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CASO PRÁTICO 1
INTRODUÇÃO:
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 46º CC, cujo conceito-quadro
é “regime da posse, propriedade e demais direitos reais”. O elemento de conexão é o
local da situação da coisa; as propriedades são no Algarve, Portugal, por isso a lei
portuguesa é a lei competente para responder ao caso.
CASO PRÁTICO 2
INTRODUÇÃO
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saudita, pois é na Arábia Saudita que tem a sua residência habitual. Neste sentido, a
lei competente para determinar a capacidade de A para casar é a lei saudita; segundo
esta, A necessita de autorização do pai para casar, pois ainda não tem 21 anos.
CASO PRÁTICO 4
INTRODUÇÃO
Segundo a lei australiana, o contrato é válido (esta não coloca qualquer entreva
neste tipo de contrato) e, por isso, B será responsabilizado por incumprimento
contratual.
Contudo, a lei queniana tem uma NANI que proíbe a comercialização dos dentes
de elefante, estabelecendo o seu próprio âmbito de aplicação a todos os contratos,
mesmo àqueles em que não é competente a lei queniana. As NANI são normas materiais
que autolimitam o seu âmbito de aplicação espacial, tendo em conta os interesses
político-legislativos do Estado (espacialmente autolimitadas), a mais casos do que
aqueles em que a sua lei é competente.
O juiz deve sempre obedecer e respeitar as NANI da lei do foro, pois estas,
enquanto normas materiais (posição da ESCOLA DE COIMBRA), aplicam-se
independentemente das regras de conflitos, ou seja, sobrepõe-se ao regime designado
pela regra de conflitos. Todavia, a NANI em causa é estrangeira. Existem quatro teses
sobre a aplicação de NANI estrangeiras. Neste caso, uma vez que estamos no âmbito de
um contrato abrangido pelo ROMA I, temos de atender ao critério estabelecido no art.
9º/3: o juiz pode aplicar a NANI estrangeira do país onde o contrato deve ser executado,
se esta considerar a execução do contrato ilegal.
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Concluindo, se o lugar de cumprimento da obrigação de entrega for no Quénia, o
juiz pode convocar a NANI que proíbe a comercialização os dentes de elefante e
considerar o contrato nulo. Neste sentido, B não é responsabilizado.
CASO PRÁTICO 5
INTRODUÇÃO
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No segundo, quanto aos preceitos jurídico-materiais aplicáveis, o art. 15º CC
indica um chamamento circunscrito da lei designada pela regra de conflitos, ou seja,
apenas são chamadas a resolver a situação as normas que, pelo seu conteúdo e função,
se subsumem ao conceito-quadro da regra de conflitos. A qualificação propriamente dita
segundo o art. 15º CC é um reflexo da politização do DIP.
Neste sentido, aplicamos as normas da lei portuguesa que pelo seu conteúdo e
função digam respeito ao regime de bens; e as normas da lei argentina que pelo seu
conteúdo e função digam respeito à sucessão.
CASO PRÁTICO 6
A) INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
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Neste sentido, aplicamos as normas da lei portuguesa que pelo seu conteúdo e
função digam respeito à prescrição e às obrigações provenientes de negócios jurídicos;
e as normas da lei dinamarquesa que pelo seu conteúdo e função digam respeito às
relações entre cônjuges.
Concluído, a promessa pública é um negócio vinculativo (art. 459º CC) e, por isso,
A tem obrigação de pagar a dívida a B. O prazo de prescrição da obrigação é de 20 anos
(art. 309º CC), mas não esteve suspenso durante o casamento (não se aplica o art.
318º/a CC). A obrigação prescreve em dezembro de 2019, por isso A ainda pode ser
condenada ao pagamento da dívida a B.
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recorremos à regra de conflitos do art. 52º CC, cujo conceito-quadro é “relações entre
os cônjuges”. A lei competente é a lei dinamarquesa.
CASO PRÁTICO 7
INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
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QUALIFICAÇÃO – ART. 15º CC
Neste sentido, aplicamos as normas da lei portuguesa que pelo seu conteúdo e
função digam respeito às obrigações contratuais; e as normas da lei alemã que pelo seu
conteúdo e função digam respeito aos direitos reais.
CASO PRÁTICO 8
INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
Neste sentido, aplicamos as normas da lei portuguesa pelo que seu conteúdo e
função digam respeito à filiação biológica; e as normas da lei espanhola que pelo seu
conteúdo e função digam respeito à filiação adotiva.
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O art. 1987º CC reconduz-se ao conceito-quadro do art. 60º (proíbe a filiação
biológica depois de decretada a adoção, para proteger este instituto), que considera
competente a lei espanhola, por isso não se aplica ao caso.
Concluímos que D pode perfilhar C, pois não se aplica a proibição do art. 1987º
CC. Contudo, este resultado pode ser analisado à luz da ordem pública internacional.
Segundo o art. 22º CC, o DIP pode intervir para evitar a constituição no foro de
uma relação jurídica sujeita ao direito estrangeiro, se a aplicação da lei estrangeira
(neste caso, a não aplicação do art. 1987º CC) conduzir a um resultado (neste caso, a
perfilhação de criança adotada) manifestamente for intolerável face aos princípios
fundamentais do OJ do foro.
