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Professor Wellignton Castilho

Direito privado

Sumário
15/02..............................................................................................................................2
Plano de ensino.........................................................................................................................2
22/02..............................................................................................................................2
Estudo de artigos......................................................................................................................2
08/03..............................................................................................................................3
15/03..............................................................................................................................4
19/04/17.........................................................................................................................6
Correcao de prova.....................................................................................................................6
26/04/17.........................................................................................................................6
Continuação Aula anterior........................................................................................................6
03/05/17.........................................................................................................................8
Continuação..............................................................................................................................8
10/05/17.........................................................................................................................8
15/02
Plano de ensino
Jurisprudência – caso julgado
Livro introdução ao estudo de direito, para pesquisa de técnicas de interpretação (04
páginas)

22/02
Estudo de artigos
Art 219 CP - revogado
Art 18 CF

Hermenêutica e interpretação
Interpretar é buscar o sentido é o alcance de uma normal, em prol do significado de
conceitos jurídico, tendo em vista os motivos que podem prejudicar a compreensão, como
a vaguidade, ambiguidade do texto.
Hermenêutica é Critério jurídico das interpretações. Teoria científica da arte de
interpretar, contendo regras ordenadas que fixam os critérios e princípios da
interpretação. O ato de interpretar uma norma está relacionado a busca pela
compreensão dos seus fins sociais e aos valores a serem protegidos.

OBS: em resumo, a interpretação consiste em aplicar as regras, que a hermenêutica


dispõe, para o bom entendimento dos textos legais.

Quando a lei é clara, não há necessidade de interpretação?


Se a norma jurídica é clara, trata se da linguagem natural que dispensa a fixação de
sentido e alcance. Por outro lado, se nos deparando com normas jurídicas não claras é
preciso realizar a interpretação.

Características de uma norma: a generalidade e a abstração


Generalidade, aplicar ao maior número de pessoas possível

Espécies de interpretação
1- Quanto ao agente, quem vai fazer a interpretação.
a. Interpretação pública, é aquela prolatada pelos órgãos do poder público
(legislativo, executivo e judiciário). Nesse caso, temos: interpretação
pública autêntica, quando o próprio órgão que elaborou a norma trás
regras de interpretação (lei de introdução às normas de direito brasileiro);
interpretação pública judicial, aquela realizada pelo poder judiciário, o qual
aplica a lei ao caso concreto;
b. Interpretação privada
08/03
1. Quanto ao agente
a. Interpretação pública autêntica
b. Interpretação pública judicial
c. Interpretação pública administrativa
i. E aquela realizada pelo poder executivo, onde temos a explicação
ou o detalhamento de uma norma existente. Portanto, o poder
executivo não cria ou modifica as normas, apenas realiza a
interpretação, por exemplo, expedindo portarias e decretos.

Interpretação privada – também chamada de interpretação doutrinária está ligada a


questão do direito científico como forma de expressão (manifestação) do direito.

