Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bertina Simão
Vldemar Pinguine
Chimoio, Março
2024
Adriano Zacarias Ernesto
Bertina Simão
Vldemar Pinguine
Universidade Púnguè
Chimoio
2024
Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 1
1.2.1. Objectivo Geral................................................................................................................. 1
1.2.2. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 1
1.3. Metodologia de Pesquisa ..................................................................................................... 1
CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 2
I - MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES ................................................................................. 2
2.1. Noção e modalidades ........................................................................................................... 2
2 1.1.3. Vínculo jurídico ............................................................................................................. 3
2.2. OBRIGAÇÕES QUANTO AO VÍNCULO ........................................................................ 3
2.2.1. Obrigações civis ............................................................................................................... 3
2.2.1.1. Obrigação de reparação de danos .................................................................................. 4
2.2.2. Obrigações naturais .......................................................................................................... 4
2.2.2.1. Noção ............................................................................................................................. 4
2.2.2.2. Natureza jurídica das obrigações naturais ..................................................................... 5
2.2.2.2.1. A obrigação natural como obrigação jurídica imperfeita ........................................... 5
2.2.2.2.3. A Concepção de Antunes Varela ................................................................................ 5
2.2.2.3. Regime Jurídico das obrigações naturais....................................................................... 6
CAPÍTULO III: CONCLUSÃO ................................................................................................. 8
3.1. Conclusão ............................................................................................................................ 8
3.2. Referências bibliográficas ................................................................................................... 9
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução
1.2. Objectivos
Este trabalho tem como objectivo geral, abordar analisar às obrigações quanto ao
vínculo (civis e naturais)
Conceituar obrigação;
Identificar as modalidades das obrigações quanto ao vínculo;
Falar do regime jurídico das obrigações naturais.
1
CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA
I - MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES
Nos termos do artigo 397.º do Código Civil, pode definir-se obrigação como o vínculo
jurídico por virtude do qual uma pessoa fica a distrita para com outra à realização de uma
prestação.1 Modalidades das obrigações são como o nome nos remete, modelos ou formas em
que as obrigações podem assumir, assim, o Código Civil traz diferentes modalidades de
obrigações podendo estás incidir sobre o vínculo jurídico, sujeitos e quanto ao objecto da
obrigação.
1
Cit. Art. 397.º Código Civil
2
posteriormente. O necessário é que, no ato de se executar a obrigação (isto é, realizar a
prestação), os sujeitos já estejam determinados.
De acordo com Varela (1977), as obrigações civis são todas as obrigações que
constituem ou que são sujeitas a regime obrigacional e que se relacionam com a realização
coactiva daquela prestação dentro dos limites da lei. (art. 404º CC). Ou seja, a obrigação civil
permite que o seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante acção judicial.
Exemplo: A obrigação da pessoa que vendeu um carro de entregar a documentação referente
ao veículo.
A obrigação civil figura o objecto de estudo do Direito das Obrigações (um dos ramos
de maior complexidade e importância do Direito Civil), merece grande destaque tanto na
doutrina quanto na legislação, estando, em sua grande parte, disciplinada no Livro II do nosso
Código Civil. (Diniz, 1999, p. 64)
3
Trata-se de um vínculo jurídico, ou seja, contemplado pelo Direito, que vislumbra tanto o
“debitum” (dever de prestar, imputado ao devedor) quanto o correlativo direito, conferido ao
credor, de, em caso de inadimplemento, exigir judicialmente o cumprimento da prestação ou o
devido ressarcimento, atingindo o patrimônio do devedor (“obligatio”)2
2.2.2.1. Noção
As obrigações naturais podem ser vistas como aquelas em que se tem um vínculo (que
não é jurídico) entre credor e devedor, onde este não é juridicamente obrigado a sanar o débito
que possui ante aquele, porém, se efectua livre e voluntariamente o pagamento, não goza do
direito de repetição, ou seja, não pode pleitear a devolução do que pagou. (Diniz, 1999, p. 63)
Esta vem consagrada no art. 402.º CC “diz-se natural quando se funda num mero
dever de ordem moral ou social, pelo qual o cumprimento não é exigível judicialmente, mas
pelo dever de justiça”. Acrescenta o art. 403 n. 1 dizendo que não pode ser repetido o que for
prestado espontaneamente em cumprimento de obrigações natural. Ora, este último preceito
parece limitar-se a excluir a condictio indebiti.
De salientar que as obrigações naturais não dão lugar a obrigações de restituir nos
termos do enriquecimento sem causa nem sequer é tratado como objecto de uma liberalidade,
2
Diniz M. H. (1997). Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. (9ª ed. atualizada) Brasil, São Paulo:
Saraiva.
4
sujeita as regras típicas da doação (forma, revogação, imputação, colocam, indisponibilidade
relativas, etc). A prestação espontânea efectuada, quando coberta pelo título da obrigação
natural, é tratada como cumprimento dum dever e não como uma liberalidade do autor.