CASO PRÁTICO 9
A) INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
Neste sentido, aplicamos as normas portuguesas que pelo seu conteúdo e função
digam respeito às relações entre os cônjuges; e as normas italianas que pelo seu
conteúdo e função digam respeito à capacidade e à sucessão.
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conjugal, de forma a tutelar o património familiar), que considera competente a lei
portuguesa, por isso aplicam-se ao caso.
B) Se, pelo contrário, adotássemos a QUALIFICAÇÃO LEGE FORI, teríamos de fazer uma
qualificação primária e uma qualificação secundária.
Primeiro, qualificamos os factos à luz da lei do foro, ou seja, determinamos a que conceito-quadro
se subsume a questão, sendo que este é interpretado de acordo com o direito material do foro. Neste ponto,
concluiríamos pela relevância do art. 1683º/2 CC. Para a lei do foro esta é uma norma sobre relações entre
os cônjuges, por isso recorremos à regra de conflitos do art. 52º CC, cujo conceito-quadro é “relações entre
os cônjuges”. A lei competente é a lei portuguesa.
Em seguida, qualificamos as normas, isto é, identificamos as normas da lei competente que vamos
aplicar ao caso.
AGO faz um chamamento indiscriminado, ou seja, aplicamos todas as normas da ordem jurídica
competente (portuguesa). Neste caso, à luz da lei portuguesa, exige-se o consentimento do cônjuge para o
repúdio da herança. Na falta deste, o repúdio é anulável (art. 1687º CC).
Por outro lado, ROBERTSON faz um chamamento circunscrito, ou seja, aplicamos apenas as
normas que pelo seu conteúdo e função se subsumem ao conceito-quadro da regra de conflitos. Neste caso,
chamávamos a resolver o problema os arts. 1683º e 1687º CC e a solução seria a mesma: na falta de
consentimento do cônjuge para o repúdio da herança, este é anulável.
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Apesar da simplicidade deste método, apontam-se vários problemas para os quais não há solução
possível.
CASO PRÁTICO 10
INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
Neste sentido, aplicamos as normas portuguesas que pelo seu conteúdo e função
digam respeito à capacidade geral e à capacidade para constituir direitos reais sobre
imóveis; e as normas luxemburguesas que pelo seu conteúdo e função digam respeito
às relações entre os cônjuges.
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Conclui-se que A adquiriu, por força do casamento, capacidade de exercício de
direitos e, neste sentido, capacidade para dispor do bem imóvel que herdou. O notário
não deve considerar o negócio inválido.
CASO PRÁTICO 11
INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
Neste sentido, aplicamos as normas portuguesas que pelo seu conteúdo e função
digam respeito à capacidade geral; e as normas espanholas que pelo seu conteúdo e
função digam respeito às relações entre cônjuges, ao regime de bens e às obrigações
contratuais.
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O art. 1720º/1/b CC e o art. 1762º CC reconduzem-se ao conceito-quadro do art.
52º CC (o primeiro estabelece a imperatividade o regime da separação de bens e o
segundo considera nulas as doações entre cônjuges, para tutelar o património de um
dos cônjuges), que considera competente a lei espanhola, por isso não se aplicam ao
caso. Esta conclusão pode justificar-se no art. 54º CC (norma auxiliar da qualificação –
a mutabilidade ou imutabilidade do regime de bens subsume-se ao art. 52º CC).
CASO PRÁTICO 12
INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
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Neste sentido, aplicamos as normas portuguesas que pelo seu conteúdo e função
digam respeito às relações entre os cônjuges e ao divórcio; e as normas romenas que
pelo seu conteúdo e função digam respeito ao regime de bens.
Segundo o art. 1790º CC, nenhum dos cônjuges pode receber, no divórcio, mais
do que receberia se o casamento tivesse sido celebrado segundo o regime de comunhão
de adquiridos. Esta norma corrige a partilha em casamentos celebrados em regime de
comunhão geral. É uma norma sobre divórcio, pois só se aplica à dissolução do
casamento por divórcio (e não por morte) e, neste sentido, leva em conta a diferença
entre a dissolução por divórcio e a dissolução por morte, ou seja, é uma regra especial.
Em matéria de divórcio, aplicamos as normas portuguesas, por isso esta norma aplica-
se.
CASO PRÁTICO 13
INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
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nacionalidades; segundo o art. 27º LEI NACIONALIDADE, releva a nacionalidade
portuguesa. A lei aplicável é a lei portuguesa.
Neste sentido, aplicamos as normas irlandesas que pelo seu conteúdo e função
digam respeito às relações entre os cônjuges e ao regime de bens; e as normas
portuguesas que pelo seu conteúdo e função digam respeito à sucessão.
Por outro lado, não há normas irlandesas que reconheçam qualquer direito
semelhante à união de facto, por isso B não tem direito a alimentos.
CASO PRÁTICO 15
A) INTRODUÇÃO
Convocamos várias regras de conflitos, que, à partida, determinam leis diferentes aplicáveis a
matérias diferentes.
O conceito quadro da regra de conflitos dos arts. 21º e 22º RUE nº 650/2012 é
“sucessão”. O elemento de conexão é a residência habitual à data da morte, por isso é
competente a lei portuguesa.
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Neste sentido, aplicam-se as normas portuguesas que pelo seu conteúdo e função
digam respeito à sucessão; e as normas inglesas que pelo seu conteúdo e função digam
respeito aos direitos reais.
