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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQU E

EXTENSÃO DE XAI-XAI
FACULDADE DE ÉTICA E CIÊNCIAS HUMAN AS

Curso: GRH
Curso: GRH Data: 04 de Julho de 2023
Disciplina: Introdução
Disciplina: Introdução ao
ao Avaliação Normal Horas de início: 16.00 h
Estudo do
Estudo do Direito
Direito
Semestre: 2º
Semestre: 2º Turma: I Período: Semi-Presencial Duração: 120120
Duração: minutos
minutos

Nome do Estudante: Hermenegildo Vasco Capaúnde Código: 202321rhxx

1. Aborde o direito de retenção como um dos meios privados de tutela dos direitos
subjectivos ou normas jurídicas.

R: O direito de retenção, previsto nos artigos 754º e seguintes do Código Civil, consiste na
faculdade de não restituir uma coisa, enquanto o credor dessa restituição não cumprir, por seu
turno, a obrigação que tem para com o retentor. Com base nessa garantia, é conferido ao
retentor o direito de se fazer pagar preferencialmente pelo valor da coisa retida.

O direito de retenção tem duas funções: a de garantia e a de coerção.

A função de garantia consiste na faculdade de o titular do direito de retenção se fazer pagar


pelo valor da coisa com preferência face a outros, desde que não sejam titulares de um
privilégio imobiliário especial.

A função de coerção consiste na faculdade de recusa da entrega da coisa retida, sem incorrer
em responsabilidades, enquanto o credor da restituição não cumprir a sua obrigação,
pressionando, desta forma, o cumprimento da obrigação em falta.

São pressupostos do direito de retenção:

i) A posse ou detenção legítima de coisa alheia


ii) O detentor da coisa ser credor do titular da coisa objecto de retenção
iii) Existência de uma conexão entre a coisa e o direito de crédito iv) não existir
afastamento do direito de retenção pela prestação de caução.

2. Diga porquê afirmamos que o direito é uma ciência social ou de âmbito social?
R: Afirmamos que o Direito é uma ciência social ou de âmbito social pois ele tem sua origem
nos fatos sociais ou seja nos acontecimentos da vida em sociedade. Os homens são obrigados
a viver necessariamente ao lado uns dos outros, sendo assim há uma necessidade clara de
regras de como proceder, normas que levem disciplina à vida em colectividade e é ai onde
entra o Direito. O Direito dita as regras de convivência em sociedade.

3. O Critério da fonte e do valor como uma das técnicas de interpretação da lei íntegra
uma série de tipos ou espécies de interpretação que o jurista é obrigado a conhecer. Fale
dos dive rsos tipos ou espécies de interpretação quanto a este critério.

R: Pelo critério da fonte e do valor, a interpretação da lei pode ser autêntica, judicial e
doutrinária ou particular.

Inte rpretação autêntica: É aquela que ocorre se uma determinada lei suscitar dúvidas na sua
interpretação, o órgão que a criou poderá elaborar uma nova lei que fixe o sentido da
primeira, as chamadas leis interpretativas. De facto, não existe uma nova lei, uma nova
vontade do legislador ou uma norma, mas, pura e simplesmente fixa-se o sentido de uma lei
que já existe – a lei interpretada

Inte rpretação judicial: Essa interpretação é a que é feita pelos tribunais num processo
(salvo o caso particular dos assentos) só tem valor vinculativo no processo em si. Força disso,
pode persuadir pela força e exactidão dos argumentos, não mais.

Inte rpretação doutrinal: É a interpretação de quem estuda a lei, isto é, não daquele que a
elaborou, mas de quem tem o conhecimento técnico, científico e jurídico para saber o real
sentido e alcance da lei.

4. Há vários critérios para classificar as normas jurídicas as quais tendem a aumentar à


medida que o desenvolvimento se vai acentuando. Debruce -se sobre a classificação das
normas jurídicas quanto ao critério do âmbito mate rial ou circunstancial.

R: Normas jurídicas quanto ao critério do âmbito material são aquelas que criam, declaram e
definem direitos, deveres e relações jurídicas.
5. De entre os critérios de divisão do Direito em ramos fala-se do crité rio misto.
Explicite este critério com detalhe.

R: O critério misto é quando o direito tutela interesses privado e público, ou, então, quando é
constituído por normas e princípios de direito público e de direito privado ou, ainda, de
direito nacional e de direito internacional. Generalizando, direito em que, sem haver
predominância, há confusão de interesse público ou social com o interesse privado. Nele se
confundem esses interesses, fazendo com que o princípio de liberdade nele não impere. As
partes, muitas vezes colocadas em nível de igualdade jurídica, estão submetidas a princípios
inalteráveis, estabelecidos na lei, protectores do interesse social. No direito misto, em certos
casos, estão presentes normas de direito público e de direito privado, como ocorre, por
exemplo, no caso do direito marítimo.

6. Depois de enunciar os princípios que norteiam o fundamento da aplicação das leis,


explique dando exemplos práticos de como ocorre esta realidade em Moçambique.

R: As leis podem ser aplicadas no tempo e no espaço, Em relação à vigência das normas
jurídicas no tempo, importa referir que, em regra, os actos legislativos e normativos começam
a aplicar-se e tornam-se obrigatórios a partir do momento em que entram em vigor na ordem
jurídica, podendo estabelecer-se entretanto um prazo, desde a sua publicação, para que
produzam efeitos. Este prazo é conhecido por “vacatio legis”. Quanto à vigência das normas
jurídicas no espaço, vigora o princípio básico da territorialidade, isto é, a lei é ditada para
reger no território de um determinado Estado.

Em Moçambique a título de exemplo pode-se referenciar a promulgação dos Decretos


Presidenciais atinentes ao Estado de Emergência no âmbito da COVID-19 que tinha um
período de vigência de três meses e tinham aplicabilidade no território moçambicano.

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