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A DIALÉTICA DA CULTURA BENJAMINIANA NA ATUAÇÃO DO MOVIMENTO

BLACK LIVES MATTER

Marcos Eduardo Pompeu Amaro1


Rodrigo Medeiros de Mendonça2

Resumo: O presente artigo pretende fazer uma reflexão sobre a concepção dialética da
cultura em Walter Benjamin a partir da atuação do movimento "Black Lives Matter", o qual
tem feito questionamentos do valor de certos monumentos culturais de tradição colonialista e
escravista, buscando aqui o exemplo do que se observa no Reino Unido, e seus
desdobramentos no contexto brasileiro atual. Os autores procuram destacar como, ainda hoje,
a afirmação benjaminiana de "escovar a história a contrapelo" perpassa os protestos desse
mesmo movimento, confirmando a importância do pensamento do filósofo alemão na
atualidade.

Palavras-chave: Black Lives Matter. Walter Benjamin. Atualidade.

1. INTRODUÇÃO

Após o brutal assassinato de George Floyd por um policial norte-americano em maio


de 2020, o mundo viu a sociedade civil e os movimentos sociais tomarem as ruas com o
intuito de clamar pelo fim do racismo e por justiça social. Um novo comportamento
observado, no entanto, foi o questionamento aos bens culturais que fariam homenagem a
nomes ligados ao colonialismo e ao supremacismo branco, ou que se relacionavam com esses
ideais. A derrubada de estátuas, forma de protesto liderada sobretudo pelo movimento Black
Lives Matter, foi tema de inúmeros debates sobre memória histórica e como as sociedades que
foram atravessadas pela escravidão devem lidar com seu passado. Notava-se, dessa forma,
uma nova resposta à história escrita e protegida pelas classes dominantes.

Walter Benjamin(1982-1940) tornou-se um pensador influente e prolífico em vários


campos da ciência, como a Sociologia, a Literatura, a Filosofia e, sobretudo, na História.
Nesta última, Benjamim revolucionou o modo de se pensar e escrever o passado, modificando
os rumos das Ciências do Espírito para sempre. É nas suas "Teses Sobre Filosofia da
História"(1946) que Benjamin se põe em confronto com o movimento político-filosófico
alemão denominado Historicismo. Nesse sentido, estando Walter Benjamin ciente de que o
1 Graduando em Direito pela UFPA. marcos.amaro@icj.ufpa.br
2 Graduando em Direito pela UFPA. rodrigo.mendonca@icj.ufpa.br
Historicismo se preocupava mais em contar a "história dos grandes homens", ele, assim,
sendo um pensador influenciado pelo marxismo, chamou a atenção para a necessidade de se
contar a história dos oprimidos ou, mesmo, daqueles que não puderam contar sua própria
história.

Além disso, é por esse mesmo viés que Benjamin expõe seu pensamento acerca da
cultura, ou seja, de como devemos observar os "tesouros culturais" não de uma perspectiva
burguesa e elitista, mas, sim, de maneira crítica, tendo consciência de que todo artefato
histórico retrata, de uma forma ou de outra, um "vencedor"; que por trás de toda
documentação histórica escondem-se injustiças para com aqueles que não eram donos do
poder, vítimas dos poderosos. A cultura, portanto, torna-se " uma 'herança' cultural dos
vencedores”. (LÖWY, 1994, p.23).

É por essa linha de raciocínio que busca-se refletir de que forma a atuação do
movimento Black Lives Matter relaciona-se com o pensamento benjaminiano na
contemporaneidade. E, sobretudo, como monumentos históricos em homenagem a racistas e
escravocratas perpetuam, direta ou indiretamente, o preconceito contra os negros, ao mesmo
tempo em que desvaloriza a história e tradição dos mesmos. Além disso, discute-se,
brevemente, essa questão no contexto brasileiro, dessa vez, colocando-se os indígenas em
destaque. Cabe ressaltar, por fim, a pesquisa histórica realizada com o intuito de explicar qual
a relação do Reino Unido com a escravidão, a fim de que se entenda mais claramente os
protestos do movimento Black Lives Matter.