A norma inglesa prevê um direito real de ocupação pela Coroa dos bens sem
herdeiros, evitando que estes fiquem sem dono. Esta disposição reconduz-se ao
conceito-quadro do art. 46º CC, que considera competente a lei inglesa, por isso aplica-
se ao caso.
B) Neste caso, o art. 46º manda aplicar a lei portuguesa, mas a norma portuguesa
não se reconduz ao conceito-quadros dos direitos reais e, por isso, não se aplica; e os
arts. 21º e 22º RUE mandam aplicar a lei inglesa, mas a norma inglesa não se reconduz
ao conceito-quadro da sucessão e, por isso, não se aplica.
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art. 2152º CC tem natureza real, este subsume-se ao conceito-quadro do art. 46º CC e,
por isso aplica-se ao caso.
CASO PRÁTICO 16
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 49º CC, cujo conceito-quadro
é “capacidade para contrair casamento”. O elemento de conexão é a nacionalidade do
nubente. Como A é brasileiro, a lei aplicável é a lei brasileira. Contudo, esta não se
considera competente e devolve, com referência material, para a lei portuguesa – lei do
domicílio de A.
A lei brasileira tem uma posição dogmática sobre o reenvio: referência material.
Esta posição não aceita o reenvio, pois a referência que a regra de conflitos faz para uma
lei estrangeira abrange apenas as suas normas materiais, desconsiderando as soluções
conflituais desse OJ. Neste sentido, se o caso for julgado no Brasil, o juiz aplica as
normas materiais portuguesas sobre a capacidade para contrair casamento.
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Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
portuguesa no art. 18º/1 CC, pois temos um caso de retorno direto: a regra de conflitos
do foro manda aplicar a lei brasileira, mas esta não se considera competente e devolve
para o direito material português. Ora, aplicam-se as normas materiais da legislação
portuguesa.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitamos o reenvio nos termos
do art. 18º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
Concluímos pela aplicação das normas materiais da lei portuguesa para regular
a capacidade nupcial de A.
CASO PRÁTICO 17
A) INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 45º CC, cujo conceito-quadro
é “responsabilidade extracontratual”. O elemento de conexão, nos termos do nº3, é a
residência habitual comum. Como A e B residem em Espanha, a lei aplicável é a lei
espanhola. Contudo, esta não se considera competente e remete, com devolução
simples, para a lei portuguesa – lex loci delicti.
Não convocamos o ROMA II, porque este não se aplica à responsabilidade civil
por violação de direitos de personalidade.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei espanhola tem uma posição dogmática sobre o reenvio: devolução simples.
Esta posição aceita o reenvio (referência global), pois a referência que a regra de conflitos
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faz para uma lei estrangeira abrange as suas normas materiais e as suas regras de
conflitos. Desta forma, aplicamos as normas materiais do OJ para o qual remete a regra
de conflitos da lei que escolhemos como mais próxima. Neste caso, em Espanha
aplicarão as normas materiais da lei espanhola.
Nestes caso, não está preenchido o disposto no art. 18º/1 CC para aceitarmos o
reenvio num retorno direto, logo aplicamos a regra geral do art. 16º CC e fazemos uma
referência material para a lei espanhola.
CASO PRÁTICO 18
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 62º CC, cujo conceito-quadro
é “sucessão”. O elemento de conexão é a nacionalidade à data da morte (art. 31º/1). A
é inglês, por isso a lei aplicável é a lei inglesa. Contudo, esta não se considera
competente e remete, com dupla devolução, para a lei portuguesa – lex rei sitae.
Não convocamos o RUE nº 650/2012, porque o caso não preenche o seu âmbito
de aplicação temporal (art. 84º).
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
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A lei inglesa tem uma posição dogmática sobre o reenvio: dupla devolução. Esta
posição aceita o reenvio (referência global), pois a referência que a regra de conflitos faz
para uma lei estrangeira abrange as suas normas materiais, as suas regras de conflitos
e a sua posição sobre o reenvio. Desta forma, se o caso se pusesse em Inglaterra, o juiz
iria aplicar as mesmas normas que o juiz português está a aplicar ao caso.
FERRER CORREIA entende que devemos fazer uma referência material para a lei
que a nossa regra de conflitos escolheu como mais próxima (art. 16º), pois não há
fundamento para aceitar o reenvio nos termos do art. 18º/1 (esta exceção só deve ser
utilizada se for necessária para a harmonia jurídica internacional e esta está
assegurada).
BATISTA MACHADO, por sua vez, entende que devemos resolver este problema
(não previsto pelo legislador nem no art. 16º, nem nos arts. 17º e 18º) à luz dos
princípios de DIP: se a harmonia jurídica internacional está assegurada, devemos
convocar o princípio da boa administração e aplicar a lei que o juiz do foro conhece
melhor (lei do foro).
Nesta última posição acabamos por aceitar o reenvio para o direito material
português, por isso temos de ver se está preenchido um dos requisitos do art. 18º/2,
isto é, se temos harmonia jurídica qualificada. Ora, A reside em Portugal, por isso
mantemos o reenvio e aplicamos a lei portuguesa à sucessão.