2. Quanto a natureza
a. Interpretação gramatical
i. Parte se da análise do significado e alcance de cada uma das
palavras do dispositivo normativo, assim como das regras de
pontuação.
b. Interpretação lógica
i. E aquela que utiliza pressupostos lógicos, assim como o raciocínio
indutivo e o dedutivo. Emprega se frequentemente o uso do
silogismo, aquele em que temos uma premissa maior (o dispositivo
normativo), premissa menor (os fatos) e a conclusão.
c. Interpretação sistemática
i. Avalia se a norma dentro do sistema jurídico, o intérprete deve
observar todas as conexões que ela estabelece com as demais
normas inseridas no mesmo sistema e da sua própria ordenação
interna.
d. Interpretação histórica
i. Investiga os antecedentes da norma: como surgiu, porque surgiu,
quais eram as condições sociais do momento em que ela foi criada,
quais as justificativas do projeto. O intérprete tenta verificar
historicamente o nascimento da norma, bem como acompanhar seu
desenrolar até o presente.
3. Quanto a extensão
a. Interpretação declarativa
i. O intérprete limita se a declarar que a vontade do legislador não
tem outras referências
b. Interpretação extensiva
i. A fórmula legal (a letra da lei) e menos ampla que a vontade do
legislador.
c. Interpretação restritiva
i. Restringe o sentido e o alcance apresentado pela expressão literal
da norma jurídica (letra da lei).
15/03
Sistemas interpretativos
1. Sistema dogmático
a. Tudo que se buscava estava nos textos jurídicos, bastando interpreta los. O
apogeu do código de Napoleão colocou ao intérprete um limite claro:
entender os textos escritos. Atinha se a interpretação literal do texto da lei,
tentando extrair a vontade do legislador.
b. Interpretação histórica.
2. Sistema histórico evolutivo
a. O direito reside nos usos e costumes de um povo. É a história desse povo,
como resultado de suas aspirações e necessidades, que formam o direito. O
legislador não cria o direito, apenas traduz em normas escritas a vontade
popular.

3. Sistema da livre pesquisa


a. Não fica restrito ao que está contido nos códigos, ressalta se o uso de
outras fontes do direito, como o costume, a jurisprudência e a doutrina. O
jurista será um pesquisador do direito, para determinar a norma própria
pertinente ao caso concreto.

Finalizando hermenêutica e interpretação – unidade temática 1 e 2


Iniciando análise da lei – unidade temática 3

1. O que é lei
É a norma jurídica escrita a qual é emanada do poder legislativo, com
caráter genérico e obrigatório
Características
a. Generalidade ou impessoalidade
i. Porque se dirige a todas as pessoas indistintamente.
b. Obrigatoriedade e imperatividade
i. Porque o descumprimento da lei autoriza a imposição de uma
sanção
c. Permanência ou persistência
i. Porque não se exaure (esgota) numa só aplicação.
d. Autorizante
i. Autoriza que o lesado pela sua violação exija o seu cumprimento ou
a reparação pelo mau causal
2. Ddd
3. Código, consolidação e estatuto
a. Código – e o conjunto de normas estabelecidas por lei, trata-se da
regulamentação unitária de um mesmo ramo do direito. Exemplos: código
civil, código penal e código de processo cicil.
b. Consolidação – e a regulamentação unitária de leis pre existentes,
enquanto o código cria e revoga normas, a consolidação apenas reúne as já
existentes.
c. Estatuto – e a regulamentação unitária dos interesses de uma categoria de
pessoas. Exemplo: estatuto do idoso, estatuto do estrangeiro e estatuto da
criança e do adolescente.
4. Lei de introdução às normas do direito brasileiro
a. Não faz parte do código civil, embora anexada a ele e antecedendo o. A
lindb é norma de apoio, consistente no conjunto de normas cujo objetivo é
disciplinar as próprias normas jurídicas.
5. Sistema de vigência de normas
a. Adotôu se o prazo de vigência único ou simultâneo, segundo o qual a lei
entra em vigor de uma só vez em todo o país. Se o legislador não trouxer
expressamente a data que certa lei passará a vigorar, inicia a se 45 dias
depois de oficialmente publicada. Se admitida em outro país, inicia se três
meses depois de oficialmente publicada (Art 1, £1, LINDB)
6. Vacatio legis
a. É o período compreendido entre a publicação da lei e a sua entrada em
vigor, tem a finalidade de fazer com que os futuros destinatários da lei a
conheçam e se preparem para cumpri lá. Quanto a contagem do prazo
deve ser incluído o dia da publicação e o último dia, devendo a lei entrar
em vigor no dia seguinte. Conta se P prazo dia a dia, inclusive domingos e
feriados, tal prazo não se suspende nem se interrompe, entrando em vigor
no dia seguinte ao último dia, mesmo domingos ou feriados.
7. Cláusula de vigência
a. Na ausência dessa cláusula, a lei começa a vigorar em todo território 45
dias depois de oficialmente publicada. As leis que estabelecem o período
de vacância deverão utilizar expressamente: “esta lei entra em vigor
decorridos XIX dias de sua publicação oficial”
8. Lei corretiva
a. Se publicada com incorreções e erros materiais, teremos duas situações
i. Se ainda não entrou em vigor, para corrigi lá, não é necessária nova
lei, bastando a repetição da publicação, sanando se os erros e
reabrindo se o prazo de vacatio legis em relação aos artigos
republicados
ii. Se a lei já entrou em vigor, para corrigi la é necessária a edição de
uma nova lei, que é denominada lei corretiva. Também se abre o
prazo de vacatio legis.
iii.
9. Local da publicação da lei
10. Princípio da obrigatoriedade das leis (Art 3)
a. Estando a lei em vigor, todas as pessoas, sem distinção devem obedece la,
inclusive os incapazes, pois ela se dirige a todos. Portanto, ninguém pode
alegar ignorância para não cumprir.
11. Princípio da continuidade das leis (art 2, £1, LINDB)
a. Conforme esse princípio, a lei terá vigor até que outra a modifique ou
revogue. Apenas a lei pode revogar a lei, não podendo ser revogada por
decisão judicial ou por ato do poder executivo. Em regra, as leis possuem
efeito permanente, ou seja, trata-se de uma vigência por prazo
indeterminado, com exceção das leis de vigência temporária.
12. Repristinação
a. É a restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada em virtude
da revogação da lei revogadora. O efeito da repristinação não é
automático, somente será possível mediante cláusula expressa. No silêncio
da lei, não há que se falar em repristinação.
13. Fontes do direito
a. Fontes materiais – são fatores ou acontecimentos sociais, políticos,
econômicos e filosóficos que inspiram o legislador na elaboração das leis e
na modificação daquelas já existentes. Trata se de uma fase prévia ao
surgimento das fontes formais. Por exemplo: reivindicações dos
trabalhadores por mais direitos ou reivindicações dos empregadores para
reduzir/flexibilizar os direitos trabalhistas.

