No conturbado século XX, muitos partidos e movimentos facistas chegaram ao
poder, sendo o “Partito Nazionale Fascista”, na Itália, liderado por Benito Mussolini, um dos exemplos mais notórios. No Brasil, assim como em outras partes do mundo, a ideologia fascista também encontrou voz, quando, em 1932, foi fundada a Ação Integralista Brasileira(AIB), em São Paulo.
No Brasil contemporâneo - onde a voz da democracia e das liberdades
fundamentais têm mais vigor do que qualquer outro som - ainda se consegue ouvir alguns ruídos de simpatia ao facismo, sobretudo no atual ano de eleições do país, quando se espalham noticias falsas a respeito da credibilidade do sistema eleitoral brasileiro. É nesse contexto, acredito eu, que o papel dos estudantes da Amazônia no combate ao facismo deve se materializar, informando e conscientizando a sociedade dos efeitos maléficos da ideologia facista para os nossos direitos fundamentais, para nossa liberdade de expressão e de pensamento e, sobretudo, para uma sociedade democrática de Direito.
No entanto, tendo em vista que a região Amazônica ainda ocupa um papel
periférico quando comparado com outras regiões, é de suma importância que todos os estudantes do Brasil juntem suas vozes para gritar a palavra Democracia. Por isso que, sendo eu um estudante da Amazônia, gostaria de participar do ENED, pois vejo uma oportunidade não apenas de integração entre estudantes, mas também como uma forma de promover e defender a Democracia em uma época em que discursos intolerantes, racistas e retrógrados ganham espaço na Mídia, principalmente através do nosso atual presidente.
Dessa forma, o papel dos estudantes da Amazônia no combate ao facismo se dá
através da educação, da cultura, das universidades, uma vez que esses são meios eficientes de atrair a comunidade para a reflexão sobre aquilo que fornece liberdade, igualdade, respeito e dignidade: a Democracia. E vejo no ENED um espaço produtivo para isso.
Gostaria de acrescentar, por fim, que, como um estudante da região Amazônica,
eu luto contra o fascismo através do projeto “Educação para Democracia”, orientado pelo professor Luís Alberto Rocha, onde ensinamos para alunos de escola pública o conceito de cidadania e o papel deles na construção de uma sociedade mais justa. Nesse sentido, o ENED não representaria para mim mais uma oportunidade de crescimento pessoal, mas uma tentativa de mostrar aos estudantes o verdadeiro palco de mudanças sociais: a escola pública.