Chama-se imperfeita, quando a prestação não seja judicialmente exigível, visto não ser
acionável o direito do credor (a título de pagamento). Ou seja, entre os dois sujeitos da relação
havera assim uma obrigação jurídica, embora imperfeita, expressa num vínculo mais frouxo
do que aquele que liga o credor e o devedor no comum das obrigações.3
2.2.2.2.3. A obrigação natural como pura situação de facto
Entretanto, outros autores não menos importantes, como Antunes Varela, apresentam
outro ponto de vista, descartando a idéia da obrigação natural como obrigação civil
incompleta. As obrigações naturais não poderiam ser consideradas como vínculos jurídicos
(mesmo que imperfeitos), pois só recebem tutela jurídica no momento de seu cumprimento
(através da “soluti retentio”), que pode se realizar ou não, dependendo da vontade do devedor.
(Varela, 1997, 287)
Ou seja, a obrigação natural só é vislumbrada pelo Direito após a sua extinção, pois,
como sabemos, no momento em que a prestação é cumprida, rompe-se o vínculo entre credor
e devedor, de forma que este nada mais deve e aquele nada mais tem a receber. Verdadeira
obrigação civil é aquela que recebe resguardo jurídico não só no momento de sua extinção,
3
Monteiro, W. B. (1982). Curso de Direito Civil, (17.ª Ed) Vol 4, Brasil , São Paulo: Saraiva.
5
mas também na sua formação e durante toda a sua existência. Assim, “as obrigações naturais
nem são verdadeiras obrigações jurídicas, nem constituem puras situações de fato, estranhas
ao mundo do Direito. São deveres de natureza moral ou social, mas juridicamente relevantes.”
Para Varela (1977, p. 287) a obrigação natural não pode ser mencionada como
obrigação civil (ainda que incompleta), pois não está fundada em um vínculo jurídico. Não se
trata de verdadeira relação jurídica, pois tal relação, como sabemos, só é jurídica porque
encontra-se protegida pelo Direito, ou seja, é vislumbrada pela lei, que disciplina sua
formação, seu desenvolvimento e seus efeitos. A obrigação natural não se encaixa na
juridicidade das relações de direito, pois carece de garantia jurídica, ou seja, está submetida ao
livre arbítrio do devedor, que pode cumpri-la ou não. 4
O credor nada tem a fazer, senão esperar pelo cumprimento espontâneo da prestação,
para, assim, retê-la a título de pagamento. A garantia jurídica chega “tarde demais”, depois
que a obrigação já está extinta, ou seja, após seu cumprimento. Assim, a “soluti retentio”, por
si só, não dá fundamento para que se considere a obrigação natural como obrigação civil
incompleta, sendo apenas uma forma de se conferir uma garantia mínima ao cumprimento de
uma prestação que é considerada como verdadeiro débito, ainda que inexigível.
Nos termos do artigo 404.º do Código Civil, as obrigações naturais estão sujeitas ao
regime das obrigações civis em tudo o que não se relacione com a realização coativa da
prestação, salvas as disposições especiais da lei.
A obrigação moral é aquela que encontra seu principal fundamento nas normas
morais, que por sua vez residem na consciência de cada indivíduo, podendo este cumpri-las
ou não, sem sofrer nenhum tipo de sanção objetiva em caso de descumprimento.5
Para Diniz (1997, p. 373), a obrigação moral é uma obrigação inexigível, por carecer
da proteção que as normas jurídicas conferem à obrigação civil.Realmente, a norma jurídica é
a única que possui a característica do autorizamento, por conceder ao lesado pela sua violação
4
Varela, A. (1997). Direito das Obrigações. (2ª ed). Portugal, Coimbra: Coimbra Editora.
5
Varela, A. (1997). Direito das Obrigações. (2ª ed). Portugal, Coimbra: Coimbra Editora.
6
a permissão para procurar a prestação jurisdicional, através de uma ação própria, a fim de ter
seu direito respeitado ou de obter o devido ressarcimento. Dessa forma, o “devedor” de uma
obrigação moral não pode, em nenhuma hipótese, ser compelido a cumpri-la, estando
vinculado. (Diniz, 1997, p. 373)
7
CAPÍTULO III: CONCLUSÃO
3.1. Conclusão
Este trabalho abordou as modalidades das obrigações quanto ao vínculo, ao fim do
mesmo concluímos que obrigação é um vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo)
o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação.
Modalidades das obrigações são como o nome nos remete modelos ou formas em que as
obrigações podem assumir, assim, o Código Civil traz diferentes modalidades de obrigações
podendo estás incidir sobre o vínculo jurídico, sujeitos e quanto ao objecto da obrigação. As
obrigações naturais estão sujeitas ao regime das obrigações civis em tudo o que não se
relacione com a realização coativa da prestação, salvas as disposições especiais da lei.
8
3.2. Referências bibliográficas
Doutrina:
Varela, A. (1997). Direito das Obrigações. (2ª ed). Portugal, Coimbra: Coimbra Editora.
Monteiro, W. B. (1982). Curso de Direito Civil, (17.ª Ed) Vol 4, Brasil , São Paulo: Saraiva.
Legislação: