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BELÉM – 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO
PROFESSOR:
DENIS LEITE RODRIGUES
GRADUANDOS:
ANDRE VIANA DA SILVA (202006140081)
MARCELO DOS SANTOS PEREIRA (201906140177)
MARCOS EDURADO POMPEU AMARO (202006140072)
MATEUS GARCIA DA CRUZ (201706140162)
SAMUEL MOURA DIAS ( 202006140201)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1. CONCEITO DE PAGAMENTO
1.1. ESPÉCIES
1.1.1. Direto
1.1.2. Indireto
1.1.3. Algumas formas de pagamento indireto
2. PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
2.1. POSICIONAMENTO JURISPRUDENCIAL NO PAGAMENTO EM
CONSIGNAÇÃO: A APLICAÇÃO NA PRÁTICA SOCIAL DESSE INSTITUTO
JURÍDICO...................................................................................................................17
3. SUB-ROGAÇÃO
3.1. CONCEPÇÃO
3.2. PREVISÃO LEGAL
3.3. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO NA PRÁTICA SOCIAL
3.4. POSSÍVEIS JURISPRUDÊNCIAS
4. COMPENSAÇÃO
4.1. CONCEPÇÃO
4.2. PREVISÃO LEGAL
4.3. EXEMPLOS DE APLICAÇÕES NA PRÁTICA SOCIAL
4.4. POSSÍVEIS JURISPRUDÊNCIAS
5. REMISSÃO
5.1. CONCEPÇÃO
5.2. PREVISÃO LEGAL
5.3. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO NA PRÁTICA SOCIAL
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIAS
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INTRODUÇÃO
1 CONCEITO DE PAGAMENTO
1.1. ESPÉCIES
1.1.1. Direto
Além disso, cabe mencionar, brevemente, o artigo 307 do código civil. Nele, o
“pagamento através de transferência da propriedade exige que o devedor seja dono
da coisa, sob pena de ineficácia.” (SCHREIBER et al., 2021, p. 590). Dessa forma,
em outras palavras, o único titular de direito das coisas que pode alienar aquilo que
tem em mãos é o proprietário, pois o único sujeito que tem o poder de usar, gozar e
de dispor de um determinado bem é o proprietário. Portanto, quanto à obrigação de
dar, somente essa obrigação será devidamente cumprida quando a pessoa que se
comprometeu a transferir o bem é proprietária e, assim, pode alienar o bem;
somente assim estará havendo o pagamento direto e válido por parte do devedor.
Em suma, “não se pode transferir um direito (de propriedade) que não se tem.”
(SCHREIBER et al., 2021, p.590).
1.1.2. Indireto
2. PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
Portanto, além de elencar as hipóteses nas quais o devedor pode ajuizar ação
de pagamento em consignação em matéria tributária, o parágrafo segundo do artigo
164 do CTN traz os efeitos do julgamento pela procedência ou não da consignação.
Assim, a legislação tributarista prevê que no caso de improcedência total ou parcial,
será cobrado do devedor o valor devido acrescido de juros de mora, sem prejuízo
das penalidades cabíveis.
Nesse diapasão, ressaltamos ainda que além das previsões legais citadas,
também encontramos a previsão do cabimento do pagamento em consignação no
artigo 160 do Código Civil, artigo 17 do Decreto-Lei nº 58/37, artigo 33 da Lei nº
6.766/79 e artigo 67 da Lei nº 8.245/91.
Mas o que poderá o credor fazer diante de uma ação que objetiva depositar
em juízo o valor da coisa devida? No CPC/2015, diante da citação em ação de
consignação em pagamento, poderá o credor na contestação:
3. Tese para os efeitos dos arts. 927 e 1.036 a 1.041 do CPC: - "Em ação
consignatória, a insuficiência do depósito realizado pelo devedor conduz ao
julgamento de improcedência do pedido, pois o pagamento parcial da dívida
não extingue o vínculo obrigacional".
4. Recurso especial a que se nega provimento, no caso concreto. (REsp
1108058/DF, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/10/2018, DJe
23/10/2018).
Outrossim, quando a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser
entregue no mesmo lugar onde está ou, se a escolha da coisa indeterminada
competir ao credor, poderá ser requerida ação de pagamento em consignação? A
resposta a essa indicação está regulada nos artigos 341 e 342 do Código Civil,
respectivamente:
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue
no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou
mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele
citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada
a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á
como no artigo antecedente.
