (teste)

→ 1º Caso
Argentina e Brasil, através dos respetivos representantes, estão a negociar um contrato com
vista à exploração nas respetivas aguas territoriais de recursos naturais e desse modo finalizar
um contrato de fornecimento de petróleo e gás natural do Brasil para a Argentina. Todavia, na
noite anterior à assinatura do mencionado contrato, o representante da Argentina recebe uma
chamada anonima, com o seguinte conteúdo: “se assinares o contrato com o Brasil, revelamos
à sua mulher fotos comprometedoras com uma prostituta brasileira, contendo diversas
fantasias sexuais praticadas por ambos”.
No dia seguinte, o representante da Argentina invocando problemas de saúde não comparece
na reunião em causa, sendo substituído por outro representante, o qual realiza novas e
acrescidas exigências para assinar o contrato e desse modo, esse contrato não é assinado na
data prevista, mas apenas passado 3 semanas.
Questão:
1º Averiguar se as partes tinham capacidade de poder assinar o contrato; 2º Verificar se há
algum vicio e qual.
Resposta
Estamos perante 2 vícios:
Tendo em conta a matéria de facto vertida no presente caso prático, os representantes legais
da Argentina e do Brasil pretendem celebrar um contrato de fornecimento de petróleo e gás
natural do Brasil relativamente à Argentina, contudo o representante do 1º estado recebe uma
chamada anonima com pormenores e prova documental comprometedores da sua imagem e
dignidade pessoal e diplomática, sendo em consequência substituído por um novo
representante que realiza novas e acrescidas exigências. Com base nestes factos, podemos
mencionar que os representantes dos estados do Brasil e Argentina, têm plena capacidade
jurídica para celebrar um contrato em causa, nos termos do Art.6º da CV. Igualmente, fica
claro atento os factos descritos, que sobre o representante do Brasil foi exercida coação, pelo
que estamos perante, o vicio da vontade da coação, que nos termos dos artigos 51º e 52º,
ambos da CV, tem como consequência jurídica a nulidade absoluta. Há um dolo omisso porque
da leitura que eu faço dos conhecimentos há uma nulidade relativa.
Conclusão jurídica: Tendo em conta os factos e respetivo enquadramento jurídico, o
mencionado contrato não poderia gozar de qualquer eficácia jurídica, na medida em que ao
nível das suas negociações e execução, o mesmo padece de um dos vícios mais graves e
significativos na ordem jurídica internacional, ou seja, na coação pelo que o mesmo não
produzirá quaisquer efeitos jurídicos, quer ao nível do estado do Brasil, quer no que diz
respeito ao estado da Argentina.

Teoria dos 3 Passos:


Com vista à resolução com eficácia e objetividade de um caso prático, devem socorrer-se da
chamada teoria dos 3 passos, na medida em que a mesma está estruturada em 3 realidades
jurídicas, a saber:
1º Realidade – Delimitação rigorosa dos factos
2º Realidade – Enquadramento jurídico
3º Realidade – Conclusões

→ O primeiro passo é olhar para a hipótese prática e retirar o factos que são importante e
relevantes. O 2º é depois de enquadrar estes factos vamos precisar os factos em quais os
artigos da Convenção de Viena, e da Constituição da República Portuguesa. O 3º passo é as 3
consequências, ver se é consequência de nulidade absoluta ou relativa.

Dolo - leva o outro a uma conclusão errada, manipulação.

TESTE:
1º Grupo: perguntas sintéticas e objetivas (retificação imperfeita);
2º Grupo: distinguir conceitos jurídicos, um bocado mais desenvolvimento (Direito
internacionais público geral e particular);
3º Grupo: Caso prático, detetar o vicio e uma consequência jurídica.

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