19/04/17

Correcao de prova

Na minha prova, na questão dois, faltou explicar como funciona, contando dias corridos,
que dia inicia, que dia termina e que dia passa a vigorar.

26/04/17
Continuação Aula anterior

b. Fontes formais estatais


i. Legislativas
ii. Jurisprudência
1. Trata-se do conjunto de decisões, judiciais uniformes e
constantes dos tribunais, resultantes da aplicação de normas
a casos semelhantes, sumulas e precedentes judiciais.
c. Fontes formais não estatais
i. Costumes jurídicos
1. Conduta ou ação reiterada de um modo de agir, que tenha
importância para o mundo jurídico;
2. Trata-se de norma jurídica não escrita obrigatória, que surge
da pratica longa e reiterada da sociedade. Trás como
característica a convicção de obrigatoriedade, ou seja, a
pratica reiterada deve ser aceita pela sociedade como de
cunho obrigatório.
3. Seundum legem (segundo a lei)
4. Contra legem (contrario a lei)
5. Praeter legem (na falta da lei)
6. No aspecto penal, o costume nunca poderá ser empregado
para criar delitos ou aumentar penas.
ii. Doutrina
1. Decorre dos estudos científicos realizados pelos juristas, na
analise e sistematização das normas jurídicas, na elaboração
das definições dos conceitos jurídicos, na interpretação da
lei, facilitando e orientando a tarefa de aplicar o direito.
14. Eficácia da norma
a. Revogação
i. É a cessação definitiva da vigência de uma lei em razão de uma nova
lei. Pode ser total (ab-rogacao) ou parcial (derrogação). Além disso,
a revogação poderá ser expressa ou tácita, a primeira é aquela em
que a lei indica os dispositivos que estão sendo revogados, já a
segunda ocorre quando a nova lei é incompatível com a lei anterior,
contrariando-a de forma absoluta.
ii. Expressa
iii. Tácita
iv. Ab-revogacao
v. Derrogação
03/05/17
Continuação
b. Principio da segurança e da estabilidade social
i. Direito Adquirido
1. É aquele que pode ser exercido imediatamente por já ter
sido incorporado ao patrimônio jurídico da pessoa.
Parágrafo segundo
ii. Ato jurídico perfeito
1. É o já consumado de acordo a lei vigente ao tempo em que
se efetuou. Ex: contrato celebrado conforme o código civil
de 1916 não será regido pela atualização de 2002. Paragrafo
primeiro
iii. Coisa Julgada
1. É a sentença judicial de que já não caiba mais recurso.
c. Retroatividade da Lei
i. A retroatividade consiste na aplicação da lei a fatos ocorridos antes
da sua vigência, sendo possível desde que presentes dois requisitos:
a clausula expressa de retroatividade e o respeito ao direito
adquirido, ao ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Não se
presume, deve resultar de texto expresso em lei. Abre-se exceção, a
lei penal benéfica, cuja retroatividade é automática, ou seja,
independe de texto expresso, podendo violar inclusive a coisa
julgada.
ii. Lei penal benéfica
iii. Lei penal com clausula expressa de retroatividade