3. SUB-ROGAÇÃO
3.1 CONCEPÇÃO
O pagamento com sub-rogação está previsto nos artigos 346 a 351 do Código
Civil, traduz o cumprimento da obrigação por terceiro, com a consequente
substituição de credores. Isto é, uma dívida é paga por um terceiro que adquire o
crédito e satisfaz o credor. Como dito antes, há uma substituição de pessoas,
porém, não há extinção da dívida e nem liberação do devedor, que passa a dever a
esse terceiro. O pagamento com sub-rogação nunca será gratuito, sempre haverá
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O artigo 348 diz que “a sub-rogação convencional por acordo entre o credor e
o terceiro que paga a dívida do devedor se rege pelas regras da cessão de
crédito(arts. 286 a 298 do CC).” (SCHREIBER et al., 2021, p. 655). No entanto, a
sub-rogação não se confunde com a cessão de crédito. Na cessão de crédito ocorre
transferência do crédito existente. O cedente pode receber pelo crédito(cessão
onerosa), mas não recebe o valor devido pelo devedor. Já na sub-rogação o credor
recebe o valor devido, ocorrendo, para ele, a extinção da obrigação. É por isso que a
cessão se encontra no capítulo da transmissão das obrigações(uma única obrigação
tem o polo ativo alterado) e a sub-rogação no capítulo da extinção da obrigação,
pois o credor tem a obrigação extinta.
Além disso, o artigo 350 trata de “[…] uma regra baseada na vedação ao
enriquecimento sem causa. Ocorrendo sub-rogação legal, há um limite no exercício
dos direitos dela decorrente: o valor que o sub-rogado pagou para exonerar o
devedor.” (SCHREIBER et al., 2021, p. 656). Por fim, o artigo 351 diz,
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essencialmente, que “se o pagamento ao credor originário for parcial, ele e o sub-
rogado ocupam simultaneamente a posição de credores. Há, portanto, uma
transferência parcial, e não integral dos direitos.” (SCHREIBER et al, 2021, p.658).
4. COMPENSAÇÃO
4.1. CONCEPÇÃO
"Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma
da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem."
poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê
o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o
mesmo não ocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do
contribuinte, inexistindo declaração prévia de débito (como precedentes: STJ —
REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008;
STJ — AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado
em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; STJ — EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux,
julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005), o pedido de repetição de indébito
independe de prévia impugnação administrativa pelo contribuinte, sendo o bastante
para se pleitear a restituição ou declaração do direito à compensação que ele
tenha efetuado o pagamento considerado indevido, afigurando-se, pois,
dispensável tanto o processo administrativo quanto o requerimento expresso de
desconstituição da relação jurídica tributária consubstanciada nas notificações
fiscais de lançamentos de débito em comento.
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5. REMISSÃO
5.1. CONCEPÇÃO
CAPÍTULO IX
Da Remissão das Dívidas
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação,
mas sem prejuízo de terceiro.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito
particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor
for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do
credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na
parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a
solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem
dedução da parte remitida.
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Remissão tácita: quando o credor desenvolve uma conduta que faz inferir que
ele perdoou a dívida. Como, por exemplo, “A” é credor de 2 milhões, “B” paga 400
mil reais a “A” e “A” lhe dá um recibo no valor de 2 milhões. Assim, tacitamente o “A”
está remindo 1 milhão e 400 reais. Pois, recebeu só 400 mil e deu um recibo
dizendo que recebeu os 2 milhões. Remissão presumida: é aquela determinada na
lei.
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CONCLUSÃO
As diversas formas de adimplemento, portanto, tanto de forma direta quanto
de forma indireta, configuram-se como matérias de especial relevância no âmbito do
Direito Civil, haja vista que se fazem presentes nas mais diversas situações sociais e
de diferentes maneiras, sendo, além disso, cada forma de pagamento singular e, por
isso mesmo, deve ser observada de modo cuidadoso. Nesse sentido, definiu-se aqui
que uma obrigação extingue-se com o pagamento, e que essa palavra não
necessariamente está apenas relacionada com dinheiro, mas que pode haver
pagamento de diferentes maneiras. Além disso, destacou-se também que o
pagamento, quando analisado por diferentes ângulos, pode ser efetuado tanto por
aquele que paga em dinheiro ou que realiza uma determinada atividade, quanto por
aquele que não realiza uma determinada tarefa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
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Obrigações. - 22. ed. rev. e atual, de acordo com a Reforma do CPC — São Paulo:
Saraiva, 2007.
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GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 2: teoria geral das
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