É importante destacar que não se tem a pretensão, aqui, de mostrar Walter Benjamin
como defensor dos direitos dos negros ou de qualquer outra minoria. Em verdade, fazer esse
tipo de afirmação seria problemático. Além disso, ainda que que salientemos o fato de que
através dos gritos de protesto do movimento "Black Lives Matter" ressoe a voz de Benjamin,
isso tampouco quer dizer que esse mesmo movimento tenha, nas suas manifestações, algum
tipo de consciência do pensamento do filósofo alemão como cerne da essência de suas ações.
Pretende-se,na verdade, fazer relações e comparações entre esses dois entes, com o intuito de
se fazer reflexões, a fim de que se entenda a importância da visão Benjaminiana nos dias
atuais.
2. O CONTEXTO HISTÓRICO DE ORIGEM DOS TESOUROS
CULTURAIS BRITÂNICOS EM QUESTIONAMENTO

Para melhor compreender o movimento analisado e sua relação com a concepção


dialética da cultura de Walter Benjamin, faz-se necessário realizar uma breve retomada das
origens históricas das dinâmicas estabelecidas entre os, como colocado por Benjamin,
“vencedores” e “vencidos” aqui observados. Tal dinâmica, no presente caso, tem seu
nascimento com o movimento de expansão colonial iniciado pelos países europeus, dentro do
qual o Reino Unido, país onde atualmente observa-se um questionamento dos tesouros
culturais legados pelo colonialismo, exerceu papel de destaque na dominação e extermínio
dos povos colonizados.

O Império Britânico teve participação central no comércio interatlântico de escravos,


sendo responsável por transportar mais de 3,4 milhões de africanos para as Américas. Nas
colônias, os escravos serviram como mão de obra em plantações de culturas de exportação,
sobretudo da cana, do algodão e do tabaco, em sistemas de plantation, adotado em diversas
colônias por influência do sucesso do modelo brasileiro. Em função das baixas taxas de
nascimento e expectativas de vida dos escravos, o que gerou uma demanda elevada e
constante pela “mercadoria”, o tráfico tornou-se em si uma atividade econômica altamente
rentável, ao invés de uma simples ferramenta para a atividade desenvolvida nas colônias. Essa
lucrativa economia colonial, que enriqueceu tanto os donos de plantações como traficantes e
suas respectivas companhias, foi essencial para que se desenvolvesse a estrutura que
permitiria ao Reino Unido surgir como uma das nações condutoras do desenvolvimento
industrial mundial e, por conseguinte, assumindo uma posição de potência imperial no século
XIX.

O violento processo de colonização legou ao povo britânico diversos "tesouros


culturais" às custas dos povos oprimidos, produto direto ou indireto da escravidão e da
exploração colonial. Figuras proeminentes do comércio escravista tornaram-se grandes
personalidades do cenário político e econômico de seus respectivos locais de origem. Em sua
memória, muitas vezes em agradecimento a gestos de filantropia, foram erguidas estátuas e
nomearam-se praças, hospitais, ruas e escolas. No Reino Unido, é possível citar numerosos
exemplos. A cidade de Bristol, na Inglaterra, por exemplo, conta com numerosas homenagens
a Edward Colston (1636-1721), um comerciante membro da Royal African Company,
principal fornecedora britânica de escravos vindos da África Ocidental às Américas. Convém
citar algumas delas, tais como a sua estátua, localizada no centro da cidade, a Colston Avenue
(na qual a estátua localizava-se), o Colston Hall, uma galeria de artes, a Colston Tower, dentre
outros vestígios de sua atuação filantrópica na cidade. O exemplo de Bristol repete-se em
diversas cidades do Reino Unido, como a praça John Hawkins em Plymouth, homenageando
um corsário envolvido com o tráfico negreiro, as estátuas de John Cass e Robert Milligan, em
Londres, dois notáveis proprietários de escravos, dentre centenas de outros exemplos pelo
país.

Dito isso, é possível observar uma clara manutenção das estruturas de poder das elites
escravistas atravessando o tempo. A construção de um imaginário que homenageia “grandes
comerciantes” e “intrépidos exploradores” que “civilizaram” o Novo Mundo mascara a
realidade por trás da opressão e extermínio de povos tradicionais promovidos por essas
figuras históricas em nome de seus interesses políticos e econômicos. Os séculos de
escravidão deixaram profundas cicatrizes nas sociedades que as vivenciaram. Negar essa
história e isentar de responsabilidade seus atores apenas contribui para o aprofundamento dos
problemas sociais vivenciados pelos descendentes dos “vencidos”. Questionar a história
contada pelos vestígios deixados pelos vencedores, como preconizado por Walter Benjamin,
faz-se essencial para a emancipação dos oprimidos.