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CASO PRÁTICO 19
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 62º CC, cujo conceito-quadro
é “sucessão”. O elemento de conexão é a nacionalidade à data da morte (art. 31º/1). A
é francês, por isso a lei aplicável é a lei francesa. Contudo, esta não se considera
competente e remete, com devolução simples, para a lei brasileira – lex rei sitae. Esta,
por sua vez, não se considera competente e remete, com referência material, para a lei
portuguesa – lei do domicílio.
Não convocamos o RUE nº 650/2012, porque o caso não preenche o seu âmbito
de aplicação temporal (art. 84º).
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei francesa tem uma posição dogmática sobre o reenvio: devolução simples.
Esta posição aceita o reenvio (referência global), pois a referência que a regra de conflitos
faz para uma lei estrangeira abrange as suas normas materiais e as suas regras de
conflitos. Desta forma, aplicamos as normas materiais do OJ para o qual remete a regra
de conflitos da lei que escolhemos como mais próxima. Neste caso, em Espanha
aplicarão as normas materiais da lei portuguesa.
A lei brasileira tem uma posição dogmática sobre o reenvio: referência material.
Esta posição não aceita o reenvio, pois a referência que a regra de conflitos faz para uma
lei estrangeira abrange apenas as suas normas materiais, desconsiderando as soluções
conflituais desse OJ. Neste sentido, se o caso for julgado no Brasil, o juiz aplicaria as
normas materiais portuguesas.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
portuguesa no art. 18º/1 CC, pois temos um caso de retorno indireto: a regra de
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conflitos do foro manda aplicar a francesa, mas esta não se considera competente e
devolve indiretamente (manda aplicar a lei brasileira e esta remete para a lei português
com referência material) para o direito material português. Ora, aplicam-se as normas
materiais da legislação portuguesa.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitamos o reenvio nos termos
do art. 18º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
Concluímos pela aplicação das normas materiais da lei portuguesa para regular
a sucessão de A.
CASO PRÁTICO 20
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 49º CC, cujo conceito-quadro
é “capacidade para contrair casamento”. O elemento de conexão é a nacionalidade (art.
31º/1). A é chileno, por isso a lei aplicável é a lei chilena. Contudo, esta não se considera
competente e devolve, com referência material, para a lei portuguesa – lei do local da
celebração.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei chilena (e também a lei italiana) tem uma posição dogmática sobre o reenvio:
referência material. Esta posição não aceita o reenvio, pois a referência que a regra de
conflitos faz para uma lei estrangeira abrange apenas as suas normas materiais,
desconsiderando as soluções conflituais desse OJ. Neste sentido, se o caso for julgado
no Chile, o juiz aplicaria as normas materiais portuguesas.
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Em Portugal, temos uma posição pragmática sobre o reenvio (reenvio-coordenação), isto é, só
aceitamos o reenvio se este for uma técnica para atingir a harmonia jurídica internacional (acordo entre
vários sistemas sobre o direito a aplicar, de forma a que se aplique a mesma lei onde quer que o caso se
coloque e se garanta a estabilidade das relações jurídicas internacionais), nos termos dos arts. 17º/1 ou
18º/1 CC. Se o reenvio não promover a harmonia jurídica internacional, aplicamos a regra geral do art.
16º, isto é, fazemos uma referência material para a lei estrangeira que a nossa regra de conflitos escolheu.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o direto para a lei
portuguesa no art. 18º/1 CC, pois temos um caso de retorno direto: a regra de conflitos
do foro manda aplicar a chilena, mas esta não se considera competente e devolve para
o direito material português. Ora, aplicam-se as normas materiais da legislação
portuguesa.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 18º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
Neste sentido, não podemos aceitar o reenvio, ou seja, este cessa por não estar
preenchida a harmonia jurídica qualificada. Ora, fazemos, nos termos do art. 16º, uma
referência material para a lei chilena e aplicamos as suas normas materiais para regular
a capacidade nupcial de A.
CASO PRÁTICO 21
A) INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 62º CC, cujo conceito-quadro
é “sucessão”. O elemento de conexão é a nacionalidade à data da morte (art. 31º/1). A
é brasileiro, por isso a lei aplicável é a lei brasileira. Contudo, esta não se considera
competente e remete, com referência material, para a lei francesa – lei do último
domicílio do de cujus. Esta, por sua vez, considera-se competente, pois também aplica
a lei do último domicílio.
Não convocamos o RUE nº 650/2012, porque o caso não preenche o seu âmbito
de aplicação temporal (art. 84º).
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Estamos perante um CONFLITO DE SISTEMAS DE DIP, ou seja, um problema de concretização
do elemento de conexão da regra de conflitos. Trata-se de um CONFLITO NEGATIVO: a regra de conflitos
do foro (art. 62º CC) escolhe uma lei estrangeira como competente (lei brasileira), mas esta, à luz do seu
DIP não se considera competente, porque não prevê o mesmo elemento de conexão, e remete para outra lei
(lei francesa),que se considera competente. Temos um caso de transmissão de competência simples.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei brasileira tem uma posição dogmática sobre o reenvio: referência material.
Esta posição não aceita o reenvio, pois a referência que a regra de conflitos faz para uma
lei estrangeira abrange apenas as suas normas materiais, desconsiderando as soluções
conflituais desse OJ. Neste sentido, se o caso for julgado no Brasil, o juiz aplicaria as
normas materiais francesas.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
francesa no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência simples:
a regra de conflitos do foro manda aplicar a brasileira, mas esta não se considera
competente e remete para a lei francesa, que se considera competente. Ora, aplicam-se
as normas materiais da legislação francesa.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 17º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
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França. Quando há uniformização das soluções conflituais não se coloca o problema do
reenvio.