10/05/17
15. Mecanismos de integração
De acordo com o principio da indeclinabilidade da jurisdição, o juiz é obrigado
a decidir, ainda que não haja lei disciplinando o caso concreto. Diante da
lacuna (ausência da lei) regulando determinada situação jurídica, torna-se
necessário ao magistrado utilizar mecanismos de integração do ordenamento
jurídico.
a. Analogia
i. É a aplicação, ao caso não previsto em lei, de lei reguladora de caso
semelhante. Não se trata de mera interpretação da lei, mas de um
mecanismo de integração do ordenamento jurídico.
b. Costumes
i. Ver aula 26/04, costumes jurídicos
c. Princípios gerais do direito
i. São os postulados que compõem a essência de diversas normas
jurídicas. Portanto, são as premissas éticas (padrões de
comportamento) que inspiram a elaboração das normas jurídicas.
d. Equidade
i. É a possibilidade do aplicador do direito moldar a norma no
instituto que seja mais sensível as peculiaridades de cada situação
trazida pela realidade, e dessa forma, possa ser mais justa. Em razão
disso, a expressão “todos são iguais perante a lei” (art 5 da CF) deve
ser entendida como o tratamento desigual dos que estão em
situações ou relações diferentes, e igual apenas aqueles que se
encontram em posições semelhantes.

16. Antinomias
a. É o conflito entre duas normas, dois princípios ou de uma norma e um
principio geral de direito em sua aplicação pratica a um caso particular.
Portanto é a presença de duas normas conflitantes, sem que se possa
saber qual delas devera ser aplicada ao caso singular.
b. Espécies
i. Aparente
1. Quando o conflito for passível de solução pelas normas
existentes no ordenamento jurídico.
ii. Real
1. Quando não for possível determinar a prevalência de uma
norma sobre a outra, diante da ausência, na ordem jurídica,
de qualquer critério normativo para solucionar o conflito.
c. Critérios de solução das antinomias aparentes
i. Hierárquico
1. A norma superior prevalecera sobre a inferior. Ex: a CF
prevalece sobre a lei ordinária.
ii. Cronológico
1. A norma posterior revoga a anterior quando forem do
mesmo nível hierárquico.
iii. Especialidade
1. A norma especial prevalece sobre a geral. Ex: o homicídio
culposo na direção de veiculo é tipificado pelo código de
transito nacional, que incrimina o fato, afastando-se a
incidência do código penal, que é lei geral.
d. Solucao da antinomia real
i. Quando um conflito não for solucionado por nenhum desses três
critérios acima, a antinomia revela-se, real. Todavia o magistrado
não pode esquivar-se de decidir, por isso se valera de uma
interpretação equitativa e escolhera a norma mais justa.

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