3. O BLACK LIVES MATTER E O RACISMO NOS MONUMENTOS


HISTÓRICOS DO REINO UNIDO

O movimento Black Lives Matter, que ganhou reconhecimento internacional após o


assassinato de George Floyd por um policial branco nos Estados Unidos, tem feito, nos
últimos tempos, questionamentos acerca de supostos "tesouros culturais". No Reino Unido,
por exemplo, estátuas e outros monumentos históricos estão sendo removidos após protestos
do supramencionado movimento por se relacionarem de alguma forma com a escravidão ou o
racismo. Em verdade, o que a organização Black Lives Matter está fazendo é um reflexo da
visão benjaminiana sobre os documentos históricos, que é “examinar os 'tesouros culturais'
com um 'olhar distanciado', situando-se do lado dos vencidos, judeus, párias, escravos,
camponeses, mulheres, proletários."(LÖWY, 1994, p. 24).

Walter Benjamin, pensador de origem alemã, defendia que os "tesouros culturais"


eram "restos mortais provocados pelos vencedores na procissão triunfal, despojos que tem por
função confirmar, ilustrar e validar a superioridade dos poderosos”(LÖWY, 1994, p.22).
Assim, tendo em vista que os sessenta e nove monumentos até agora removidos no Reino
Unido eram de comerciantes de escravos, colonialistas e racistas, percebe-se que tais tributos
são, de fato, os vestígios dos vitoriosos, erguidos em detrimento dos oprimidos, a saber, os
negros e escravos. No entanto, é importante ressaltar que, embora esses bens culturais
específicos do Reino Unido não tenham sido feitos pelos próprios oprimidos, como aconteceu
"[...] dos aquedutos romanos nas catedrais, do Palácio de Versailles ao da Ópera de Napoleão
III"(LÖWY, 1994, p. 23), não deixam de ser "[...]'documentos de barbárie', nascidos da
injustiça de classe, da opressão social e política, da desigualdade, da repressão, dos massacres
e das guerras civis.'"(LÖWY, 1994, p.24). Ainda sob essa perspectiva, o que o movimento
Black Lives Matter está tentando fazer é, tal como defendia Benjamin (1974, p. 157), "pentear
a história a contrapelo." De acordo com Michael Löwy (1994, pág. 26), "escovar a história a
contrapelo é recusar toda identificação com os heróis oficiais do V centenário, os
conquistadores espanhóis, os poderosos europeus que levaram a religião, a cultura e a
civilização aos índios ‘selvagens'". Ou seja, o movimento negro, ao protestar diante de
monumentos em homenagens a racistas e colonialistas, recusam a se identificar com esses
"vencedores", a glorificá-los, a fim de expor a barbárie que houve por trás desses mesmos
documentos históricos, que foi a opressão aos povos africanos e escravos, ou, simplesmente, a
ligação com algum desses temas.

O questionamento dos militantes pertencentes ao Black Lives Matter sobre o valor de


supostas obras culturais vem influenciando o mundo. No Brasil, é possível pensar na estátua
de Bartolomeu Bueno da Silva (1672-1740), ou o "segundo Anhanguera", que foi um
bandeirante conhecido pela crueldade e caráter genocida em relação aos povos indígenas,
localizada no estado de São Paulo. Esse monumento cultural, assim como tantos outros
espalhados pelo Brasil e pelo mundo, é uma forma explícita de "[...] empatia com os
vencedores[..]"(LÖWY, 1994, p. 26). Ao se valorizar esse tipo de documentação histórica,
perpetua-se, ao mesmo tempo, o preconceito contra os indígenas. Daí a importância dos gritos
de protesto do movimento Black Lives Matter também ressoarem no mundo: para que se faça
uma revisão crítica acerca do passado que queremos, de fato, lembrar, distanciando-se, pouco
a pouco, das injustiças contra aqueles que devem, necessariamente, ser lembrados.