CASO PRÁTICO 22
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 25º CC, cujo conceito-quadro
é “capacidade geral”. O elemento de conexão é a nacionalidade (art. 31º/1 CC). A é
tailandês, por isso a lei aplicável é a lei tailandesa. Contudo, esta não se considera
competente e remete, com referência material, para a lei do local da celebração – lei
madagascarense. Esta, por sua vez, também não se considera competente e remete,
com referência material, para a lei da situação da coisa – lei queniana, que se considera
competente à luz do seu DIP.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei tailandesa e a lei madagascarense (assim como a lei da Tanzânia) têm uma
posição dogmática sobre o reenvio: referência material. Esta posição não aceita o
reenvio, pois a referência que a regra de conflitos faz para uma lei estrangeira abrange
apenas as suas normas materiais, desconsiderando as soluções conflituais desse OJ.
Neste sentido, se o caso for julgado na Tailândia, o juiz aplicaria as normas materiais
madagascarenses; se o caso fosse julgado em Madagáscar, o juiz aplicaria as normas
materiais quenianas.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
queniana no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência em
cadeia: a regra de conflitos do foro manda aplicar a tailandesa, mas esta não se
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considera competente, nem remete direta ou indiretamente para a lei queniana, que se
considera competente.
Conclui-se que não podemos aceitar o reenvio, pois não há harmonia jurídica
internacional. Neste sentido, aplicaríamos, por referência material nos termos do art.
16º CC, a lei tailandesa.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois a harmonia jurídica qualificada
(acordo quanto à lei aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da
residência) funciona excecionalmente como fundamento do reenvio. Apesar de não
haver autorização legal neste sentido, a harmonia jurídica qualificada é um princípio
estruturante do DIP.
Ora, quer a lei do país da nacionalidade (lei tailandesa), quer a lei do país da
residência (lei da Tanzânia) mandam aplicar a lei madagascarense com referência
material, ou seja, o seu direito material. Neste sentido, aceitamos o reenvio com
fundamento na harmonia qualificada para a lei madagascarense. Concluímos que a
capacidade negocial de A é regulada penas normas materiais madagascarenses.
CASO PRÁTICO 23
A) INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 62º CC, cujo conceito-quadro
é “sucessão”. O elemento de conexão é a nacionalidade à data da morte (art. 31º/1). A
é inglês, por isso a lei aplicável é a lei inglesa. Contudo, esta não se considera
competente e remete, com dupla devolução, para a lei francesa – lei do último domicílio
do de cujus. Esta, por sua vez, considera-se competente para a sucessão de móveis
(também aplica a lei do último domicílio), mas não se considera competente para a
sucessão de imóveis e remete, com devolução simples, para a lei italiana – lei da situação
da coisa. Esta não se considera competente e remete, com referência material, para a
lei da nacionalidade – lei inglesa.
Não convocamos o RUE nº 650/2012, porque o caso não preenche o seu âmbito
de aplicação temporal (art. 84º).
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
Desta forma, apesar de, à partida, não se considerar competente, a lei inglesa é
indiretamente competente. Ora, para a sucessão de imóveis não há fundamento para
aceitarmos o reenvio, pois está garantida a harmonia jurídica internacional. Aplicamos,
então, as normas matérias da lei inglesa, nos termos do art. 16º CC.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
francesa no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência simples:
a regra de conflitos do foro manda aplicar a inglesa, mas esta não se considera
competente e remete para a lei francesa, que se considera competente. Ora, aplicam-se
as normas materiais da legislação francesa.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 17º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
Concluímos pela aplicação das normas materiais da lei francesa para regular a
sucessão dos bens móveis de A e pela aplicação das normas materiais da lei inglesa
para regular a sucessão dos bens imóveis de A.
CASO PRÁTICO 24
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 62º CC, cujo conceito-quadro
é “sucessão”. O elemento de conexão é a nacionalidade à data da morte (art. 31º/1). A
é brasileiro, por isso a lei aplicável é a lei brasileira. Contudo, esta não se considera
competente e remete, com referência material, para a lei francesa – lei do último
domicílio do de cujus. Esta, por sua vez, não se considera competente e remete, com
devolução simples, para a lei dinamarquesa – lex rei sitae. Esta também não se
considera competente e remete, com referência material, para a lei francesa – lei do
último domicílio.
Não convocamos o RUE nº 650/2012, porque o caso não preenche o seu âmbito
de aplicação temporal (art. 84º).
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
da lei escolhida, com referência material, pela regra de conflitos dinamarquesa, ou seja,
as normas matérias francesas. Temos, então, um caso de transmissão de competência
simples.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
francesa no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência simples:
a regra de conflitos do foro manda aplicar a brasileira, mas esta não se considera
competente e remete para a lei francesa, que se considera indiretamente competente.
Ora, aplicam-se as normas materiais da legislação francesa.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 17º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
CASO PRÁTICO 26
A) INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 62º CC, cujo conceito-quadro
é “sucessão”. O elemento de conexão é a nacionalidade à data da morte (art. 31º/1). A
é francês, por isso a lei aplicável é a lei francesa. Contudo, esta não se considera
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
competente e remete, com devolução simples, para a lei paraguaia – lex rex sitae. Esta,
por sua vez, considera-se competente, pois também aplica a lex rei sitae à sucessão de
bens imóveis situados no Paraguai.
Não convocamos o RUE nº 650/2012, porque o caso não preenche o seu âmbito
de aplicação temporal (art. 84º).
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei francesa tem uma posição dogmática sobre o reenvio: devolução simples.
Esta posição aceita o reenvio (referência global), pois a referência que a regra de conflitos
faz para uma lei estrangeira abrange as suas normas materiais e as suas regras de
conflitos. Neste sentido, se o caso for julgado em França, o juiz aplicaria as normas
materiais da lei indicada pela regra de conflitos da lei que escolheu como mais próxima
ou seja, o direito material paraguaio.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
paraguaia no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência
simples: a regra de conflitos do foro manda aplicar a francesa, mas esta não se considera
competente e remete para a lei paraguaia, que se considera competente. Ora, aplicam-
se as normas materiais da legislação paraguaia.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 17º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
A reside em Itália e o direito conflitual italiano aplica, por referência material, a lei da
nacionalidade – lei francesa.
Neste sentido, cessa o reenvio que tínhamos aceitado, nos termos do art. 17º/1
CC para assegurar a harmonia jurídica internacional, pelo facto de não se verificar
harmonia jurídica qualificada, nos termos do art. 17º/2 CC.
Contudo, o art. 17º/3 CC prevê a reativação do reenvio que tínhamos feito cessar,
quando 1- estamos numa das matérias elencadas (neste caso, a sucessão por morte);
2- a lei da nacionalidade escolhida pela regra de conflitos do foro remete para a lei da
situação da coisa (neste caso, a lei francesa, nacionalidade, remete para a lei paraguaia,
situação da coisa); e 3- a lei da situação da coisa considera-se competente (a lei
paraguaia considera-se competente para a sucessão de bens imóveis sitos no Paraguai).
Cumpridos os três requisitos cumulativos, aceitamos o reenvio para a lei paraguaia para
regular a sucessão de A.
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
CASO PRÁTICO 27
INTRODUÇÃO
CASO PRÁTICO 28
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 49º CC, cujo conceito-quadro
é “capacidade para celebrar convenção antenupcial”. O elemento de conexão é a
nacionalidade dos nubentes (art. 31º/1). A e B são ingleses, por isso a lei aplicável é a
lei inglesa. Contudo, esta não se considera competente e remete, com dupla devolução,
para a lei canadiana – lei do local da celebração. Esta, por sua vez, considera-se
competente, pois também aplica a lei do local da celebração.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei inglesa tem uma posição dogmática sobre o reenvio: dupla devolução. Neste
sentido, se o caso for julgado em Inglaterra, o juiz aplicaria as mesmas normas materiais
que aplique o juiz do OJ para o qual remete a sua regra de conflitos, ou seja, o direito
material canadiano.
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
Em Portugal, temos uma posição pragmática sobre o reenvio (reenvio-coordenação), isto é, só
aceitamos o reenvio se este for uma técnica para atingir a harmonia jurídica internacional (acordo entre
vários sistemas sobre o direito a aplicar, de forma a que se aplique a mesma lei onde quer que o caso se
coloque e se garanta a estabilidade das relações jurídicas internacionais), nos termos dos arts. 17º/1 ou
18º/1 CC. Se o reenvio não promover a harmonia jurídica internacional, aplicamos a regra geral do art.
16º, isto é, fazemos uma referência material para a lei estrangeira que a nossa regra de conflitos escolheu.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
canadiana no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência
simples: a regra de conflitos do foro manda aplicar a inglesa, mas esta não se considera
competente e remete para a lei canadiana, que se considera competente. Ora, aplicam-
se as normas materiais da legislação canadiana.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 17º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
Neste sentido, mantemos o reenvio que tínhamos aceitado, nos termos do art.
17º/1 CC para assegurar a harmonia jurídica internacional, pelo facto estar verificada
a harmonia jurídica qualificada, nos termos do art. 17º/2 CC.
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
partes tivessem contacto com o OJ português no momento da celebração do negócio,
por isso não podemos presumir que contavam com a aplicação desta lei).
Concluímos pela não aplicação do art. 19º/1 e, por isso, mantém-se o reenvio
para a lei canadiana: a convenção antenupcial é nula nos termos desta lei.
CASO PRÁTICO 29
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 56º CC, cujo conceito-quadro
é “filiação”. O elemento de conexão é a nacionalidade do progenitor (art. 31º/1). A é
brasileiro, por isso a lei aplicável é a lei brasileira. Contudo, esta não se considera
competente e devolve, com referência material, para a lei portuguesa – lei do domicílio.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei brasileira tem uma posição dogmática sobre o reenvio: referência material.
Neste sentido, se o caso for julgado no Brasil, o juiz aplicaria as normas materiais da lei
que considerou mais próxima, ou seja, o direito material português.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
portuguesa no art. 18º/1 CC, pois temos um caso de retorno direto: a regra de conflitos
do foro manda aplicar a brasileira, mas esta não se considera competente e devolve para
o direito material português. Ora, aplicam-se as normas materiais portuguesas.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 18º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
Neste sentido, mantemos o reenvio que tínhamos aceitado, nos termos do art.