Portanto, a atuação do movimento Black Lives Matter dialoga em perfeita sincronia


com as ideias e concepções de Walter Benjamin acerca dos documentos culturais, pondo-se
ao lado de seus "ancestrais oprimidos", ou seja, os negros, ao mesmo tempo em que incita a
sociedade a compartilhar dessa visão crítica para com outros bens culturais.

Cabe acrescentar, também, que monumentos e memoriais não são a única forma de se
deixar vestígios dos "vencedores", mas que, segundo Löwy (1994, p. 24), "não é difícil
encontrar equivalentes na literatura, na pintura ou na escultura.”. De fato, a Arte transforma-se
em um importante instrumento de perpetuação do opressor, haja vista que " a cultura e a
tradição tornam-se, assim, como sublinha Benjamin em sua Tese VI, 'um instrumento das
classes dominantes'“. (LÖWY,1994, p.23). Nesse sentido, muito mais do que apenas julgar o
valor cultural de um certo monumento em si, deve-se ir além disso, ou seja, observar
criticamente toda a cultura em geral, desde às Letras até à Pintura, a fim de que se perceba
todos aqueles que não acompanharam o "progresso" histórico, a saber, os "vencidos", os
negros, os indígenas, etc.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em uma época em que os assassinatos aos negros, às mulheres e a outras minorias


vêm crescendo diariamente nas sociedades contemporânea,é imprescindível, nesse momento,
que a cultura mostre aos homens um caminho menos conflituoso e destrutivo possível. No
entanto, para que isso ocorra, ela deve estar livre daqueles vestígios históricos nos quais se
valorizam assassinos, racistas, genocidas e ditadores; ela deve estar livre da perspectiva dos
“vencedores”. Em verdade, que esse tipo de documentação histórica apenas nos sirva para
lembrar quem são os verdadeiros heróis da história: índios e negros escravizados por
colonizadores, mulheres mortas por homens detentores do poder na luta por igualdade, todos
aqueles que foram vítimas de barbáries e de injustiças. Em suma, os homens que não
conseguiram escrever a sua própria história: os “vencidos”.

O movimento Black Lives Matter, nesse sentido, não se limita a apenas defender os
direitos dos negros no plano político e social, mas também no cultural. Os militantes sabem
que os vestígios históricos que ainda restam hoje não são os dos seus antepassados
escravizados e mortos, mas os de donos de escravos e colonialistas, assim como, no Brasil, os
povos indígenas sabem que as estátuas erguidas de bandeirantes sanguinários não refletem a
história de seus ancestrais e nem sua importância na formação dos costumes brasileiros. De
fato, percebe-se, assim, o quanto o pensamento de Walter Benjamin acerca da história e da
cultura ainda possuem vitalidade no mundo contemporâneo, cada dia tornando-se mais
intenso, mais verdadeiro e, por conseguinte, mais necessário.

O crescente número de monumentos históricos sendo questionados nos dias atuais pela
sociedade civil mostra essa vontade benjaminiana de se querer repensar o passado e a cultura.
No entanto, é importante dizer que, no mundo de hoje, também há, inegavelmente, "tesouros
culturais" dedicados aos oprimidos e às minorias; seria errado dizer que só há para os
"vencedores". O que se quer destacar, aqui, é a relevância da discussão "oprimidos" e
"vencedores" na cultura em um momento histórico em que, supostamente, muitas minorias
vêm adquirindo direitos sociais; perceber todo o caráter contraditório de sociedades de
querem garantir justiça ao povo, mas que, paralelamente, defendem bens culturais que estão
longe de propagarem qualquer tipo de noção de virtuosidade. Seria melhor ter uma obra de
arte de um importante escravocrata em meio a uma praça em um país em que negros ainda são
mortos diariamente? O movimento Black Lives Matter pergunta-se isso em seus gritos de
protesto. É melhor se ter um monumento de um assassino de indígenas ou de um índio em
uma sociedade em que os últimos tiveram especial importância na cultura e nos costumes?
Seja na arquitetura, na literatura ou mesmo na pintura, a Cultura como um todo transmite
muito mais do que valores estéticos ou morais; em um Estado, ela pode carregar toda uma
simbologia, toda uma mensagem de um passado para as novas gerações. Resta agora saber
qual passado esse mesmo Estado quer lembrar: o dos "vencidos" ou o dos "vencedores"?

REFERÊNCIAS

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SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. 2. ed. São Paulo:
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