18º/1 CC para assegurar a harmonia jurídica internacional, pelo facto estar verificada
a harmonia jurídica qualificada, nos termos do art. 18º/2 CC.
Concluímos pela aplicação do art. 19º/1 e, por isso, cessa o reenvio para a lei
portuguesa: a perfilhação é válida à luz do direito material brasileiro.
CASO PRÁTICO 30
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 53º CC, cujo conceito-quadro
é “regime de bens”. O elemento de conexão é a nacionalidade dos nubentes ao tempo da
celebração. A e B são portugueses, por isso aplica-se a lei portuguesa.
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
Concretamente, aplicamos as normas materiais portuguesas que, pelo seu
conteúdo e função, digam respeito ao regime de bens. Aplicam-se os arts. 1720º e 1762º
CC. Neste sentido, a doação é nula.
Para o efeito, têm de estar preenchidos quatro requisitos literais e três requisitos
doutrinais.
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
CASO PRÁTICO 31
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 53º CC, cujo conceito-quadro
é “convenções antenupciais”. O elemento de conexão é a nacionalidade dos nubentes ao
tempo da celebração. A e B são espanhóis, por isso aplica-se a lei espanhola, que se
considera competente à luz do seu DIP (aplica a lei da nacionalidade comum dos
cônjuges).
Contudo, a resolução não termina aqui. Devemos convocar o expediente do art. 31º/2 CC, com
fundamento no princípio do favor negoti, que permite tutelar as expectativas das partes na validade de um
negócio jurídico: RECONHECIMENTO DE DIREITOS ADQUIRIDOS NO ESTRANGEIRO.
Para o efeito, têm de estar preenchidos quatro requisitos literais e três requisitos doutrinais.
Quanto aos requisitos doutrinais, 1- estamos perante um negócio jurídico já consolidado (foi
celebrado há alguns anos, por isso as partes têm verdadeiras expectativas na sua validade); 2- não há uma
sentença estrangeira sobre o caso; e 3- o problema da validade é colocado a título principal.
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
para regular o caso e o negócio é valido segundo esta, pois desta forma está cumprida
a ratio legis deste expediente.
CASO PRÁTICO 32
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 49º CC, cujo conceito-quadro
é “capacidade para contrair casamento”. O elemento de conexão é a nacionalidade dos
nubentes. A e B são peruanos, por isso aplica-se a lei peruana. Esta não se considera
competente e remete para a lei do local da celebração – lei portuguesa. Contudo, como
a lei portuguesa remete para a lei peruana (caso de retorno), o direito peruano aceita o
reenvio para as suas normas materiais, ou seja, se a questão fosse colocada no Peru, o
juiz aplicaria as normas peruanas.
Neste sentido, não aceitamos o reenvio nos termos do art. 18º/1 para o direito
material português e fazemos uma referência material nos termos do art. 16º para o
direito material peruano. A lei peruana, todavia, considera o casamento inválido.
Contudo, a resolução não termina aqui. Devemos convocar o expediente do art. 31º/2 CC, com
fundamento no princípio do favor negoti, que permite tutelar as expectativas das partes na validade de um
negócio jurídico: RECONHECIMENTO DE DIREITOS ADQUIRIDOS NO ESTRANGEIRO.
Para o efeito, têm de estar preenchidos quatro requisitos literais e três requisitos doutrinais.
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
França); e 4- o negócio não é válido à luz da lei da residência e esta não se considera
competente (a lei francesa não reconhece a validade do casamento e considera
competente a lei da nacionalidade, com devolução simples).
Neste sentido, também está preenchido o terceiro requisito, pois o negócio é valido
no país da residência.
CASO PRÁTICO 33
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 49º CC, cujo conceito-quadro
é “capacidade para contrair casamento”. O elemento de conexão é a nacionalidade dos
nubentes. A e B são nova-iorquinos, por isso aplica-se a lei nova-iorquina. Esta não se
considera competente e remete, com referência material, para a lei do local da
celebração – lei canadiana, que se considera competente.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
A lei nova-iorquina tem uma posição dogmática sobre o reenvio: referência
material. Neste sentido, se o caso for julgado em NY, o juiz aplicaria as normas materiais
canadianas.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
canadiana no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência
simples: a regra de conflitos do foro manda aplicar a nova-iorquina, mas esta não se
considera competente e remete para a lei canadiana, que se considera competente. Ora,
aplicam-se as normas materiais da legislação canadiana.
Contudo, a resolução não termina por aqui, pois aceitámos o reenvio nos termos
do art. 17º/1 CC e estamos no âmbito de uma matéria do estatuto pessoal (a regra de
conflitos do foro escolheu como lei mais próxima a lei da nacionalidade). Neste caso,
temos de verificar se há harmonia jurídica qualificada, isto é, acordo quanto à lei
aplicável entre a lei do país da nacionalidade e a lei do país da residência.
Neste sentido, cessa o reenvio que tínhamos aceitado, nos termos do art. 17º/1
CC para assegurar a harmonia jurídica internacional, pelo facto de não se verificar
harmonia jurídica qualificada, nos termos do art. 17º/2 CC.
Contudo, o art. 17º/3 CC prevê a reativação do reenvio que tínhamos feito cessar. O art. 17º/3 CC
é um afloramento indireto do princípio da maior proximidade na aceção conflitual. É indireto, porque é a
lei que escolhemos e não a lei do foro que considera competente a lei da situação da coisa.
Não se verificam os requisitos cumulativos do art. 17º/3 CC, por isso o reenvio
não é reativado e aplicamos as normas materiais NY, que consideram o casamento nulo.
Contudo, a resolução não termina aqui. Devemos convocar o expediente do art. 31º/2 CC, com
fundamento no princípio do favor negoti, que permite tutelar as expectativas das partes na validade de um
negócio jurídico: RECONHECIMENTO DE DIREITOS ADQUIRIDOS NO ESTRANGEIRO.
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
Em regra, reconhecemos as situações jurídicas já constituídas no estrangeiro quando estas são
válidas à luz da lei competente. No nosso caso, a lei competente é a lei peruana e esta considera o casamento
inválido. Contudo, nas matérias do estatuto pessoal, apesar de o legislador escolher como lei mais próxima
a lei da nacionalidade, não deixa de reconhecer a importância da lei da residência. Neste sentido, para que
determinado negócio jurídico realizado no estrangeiro seja tido por válido e eficaz no Estado do foro, basta
que tenha sido celebrado em conformidade com a lei da nacionalidade ou a lei da residência. Ora, o art.
31º/2 permite reconhecer situações jurídicas que não são válidas à luz da lei da nacionalidade (lei
competente segundo a regra de conflitos do foro), desde que sejam válidas à luz da lei da residência.
Para o efeito, têm de estar preenchidos quatro requisitos literais e três requisitos doutrinais.
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DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
CASO PRÁTICO 34
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 56º CC, cujo conceito-quadro
é “perfilhação”. O elemento de conexão é a nacionalidade do perfilhante. A é brasileiro,
por isso a lei aplicável é a lei brasileira. Esta, contudo, não se considera competente e
remete para a lei do domicílio – lei italiana. Esta, por sua vez, não se considera
competente e remete para a lei da nacionalidade – lei brasileira.
Coloca-se a questão de saber se devemos aceitar o reenvio, isto é, deixar de aplicar a lei que o nosso
legislador escolheu como a mais próxima para aplicar outra.
A lei brasileira e a lei italiana têm uma posição dogmática sobre o reenvio:
referência material. Neste sentido, se o caso for julgado no Brasil, o juiz aplicaria as
normas materiais italianas e consideraria o negócio válido. Se o caso fosse julgado em
Itália, o juiz aplicaria as normas materiais brasileiras e consideraria o negócio inválido.
Neste sentido, vamos procurar fundamento para aceitar o reenvio para a lei
canadiana no art. 17º/1 CC, pois temos um caso de transmissão de competência
simples: a regra de conflitos do foro manda aplicar a brasileira, mas esta não se
considera competente e remete para a lei italiana, que também não se considera
competente. Ora, não podemos aceitar o reenvio e aplicamos a lei brasileira por
referência material, nos termo do art. 16º CC. Também não podíamos convocar a
harmonia jurídica qualificada como fundamento de aceitação do reenvio, porque não é
aplicada a mesma lei no país da residência e no país da nacionalidade.
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
Contudo, a resolução não termina aqui. Devemos convocar o expediente do art. 31º/2 CC, com
fundamento no princípio do favor negoti, que permite tutelar as expectativas das partes na validade de um
negócio jurídico: RECONHECIMENTO DE DIREITOS ADQUIRIDOS NO ESTRANGEIRO.
Para o efeito, têm de estar preenchidos quatro requisitos literais e três requisitos doutrinais.
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
CASO PRÁTICO 35
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a regra de conflitos do art. 56º CC, cujo conceito-quadro
é “perfilhação”. O elemento de conexão é a nacionalidade do perfilhante. A é português,
por isso a lei aplicável é a lei portuguesa. Neste caso, não temos qualquer conflito
negativo de sistemas de DIP.
Contudo, a resolução não termina aqui. Devemos convocar o expediente do art. 31º/2 CC, com
fundamento no princípio do favor negoti, que permite tutelar as expectativas das partes na validade de um
negócio jurídico: RECONHECIMENTO DE DIREITOS ADQUIRIDOS NO ESTRANGEIRO.
Para o efeito, têm de estar preenchidos quatro requisitos literais e três requisitos doutrinais.
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DALILA GOMES PATRÍCIO
DIP- RESOLUÇÃO CASOS PRÁTICOS
2019/2020
Concluindo, reconhecemos a validade da perfilhação, à luz da lei argentina, lei
aplicada no país da residência, com fundamento no princípio do favor negoti,
consagrado no expediente do art. 31º/2 CC.
CASO PRÁTICO 36
INTRODUÇÃO
Neste caso, convocamos a aplicação da regra de conflitos do art. 49º CC, cujo
conceito-quadro é “capacidade para contrair casamento”. O elemento de conexão é a
nacionalidade. A é norte-americano, por isso a lei aplicável é a lei norte-americana.
Contudo, nos EUA encontramos um ordenamento jurídico plurilegislativos com base
territorial, ou seja, o Estado está dividido em territórios (estados) e em cada um desses
territórios aplica-se uma lei diferente. No caso dos EUA, cada parte do território tem as
suas regras de direito internacional privado, ou seja, não o Estado não tem direito
interlocal, nem direito internacional provado único. Neste sentido, segundo o art. 20º/2
CC, considera-se como lei pessoal a lei da residência – lei dinamarquesa.
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